• Dia das garotas.

933 Words
— E então ele disse que a gente poderia voltar, só que ele ficou dois anos fora, e depois me disse que poderíamos conquistar o tempo perdido. Disse mais, que todos esses anos, pensou em mim, tentou encontrar em outras meninas, alguém como eu. Acredita que ele disse que namorou uma menina chamada Daniella? E só pensava em mim? Essa história eu não engulo. — Denna andava de um lado para o outro, enquanto eu a via pirar com Ian. — NÃO VAI DIZER NADA GLEN, irá ficar rindo aí? Eu encontrava-me deitada, vendo a garota surtar no meu quarto. A vida de Denna parece às vezes, mais complicada do que a minha, por tanto ela já viveu um amor e era recíproco, algo que eu não tenho. Fiquei contente com a volta do Ian, Íago não comentou nada a respeito, na verdade, nunca conversamos sobre a família dele, ele não toca nesses assuntos, nunca. Algumas vezes, parece que nem o conheço, pois, não sei nada da sua vida pessoal, Íago só conta o que quer, é alguém privado, acredito. Ian é do mesmo jeito, deve ser algo da família Reynolds, mas tinha uma pessoa que Ian se abria, esse alguém era a Denna. A minha amiga sempre foi assim, já dei ideia dela fazer faculdade de psicologia, seria uma boa área para ela, Denna faz com que todos se sintam bem com apenas uma conversa, uma pena que ela não possa-lhe ouvir às vezes, ela consegue ajudar os outros, no entanto, não consegue ajudar a si mesma, e isso a quebra de diferentes formas. — Eu não posso fazer nada, Den. Eu nunca tive um romance. — Me espreguicei. — E o Íago? Vocês não estavam no maior love? — a sua expressão ficou toda boba. — Podemos não falar dele? Dessa vez? — Estreitei os olhos. Denna entendeu no mesmo instante, mudando completamente para o assunto inicial... Ian. — Tem certeza que não vai ao encontro dele? — Levantei as sobrancelhas. — Pare com esses jogos. Você é iludida por gostar do mesmo garoto por um tempão, eu não sou assim. — Jogou o seu cabelo, fazendo o seu charme. — Você n******e falar nada, desde que o Ian foi embora, você não arrumou ninguém. — Retruquei com o mesmo deboche que ela usou. — Porque eu não quis, garotos só dão problemas. Fiquei de pé, segurando o meu travesseiro, e joguei nela, vendo o seu rostinho fofo bravo. — Você ainda é apaixonada pelo Ian, ainda acho que você sonha com ele. — Coloquei as mãos na cintura. Deena fugou, e logo pegou o travesseiro. Sabia que uma guerra iria começar. Peguei todos os travesseiros de uma só vez, ela começou a jogar alguns em mim, joguei nela também, bagunçando todo o seu cabelo escovado, o que a deixou irritada, eu acho. Corremos por todo o quarto, gritando, pulando na cama. Foi quando percebi a falta que sentia disso, nesses dois meses que estive com Íago, falava com Deena uma vez ou outra na semana, acabei esquecendo do que é ter ela do meu lado. Como dizem "Nas muitas tempestades da vida, os verdadeiros amigos serão sempre como o sol a brilhar no horizonte do nosso coração!" — Dilson Kutscher. — Para! — Ela gritou, e joguei o travesseiro no chão em simultâneo. — Que tal, fazermos um dia das meninas? Sem problemas com garotos, apenas nós duas. O que acha Glen, de volta ao velho tempo? — Não é velho se ainda podemos resgatar. — Sorrimos. Pegamos tudo o que era nosso e levamos para sala. Deena escolheu alguns filmes, eu acabei rejeitando todos. Enquanto eu queria romance, ela queria suspense, brigamos durante uns trinta ou quarenta minutos, para no final... assistirmos três espiãs demais. Myra se juntou conosco, fez até pipoca, (ela só pode ter acordado de bom humor hoje). Rimos muito, não é tão r**m passar um dia longe dos problemas que a vida nos traz, ou será nós mesmo o problema? Lembro-me de uma música da Taylor Swift, "It's me, hi, I'm the problem, it's me!", talvez ela esteja seja certa, o problema deve estar em todos nós, por complicar as coisas. Foi uma tarde maravilhosa, estar com as meninas foi maravilhoso. O dia acabou-se, a tarde iniciou, e continuamos nos divertindo. Depois fizemos o nosso próprio Karaokê, ouvimos as risadas extravagantes de Deena, quando alguém errava a letra ou desafinava, ela ria alto. Myra forçava aquela a sua voz fina, que me tirava do sério, mas tudo foi levado na brincadeira. Jogamos baralho, dama e outros jogos de mesa, foi uma tarde fantástica. — Hoje está sendo perfeito meninas, e tudo é melhor quando estão aqui. — Coloquei os braços em tornos das duas, que riam. — Precisamos repetir. — gritou ela. E nesse momento mamãe entrou em casa, cheia de compras, deveria estar voltando da feira. — Do que estão falando? — Estamos cantando mãe. — Myra iniciou. — Será que tem um espaço para mim? Sabíamos que mamãe iria cantar as suas músicas antigas, que não iríamos saber a letra, por sinal, a música sairia toda desafinada, mas do mesmo jeito, queríamos nos divertir. — Sempre tem espaço para diversão, tia. — Deena riu, fazendo todas nós rimos. Acredito que no final dessa vida, quero estar ao lado delas, das garotas da minha vida, quero estar aqui, cantando, dançando como hoje, pois os únicos com poder sobre o nosso futuro somos nós mesmo, e esse é o meu desejo... é o que quero. Quero que aqui, seja o meu refúgio... Para sempre!
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