************ Capítulo 16 ************
************** Salita ***************
Surgi diante dos meus Reis, eles pareciam mais austeros do que antes, completamente altivos, donos de si.
— Muito bem, agradeça a nossa amada Rainha por essa petição no meio da tarde. Mas seja breve, princesa. Temos uma execução pra efetuar.
Meu pai nunca se mostrou tão sinistro a esse ponto, não na frente da sua filha. Então vou mostrar o meu lado mais frio e arrogante possível. Só assim para se igualar a soberania deles.
— Falarei, sendo a princesa que sou.
Coloquei os braços para trás, ajeitando o corpo. Tendo um comportamento de uma mulher já feita.
— Prossiga, princesa Salita. — Discorreu Secan.
— Pois bem, chegando a conclusão de que o guerreiro visitante...
— Em outras palavras, o sequestrador de virgem. — Ditou raivosamente o rei segundo, caracterizando seu olhar feroz.
Daria medo a qualquer pessoa, mas eu estou aqui para salvar um homem de um enforcamento. Tudo por querer me ajudar a troco de nada.
— Que seja. A filha de vocês mais cedo ou mais tarde acharia alguém para se amaziar. Achavam que podiam conte-la na idade de maturação?
Seus olhos quase saíram das órbitas por essa verdadeira constatação.
— A nossa menina nem tinha ideia do que era estar com outro homem antes, nunca deixamos um contato desse tipo ocorrer. A protegemos como convinha a nós proteger, faríamos de tudo para zelar sua virtude. — Relatou o primeiro rei.
— Nunca permitiram contato masculino, fora os irmãos e os patriarcas. Tudo por causa de uma maldição, pela qual acharam melhor esconder da principal intitulada. Como puderam fazer isso?
Comentei seca, escondendo a mágoa por trás das palavras.
— Isso não vem mais o caso, a princesa veio tentar nos convencer a liberar aquela maldito que desonrou essa casa, e a toda a população de Saluti. Imagina... — Secan passou os dedos no queixo, olhar fixo. — Um marciano trepando com uma saturniana.
— Fiquei sabendo que os reis presentearam mulheres da sua raça legítima em prol da fuga da princesa. Ou seja, várias delas tiveram que se submetidas como escravas sexuais daqueles seres perversos. Pensaram friamente nisso antes de fazer o trato com o rei pirata?
— Elas se sacrificaram para salvar a vida da princesa, e fariam tudo novamente se os reis pedissem esse grande favor. — Discorreu Sean. Buscando ficar mais calmo.
Repensei num jeito rápido de ser obrigatoriamente aceito o meu pedido. Uma brecha, uma cláusula.
— Se não tem mais o que redigir verbalmente podemos encerrar essa seção. Princesa, entenda de uma vez por todas. O forasteiro selou o seu propósito ao raptar o que era nosso de direito. Estava predestinado acabar dessa maneira. Ele escolheu, e se conformou. Se tem a força inabalável de cem homens, podia ter fugido, mas não o fez. Ele quer morrer, ele deseja isso. E nós daremos de bom grato esse...
— Pelas leis que regem esse planeta... — Soltei os braços para cruza-los em forma de X na frente do corpo, relatando uma significância na visão do povo de Saturno. Algo que a minha mãe me contou desde criança. — Existe uma cláusula pertinente que protege a liberdade de expressão.
— Prossiga. — Argumentou o primeiro líder, preocupado com a minha nova postura.
— Uma híbrida pode escolher seu próprio consorte e...
— Não! — Ditou severamente o segundo no comando.
— Eu... Princesa...
— Nãooooooo!!!!!
Seu berro soou tão alto que os guardas de fora desses portões, adentraram. Ficando alarmados com a possibilidade da força inimiga ter invadido o castelo de pedra.
— Podem ir, não a nada para se fazer aqui. A reunião é restritamente particular.
— Deixem! — Relatei.
