O Garoto do Vôlei

• Liam.

Hoje eu irei à praça, ver Íago jogando, agora é diferente, ele vai saber que eu estou lá. Algumas vezes me questiono se estou vivendo um sonho, se virei mesmo amiga do garoto que sou apaixonada, como dizem... O mundo não dá voltas, ele capota. Deena está focada na prova de matemática que ela terá amanhã, por isso não irá comigo, o que me deixa desanimada um pouco, ela sempre esteve comigo em todos os jogos do Íago, e dessa vez, só será eu. Poderia convidar Carissa, mas acho que ela não iria. Estudamos na mesma sala no colégio e ela finge que não existo, até hoje nunca entendi o porquê do afastamento dela. Nunca tentei conversar, nem falar, estive tão ocupada com o meu novo amigo... Íago, isso ainda soa diferente, e ainda me faz abrir um sorriso toda a vez que chamo o seu nome, isso nem parece real. O meu telefone começou a ligar... deveria ser Deena.

— Oi! — Digo, me vendo no espelho.

— Você vem hoje? —

Não era Deena, era ele. Conhecia aquela voz em qualquer lugar. Dei um pequeno sorriso, ao imaginar o seu rosto. Ele deveria estar na praça, treinando.

— Vou, Íago. — Mordi os lábios, enquanto abria a porta de casa.

— Estou te esperando. — Desligou.

O que ele disse, fez com que eu desse alguns pulinhos de comemoração no meio da rua. Se eu pudesse conversar com a criança que era, diria que seríamos amiga do nosso garoto favorito. A minha mãe fez um bolo enorme para Íago, ela disse caso ele ganhasse hoje, o bolo seria dele como recompensa, se ele não ganhasse, seria de conforto. Agora, tenho que andar com uma bolsa enorme, com todos olhando, para fazer os agrados da senhora Rally. Por um lado, fico feliz por ela e Íago se derem bem, ela trata ele como um filho literalmente, isso me deixa um pouco ciumenta... só um pouco. Até Myra gosta do garoto hoje, ela ama quando ele vai lá para casa, e eles conversam, ela finge se interessar pelo vôlei até hoje, mas no final ela só quer conversar com ele, tem vezes que estamos tão perto só que Myra sempre chega, se sentando no meio, trazendo umas conversas aleatórias, nos separando de qualquer maneira, não me importo com isso, deve ser ótimo poder conversar com um garoto padrão feito Íago, mas acho que não é isso, ela deve se sentir desconfortável, talvez ciúmes também, afinal não conversamos como antes, de alguma forma acho que ela quer a minha atenção, deve se sentir sozinha as vezes, então deixo ela participar das nossas conversas, Íago também não se importa, o que faz isso ser menos chato.

— Falta pouco, Glenna. — Digo, vendo a praça numa longa distância.

Ando rápido, olhando para aquela direção. Deena diria que Íago me faz subir a montanha mais alto do mundo, enquanto ela não consegue nem me tirar de casa, isso me fez rir uma vez. Mas talvez isso não seja mentira no fundo, acho que isto é o amor, ele faz a gente cometer loucuras de uma forma boa, é claro. Quem não admite que faz loucura, é o mais louco. Porque o amor é isto, a própria loucura. Como você se apaixona por alguém, e faz tudo que estiver no seu alcance por ela? É como se ele fosse o único, o único para você. Você até arrumar outras pessoas e nenhuma vai ser como ele, porque os mesmos olhos cacaus que estão olhando para você, não terá o mesmo brilho se for um novo alguém.

Uma nova pessoa pode ter um belo sorriso, mas não terá o sorriso marcante dele, porque no final das contas... Você só deseja ele.

— GLENNA! — Ouvi a sua voz.

Quando olhei, vejo na quadra, com alguns meninos. Ele usava uma blusa branca. Ele colocou as mãos nas grades, enquanto os seus olhos me acompanharam. Os meus cabelos estavam presos num r**o de cavalo, enquanto acenei para ele, percebi uma certa movimentação dos meninos da sua quadra. Um ruivinho se aproximou dele, disse algo no seu ouvido fez com que ele revirasse os olhos, batendo no ombro do garoto, o que fizeram todos rirem alto. Andei até eles, coloquei a bolsa grande de Rally em cima do balcão. Assim que entrei na quadra, Íago se achegou, com passos largos com um sorriso no seu rosto. Ele abraçou-me, assim que chegou perto, ele estava cheiroso, isso eu poderia comprar.

— Ainda bem que veio, iria te buscar em casa se demorasse mais um segundo. — Riu. Percebi que ele olhou fixamente para o meu rosto, certo eu tinha me maquiado, mas nada que chamasse a sua atenção. — Está... bonita. — Me pareceu um pouco sem graça ao dizer Isto, preferi não ligar, estava contente com o elogio.

— Você também está ótimo. — Digo, ao olha-lo. — Estou torcendo por você. — Tirei um cacho na frente dos seus olhos, o que o fez com que ele me encarasse mais um pouco. Não duvido que já estava vermelha de vergonha.

— Oi! Linda. — O mesmo garoto Ruivo, que conversava com Íago se aproximou. — Me chamo, Liam. — Apertou a minha mão.

Íago desmanchou o sorriso do rosto, deixando o seu rosto com uma expressão brava. Ele olhou o garoto ruivo com um total desprezo, parecia que fumaça sairia da sua cabeça.

— Você tem namorado? — O ruivo continuou.

Foi aí que notei, este menino estava dando em cima de mim? Ohh, deve estar faltando um par de óculos nele, como ele observou Glenna Sug? Eu devo estar parecendo a Angelina Julie agora, só pode ser Isto. O ruivo era bonito, na verdade, muito bonito, tanto de aparência como o seu físico, o que me fez pensar novamente como alguém como ele olhou para mim.

— Ela não tem namorado. — Íago respondeu, com um pequeno deboche. O Liam riu. — Só que isto não quer dizer que o possível namorado dela, será você. — Empurrou o menino.

— Relaxa Íago, pelo que eu saiba você namora não é?

Ainda tinha isso. Lucille namora Íago há uns nove meses, ela não gosta muito de mim, no começo, a gente até conversava, ela era legal, no entanto, ela afastou-se. Foi bem do nada, ela parou de falar comigo, e fingir a minha inexistência. Ela deve pensar que gosto de Íago, e não está errada, mas não faria nada para os atrapalha-los. Uma vez, vi uma briga deles pelo celular, fingi não escutar, talvez ele não quisesse conversar sobre isso.

— Glenna é minha amiga, nunca deixaria ela ficar com um mulherengo feito você. — Levantou as sobrancelhas. — Agora vai. Liam.

O menino não mostrou uma felicidade no rosto, pelo contrário saiu pisando fundo.

— Coitado, Íago. — Cruzei os braços.

— Vai dizer que gostou dele? — Se aproximou. — Você gostou?

Ele parecia tão diferente...