Cap 2

1023 Words
Levi Meu nome é Levi e não, eu nunca pensei em ser o dono do morro da Rocinha, jamais, pra mim, meu irmão, conhecido como Mago, iria ser eterno aqui, só que, sempre o que é bom, nunca é eterno, se fosse assim, nossa mãe viveria para sempre Tenho 35 anos, já tô calejado da vida, que no morro, parece ser mais corrida, os problemas aparecem mais e a gente vive como se tivesse dez pessoas dentro do mesmo corpo, com olho na testa, nas costas, na cabeça e até no pé pra dar conta de Raimundo e todo mundo Eu me lembro do dia em que todo mudou. O baile estava correndo solto e eu, morrendo de preocupação de ter deixado o Ítalo em casa com a babá, mesmo a tia Ivete sendo pessoa de confiança A Valerie estava lindo com aquele vestidinho preto e salto que ela chamava de agilidade. A minha mina se destacava por ser diferentona, tinha cabelo feito fogo de tão ruiva e a pele branquinha branquinha, dizem que mulher assim é que gosta de n***o feito eu e na boa, acho que era verdade mesmo, a gente dava um belo leite com chocolate Ela veio pro morro de intercâmbio, a família toda dela era lá das Europa a gente se conheceu nos bailes também, foi amor a primeira vista, na mesma noite que a gente se conheceu, eu tirei o cabaço da menina Demorou um pouco pra ela contar pra família que o Preto aqui, tinha assumido ela como fiel, na verdade ela disse só depois de seis meses e também, depois da gente ver aqueles dois risquinhos no teste de gravidez. O inferno começou ali, o pão dela queria porque queria que ela voltasse pra casa, levando no bucho o meu menino e esquecesse da nossa história. Não deixei, ela ficou do meu lado, me ganhou como família, mas perdeu a que criou ela, nunca mais recebeu ligação nenhuma deles. Várias vezes eu peguei ela na escondida, chorando, mas valeu a pena, a felicidade que a Valerie conheceu quando olhou nos olhinhos do Italo, apagou qualquer vazio que ela sentia Mano, como eu era feliz e o melhor de tudo, era que eu sabia, vivi is melhores cinco anos da minha vida, ao lado da mulher que amei mais do que tudo. Só que o destino decidiu tirar a Valerie de mim e não só ela, praticamente minha família inteira Flashback on Mago – Bora Preto, vai pro ponto dois que eu tô indo pegar a Jaque e a mainha Preto – Não esquece da minha família Mago – Jamais, eles são minha família também Os tiros corriam solto, o filha da p**a do Arqueiro, do morro de Israel, tinha vindo com tudo, ele queria porque queria mandar recado pro líder da facção do CV, não era nem tomar o morro mesmo, ele queria mostrar que podia mandar onde desse na telha O Mago mandou mensagem de que tinha conseguido reunir todo mundo, e esconder na casa do topo do morro, que só estava esperando o reforço chegar pra se juntar a mim Os menor gritavam no rádio, o Mago dava ordem de longe e eu, seguia, rezando pra conseguir ver a minha esposa e filho com vida de novo Arqueiro – Pra quem tem interesse de saber, o Mago tá na minha mão e olha, que família bonita hein Eu não escutei a voz da Jaque, mas da Valerie sim e do meu menino gritando papai. O Mago nem tentou me dar ordem pra chegar acabando com tudo, não daria tempo ele só disse que o morro agora era meu e que era pra eu lutar com unhas e dentes por ele e pela comunidade. Aquele cuzão fez a minha mina se ajoelhar na frente dele, igual meu irmão, cunhada e mãe, todo mundo foi encontrado com um Igor na nuca e o meu Ítalo, chorando, chacoalhando a mãe Foi naquele dia que as batidas do meu coração, deixaram de ter sentido, eu não sentia mais nada, não depois de chorar tanto que dentro de mim, nem existia mais lagrima. Naquele fia o Levi morreu, e o Preto, que existia só pros íntimos, nasceu Flashback on Mirella – Você ao vai vir pra cama não, amor Podem me julgar, mas eu não tive forças pra continuar sozinho, dar o que meu menino precisava, deixando de oferecer pra ele uma figura de mãe. Não era fácil, ele nunca conseguiu chamar a Mirella de mãe, aliás, o menino falava muita pouca coisa, levei até na psicóloga ali no morro mesmo, mas ela disse que a falta de palavras, era escolha da criança Quatro anos e pouco e ele já tinha opinião de não aceitar qualquer um. A Mirella tentava, eu vai, mas ele nunca respondia Já eu, ainda tento tirar na minha cabeça e do meu coração, aquela memória que me arranca suspiros, o nome da Valerie que aparece no meio dos meus sonhos na madrugada é essa vontade louca de largar tudo e ir de encontro a ela Eu sei que não posso, não por mim, mas pelo meu menino, pelo meu Ítalo ... Menor – Ae Preto, tão invadindo o morro Eu nem quis saber quem era, só mandei acharem o meu menino e deixar ele em lugar seguro Menor – Tá na escola Eu saí que nem vi, queria só garantir que meu Ítalo ia usar aquilo só como uma memória r**m mesmo. p***a, o garoto já carregava uma p**a carga, daí mais uma invasão, não sei se ele ia aguentar Menor – Tão lá dentro chefe, os guri tão falando que uma professora pegou ele Fui direto pra sala, qualquer uma porque eu não sabia qual era a certa, então fui abrindo a porta de todas. Nenhuma, ele não estava em nenhuma, só que na última, o armário meio que se mexendo me chamou a atenção, fui direto na direção e nisso, escutei a voz do Ítalo, o problema foi que aquela vozinha inocente me desconcentrou, me deixou a mercê de cuzão e agora, eu tinha que descobrir como sair daquele novo problema
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