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1438 Words
Ao sair da cama, Nikolai sabia que hoje seria um dos piores dias que já teve. Nada superava, claro, a morte do seu pai. Aquele foi um dia no qual ele jamais imaginava que perder alguém era tão dolorido, mesmo sendo um pai rigoroso. Agora, Niko enfrentava um desafio diferente. Ele enfrentaria o maior desafio até então. — A princesa chegará em algumas horas. — sua mãe estava nervosa. Até parecia que era ela quem estava sendo forçada a casar com uma estranha. — Não pode estar aqui. Deve.... — Estou bastante ocupado, mãe. — foi rude. Ele nem se deu ao trabalho de levantar a cabeça, continuou prestando atenção nos papéis. Desejava ignorar esse fato. Como se fizesse isso ela deixaria de existir. — Nikolai! — ela se curvou sobre a mesa, batendo as mãos na mesa de madeira escura, encarando o filho que estava sem paciência. — Sei muito bem o que deseja fazer. Ele mordeu a mandíbula, furioso. — O que desejo fazer, mãe? — Finalmente encarou seus olhos azuis, que no momento, estavam como uma tempestade no oceano. — Seu pai deixou a missão de honrar o acordo. Não pense que sou boba. Esse acordo o fazia odiar tudo ao seu redor. Até o ar que respirava. — Mãe, estou.... — Vai dificultar as coisas. — Elizabeth respirou fundo. Ela se afastou, pensativa, preocupada. Ela sabia que seus sentimentos valiam, porém, seu filho não era um qualquer. Ele era um nobre. O rei. Não podia fazer escolhas baseadas nós sentimentos. — Acha que quero isso para você? — Niko baixou a cabeça. Ele não queria conversar sobre isso. — Se eu pudesse... Tudo o que quero é que seja feliz. — Não sou feliz. — disse, amargo. – E não serei, se me casar com essa menina. — Eu sei. — Não era fácil ser quem eram. Todos achavam que a realeza tinha tudo o que queriam, mas não era verdade. A única coisa que Nikolai queria era casar com a mulher que amava. – Mas não temos o que fazer. A rainha mãe, deu a volta na mesa, o abraçando, e decidiu deixou seu filho, com a promessa de que ele correria e se aprontaria para a chegada da noiva. Niko não conhecia Sophia. Ele odiava a mulher, mesmo não a conhecendo e sabendo que ela era tão vítima do acordo, quanto ele. - Farei de tudo para mandar essa garota para casa. Nikolai ficou ali, afundado no trabalho, se esquecendo das horas. Seu cérebro se recusava a aceitar, porém, como um nobre e líder, ele devia se erguer e fazer o que foi prometido. Sua cabeça doía com os neurónios mexendo para encontrar uma brecha. Ele sabia que não devia odiar a menina, mas sua mágoa era tanta que ultimamente estava sendo muito rude. Vendo que o vôo já tinha chegado e que a princesa estava próxima, ele fechou o computador com raiva, se levantou e deixou o escritório. O palácio onde morava, era enorme, exuberante e misturava o moderno com o clássico. Do lado direito, haviam janelas quadradas que iluminava o corredor, com detalhes em madeiras e metal dourado. As cortinas vermelhas, em algumas delas, davam um charme à parte. Do lado esquerdo, quadros com imagens de antigos reis, rainhas, príncipes. O chão era de madeira, mas estava coberto por tapetes que combinava com os detalhes. Aquele lugar era enorme, uma propriedade com muitos hectares, muros, portão de ferro e guardas. Eles estavam por toda parte. Dois deles faziam a escolta do rei, mas como seu humor não estava bom, essa semana, ele pediu, ordenou, que o deixasse a sós. Niko olhou as horas, não iria demorar e não achava que um atraso séria r**m. Pelo menos, já deixarei claro que ele não estava disposto para essa relação. Então, ao sair do corredor, descer alguns degraus, indo para a ala dos quartos, ele topa com uma mulher. Nikolai esbarrou na moça pequeno, de cabelos escuros, que ia na direção contrária. Ele a segurou para que não caísse. Sophia olhou nos olhos azuis e profundos, como o oceano, de Nikolai, e foi engolida por eles. O homem era lindo. Tinha uma barba bem desenhada e penteada. Seus cabelos eram de um loiro médio, ele era alto, forte, muito