Deveres

1166 Words
************ Capítulo 19 ************ ************** Salita *************** Cavlask acabou adormecendo novamente, que bom, quanto mais descansado ficasse, ocorreria a cura. Seu corpo absorveu mais rápido o medicamento do que qualquer outro em seu lugar, embora nunca tenha testado pra saber na real. Então, presumi que isso foi dado porque seu elixir frui dentro dele como um organismo vivo, fazendo-o ser incrivelmente forte, não somente de aparência. Custei a pegar no sono, era difícil dividir a cama com ele, sua ereção que nunca abaixava me deixava nervosa, afetando o resquício da minha maldição. Podia controlar ela se não me atrevesse senti-lo na palma da minha mão. O que estou tentando na maioria das vezes, e tem dado certo. Portanto aquele beijo foi puro instinto, aquela que habita em mim. O lado que nunca vou conseguir controlar totalmente. Sai da cama pondo algo nos ombros para acobertar o tecido transparente, mas no mesmo momento que deixei o quarto, encontrei meu pai perambulando pelo corredor. Ao me ver, estancou ali, olhando-me de frente. — Como vai indo seu animal de estimação? Querida filha. O tom dele não era um dos melhores para ser mais exata, mas pelo menos não tentou nada contra o homem deitado sossegadamente em meu leito. No entanto, fechei a porta, seu olhar feroz tentou acha-lo de relance. Precaução era o melhor nesses casos. — Pode apelida-lo a vontade, segundo soberano. Sean revirou os olhos, impaciente por ser rígida na maneira de trata-lo. — Não me trate assim. — Olhou-me firme. — Não tenho culpa da sua futura descendência. — Não estou preocupada com isso, nem eu ou meu escravo. Riu curto, de forma irritantemente debochada. — Escravo? — Ficou absurdamente sério de uma hora para outra. — Quem o salvou?!? Quem o alimentou?!? Bancou a cozinheira dele, será assim sua aliança com essa coisa verde? Questionou exasperado. — A minha prioridade é zelar pelo o que adquiri com muita persuasão. Mantive a calma, assim podia lidar com sua raiva de líder. — Quando ele estiver completamente sadio será do jeito que eu impor, não se preocupe. Fez muxoxo, negando com a cabeça. — Engana-se, ele vai te dobrar, se tornando uma amante, e somente esse tipo de relação que vocês terão! — Por que não se conforma logo? — Falei entre os dentes. — O quê te incomoda tanto? — Ainda me faz essa pergunta, és muito inteligente, existe duas raças em seus genes. — Meu tio me deu seu aval. — Secan fez isso por não ter mais jeito, já que conseguiu burlar as regras. — Se arrependeu de ter a mim? Ele estreitou os olhos, como se não acreditasse na pergunta. — Como pode dizer-me tal asneira? — Se não fosse Naira, vocês nunca sairiam disso. Então acredito que nunca tenha se arrependido da sua escolha, porém existe algo que o faz ter repulsa da minha prioridade, mesmo sendo um direito meu, minha vontade. — Esse verdão quer tirar você da minha proteção, vai virar uma concubina barata a troco de nada. Sem amor, sem merda nenhuma. Apenas sexo ditará as regras desse joguinho interminável da luxúria. Despejou secamente. Quase que me senti derrubada com suas palavras perversas. Me mostrei atenta e distante das suas provocações. — Se continuar por esse caminho, aí que vai me perder mesmo. Passei por ele, achando que viria atrás para pedir desculpas. Todavia, Sean era capaz desse ato. De não se redimir. *** Mas tarde, ao voltar pro meu aposento, encontrei Senil. Ele parecia entusiasmado. Com certeza não era porque havia ganhando um alien de presente. — Oi irmão, esteve sumido por um dia inteiro, ontem dormiu aonde? — Advinha. Parou, removendo a coroa de sua cabeça e pondo na minha. — Onde achou isso? — Peguei-a, reparando nela rapidamente. — Não é a minha de princesa, essa é mais pomposa. Tipico de uma.... — Rainha. — Completou sorridentemente. — Sabia que Marte ficou sem um rei? E para dar um basta naquela confusão eu me auto declararei líder provisório, assim podia escolher um dentre o povo marciano para reinar. — Humm... — Cruzei os braços pensando na sua enorme ousadia, um híbrido se colocando no trono, mesmo que seja por pouco tempo. — Estratégico, como sempre, querido irmão. — Somos, nós dois. Não é a toa que reivindicou o prisioneiro como seu consorte. Sabe... Ficou ali pedido em seus pensamentos de futuras realizações. — Senil... — E se o seu amante virasse um rei respeitado? Força, vigor e pinta de liderança ele possui. — Além de inúmeras qualidades... — Deixei escapar, mas o meu irmão preferiu ignorar. — Pois bem irmãzinha... Sendo um príncipe, ser da realeza, posso oferecer esse cargo ao guerreiro verde, só temos um agravante. — Qual seria? Quis saber, ficando super curiosa com essa informação. — Que teriam que viver suas vidas amaziadas em outro planeta. Precisamente em Marte. — Papai ia dá um treco. Olhei pensativamente para o lado. — Meu prazo para a escolha é curta, é você que decidi se quer virar rainha de Marte, pois ele podia ir, e você ficar. Não precisa ficar sendo dominada por instintos sexuais ao lado de uma alguém que não se ama. Pense bem, Salita. Esse conselho só te serve se quiser se livrar dele, já fez sua parte salva-lo, pode atuar novamente, libertando por igual aos dois. Mas... saiba, que se ele for sozinho, se casara com uma fêmea daquele planeta. São as normas, um soberano não pode ficar sem esposa. Aquele rei pirata tinha uma dúzia de mulheres a sua disposição na qual enganava aquela gente. O pavor que eles tinham não deixavam questionar essa obrigação. E nenhuma gerou herdeiros. Fiquei curioso como ele fez isso, queria saber, vou perguntar a mãe amanhã. — Podia ter buscado a verdade através delas. — Assim que souberam da morte dos cem guerreiros, elas abandonaram o castelo, sem levar um ouro sequer. Eram escravas, forçadas a viver longe de suas famílias. Umas tinham até esposo, contou um velho senhor da região. — Olha... Vou pensar no que me disse, só não gostei do meu escravo ir pra cama com uma outra mulher, afinal, ele me pertence. Seus olhos se focaram no meu rosto. Escondi qualquer sentimento que podia estar surgindo entre eu e Cavlask. — Não tente ler a minha mente, aprendi a bloquear igual ao seu pai faz quando quer. — Metida! — Acusou-me sorrindo. — Volte a dormir com seu homem. Ditou me provocando. — Sem brincadeiras, Senil. Ele riu mais um pouquinho, voltando a seriedade de costume. — Estou feliz que esteja em casa, maninha, mas só você tem a capacidade de escolher seu futuro com ele. Longe ou perto. O destino está te presenteando, dando-lhe a chance de escolher verdadeiramente sua vida. — Trocamos olhares tensos. — Durma bem. Beijou a minha testa, em seguida se afastou entrando no seu aposento rapidamente. Entrei repensando tudo o que havia escutado, decidindo o que era mais aceitável. Acertado a se fazer.
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