Meu Consorte

1060 Words
************ Capítulo 17 ************ ************** Salita *************** Foi impossível segurar as lágrimas, haviam torturado Cavlask muita além da conta. Durante três longos dias, brutalmente castigado, severamente punido na masmorra; a pele verde continha alguns hematomas rochas, outras vermelhas, um dos olhos fechado pelo inchaço. Tentei me recompor, não adiantava ficar sofrendo. Deitado no colchão macio, cercado de mimos pela sua protegida, o guerreiro repousava. Sem se dar conta do que estava ocorrendo em tempo real com ele. Quando eu e os guardas o achamos, encontrava-se numa situação deprimente. Pendurado pelas correntes, braços esticados, a cabeça caída pra frente, sangue verde escorrendo daquela antiga ferida aberta. Os guardas que foram comigo, lamentaram aquela visão grotesca a memória de uma princesa. Com total certeza de que não iria esquecer. Enquanto ordenava-os para removê-lo daquele lugar deplorável questionei quem tinha feito aquilo, mas lógico que responderam de imediato. O carrasco, a serviço dos soberanos. — Hummm.... Ele gemeu, na certa sentia a ardência das ervas medicinais em formato de pasta. Administrada e feita pelas minhas próprias mãos, não quis um cientista dosando o que sabia nos estudos de anos atrás. Aprendi, portanto adquiri entendimento no que era melhor para o meu consorte, ninguém poderia tocá-lo além de mim. A ideia de posse me pegou em cheio, e agora não ia abrir mão disso. Me sentia poderosa, no controle dessa relação. Bem distante do que era dito do resquício daquela maldição. — Onde estou? — Perguntou sem abrir o olho bom. Do pescoço pra baixo completamente imóvel, devido o remédio em processo de cura. — Comigo, no meu quarto. Peguei você pra mim meu salvador. Podia ter colocado seu imenso corpo na cápsula de cura, mas não existe maquinário adequado ao seu tamanho. Gigante. — Então... Culpa desse formigamento é devido o seu medicamento. — Sim, e não se preocupe. As plantas são compatíveis com a sua genética marciana. Não ficará com sequelas, muito menos tocar nas propriedades do elixir carregado em suas veias sanguíneas. — Entendi cara princesa, mas como convenceu os reis de Saturno a me tirar do calabouço? Em meus pensamentos, o meu destino já estava selado. E o que queria dizer quando mencionou que eu sou teu? — Simples, convenci meus soberanos que posso resolver o meu próprio destino. E agora você é meu, guerreiro. Esse fato te incomoda? — Não... Quer dizer... Não compreendo. — Te livrei da morte certa, estou demonstrando gratidão pelo seu favor. — Então... tudo se resume em apenas gratidão. Teve pena de mim, por isso me resgatou. Um ato misericordioso, devo simplesmente agradecer a minha mestra? Virei teu servo, e nada mais que isso. Em seus lábios destilou um profundo ressentimento. — Estranho... Tenho a impressão que desejava ser enforcado, invés de ser submetido a uma mulher. Isso te ofende bravo pirata? — O quê me atinge... Não é o fato de ter virado um escravo seu, e sim pela certeza de que nunca terei o seu amor Salita. Seu respeito. Sou um nada pra você, e sua família. Fiquei sem saber como debater esse argumento. — Ficarás bem, meu consorte. — Ditei democraticamente. Levantei da cama olhando pra ele com um aperto sufocante no peito. O que era isso? O que eu sentia de verdade por esse ser que eu salvei? — Já vai? — Vou buscar o seu alimento de recuperação. Praticamente só pode mover a boca e o olho, estou espantada porque ainda não o abriu. — Tenho vergonha da minha condição. — Então preferia mesmo ter morrido?! — Sabe a resposta meu amor. E só a princesa tem o poder de muda-la. — Está querendo me forçar a nutrir sentimentos amorosos pela sua pessoa?!? Relatei ficando com raiva. — Não Salita... Não se pode obrigar a ninguém a amar outra pessoa. Ou você sente ou não sente, mas posso conquista-la. Sendo assim posso ter esperança de que nosso envolvimento poderá ser muito mais do que uma simplificada junção de dois corpos. Quero te amar em longa escala, te fazer minha fêmea. Roubar-te a alma. — A alma pertence ao seu dono de origem. Ou seja, não vou me apaixonar, se é isso que espera de mim. Meu coração galopou dentro do peito após despejar essas palavras. — Fique contente, e sinta-se um sortudo pela minha benevolência. Caiu nas graças da princesa, outro na sua posição não teria a mesma sorte. — Dita como uma excelentíssima Rainha. Não é pra menos, possui o sangue legítimo da realeza, e da salvadora da nação saturniana. Nasceu para reinar um mundo só seu, minha amada princesa. Que pena não posso lhe conceder tal acontecimento. — Estou contente com o rumo da nossa história, alegre-se comigo humilde servo. — Ficarei, quando me recuperar totalmente, e ter a chance de sentir a sua galopada outra vez. — Murmurou excitantemente. Aquilo me atraiu ao ponto de sentir a i********e gotejar naquele instante. O pulsar enigmático retornando, como se não bastasse tê-lo ao meu dispor, a necessidade de ceder, ser possuída vorazmente ditava o rumo da minha respiração... Saindo ofegante. Cavlask sugou o ar para dentro dos pulmões, em decorrer soltou aquela respiração profunda, presa. Fazendo o movimento do peitoral inflar e desinflar com elegância. — Seu cheiro de fêmea é delicioso. Quero ter o prazer de provar primeiro antes da sua montada. Pode me dominar depois disso. Posso lhe conceder essa sensação, princesa? — Vou... — Andei de ré, querendo fugir dessa fantasia s****l fora de hora. — ... pensar no seu caso. Retornarei brevemente com o seu jantar. — Não sairia daqui nem morto, aprecio os seus cuidados minha mestra. — Estou indo. Sai dali rapidamente pelo corredor, dispensando os guardiões. Não precisava de ninguém me seguindo o tempo inteiro. Futuramente Cavlask será o único que irá fazer a minha escolta. Ele tem a força de cem homens, homens suficiente, muito além do que podia imaginar ter na vida. Busquei na cozinha os alimentos de Marte, conforme solicitei mais cedo. Dispensei as cozinheiras de plantão. Comecei a preparar conforme dizia a receita, peguei o jeito rápido. Logo, carreguei a bandeja, sendo observada pela equipe culinária de boca aberta. — Podem retornar aos seus afazeres, e não diga a minha família sobre isso. O silêncio de vocês será recompensada. — Agradecemos a generosidade princesa. Caminhei com um sorriso triunfante nos lábios, era empolgante cuidar de alguém querido.
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