O Garoto do Vôlei

• Íago

— Não sei, ele me pareceu simpático.

Ele mexeu no cabelo, girando a cabeça de um lado para o outro em sinal de negação.

— Ele não é simpático, ele é galinha.

— Tá! Tudo bem, Íago. — Ele me pareceu bravo, mas podia ser coisa da minha cabeça, afinal eu posso estar vendo está situação de uma maneira diferente, não é ciúmes... não é! Por que ele estaria com ciúmes?

— Tudo bem, eu preciso treinar. Você poderia esperar fora da quadra?

Agora sim, ele estava irritado e não podia negar para mim mesma. Ele basicamente me expulsou da quadra, e zero motivos. Talvez ele quisesse mesmo treinar, Deena não engoliria essa história desse modo, ela interpretaria do seu jeito, ela veria tudo como se fosse um filme, ela seria autora e diretora, diria que ele está morto de ciúmes, descreveria ele com fumaça nos olhos.

Será que ele estava mesmo com ciúmes de mim? Isso seria tão estranho e tão legal.

— Eu já vou. — Digo, um pouco decepcionada, se ele estivesse bravo comigo por isso, pelo garoto, eu tinha ficado contente.

Saí da quadra sem pensar duas vezes, dei uma última olhada para trás, e vi que o garoto ainda me observava de longe, ele girou o rosto para a bola quando notei a sua encarada. Continuei andando, decidi não ligar, poderia ter sido nada. Me sentei no banco, perto da quadra. Os garotos começaram a treinar, era interessante ver como eles eram bons, se eu tentar não consigo fazer nem com que a bola saia para fora da rede. Íago é o melhor, talvez ele ainda não saiba, um dia eu posso contar o quanto ele é atraente fazendo o que gosta. Quando ele fazia uma boa jogada, ele mostrava um sorriso lindo, e uma comemoração estranha realizava com os amigos. A alegria dos meninos foi por água abaixo, quando os garotos adversários chegaram, eles eram altos, no rosto deles a expressão era fechada, achei eles um pouco prepotentes, como se fosse os melhores, eles todos usavam roupas combinando com estrelas, o que achei super cafona. Íago e o seu time também usavam uniforme, porém não contia estrelas e nenhuma frase como "Nós somos os melhores". Íago assim que viu os garotos, manteve o seu olhar naqueles homens, ele deveria pensar o mesmo que eu, pelo modo em que encarava os garotos que chegavam, eu ri pelo seu jeito um pouco debochado de observar. O jogo ainda não tinha começado, Deena me ligou. Levantei-me e fui para um pouco longe da quadra, algumas meninas tinham chegado também, estavam bastante arrumadas para o jogo, me senti até simples perto das roupas que usavam.

— Oi! Deena, o jogo vai começar agora, não posso conversar. — Digo, olhando os garotos se preparando.

— Cala a boca e me escuta, Ian voltou. — Gritou no telefone.

— Ian? — Alarmei.

Não era POSSÍVEL!

— O próprio. — parecia eufórica. — Ele me ligou, disse que queria me ver.

— Você vai? — Questionei, um pouco risonha, queria que eles fossem certo um para o outro.

— Você acha? — Disse como se fosse óbvio. — É Claro que não vou. Foi ele que pediu o término. —

Sei que ela deve estar rindo na sua casa agora, vendo as publicações antigas com o garoto, imaginando o quanto eles foram felizes. Quando eles terminaram, Deena escreveu três livros de 250 páginas, dizendo o quanto foi doloroso para ela. Eu tive que ler... TODOS OS TRÊS. Não foi r**m, talvez se o livro não focasse tanto no seu término... seria interessante.

— Tudo bem, o que pretende fazer?

— Deixar ele mofando, no lugar onde ele marcou. Desse jeito deixarei claro que não quero mais nada. — Afirmou, irritada.

