************ Capítulo 8 *************
************** Senil ****************
- Então, é isso. Se foi o guerreiro Cavlask, que raptou a princesa, será por interesse próprio. Aquele egoísta, só porque possui a força de cem homens dentro de si, se acha melhor que todos nós. Se tivesse a chance poderíamos armar uma emboscada, queria saber se ele sangra, ou é tão invencível como pensamos que seja.
Olhei detalhadamente a todos, somando-se a tudo que havia descoberto sobre o inimigo, brotando uma ideia nova em minha mente. Tão fervorosa que sem querer deixei escapar nos cérebros dos meus pais.
- Não! O combinado era mantê-los presos. - Reclamou Sean, meu tio.
- Não creio que seja um plano saudável, olhe para esses seres.
Naira chamou minha atenção. Olhando-os notamos como eles a consumiam através de gestos faciais grotescos. Amarrados não podiam se mover do pescoço para baixo, pois a corda era dotada de tecnologia saturniana. A medida que tentavam escapar mais apertada ficava, até esmaga-los. Por isso o melhor era ceder.
- Mas... Eles são da mesma espécie, embora não participarem do mesmo bando. - Comentou Secan, observando essas criaturas com desdenho. - Podem nos servir, se tiverem essa sede de rivalidade como dizem ter.
- Seus tolos! - Esbravejou o segundo rei. - Os prisioneiros só querem uma oportunidade de fugir, e pior, armar contra nós para pegar minha filha mais pra frente!
Sean nos olhava desacreditadamente.
- Nosso desejo em ter a pequena princesa não passou, estamos sobrecarregados pela maldição da bruxa, queremos ela, isso está fora de negociação. Porém, podemos abdicar por hora esse capricho luxurioso. Se nos soltar podemos caçar o separado da matilha, prende-lo, e tortura-lo por tempo indeterminado.
- Por mim, seria um acordo ótimo. E quanto a Salita?
- Senil! Você como irmão gêmeo não vai aceitar esse acordo descabido! Insano! Eu não permito!
Procurei evitar olhar meu tio, ele estava exaltado, emotivo demais. Não conseguia pensar com um pingo de estratégica.
O rei marciano sorriu maliciosamente.
- Lhe daremos três dias de vantagem. Podem esconde-la de nós para sempre, contudo uma batalha será gerada através dela. Isso será inevitável, e muitos morreriam por causa dessa maldição. Ou sedem ou muitos do seu povo morrerão! - Ameaçou trincando os dentes, como modo de intimidação.
- Que absurdo! Vou acabar com esse verdinho insignificante agoraaaaaa!!!!
Empunhando sua espada avançou, sem se importar se o vilão se encontrava impossibilitado de se defender do golpe. Sua intenção ficou clara ao atingir o pescoço troncudo do líder deles, nos não fizemos nada, não procuramos impedir sua gana assassina. Mas a atitude do segundo soberano foi interceptado por algo invisível, e impossível ao tato. Aquilo os protegia da morte, ao menos por enquanto. A magia antiga, morta, incapaz de ser manipulada por alguma feiticeira em nossa realidade atual.
- Mas... O que foi isso?!
Sua lâmina afiada rachou ao meio, e em seguida ao levanta-la super chocado, a peça esfarelou em camadas, transformando essa parte cortante em apenas pó cinza, espalhadas diante dos nossos olhos atentos.
Os salteadores da galáxia vibram o acontecido, saudando a antiga imperatriz Escarletiana. Pela profecia ser tão profunda ao ponto de torna-los praticamente imortais até consumirem a princesa. Sodomiza-la até o fim.
Pensei... Os cem foram protegidos, até a consumação do ato s****l com a princesa, ou seja, ela teria que passar de mão e mão. Chegando no último guerreiro, assim podíamos acabar com eles, mas isso significaria a morte dela. Minha irmã não aguentaria tanta selvageria.
- Estou com medo.
Minha mãe abraçou seu primeiro marido, e ele esboçando o rosto em espanto, a abraçou de volta.
- Decida-me meu filho.
