Alice tentava se maquiar em frente ao espelho da sua penteadeira. Seu quarto, bem arejado, tinha grandes janelas que permite a entrada da luz natural.
A mulher tentava esconder as marcas das noites m*l dormidas. Ela não parava de pensar na nova moradora do palácio. Alice, tentava, mas não conseguia se concentrar. Ela sabia que o rei a amava. Lhe fez uma promessa na qual cumpriria. Pelo menos era o que ela esperava.
Seus ataques de ciúmes, lhe rendeu dois vasos quebrados e algumas coisas no chão, no qual a empregada se encarregaria de arrumar.
A morena também não parava de se perguntar até quando aquela tortura se prolongaria. Ela sabia, desde o início, que Nikolai era um rei, que estava noivo de uma princesa estrangeira, e mesmo assim se aventurou nessa paixão. No fundo, ela pensava que ele, como rei, podia mandar a estranha embora e ficar com ela, contudo, o tempo passou e Niko não estava nem perto de fazer isso. Além disso, seria uma vergonha para a coroa. A rainha do país em questão, ficaria furiosa e tomaria isso como uma desonra.
— Ela é linda. — Sua melhor amiga, Nathalia, estava sentada no sofá, perto da janela, mexendo em seu celular. A mulher olhava, com espanto, o aparelho. — Nunca parei para procurar, mas as fotos que estão sendo divulgadas, mostram uma mulher linda, quase perfeita. Acredito que tenha a nossa idade.
— Você quer calar a boca. — Jogou o produto de beleza que usava, no chão. Alice ficou com o rosto vermelho de ódio. — Não acha que já estou sofrendo o bastante?
— Desculpe. — A amiga se levantou, se tocando do seu erro. — Não quero chatear você. É que saiu sem querer.
Os olhos de Alice se encheram de água. Ela estava aflita. Seu coração estava pequeno no peito.
— Não importa o quanto ela é bonita. — Alice levantou a cabeça e tentou se segurar. — Ele me prometeu que se livraria dela.
— Acha que será fácil?
— Óbvio que não! — o tom furioso era por saber disso. — Mas ele é o rei. Vai conseguir fazer isso. Tenho certeza que esse casamento não vai sair.
....
Sophia se esticou antes de sair da cama. Sua companheira a ajudou com as roupas, arrumou o cabelo e saíram para o café da manhã.
Por sorte seu pai ainda estava ali, mas logo após a refeição teria que voltar para a sua casa, seu país, enquanto ela ficaria e aguentaria a arrogância do seu noivo.
— Tenho certeza que foi só o primeiro dia. É natural, já que não se conhecem. — Anna tentou encorajar.
— É por justamente não nos conhecer, que ele deveria ser gentil. — Ela se olhou no espelho e gostou da peça que usava. Todo o seu guarda roupa foi feito exclusivamente para ela. Sophia era amiga de um dos estilistas mais famosos e renomados do mundo. Sinna era seu melhor amigo e sabia exatamente dos gostos de Sophia.
— A senhorita é boa em conquistar as pessoas. — ela riu, enquanto arrumava o quarto. — Tenho certeza de que vai conseguir domar aquela fera.
— Não sou eu quem deve conquistar alguém. — Soph se levantou e a encarou. — É o rei quem deve se esforçar aqui. Já passei anos ouvindo como uma rainha deve ser, como se comportar na frente dele e ser uma esposa para um homem arrogante. — ela andou de um lado a outro. O quanto, onde foi hospedada era enorme. Tinha uma enorme cama com estrutura de madeira, quadros, closet e tudo mais. — Serei a rainha, a mãe dos seus filhos. Tenho que conquistar o rei? — Sophia pôs as mãos na cintura, chateada. — Nikolai está acostumado com mulher que se curvam. Que pedem desculpa por erros que não cometeram. Eu não! Está na hora de mostrar ao rei que eu não sou sua súdita, muito menos sua amante.
— Acho que sua personalidade forte vai assusta-lo. — Anna riu, pondo a mão na boca.
— Acho que o rei precisa ser acordado – Ela pensou, pondo um dedo no queixo, com sua mente viajando a noite passada. Ele estava tão informal. Um homem de tirar o folego. Obvio que a mulher percebeu. Não podia negar que era um homem lindo e charmoso, apesar da arrogância. — Viver na realeza não é fácil, isso tenho que concordar, e devido a isso, devo ser a pessoa a quebrar o ciclo. – A acompanhante a ouvia com tanta atenção que parecia estar em uma aula. — O rei tem um segredo e isso o afasta do nosso acordo, o que me coloca na corda bamba. Tem razão quando diz que devo chamar atenção dele, mas não farei isso como se fosse uma donzela esperando seu príncipe, ele não espera por alguém como eu.
— O rei verá que o melhor para seu reinado é casar-se com a senhora. – Ela tentou animar Sophia.
— Acho melhor irmos. – Soph pensou na sua amante. Ela nunca a viu de verdade, mesmo sabendo da sua existência. Naquele lugar, era a Sophia a estranha que estava os atrapalhando. Só que na monarquia, vencia aquele que era mais inteligente e útil para a coroa. – Se atrasar para o café não é modos de uma princesa.
