************* Capítulo 18 ***********
************** Cavlask *************
— Está delicioso, de os comprimentos a cozinheira. — Comentei após ter engolido a maravilhosa sopa lotada de nutrientes.
— A cozinheira aceita o agradecimento.
Sorriu ela, tão lindamente, ao disponibilizar outra colherada em meus lábios. Ainda não podia me mover por completo, então sua ajuda para me colocar sentado chegou a ser sacrificante para a pobre, mas a teimosa seguiu assim sem querer que outra pessoa me tocasse. Achei uma atitude fofa vindo de alguém da sua estirpe.
— Então... — Limpou o meu beiço inferior. — ... andou cozinhando meu prato predileto.
— Oh... Não tinha ideia. Seja sincero, está de acordo? O tempero?
— Sim. — Disse-lhe ao afastar o toque terno.
— Que bom.
Se animou me dando na boca novamente. Degustei, apreciando o sabor intenso antes de engolir.
— Já fez isso antes?
Olhou-me de imediato.
— Claro que não. Duvido que a princesa tenha feito um prato típico para alguns membros da sua família.
Apertou os lábios saborosos, querendo prender o sorriso lindo.
— Se sinta privilegiado meu querido amante sorteado.
Deu-me o resto do jantar. Nossos olhares presos um no outro, como dois imãs. Salita me cativava cada vez mais, era impressionante sua capacidade feminina de ser tão docemente carinhosa por alguém da minha linhagem rebaixada.
— Deseja água, vinho... Uma outra bebida?
— Água por favor.
Sentada do meu lado, colocou o prato oval no suporte, perto da cama macia. Em seguida um recipiente comprido foi preenchido pelo líquido universal de todo ser vivente. Desse e dos demais planetas. Um objeto no meio da bebida era necessária para fazer a sucção.
Ao começar a sugar meu olhar parecia levá-la para outras dominâncias da realidade pelo qual estávamos presentes.
Terminado, passou o tecido de novo para me enxugar, aproveitei e capturei um dedo seu, chupando a pontinha.
— Ah... — Gemeu e logo a libertei.
— Por que faz isso comigo?
— Pra te estigar a me querer. Desejar-me como teu homem.
Abaixou o braço trêmulo, sentindo que existia um caminho para aquele coração. Ele se encontrava entre aberto, só restava escancara-lo. Se o sexo era a direção, iria por ele sem recuar.
— Não precisa...
— Sim, preciso. Por favor, me deixe ser seu do meu jeito. Não vamos tornar isso mecânico, podemos ter muito mais.
Abaixou a cabeça, pensativa.
— Nossa primeira vez foi assim pra você, guerreiro?
— Não... Em nenhum momento. Eu me entreguei verdadeiramente, possuiu minha alma princesa, naquele instante sabia que não podia ser de mais ninguém. Ou era tê-la para todo o sempre, ou a morte seria minha eterna amante.
Devagar elevou a cabeça, fixando aquele par de olhos sobre mim, de maneira sublime.
— Como sabe que me ama, se nunca amou? Ou...
— Jamais amei, e sei o que sinto é amor.
— Como? — Sussurrou-me meio confusa.
— Quando amar não precisará fazer essa pergunta minha princesa.
— Faz soar tão fácil.
Parecia querer chorar. Emotiva.
— Acredite, amar sem ter a noção que será amado não é nada fácil. Mas os apaixonados não desistem. Não podem.
— Por que? — Insistiu.
— Porque existe a possibilidade do alvo amado, venerado, sentir o mesmo.
Salita saiu da melancolia que sentia, exibindo uma forte magnitude da pontinha da auto confiança predominante em sua característica Real. Em outras palavras, não se demonstrou muito arrogante.
— Acha mesmo que pode controlar um sentimento tão límpido como o amor?
— Isso que fez por mim agora, se encaixa perfeitamente.
— Em que?
— O cuidado, princesa. Uma demostração afetuosa é profundamente apreciada pelo seu consorte. E não te obriguei a nada disso.
