Alícia
Acordo, sentando-me, notando que estava em outro quarto, este é igual ao de uma princesa. Sem me importar com esse detalhe saio correndo pra janela, tento abri-la, desanimada constatei que essa daqui se encontrava trancada.
Procurei a localização da porta, achando-a rapidamente, sorri internamente pois estava aberta.
Passei por ela às pressas, não vendo ninguém contínuo a correr.
A respiração tensa, agitada, reparando que havia várias acomodações, tento abri-las sem sucesso. Logo mais a frente encontro a escadaria, desço percebendo onde realmente me encontrava.
Em um castelo...
Rondo procurando encontrar o caminho certo, existe vários corredores e não consigo sair daqui. Droga!
Nessa parte tudo era na penumbra, com castiçais colados nas paredes, parecia estar naqueles filmes do conde drácula.
Todavia, acima de tudo, era inegável a sua linda e antiga arquitetura.
Por fim, decido obstinada, subir os degraus ao lado, em seguida, depois de seguir um estreito e longo corredor chego apressadamente, afoita, ao que parecia ser a sala de jantar. A mesa posta... ele sentado do outro lado da ponta desta.
Paro bem ali, no meio daquele enorme salão.
Engoli em seco, coração disparado, olhando seriamente em seu rosto. Já transmitir por demais os meus medos, agora era hora de ser mais corajosa.
Concentrado, me encarando, ele se pronunciou:
— Se sente, Alícia. E se alimente.
Pasma fiquei. Pois sabia o meu nome, além de falar a minha língua!
— Por que estou aqui!? Quem é você!? O que quer de mim!? — Questionei exaltada.
— Alícia, sente-se, já lhe disse. Eu vou explicar tudo.
Diz muito sério, com voz controlada. Na dúvida resolvo sentar, sem tocar no café da manhã. Na realidade metade dessa comida sobre à mesa, eu não reconhecia.
Sei que devia estar com a minha cara de emburrada enquanto nos encaramos.
Cruzo os braços sobre os meus s***s fazendo-os parecerem maiores do que já são e isso chamou atenção do meu sequestrador, cobiçando-os com bastante desejo...
Então imediatamente resolvo descruzar os braços, encostando na cadeira.
O homem volta imediatamente seu olhar em meu rosto.
— Como sabe o meu nome?
— Sei tudo sobre você minha princes. Sei até mais do que você sabe sobre si mesma, só que no momento estou mais preocupado com sua saúde, vamos fazer o desejum?
— Como se chama? Não posso comer na companhia de alguém que não sei nem mesmo o nome.
— Meu nome é Gunes, mas no seu idioma se diz; Dom.
— Você é mesmo turco? Eu estou no seu país? Quando quase cai daquela janela eu avistei uma ponte toda bonita, iluminada, nunca estive na Turquia, mas sei que estávamos em Istambul, já vi essa mesma ponte diversas vezes nas novelas turcas... Afinal, diga-me de uma vez por todas, por que você me sequestrou!!? — Gritei essa última frase no mesmo instante em que levanto-me batendo a mão direto na mesa.
Ele se levanta também, jogando o seu guardanapo com força nela, expressando raiva, vem, chega rápido até onde estou, contínuo firme no mesmo lugar... nos encaramos...
— Eu estou mandando você se sentar nessa cadeira agora mesmo!! — Grita.
— Não vou te obedecer! Eu não quero estar aqui! Você me sequestrou, não sou rica! Não tenho nada que você possa querer!! — Grito mais alto que ele.
Havia algo nele que deixava o meu temperamento excepcionalmente exaltado, além desse olhar intenso deixando-me mais tempestuosa.
— Pois bem, você me obrigou a isso, Alícia...
O desconhecido pega o seu iPhone, mexe e logo me entrega, peguei cheia de angústia e o que olho faz o meu coração doer.
Era o meu noivo Adolfo, sentado numa cadeira, seus braços amarrados pra trás juntamente com os seus pés, amordaçado, parecendo estar em um tipo de... masmorra?
Choramingando ponho a mão na boca, ficando em estado de nervo.
Meu Deus!
O quê fizeram com ele!?
Ele pega-o de volta, nem consigo sequer olha-lo com medo dele.
Perdida em pensamentos tenebrosos...
Assim vai se achegando bem pertinho do meu ouvido, sinto calafrios na espinha temendo pela minha vida.