— Você não quer nada? Tem certeza? — Adorava fazer esses joguinhos com ela, a deixa em dúvidas das suas ideias malucas. Ian não era alguém r**m, Deena e ele pareciam queijo e goiaba, bons separados mais uma delícia juntos, tem pessoas que não gostam, outros adoram, eu sou uma dessas que amam. Um pode ser salgado demais, outro doce demais, mas ficam um equilíbrio quando estão juntos. Deena é agitada, Ian é calmo, perfeitos juntos. Íago e eu, nem sei o que somos. Devemos ser água e azeite, não tem mistura. Um sempre estará em cima, o outro embaixo.

— GLENNA! — Ouvi a sua voz. Quando o vi, ele olhou para quadra, mostrando que o jogo começaria.

— Tenho que ir, o jogo vai iniciar.

Desliguei o telefone, e corri para próximo à quadra. Me sentei numa banca próximas de algumas garotas. Elas vestiam uma blusa enorme com a Letra "I", será que era de... Não, coisa da minha cabeça de novo, estou andando muito perto de Deena.

— Está torcendo para que time? — Uma das meninas tocaram no meu ombro.

— Estou torcendo para o meu amigo. — Apontei para Íago, que fazia o seu primeiro saque.

— Íago Reynolds?

— É. — Concordei com a cabeça.

— Também estou torcendo para ele. — Mostrou a blusa. — I de....

— ÍAGO! — Completei. — Talvez eu não deva desconfiar da minha cabeça o tempo todo. — Disse, baixinho.

Eu não posso mentir, fiquei com ciúmes da menina, na verdade, de todas. Não tinha feito blusas em homenagem ao garoto, por mais que achei meio "f**o", acho que não usaria algo desse tipo, mas elas tinham e eu não, elas poderiam chamar a sua atenção. Só tinha um bolo, que a esse ponto, deve estar frio. Elas tinham feito plaquinhas escrito "Vai Íago, você é o melhor", certo, elas deixaram bem claro para quem torcia. Muitas pessoas foram chegando, jogos realmente chama atenção das pessoas. Íago parecia muito concentrado, o time adversário era muito bom, no começo eu não entendia nada, mas a menina que estava do meu lado, dizia algumas regras para mim que me fazia entender. Íago fazia de tudo para defender o seu time, se jogava no chão, pulava alto, caiu muitas vezes e não permitiu que a bola entrasse na sua parte da quadra, foquei os meus olhos apenas nele, e cada movimento que fazia eu acompanhava-o. O time adversário marcava alguns pontos, Íago demonstrava um pouco de insatisfação, no entanto, seu time continuava na frente. Comecei a pular como fazia as meninas, até cantei uma música que elas inventaram, era algo como "Íago é o melhor, em todo o lugar do estado". Ele riu, riu muito, os seus olhos encontraram-me em meio as meninas, e foi aí que os cantos da sua boca transformaram-se. Tivemos uma pequena pausa, iria conversar com Íago, dar os parabéns, as meninas foram primeiro, todas de uma vez foram abraçá-lo, eu sabia que ele era famoso, mas não tanto, isso fez com que sem querer eu revirasse os olhos. Ele comemorou com as garotas, e quando os seus olhos me acharam mais uma vez, andou devagar pela quadra enquanto a sua visão permanecia em mim. Quando os seus pés, já estavam fora da quadra disse...

— É sério que não mereço nem um abraço?

Eu olhei para o lado, ainda segurando o riso alto que eu queria fazê-lo ouvir. Cruzei os braços na sua frente, me fingindo de durona. Só que não resisti o brilho no seu rosto, corri mais rápido e o abracei. Ele tirou-me do chão, me girando pelo ar.

— ÍAGO, me coloca no chão. — Gritei, enquanto ele girava todo o meu corpo.

— Aí Glenna Sug. — Me colocou no chão, enquanto fitava o meu rosto. — Você é a melhor. — Deixou um beijo na minha bochecha.