• Irmã mais nova.

1222 Words
Eu sabia que ele iria ganhar, ele era bom. Ele ganhou uma medalha, bem bonita, algo simples, mas para ele, parecia grande coisa, acho que ele conquistou o mundo hoje a tarde. — Você viu o meu lance? Teve uma hora que eu pulei tão alto que pensei que iria voar. — Riu, ele estava mesmo contente. — Eu vi. — Digo, olhando a rua. Estávamos voltando para casa, já era escuro. Eu disse que não precisava ele vir até a minha casa, mas ele insistiu, disse ele que não deixaria uma dama ir para casa sozinha, tão fofo, tem vez que não me arrependo nem um pouco por gostar dele, porém, se esse sentimento não existisse, poderia viver a minha vida sem tantas expectativas. — Você parece meio... longe. — Estalou os dedos na minha frente, para que prestasse atenção nele, m*l ele sabia que enquanto ele falava eu só pensava nele, só não gostava de o encarar sempre, isso me causava algo no estômago e me deixa envergonhada e vermelha. — Sei lá, só estou cansada. — Não dei a mínima. Ele parou, senti a sua mão no meu queixo, levantando minha cabeça, segurando meu rosto para que olhasse nos seus olhos. A sua proximidade, me causava tremor, de uma forma boa eu acho. — Você pode me dizer tudo ok? — Ele deslizou a sua mão por todo o meu cabelo preso. O meu corpo com certeza se arrepiou todo com o seu toque. — Eu sei disso. — Abaixei a cabeça novamente. Ele me puxou para mais perto ainda, me encaixando em seus braços. Ele apoiou o seu queixo na minha cabeça, se alguém visse a gente aqui, pensaria que somos um casal com toda a certeza, agora entendo o porquê a sua namorada odeia tanto a gente. Ele me abraçou por alguns minutos, ficamos em silêncio e eu não entendia o motivo dele estar fazendo aquilo agora, eu afastei-o, por mais que desejava ser abraçada por ele por toda a vida. — Agradeça a sua mãe pelo bolo, os garotos adoraram. — Sussurrou. — Íago. Vão pensar que a gente é um casal. — Coloquei uns fios de cabelo atrás da orelha. Ele começou a gargalhar bem alto! Eu não sei como não acordou a vizinhança. — Por que pensariam isso? — Parecia não acreditar. — Eu te vejo com uma Irmã, e irmãos podem se abraçar. — Abriu o seu sorriso, mas dessa vez doeu. Uma dor tomou conta do meu coração por alguns minutos. A música da Ashe, Moral of The story, começou a tocar na minha cabeça. Será que ele era tão cego ao ponto de não notar o quanto isto me machucava? No final, ele está certo. Me vê apenas como uma irmã, sempre me verá como alguém mais nova, e nada além disso. Hoje a tarde, quando teve aquela raivinha, deveria ser por isso, ciúmes de irmãos, ele tem namorada, ele não vê desse jeito... Quem é Glenna Sug, perto do garoto Íago, O menino do Vôlei, que tem todas as meninas aos seus pés? Sou só alguém que tem a sua atenção, mas mesmo tendo ela, não queria que fosse desse jeito. Aquilo me quebrou, fiquei em ênfase, não sabia o que dizer, o que fazer, fiquei parada só o encarando. — Glenna. — Chamou o meu nome. Engoli a seco as lágrimas que estavam a ponto de saírem. — Você está bem? Você parou do nada. — Eu já disse que estou. — Respondi, curta e grossa. — Eu só quero ir para casa! — Revirei os olhos. — O que deu em você? — suas sobrancelhas juntaram-se. Resolvi não responder. Continuei andando como se nada tivesse acontecendo, como se ele não estivesse do meu lado, como se ele não tivesse acabado de dizer que vê apenas como uma irmã, uma criança boba. Não sei porquê, isso me tirou do sério, perdi a minha paciência em um só instante. — Ok, vamos em silêncio então. — Disse ao meu lado. Estávamos perto da minha casa, acho que estavamos apenas um quilômetro de distância. O que me deu uma felicidade tremenda, ele me levou até o portão como prometido, quando tentei abrir a porta, ele me impediu segurando minhas mãos. — Obrigado por ir hoje. — Ele piscou. — Tudo bem, irmãos fazem favores aos outros. — Digo isso usando um pouco de ironia, mas acho que ele nem notou. — A gente se vê, então. — Deixou um beijo na minha testa. Aquele beijo passou uma eletricidade por todo o meu corpo, a raiva que me consumia, agora queria pular de alegria, será que é tão estranho estar apaixonada? — Segunda, vou jogar vôlei, vem comigo. Eu não conseguia dizer não, não para ele. — Íago, eu m*l sei jogar. — Cruzei os braços, arrumando uma desculpa fácil, nunca aprendi esse esporte mesmo. — Eu te ensino, te ensino tudo que precisar. — Então, me ensine a beijar você. — Sussurrei baixinho, ele não escutou, era impossível ele ter ouvido. — O que disse? — Franziu a testa. Fiquei totalmente sem graça, no mesmo minuto. — Disse que você poderia me ensinar a arrebentar como você. — Menti. — Ahh... — Mexeu nos seus cachos. — Ok, você será uma "Íaga". — Riu. — Que nome ridículo. — Gargalhei. — Combinou vai. Nossos olhos se encontraram, um ao outro. Ficamos nos olhando de novo, e de novo, eu não sei o que estava acontecendo ali, até... — O que estão fazendo aí parados? — Myra colocou sua cabeceira loira na frente, o que me fez ter um imenso d****o de extermina-la. — Oi! Myra. — Íago se distanciou de mim, um pouco sem jeito. — Oi Íago. Como foi o jogo hoje? — Pareceu animada. — A minha irmã não me deixou ir. — seus olhos me perfuraram todinha, parecia brava. — Foi muito bom, Myra. Ganhamos, como sempre. — Deu de ombros. — Eu... vou indo. — Se girou. — Tchau meninas. — Acenou e foi embora, andando pelas ruas com sua calça jeans claro e uma blusa mostarda. — Sonhando acordada, GLENNA? — Myra perturbou, enquanto eu via Íago se distanciando. Não liguei para o que ela disse, entrei em casa tentando esconder um sorrisinho bobo que lutava para aparecer. Mamãe estava na sala, assistindo Friends, toda jogada no sofá. Subi as escadas devagar, mas ela notou a minha presença. — Glen, como foi? — Gritou, o que me fez voltar um pouco os degraus. — Foi legal, Íago ganhou. — Esse é o meu garoto. — Mamãe bateu as mãos. — Ele gostou do bolo? — Amou mamãe, será que posso ir para o meu quarto? — Estava apressada, eu estava mesmo cansada. — Vai, boa noite filha. — Ouvi a sua voz, um pouco fofinha. Subi as escadas em rapidez, não sei como não levei uma queda. Entrei no meu quarto e lá me tranquei, aí sim, o sorriso saiu para fora. Eu pulei em cima da cama, comemorando o momento que acabei de ter com o meu garoto favorito, o meu príncipe perfeito. O r**m era que ele não via como sua princesa, só era uma menina em meio a tantas meninas, só que dessa vez... eu tinha a atenção dele... de uma forma diferente.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD