Capítulo 12

2099 Words
P.O.V - LUCIO Eu enchi o saco da Anne o dia inteiro, se ela ao menos fosse até lá entender um pouquinho mais sobre a Lily, tudo ia começar a andar, quando ela fosse até lá e pelo menos sondasse um pouco a vida dela, mesmo que fosse por alguns momentos. Só para saber o que tinha mudado, o que eu poderia fazer para tornar a vida daquela bela criatura suburbana um inferno completo! - Por favor Anne, eu não posso ir lá, e você sabe disso... mas você... você pode tudo, você é neutra. - Eu implorei como uma criança implora para a mãe, a verdade é que eu não tinha nem vontade de deixar de ir. f**a. Eu odiava ter que implorar, mas era o único jeito dela não achar que eu era um maníaco, eu queria que ela confiasse em mim. - Eu não vou Lucio, sai do meu pé... você quer caçar confusão e quer me colocar no meio? é isso? essa é a sua intenção? - ela estava nervosa batendo o pé pelo quarto que ela tomou posse sem nem me pedir, colocava a mão na cabeça... eu a tirava do sério e eu sabia disso. - Você sabe que eu só quero um desfecho, você sabe o que ela fez... como eu posso ignorar a presença da nossa inimiga número um na p***a da frente da casa? - Você está de brincadeira? você veio morar aqui Lucio, ela não foi te procurar... ela nem sabe que você existe, e para ser justa... p***a, você sabe que você não quer se vingar dela, sabe muito bem o que quer e está me usando para ter Lilith... perdão, Lily de volta a p***a da sua vida! - Eu quero me vingar, eu odeio a Lily! eu a odeio a milênios! E você está sendo injusta comigo, jogando o que eu sentia por ela antes para me atacar! - Você não a odeia, você sabe... você nunca odiou... e eu odeio que você minta tanto para mim, vocês erraram, nós perdemos a nossas asas por isso! Vocês foderam a terça parte do céu e agora está querendo f***r a terça parte da terra por que não consegue passar alguns segundos sem colocar os p****s dela na boca! Disse ela profundamente irritada – Desista Lucio! Me deixa em paz! - Você não mereceu Ara, eu sei que não... e foi culpa da Lily, por isso eu estou falando. eu a odeio... e nós vamos acabar com ela, e você vai me ajudar. Se você aceitar me ajudar acabamos rápido e voltamos a tempo para Nova York. - E como você pretende acabar com a favorita dele Lúcifer estrela da manhã? - Não me chama pelo meu nome completo, eu odeio quando você faz isso! p***a Anne! Lucio! Foi o nome que eu escolhi para mim! - Lucio... Lúcifer, estrela da manhã, f**a-se o que seja! olha para mim, eu vou até a casa dela, mas você precisa me prometer que você não vai ir até lá, e que depois que eu te trouxer alguma informação você a deixa em paz, damos um tempo por aqui, e depois disso vamos embora. vamos voltar para o centro, ou para a China... sério! Promete isso para mim por favor! - Eu prometo que vou com você Anne, eu juro, eu só preciso antes terminar isso... Eu estou a um milênio esperando essa desgraçada cair na terra, e eu nem achei que eu iria conseguir um dia olhar para aqueles olhos de cobra que ela ostenta na cara de novo, você sabe disso... eu só preciso de uma chance. - E o que você pretende Lucio? como você vai se vingar da Lily? – ela disse com um sorriso debochado que me tirava do sério. Eu imaginei na minha cabeça várias coisas diferentes, eu só conseguia pensar no modo como eu iria agir quando eu visse Lily, quando eu pudesse realmente me vingar dela. Mas as cenas do corte na garganta eram repassadas na minha mente de novo e de novo. - Eu não sei Ara, mas o começo é você indo lá sondar tudo! Descobre como é a vida dela com esse tal marido humano, como ela caiu aqui, do que ela se lembra! - Um ser milenar e eu tendo que sondar