Acenei com a cabeça para que participassem da cerimônia de reivindicação. Mesmo tímidos, por receberem ordem de uma princesa, resolveram obedecer já que o rei não se prontificou a negar a nova ordenacia. Sobrepondo-se a sua.
— Salita.... — Disse o meu nome trincando os dentes. — Não vou compactuar com essa b**********e. Vocês são de raças e mundos diferentes! Não combinam!
Olhei-o furiosamente.
— Quando eram príncipes seus reis o mandaram escolher a futura rainha de Saturno, e vocês não pensaram duas vezes antes de escolher uma da Terra. Raças e mundos totalmente diferentes!
— Aquilo era uma situação especial, fomos atraídos para a Naira. Irrevogavelmente. E não podíamos escolher uma moça saturniana por causa da praga. — Expressou o rei de forma culta e amorosa em referência a sua esposa.
— Então, misturar as culturas não será um problema. — Engoli em seco. Olhando meu pai se levantar do trono. Parecia prestes a esganar alguém, tamanho era o ódio estampado naqueles olhos azuis. — Eu... Princesa híbrida, metade humana e metade saturniana, estou reivindicando o prisioneiro Cavlask como meu consorte.
Soltei o ar após despejar o meu pedido de soltura. Olhando-os com enorme ansiedade, coração batendo a mil. Sentia como se tivesse pedido a eles o marciano em casamento. Sendo que não era exatamente isso que ocorrera, mas servia para encobrir o restante da maldição. Assim o guerreiro não correria mais perigo.
— Jamais permitirei...
Os anciões vieram por detrás da porta secreta, espantando os reis.
— Ouvimos o desejo da princesa, e não podemos descarta-la. Olhe.
Um deles levou o pergaminho ao Sean, que pegou lotado de fúria. E com apenas um passar de olho, viu que nada poderia fazer para me impedir. Sou legalmente livre para escolher quem eu quiser.
— Vai condenar seu sangue mágico, único, especial. Mesclado-se eternamente com aquela figura verde? Um ser tão inferior... — Balbuciou ele, quase amassando o documento milenar.
— Achou o mesmo da Naira, lembra-se?
Catuquei-o na antiga ferida. Minha mãe me contava tudo.
Aquele olhar arrependido brotou-se em meio a sua ira. Podia jurar que havia lágrimas brotando nas suas pálpebras, elas tremiam. De repente os olhos ficam perdidos, como se voltasse naquele tempo. Sofrendo amargamente por algo do seu passado.
Se jogou no trono, e quando estava prestes a rasgar o papel, o ancião responsável pegou, antes que fosse destroçado em vários pedaços.
Eles saíram logo em seguida. Sabiam que a princesa se encontrava liberta das regras desse reino, sendo assim podia seguir o seu próprio caminho. Nada e ninguém podia atrapalhar a decisão dela. Minha decisão.
— Bom, se não temos mais o que dizer, vou me retirar.
— Vocês. — Apontou o rei supremo para dois dos seus seguranças. — Acompanhem a princesa ao prisioneiro, e façam tudo o que ela mandar.
— Sim, meu rei! — Disseram eles.
Menearam suas cabeças em respeito a ele, depois a minha pessoa.
Redirecionei ao rei, que ainda me contemplava com carinho, embora contido.
— Se tornou uma força tempestuosamente agradável. Convicta das suas virtudes. Daria uma excelentíssima Rainha, minha princesa.
Reverenciou a mim pela primeira vez.
Sorri, agradecendo silenciosamente.
Antes de sair para buscar o que me pertencia, passei o olho no meu pai. Ele parecia realmente triste. Devastado.
— Pode ir, Salita. Não se preocupe com o meu irmão, tudo ficará bem. Eu prometo. Vá, e aproveite sua vida adulta com o seu consorte.
— Obrigada. — Disse antes de me virar.
Os passos dos guardas vindo de trás de mim, virou um ressonar, avisando-me que estava perto de livrar o prisioneiro de um destino trágico. Sou a sua salvadora agora. Sua amante Real.