4° Capítulo

1475 Words
Alaric Acordo as 05:30. Meu pai já está acordado e avisa que quer conversar. Jorge: — Sabe que terá que ir para a agência não é mesmo? — não consigo impedir a careta. Alaric: — O senhor sabe que não quero ser diretor-executivo. — digo convicto. — Pai, gosto do meu serviço e é por isso que não estou na agência. — minto descaradamente. Jorge: — Entendo filho, mas você é o único em quem posso confiar, afinal tudo será seu um dia. Alaric: — Sei que você precisa de mim, e tudo bem, mas saiba que só até você melhorar e preciso dizer que aproveitarei para pôr aquela mulher em seu devido lugar. Jorge: —Você não fará nada, apenas seja o homem que foi criado para ser. Isso sem contar que ela é de longe a melhor secretaria que já tive, portanto, fique longe. Alaric: — Seja sincero comigo pai, está acontecendo algo entre vocês? Essa é a oportunidade de contar se tiver algo rolando. — pergunto incrédulo e bastante decepcionado. Jorge: — Não sei nem o que pensar, talvez devesse comemorar por você acreditar que um velho como eu, poderia namorar uma garota como ela ou posso pagar alguém para lhe dar uma surra por insistir nisso. Alaric: — Não aja como se fosse um velho no fim da vida, você é um coroa vistoso, sem contar que sua conta bancária conduziria o serviço, mesmo que você estivesse caindo os pedaços. Jorge: — Mais uma palavra Alaric, apenas mais uma palavra ofensiva em relação a ela. — ele não está brincando. Alaric: — Então isso é um não? — fico aliviado, não seria legal meu pai se envolver com ela, na verdade, não seria legal meu pai se envolver com ninguém afinal de contas não permitiria que ele traísse minha mãe, mas com ela seria algo ainda mais insuportável. Jorge: — Não sei de onde você tira essas coisas, já tem quase dois anos que ela é minha secretária, sei que já andou arrastando asa para ela, Micaela já é uma filha para mim Alaric. Alaric: — Não comece com suas histórias pai, nunca vi essa mulher antes. — minto — E ela não é minha irmã. — debocho. Jorge: — Quem sabe deveria tentar torná-la sua namorada, uma que eu aprovaria, não essas moças com que se envolve por uma noite. Antes que eu possa responder uma enfermeira entra. Ela pede licença e faz algumas perguntas para meu pai, anota suas respostas em um caderno e na hora que passa por mim me olha de cima a baixo. Droga! Meu pai querendo me casar com a Johnson e a enfermeira fofocando sobre mim. Assim que minha mãe chega, vou para casa me arrumar e chego à agência às 08:00. Não vejo Johnson em lugar algum, ela ainda não está aqui e se essa é a melhor funcionária, não quero imaginar a pior. Dou algumas voltas pelo lugar e às 09 os funcionários começam a chegar, algumas mulheres me lançam olhares, fico com vontade de sair correndo. Odeio mulher oferecida e descarada. Após toda a cena do café e do banheiro volto para a sala do meu pai e espero que ela não demore, não sou muito paciente. Estou lendo uma papelada sobre tal modelo que uma revista quer quando alguém bate na porta. Micaela: — Jorge. — chama como se meu pai já pudesse voltar a trabalhar. Alaric: — Entre. Já era hora Michele. — digo impaciente. Micaela: — Que d***a, o que você está fazendo aqui? — diz nada intimidada por me ver na mesa do chefe, por ser o chefe. Alaric: — Srta. Johnson, acredito que ainda não entendeu o que está acontecendo aqui, você tem que me respeitar! — fico irritado com a insolência dela. Micaela: — Desculpe. — pela cara, duvido que queira realmente se desculpar. Alaric: — Ainda não tomou seu café, começa a trabalhar que horas? — pergunto indicando os dois cafés em suas mãos. Micaela: — Não, não tomei. Acredita que um i****a me fez derrubar todo o café na minha blusa de seda. — mais uma vez ela é irônica. — E começarei a trabalhar assim que der meu horário de serviço. — dito isso ela se vira para sair da sala. Alaric: — Por que dois cafés? — a m*l-educada não me oferece nenhum deles. Micaela: — Seria para o meu patrão, mas como ele ainda não pode vir. — diz