forte. Segurando seus braços para que não caísse, os dois se impactaram. Ela sabia quem era o homem que a olhava como atenção, mas ele não fazia ideia de quem era a moça desastrada que estava em seu caminho. — Garota desastrada. Não olha por onde anda? — Foi o que saiu da sua boca. Sophia, demorou um pouco para entender. Sabia muito bem o idioma, era fluente. Só que ainda estava tentando associar as palavras rudes com a aparência. Ele era, realmente, lindo. Um verdadeiro príncipe. Contudo, a arrogância que saia pela sua boca, o transformava em ogro. — Eu sou a desastrada? — ela se tocou, se afastando dele, que ainda estava confuso. O homem nunca viu aquela mulher na sua frente. Não se vestia como uma empregada, na verdade, as roupas era fina, algo para uma festa simples. — Talvez seja o senhor quem deva prestar atenção por onde anda. – Provocou. — Você estava no meu caminho. – Disparou, confuso. Ele achava que já tinha visto aqueles traços em algum lugar, só não conseguia associar tudo a uma pessoa. — O senhor quem esbarrou em mim. — Soph não queria arranjam uma briga com o noivo, justamente no primeiro dia naquele lugar. — O que tem de beleza é proporcional com sua arrogância. Niko não estava em um bom dia. Seu estresse deu dor de cabeça e a menina insolente estava passando dos limites. Na verdade, ele se impressionou com a ousadia. Ninguém ali já o tratou assim antes. Sempre eram tão cuidadosos, bajuladores. Mesmo com a dor na cabeça, ele até gostou da forma como seu coração acelerou. — Garota, quem é você e como ousa me ofender dessa forma? Ele parou, a analisou dos pés à cabeça, e voltou ao rosto, tentando lembrar de algo. Quem ele era? A moça de olhos verdes, rosto redondo e valente, sorriu. Ela estava se aproveitando dele. Que o jogo comesse. Ela pensou. — Não sabe? — Ela se aproximou, o encarando nos olhos. — Gosto de um mistério. — Responda a pergunta – O rei olhou para seus belos lábios rosados, que exibia um sorriso convencido. Isso o irritou. A mulher, desconhecida e petulante, estava fazendo um jogo. – Exijo que... — Desculpa, Majestade, eu não sou um dos seus inúmeros bajuladores ou súditos – Os olhos verdes eram tão vivos que chegava a brilhar. Quem é essa mulher? – Já lhe disseram que é bem arrogante? — Poupe-me das ironias – Respondeu ríspido. Eles estavam parados no meio do corredor. Ainda não havia ninguém ali, nem mesmos seguranças. – Não sei quem é e nem como conseguiu chegar aqui, mas... — Usei a porta. – Riu. – Mas não se preocupe, não sou letal, nem represento um perigo a sua segurança. — Estou a ponto de carrega-la para fora do meu castelo. — Um rei deveria ser mais gentil e educado. — Não teste minha paciência, estranha. Soph o encarou, em silencio. Ela até que estava animada. Achou que não teria assunto para um primeiro encontro e isso estava a surpreendendo. — Perdoe-me – Afastou-se, dando passagem para ele. – O senhor estava apressado e eu o atrapalhei. — Meu dia não está sendo bom, garota – Cerrou os olhos se curvando em sua direção. Mesmo com os saltos, Sophia era bem mais baixa, e o Nikolai tinha seus 1,85 de altura. – Não basta ter que receber uma mulher que, nem conheço e já odeio, você entra em minha casa e me irrita. — Como pode odiar alguém que não conhece? – Ela sabia que Niko falava dela. Sempre achou que era uma pedra em seu sapato e isso só confirmava tudo, o que significava que esse noivado estava fadado a dar errado. – Não daria a oportunidade de conhecer a pessoa para depois formar uma opinião sobre ela? — Esse assunto não é da sua conta. – A cortou, duro. – Falarei com os guardas, não ouse entrar em algum cômodo desse castelo, sem autorização. Nikolai, furioso, saiu dali bufando, com raiva. Já Sophia, ficou pensativa. Ela encarava as costas do noivo, que andava apressadamente, notando que seus dias naquele castelo seriam um dos piores. O homem a odeia pelo simples fato de ser sua noiva, sendo que ela também não teve a oportunidade de recusar a proposta.
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