— Faz parte do meu dever, se eu reivindiquei seu corpo devo cuida-lo pessoalmente. É só de praxe. — Tentou se explicar.
— Pode externar do jeito que for, eu amei. Posso te fazer uma pergunta? Estou curioso.
— Prossiga escravo.
Esbocei um leve sorriso, notando como ficou encantada com a minha expressão.
— Me deu banho? Ou fui banhado pela suas servas? — Dei uma piscadela. Provocando-a.
A carinha de enfezada se fez presente. E queria morde-la por isso. Uma mordida de carinho.
"i*****l"
— Como consegue enviar palavras mentalmente? E o que significa essa palavra? Um xingamento terráqueo? Essa não foi a primeira vez que acontece. Mais um dos seus dons?
Engoliu em seco virando o rosto.
— Me recuso a tocar nesse assunto, me deixa desconfortável.
A senti bastante tensa.
— Tudo bem, então deixemos de lado. Não deve ser muito importante.
Seu olhar me buscou enigmaticamente. Como se quisesse explicar o fenômeno.
— Eu te banhei sozinha, satisfeito?
— Muito, mesmo que não me recorde dessas mãos delicadas ensaboando toda a minha nudez.
— Não foi nada demais, se é que você pensa.
Deu de ombros.
— Pode ir dormir agora, precisa descansar.
— Dormiras comigo?
— Lógico, és meu protegido.
Recebemos batidas na porta.
Levantou-se imediatamente para atender.
— Seu jantar princesa.
— Obrigada.
Salita pegou um objeto de rodinhas para dentro do cômodo, fechando a porta com o pé. Após colocar no centro deixou ali para vim endireitar a minha coluna sobre o colchão.
— Obrigado mestra.
Nossas bocas pararam a centímetros de distância, e o desejo explodiu em mil pedaços em meu interior.
— Quer um beijo meu, servo? — Murmurou cheia de charme.
— Sim, ou morrerei aqui mesmo se não me conceder esse milagre.
Sorriu graciosamente raspando aquela tentação doce contra minha carne recém desperta.
— Beije-me por favor... — Implorei sem nenhuma vergonha.
Sua boca colou na minha, e suavemente abrimos espaço para que nossas línguas se mesclassem numa dança lenta, castigadoramente excitante. Carregando-me ao paraíso em questões de milésimos de segundos, tanto que pude sentir o primeiro traço da paralisia perdendo o efeito, sendo assim levantei o braço. Usando a mão tatiei as madeixas, de repente agarrei pondo força em demasiado. Ela gemeu sôfrega, nesse contato diferenciado arregalamos os olhos em conjunto, dei outra puxada, emitindo mais firmeza. Salita gemeu com mais intensidade, fechando os olhos. Imitei-a, afogado naquela dimensão de emoções cada vez mais submersas.
Claramente a força adquirida não estava totalmente restabelecida, portanto podia usufruir de uma dosagem normal de um único homem. Sendo assim brinquei com ela, sentindo que aquele puxar a agradava. Tanto que os seus beijos se tornaram mais dominantes, provocantes, trocando a posição de poder, transformando em seu submisso. Uma categoria da qual não desejava sair, então parei de aplicar dominância.
Minutos depois paramos bem devagar aquele beijo tempestuoso, atormentado, retornando ao ponto de partida até finalizar com um selinho molhado. Quis mais, demonstrei isso movendo a boca até a dela, porém se afastou, nivelando o corpo, exibindo sua extrema beleza.
— Vou trocar de roupa.
Se distanciou, para pegar um modelo fino do seu amontoado de vestimentos. Enfileirada juntas.
Salita se virou, tirando sua peça do corpo bem na minha frente. Seduzindo-me.
Respirei fundo ao avistar sua silhueta nua, pondo aquela transparência. Depois arrastou sua refeição para a mesinha, e iniciou o seu jantar olhando-me daquela maneira impecável.