Micaela
Atendo o celular que já tem cinco chamadas perdidas e insiste em tocar desesperadamente.
Ligação
Micaela: — O que foi? — atendo irritada, odeio pessoas tão insistentes, ainda mais em momentos tão inoportunos.
Fred: — d***a Micaela aonde foi que você se meteu? — grita irritado e quase me deixando s***a.
Micaela: — Tive um imprevisto no serviço, estava no hospital com meu chefe. — nem sei porque ainda atendo essas ligações.
Fred: — E por acaso esse velho não tem família? — minha vontade é de mandá-lo para o inferno.
Micaela: — Só diga o que quer Frederico, por que tantas ligações?
Fred: — Como assim o que quero? Você some, não dá notícias e ainda pergunta o que quero?
Micaela: — Não estamos mais juntos, não te devo satisfações. Tenha uma ótima noite. Adeus.
Fred: — Tudo bem, quando chegar aqui vamos conversar! — avisa.
"Mas que d***a! Não tem praga pior do que ex-namorado."
Micaela: — Hoje não Frederico, estou cansada... — o i****a me interrompe.
Fred: — Iremos conversar. Você sabe que não pode fugir de mim. — desliga.
Mas que m***a, não sei até quando suporto esse inferno, Fred está mais louco do que de costume.
Chamo um táxi e vou para a casa da minha melhor amiga, nem morta vou encontrá-lo hoje.
[...]
De manhã me arrumo e vou para a empresa, não sei como vai ser agora que Jorge precisa de repouso.
Assim que entro percebo que tudo está diferente, as pessoas estão mais sérias, nada de risadas e conversar, chego no meu andar e parece que o ambiente está carregado, algumas funcionárias suspiram pelos cantos, outras estão cochichando. Vou até à cozinha e faço um café, assim que me viro para ir até uma mesa quase tenho um infarto, o i*****l está parado atrás de mim e faz com que derrube todo o café na minha blusa de seda branca que fica transparente.
Micaela: — d***a! — saio correndo até a pia e jogo água onde bateu café quente, o que só piora a situação.
Alaric: — Você deveria ser menos desastrada e mais pontual. — diz o senhor b****a, parado ao meu lado.
Micaela: — E você deveria ser mais educado, acabou de fazer eu me queimar! — digo ríspida.
Alaric: — Suponho que deveria maneirar no tom se deseja manter seu emprego, nem vou mencionar sua cena patética ontem.
Micaela: — Você não decide se fico ou saio, portanto, mantenha sua grosseria e suas mãos sujas longe de mim ou vai receber outro chute! — passo por ele e nem me importo com os funcionários que observam tudo de perto.
Vou até o banheiro e tiro a blusa, ficando apenas de sutiã. Isso é tudo que eu preciso, começar minha manhã desse jeito.
Passo água no tecido fino e tento miseravelmente secar com ar quente.
Micaela: — Só espero que isso saia e quero tomar meu café em paz.
Alaric: — Acredito que o café vai ter que esperar, considerando que já está atrasada. — o infeliz me dá outro susto, olho e ele está escorado na parede da entrada, quando percebo para onde está olhando fico vermelha e me cubro com a blusa.
Micaela: — O que faz aqui? Esse é o banheiro feminino!
Alaric: — Estava admirando a bela vista do seu sutiã rosa e sem graça. — diz olhando para as unhas.
Micaela: — Saia logo daqui! — grito irritada.
Alaric: — Assim que terminar com isso — diz apontando para minha blusa. — Vá trabalhar, é para isso que você recebe.
Micaela: — Ainda tenho 25 minutos antes de começar a trabalhar seu e******o, meu horário é exatamente (09:30)!
Alaric: — Não me importo com o horário, saiba que seu chefe está esperando. — ele finalmente sai me deixando em paz.
Mas o que Jorge está fazendo aqui? Ele deveria estar de repouso!
Arrumo minha blusa ou ao menos de tento arrumar, antes de voltar, decido buscar um café para Jorge e para mim, mas antes pego um casaco e visto. Com tudo pronto vou até sua sala e bato na porta.
Micaela: — Jorge. — acho melhor chamar afinal de contas o filho demoníaco dele está aqui.
Alaric: — Entre. Já era hora Michele. — não acredito, o i****a está ali na mesa do pai.