dando de ombros. Alaric: — Michele, sou seu patrão até segunda ordem. — digo mudando o nome de propósito. Ela vira e me fuzila com o olhar, até imagino as coisas que estão passando por sua linda cabeça. Micaela: — M.I.C.A.E.L.A! Meu nome é Micaela! — diz rangendo os dentes. Alaric: — Que seja. — digo com desdém. — Me dê o café. — acredito que se ela pudesse me jogaria pela janela. Micaela: — Claro chefe. — seu sorriso é doce demais para meu gosto. Ela caminha a passos largos e para ao meu lado estendendo a xícara, mas antes que eu estique a mão para pegar, ela vira e o café vai todo para minha calça. Alaric: — Sua criatura estúpida! — grito irritado. — mulher louca! Micaela: — Oh! Me perdoe chefe. — ela segura o riso, mas não perde por esperar, não penso duas vezes antes de tirar minhas calças e jogar para ela. Micaela: — Está ficando maluco? — pergunta tapando os olhos. Alaric: — Foi você quem sujou, agora realize seu trabalho e lave as minhas calças! Micaela: — Você só pode ser louco mesmo, não sou sua empregada doméstica ou lavadeira! — diz jogando a calça de volta. — Vista logo isso. — eu definitivamente não estava esperando que minha mãe abrisse a porta e entrasse. Verônica: — Mas o que está acontecendo aqui? — pergunta com um sorriso bobo no rosto. Micaela: — Verônica! — diz correndo para se esconder atrás de minha mãe. Verônica: — O que você está fazendo com ela, filho... — ela tenta disfarçar o riso e falha. Alaric: — Essa maluca me deu um banho com café quente! Como se não fosse o suficiente ainda se recusa a lavar minhas calças! — digo já perdendo a paciência. Micaela: — Seu filho está louco, simplesmente começou a tirar a roupa do nada. — sua voz é de choro. — O café nem sequer estava quente. Verônica: — Vista essa roupa Alaric, vocês são dois adultos! Então não coloque Micaela nessa situação constrangedora! Era o que me faltava, até minha mãe do lado dessa bandida! Visto minhas calças e pego minha pasta. Alaric: — Vamos embora mãe, tenho medo do que ela tentará fazer agora. — aviso olhando para Micaela. Micaela: — Já vestiu as calças? — pergunta tremendo. O que ela pensou que eu faria? Alaric: — Pode olhar, até parece que nunca me viu de cueca. Pelo amor de Deus! Micaela: — Obviamente nunca vi você de cueca! — percebo a gafe que cometi. — Você não pode estar indo para casa, tem que cuidar de muitas coisas por aqui... — falo antes que ela termine a frase. Alaric: — Acredito que ficarei por aqui mesmo, para passar o dia com você... Verônica: — Filho, deixe Micaela em paz! — dessa vez minha mãe parece estar realmente brava. Alaric: — Mas gosto tanto dela, mãe. — ironia? Verônica: — Querido, não faça isso, você ainda tem muito o que aprender. Te espero lá embaixo, precisamos resolver umas coisas. — ela dá um beijo em Micaela e sai. Já é a segunda vez que me dizem essa frase hoje. "Que tenho muito o que aprender", já sou bem grandinho e sei o que faço. Micaela também vai para algum canto realizar seu serviço, acabo de arrumar algumas coisas e saio. Não vejo Micaela em sua mesa. Passo perto do banheiro feminino e ouço alguém chorando, penso em ignorar, mas algo me faz entrar. Entro e a encontro sentada no chão, chorando. Ela nem nota quando me aproximo, pego um lenço e estendo em sua direção. Quando ela me vê levanta em um pulo e tenta disfarçar as lágrimas. Alaric: — Tome, pode pegar. — insisto. Micaela: — Não precisa, já estou voltando para o trabalho. — ela sai do banheiro. Seguro seu braço e sinto algo estranho passando pelo meu corpo, a solto no mesmo instante e acredito que ela sentiu o mesmo, porque para de chorar e me olha com espanto. Alaric: — Só quero me desculpar. — digo sinceramente. Micaela: — Não há motivo para isso, sou eu quem deve pedir desculpas, agora você é meu chefe. — ela enxuga os olhos. — Me desculpe, voltarei para minha sala. Ela sai me deixando sem entender nada e comprovando o que eu achava. Essa mulher é totalmente louca.
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