uma humana ex anjo insignificante como ela. O que está te incomodando? é o fato dela estar casada com o médico? – ela cruzou os braços me olhando seriamente nos olhos. Mentir para ela seria f**a. - Não, eu não ligo para isso. Eu só acredito que aquele ser miserável não merece ser feliz, ela merece a mesma infelicidade de todos nós que caímos na terra sem asas, dinheiro ou um lar para chamar de seu. E eu não acho justo que ela ostente tudo isso bem debaixo do nosso nariz. Eu sei que você acha que isso é um lixo, mas não é. Você sabe que eu estou sendo justo! - Tudo bem Lucio, eu vou! Eu vou até lá para saber o que você precisa... - ela cedeu finalmente talvez notando todo o meu desespero ou talvez ela fosse encontrar um modo de me sabotar, e sobre isso eu já tinha que estar preparado. Eu conhecia Anne... fomos feitos da mesma matéria, do mesmo jeito e na mesma forma, e se eu era um ser dissimulado ela também tinha a capacidade de ser. Ela saiu ainda batendo os pés e bateu tão forte a porta da frente que eu pensei que iria arrancar, ela estava indo até lá mesmo a contra gosto. E eu desci para espiar um pouco pela janela, o meu passatempo favorito desde que me mudei para aquele maldito lugar. Eu senti uma dor muito forte no peito, quase como um aviso dele que eu não estava agindo certo, eu deveria deixar Lily em paz. Eu me joguei no chão quando a minha cabeça começou a doer como se pesasse cem toneladas em cima do meu corpo, era uma dor tão insuportável que eu não conseguia ficar de pé. O clarão me pegou em cheio, e eu não conseguia ver nada a minha frente. Logo depois esse maldito clarão se dissipou, quase como começou... sem nenhum aviso prévio, sim, aquilo era um aviso claro de que eu estava entrando em um terreno perigoso. Eu deveria desistir? É claro que não, eu passei milênios pensando naquilo, eu iria apostar tudo mesmo que o salário fosse a minha morte. Mas que se f**a na realidade, eu já estava largado... eu já havia sido condenado, o que iriam fazer? aumentar minha condenação? minha penitência seria aumentada? Então o que eu poderia fazer não fazia nenhuma diferença para ninguém na realidade. Eu não sei quanto tempo demorou até eu conseguir me levantar por completo, mas sei que demorou... ao ponto da minha campainha tocar incessante do outro lado. - JÁ VAI - eu gritei sem paciência, a última coisa que eu precisava era ser descoberto, então eu abri a porta e lá estava a vizinha assanhada e chata. - Olá... Lucio não é? - ela ria tanto que a minha cabeça permanecia doendo, o cheiro do perfume doce que ela usava me causava náuseas. - O que você faz aqui? - fui mais ríspido do que gostaria, bem a tempo de Anne estar voltando da casa da minha vizinha de frente. - Ah aí está, você é... - Ela ofereceu a mão a Anne que jamais apertaria a mão dela, foi engraçado de ver o constrangimento da rainha do bairro. Se pudessem sentir o cheiro podre da alma daquela criatura, com certeza não a seguiriam como animais em um circo. - O que ela faz aqui Lucio? - perguntou Anne sendo mais m*l-educada do que eu. - Eu vim convidar vocês para o baile anual no clube, é uma cerimônia muito legal para todos os moradores aqui do Vale, muito chique e bem galante. Uma noite de chifon, vinho e boa conversa... - entregou um convite pomposo em minhas mãos - e arrecadamos dinheiro para a caridade, é algo muito legal! Eu logo olhei para Anne traduzindo o pensamento dela, que transitava entre "Nem fodendo eu coloco um vestido" e "Nem toda a caridade do mundo poderia te salvar do inferno c****a arrogante" - Agradecemos o convite, vamos pensar se vamos! - Ah sim, tentem ir por favor, sei que está em cima da hora. Mas é um evento