— Se comporte e coma. Ou seu noivinho morre... quer dizer seu ex-noivo... porque a partir de agora você é minha nisanli...
Disse essa última palavra baixinho, quase num sussurro. Choro sem saber o seu significado, forçando-me a sentar, por, Adolfo. Em hipótese alguma queria que fizessem mais mau a ele...
Volta a se sentar no seu devido lugar, ainda permaneço sem olha-lo, sentindo um imenso ódio dele.
Fez um barulho na garganta, voltando-me, obrigando-me a olhar pra ele... Assim, ele move o braço apontando em direção à mesa, miro ela novamente.
— Nossa! Você come pepino e tomate no café da manhã? As frutas tudo bem. Eu não gosto de chá! Prefiro café! — Digo irritada, séria, possessa.
Retornando a mira-lo nos olhos.
— Terá que se acostumar! Será aqui aonde vai viver de hoje em diante. — Sua expressão é sombria, igual de uma fera.
— Não irei me acostumar! E nunca viverei aqui seu monstro!
— Você é minha!!! — Vociferou batendo na mesa. — Fará tudo que eu mandar!
— Você é louco!
— Sou louco por você! Você é a minha loucura!
Calei-me diante dessa repentina declaração.
Acalmando-se um pouco diz:
— Pelo menos experimenta e não faça desfeita a cozinheira da casa que preparou toda essa comida especialmente pra você, por gratidão eu falo o motivo pelo qual te raptei.
Comecei a comer e bebericar o chá, mesmo achando o gosto estranho, me forço a isso.
— Vou começar a responder as suas perguntas... sim sou turco e sim estamos em Istambul, no meu castelo...
De repente ficou pensativo, olhou pra baixo, em seguida seu olhar voltou-se fitando-me com tamanha ternura que me pego ficando espantada.
Nunca vi um homem se expressar tanto em apenas um olhar... e eu contínuo a comer...
— Há 2 anos atrás, quando estava de viagem ao Brasil a negócios, fui ao encontro de um novo sócio na praia de Copacabana. No meio da nossa conversa eu te avistei...
Primeiramente te vi de costas, desde então não conseguia ouvir mais nada do que o meu futuro sócio falava... e quando se virou eu me... encantei por você, Alícia. Asik oldum...
Não sei o que significava essa última frase, porém pela intensidade dita fiquei constrangida, tendo até medo de perguntar a sua tradução.
Paro de comer observando-o.
— Quando meu sócio me chamou de volta pra dá atenção a ele, depois retornei onde estava, eu te perdi, na mesma hora me ergui para procurá-la. Você sumiu da minha vista naquele dia e mesmo colocando pessoas para acha-la, demorei dois anos para finalmente reencontrá-la, Alícia...
E agora nunca mais sairá da minha vista.
— Tudo isso na minha opinião me parece uma tremenda loucura. Eu não conheço você e você não me conhece! Eu ia me casar! Inclusive ainda estou usando o vestido branco do meu casamento. Você não tinha o direito de interferir na minha vida!
— Sen benim hayatimsin...
Você não têm outra escolha, será minha de qualquer jeito.
— Nunca!
Joguei os pratos de comida que estavam perto, da mesa para o chão, levantei rápido apontando pra ele.
— Já disse, você não têm esse direito! Eu nunca serei sua seu monstro!
Abaixei a mão, estou me tremendo toda.
Ele se ergue permanecendo ali, encarando-me, mostrando seu nítido desejo através dos seus olhos.
Esse homem é muito atraente, viril, um moreno bem alto, além de ser extremamente sexy, porém...
— Seni seviyorum!
Pelo nervosismo, aflição e adrenalina, respirava ofegante, mesmo assim tomei coragem pra perguntar:
— O quê significa?
O cara sorriu e miseravelmente achei o seu sorriso lindo, mas...
— Eu te amo.
Meu coração bateu em disparado, acelerado e nem sabia o motivo disso. Justo este ser vem me pronunciar essa frase, está, que jamais ouvi de ninguém, nem mesmo do Adolfo.
Sobretudo eu o enfrento...
— Isto não é amor, isso se chama doença!
O seu sorriso imediatamente se desfaz, dando lugar a sua seriedade, e já falava com lágrimas nos olhos:
— Se o meu amor por você é uma doença, me cure então! Me ame do jeito que sou!