Estar ali era um desafio. Soph não conhecia ninguém, a não ser sua companheira e seu pai. As pessoas a olharam com curiosidade e estranheza.
Iria demorar até que se acostumasse a estar ali, mas tinha uma boa memória e isso as ajudou a chegar na sala das refeições que, assim como tudo, era enorme. Um lugar arejado, janelas e luz natural. No centro, uma enorme mesa de madeira com diversos lugares.
Estava repleta de comidas, talheres, copos, xícaras e algumas flores. Ali estavam seu pai, a rainha Mãe, uma sobrinha e no centro, Nikolai. O rei imponente e perfeito.
Soph tinha que confessar que aquele homem era charmoso, bonito e forte. Estar sobre o seu olhar lhe causava arrepio e um pouco de vergonha. Uma palpitação estranha no peito, lhe causando um burburinho na barriga. Isso não era bom - Era o que ela pensava.
A mulher cumprimentou a todos, inclusive o rei, que não a respondeu. Parece que ele não está cumprindo com nosso acordo de cordialidade. Está se tornando um desafio, Majestade.
Eles ficaram a uma certa distância, um do outro, contudo, Sophia, irritada, fez questão de encara-lo a todo estante. Ela adorava um desafio. Ou irritar uma pessoa como ele. Pensa que isso me fará correr para meu país? Não passei anos da minha vida, sendo torturada, para que o senhor me rejeite.
— Espero que sua noite tenha sido boa, no seu novo quarto. — A rainha Mãe era bem simpática. Ela estava tentando mudar o clima, vendo que seu filho não estava cumprindo com o combinado, que era ser gentil. Ela até suava mais do que normalmente. Ele não era de fazer birra. Sabia exatamente o porquê agia dessa forma.
Sophia olhou em sua direção, libertando Niko dos olhares furiosos da noiva.
— Não digo que foi perfeita, pois prefiro o meu próprio quarto, mas sim, tive uma boa noite. – Ser sempre tão direta e sincera até poderia parecer deselegante, contudo, a mulher sempre preferia assim.
Sua acompanhante, que estava em uma cadeira não muito longe da sua, a olhou sabendo que aquilo não era verdade.
Sophia estava desconfortável naquele lugar. Depois do encontro repentino com seu noivo, no jardim, ela m*l conseguiu fechar os olhos.
Tudo estava bagunçado na sua cabeça. A forma como Nikolai a tratava a deixava angustiada, pois pensava que ele não facilitaria as coisas, e os dois estariam presos a um casamento h******l. Certo, posso ser um pouco dura e ríspida, muitas vezes até, irônica demais, contudo, não desejava ter uma péssima relação com meu marido. Isso se ele for cumprir com o acordo entre nossos países.
— Irá se acostumar, depois do casamento. — a mulher prosseguiu. Seu filho respirou fundo, odiando a conversa. Sophia percebeu. Niko fechou os olhos, por um tempo, imaginando sua vida ao lado da princesa. Naquele momento, ele achou uma tortura. — Além do mais, será um quarto provisório.
A rainha Mão tentava deixar as coisas menos tensas, contudo, só causou ainda mais ansiedade no filho, que tentava, desesperadamente, achar uma saída.
Sophia adorava conversar. Até que estava silenciosa. Era seu primeiro dia ali, não sabia o que dizer ou fazer.
— Minha filha pode ser um pouco falante. — seu pai entrou na conversa.
— Agradeço por amenizar, meu pai, mas o correto é dizer que sou tagarela. — ela riu, antes de beber um pouco do café. — Realmente gosto de saber de tudo.
— E odeia o silêncio. — ele adicionou.
Nikolai estava odiando o café da manhã. Ele costumava fazer as refeições em silêncio. Estar ouvindo essas conversas o deixava impaciente.
— Diferente do rei. — Soph o citou. Niko, que levava a xicara na direção da sua boca, parou no meio do caminho, olhando para a princesa. — Não deu uma palavra, desde que cheguei.
Nikolai desistiu do café, forçando um pequeno sorriso, para não deixar seus convidados ofendidos.
— Meu filho é um homem calado. Não se ofenda. Sempre foi assim. — interferiu a mãe. A questão ali não era apenas o silencio ou o burburinho fora do comum, mas sim a presença da mulher que ele considerava a chave da sua prisão.
— Então somos pessoas diferentes. — Sophia o encarou. Mesmo não o conhecendo muito bem, o que seu encontro não foi um dos melhores, eles conseguiam ler as mensagens não ditas, apenas pelo olhar.
— Pelo visto, sim. — ela finalmente ouviu sua voz.
A tensão tomou conta da mesa, enquanto os dois se entreolhavam, e diferente do que as pessoas achavam, a princesa sorriu. Estava animada.
Até confundiu o rei. Soph ficou, realmente, animada. Achou um jogo. Irrita-lo ou conquistá-lo. Bem, ela não sabia, só que acreditava que seria bom usar isso a seu favor.