Deixou tudo nas minha mãos.
Respirei profundamente olhando o desespero do Sean.
- Sobrinho... - Abaixou o braço, se distanciando da alegria daqueles seres odiosos. - Por favor...
- Permanecem presos, daremos um jeito de encontra-la nesse planeta.
Ele suspirou jogando a parte oca no chão.
- Os soldados permanecem vigiando-os. - Orientou meu pai.
Acataram as ordens prontamente, acabando com as risadinhas grotescas daqueles indivíduos.
Saímos em busca da Salita, pensando na razão do outro guerreiro ter sido atingindo e sangrado, mesmo tendo a força de cem homens dentro de si, conforme relatado pelo rei verde. O que me levava a crer, que este foi forjado após a maldição, talvez para esse propósito, ou para outros fins. Portanto, a bruxa não havia pensando nessa exceção, no desvio do destino final.
Enquanto caminhavamos entre o povo marciano, sem encontrar desavenças desnecessárias, pois somos escoltados pela outra parte da tropa de Saluti, deixei minha mente agir.
Olhamos o povo meio passivo, desconfiado e assustado a nossa frente.
Estamos munidos de armas dos pés a cabeça, sem vacilar, o ataque podia acontecer de qualquer dianteira, ou pelas costas.
Então... Se esse tal Cavlask possuir sexualmente a minha irmã, tirando dela o lacre virginal, tendo cem guerreiros marcianos em suas veias, poderia liberta-la! Ela precisamente deve estar se sentindo atraída. Do jeito que a conheço deve estar usando sua raiva para se manter longe da tentação, lutando contra. Salita nunca desejou ser submissa de nenhum outro macho, mesmo quando não sabia que o conto contado pela nossa mãe era verídica.
Todavia, ficava óbvio que não se podia lutar contra, e pela regra da maldição ou profecia, esse raptor em questão, teria o direito de reivindicar a princesa para si. Seria uma forma mais aceitável de romper a feitiçaria. Merda! Detestava estar certo a respeito disso.
Escondi meus novos pensamentos, sabendo que a minha família jamais aceitaria ter um marciano na família, fora que o dizer tinha um ponto específico " serás de cem homens... e não terás nenhum marido" O quê esse detalhe especificamente revelava? Quer dizer que a princesa ficaria amasiada sem poder se casar? E esse guerreiro, ficaria com a minha irmã depois de consumar o ato? Ou ia abandona-la depois de livra-la da maldição? Ahhhhh!!!!!
Minha cabeça ferve de dúvidas e serás.
Preciso me concentrar no foco principal, achar Salita, convencê-la a se deitar com esse... ARGH! E depois acabar com a raça daquele líder e seus comparsas. Quando tudo chegar ao fim, o que acontecer no decorrer estarei aqui para apoiar a minha única irmã. Seja como for, estarei aqui para ela, por ela.
- Está muito quieto meu sobrinho, se encontra arrependido da decisão?
Fitei-o ajeitando a arma de laser de grosso calibre. Uma modalidade nova desenhada pelas minhas mãos.
- De jeito maneira, porém as cordas não vão segura-los por muito tempo.
Sua cara mudou drasticamente.
- Apressemos os passos! Temos que vasculhar cada cantinho de Marte.
- Isso, se a população marciana deixar sem confronto, mas parece que eles querem nos enfrentar. - Ditou Secan, preocupadamente.
Naira e ele ficam em pose de luta. A tropa apontando as armas letais.
- Atenção, troquem suas formas de ataque. Eles não tem culpa da liderança contraditória desse planeta. - Alertou o rei central de Saturno.
Fomos cercados por aldeões, aqueles que pareciam amigáveis, mas que agora exibiam tocos cheios de aço nas pontas, arpões e espadas fracas.
- Não são bem vindos a Marte! Atacar! - Berrou um deles.
Eu e Sean sorrimos diabolicamente, escolhendo manejar o mesmo nível de luta deles. Uma emoção descontraída antes de chegarmos nela.
"Espere mais um pouco irmã, vamos até você, isso é só um contratempo"