importante, Benjamin Baker escolheu a causa desse ano, é um médico brilhante da nossa comunidade e vamos homenageá-lo. E no momento que ela disse o nome o meu coração acelerou, uma raiva me tomou de assalto no momento em que ela disse aquele nome imundo para mim. - Médico brilhante é? – eu disse quase cuspindo a palavra médico para fora. - Sim, é o seu vizinho da frente aqui, já não os conhece? Os Baker são adoráveis, Lily a esposa vive no mundo da lua, uma fofa! – disse ela, mas mesmo que as palavras dissessem fofa ela não estava elogiando, estava maldando. - Estaremos lá! - eu disse com uma cólera incontrolável - Ah tudo bem então - disse a mulher sem graça enquanto Anne continuou olhando para mim protestando pela minha palhaçada, eu admito - desculpem, eu já atrapalhei demais vocês... vejo vocês depois? Anne deu um sorriso sem graça, e eu até tentei dar um, mas eu não consegui. Eu não era muito bom em fingir simpatia para quem eu odiava mortalmente. - Anne entre, preciso te contar uma coisa – ela me olhou preocupada e entrou prontamente. - Você está péssimo, o que houve? – disse preocupada - quanto tempo você ficou lá na.... você entendeu! - Pelo menos meia hora, por que Lucio? o que houve? você parece péssimo de verdade! – ela reafirmou o que eu já havia entendido da primeira vez. - Eu senti uma dor, coloca a mão no meu peito - estava acelerado e então ela disse: - Lucio o seu peito está quente, levanta a camiseta! - Eu não vou t*****r com você Anne... - Eu falei debochando da situação, pelo menos assim ela esqueceria que eu estava de novo metendo os pés pelas mãos. - Não estou brincando! - eu obedeci, e lá estava uma marca, um estigma como uma queimadura de fogo no meu peito pulsando como se estivesse viva - ah meu Deus Lucio, olha isso!! – disse Anne chocada com o que via. - Eu percebi, não se preocupa... vai dar tudo certo... - É um aviso, você disse que se sentiu mal... e agora isso... ah meu Deus! - Só me conta Anne, o que vocês falaram lá? – nada era mais importante do que saber sobre Lily, nada me chamava mais atenção que aquele assunto e por mais que a dor fosse terrível, isso era mais importante. Ela me olhou com ódio, e eu não a culpava. Minha obsessão por ela estava indo longe demais... até para os meus padrões de loucura, porque eu ignorei totalmente o que era a minha marca como brasa no peito, a dor quase mortal que eu estava sentindo no peito, e tudo o que eu queria saber era se ela me citou de alguma forma. Eu estava mesmo doente, doente de... ódio. Eu sei que vocês pensavam que o meu papo fosse ser sobre amor, mas Lily não tinha mais o direito disso. Ela não tinha o direito de desfrutar da minha bondade, a traição dela nos trouxe até aqui... ela nos uniu e nunca mais vai nos separar. Mas ela iria padecer, ela tinha que entender como era a minha vida... como foi a minha vida desde o momento em que eu abri os meus olhos largados nessa terra, sem pátria, sem eira e nem beira com fome como um humano sujo. E agora ela era Lily Baker, mas e todas as pessoas que ela fez m*l? Qual foi o crime daquela desgraçada para acabar ali com todos aqueles privilégios? E foi aí que eu tive uma epifania. - Eu sei como vou me vingar da Lily... finalmente... - Você está louco de verdade Lucio, louco! Vamos dar uma olhada nesse ferimento... nossa casca ainda é humana. Eu iria descobrir o que ela fez para ser expulsa do céu, eu descobriria qual foi o seu pecado até sua quarta geração de ruindade, e partiria desse ponto. Eu jamais a deixaria sair impune de tudo o que fez para mim e para os outros, eu seria a espada da justiça para aquela p**a desalmada.
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