Não posso me apaixonar
"... herkes hata yapar..."
"...benin hatalarimdan beni serv..."
Capítulo 1
Alícia
Escutei a voz rouca de um homem.
Não me sentia bem, estou tonta. Abri os meus olhos vendo tudo embaçado. Porém, consigo vislumbrar a silhueta de um homem alto, magro, mas que sustentava muita virilidade...
Ele falava algo comigo, fiquei sem compreender a sua língua, aproximou-se alisando o meu rosto com ternura em seguida tudo voltou a ficar escuro...
***
Acordei sobressaltada de uma cama que definitivamente não era a minha, olhando para todo o quarto ficando apavorada.
Ponho as mãos sobre mim averiguando se estava tudo no lugar.
Estou usando um vestido branco, estilo de noiva, justamente porque iria me casar com Adolfo hoje e...
Me lembrei; eu estava indo para o cartório e assim que saí do táxi uma mão mistériosa me agarrou por detrás pondo um pano diretamente na minha boca, logo desmaiei e aí!
Sinto uma pontada no ombro, ao olhar noto o pequeno furo na pele.
Meu Deus!
Coloquei a mão na testa, pensando... será que fui sequestrada por pessoas que tiram órgãos? Ou pior! Pegam mulheres e as transformam em prostitutas?
Desesperada por esse último pensamento corri em direção a porta, mexendo na maçaneta freneticamente, como já era de se esperar estava trancada.
Comecei a gritar por socorro batendo nervosamente àquela maldita porta e... alguém começa a destranca-la, saio em disparada, para longe dela, estou com muito medo. Ficando o mais distante possível, encostada na parede, colada fortemente a ela, como se eu pudesse atravessá-la.
E um homem entra, olha-me bem sério, voltando-se a trancá-la.
Ficando em estado de fúria e temor.
O que este sujeito fará comigo?
Encontro forças para falar:
— Por que eu estou aqui, heim!? Você quer me fazer mau!? Te garanto, antes de encostar o dedo em mim eu prefiro a morte!
Falei gritando, super nervosa, a minha voz saiu chorosa por causa do pavor que sintia desse homem.
Ele contínua de costas, deu um suspiro forte, depois se virou, só que não demorou muito, e veio tão rápido pra cima de mim que não tive tempo de reagir, fugir dele. Permaneceu ali, sem me tocar, no entanto seu corpo se encontrava extremamente próximo, deixando apenas um centímetro de espaço entre nós. Colocou estrategicamente os braços em volta da minha cabeça, as mãos na parede, ouço a sua respiração perto... e ele não parava de olhar intensamente os meus lábios.
De raiva virei o rosto para o lado, porém, isso só fazia ele chegar bem mais perto, como se fosse possível... Senti o seu cheiro... seu perfume masculino... escutando sua respiração no meu ouvido, e diz algo:
— Ask...
— O quê!? Eu não entendo. Espera, você é turco?
O desconhecido procura o meu olhar e acho que vê o meu espanto porque na mesma hora libera espaço suficiente, mas ao correr dele o mesmo consegue me agarrar por trás... cheira os meus cabelos, dessa vez comecei a chorar...
— Por favor não faça isso. Estou com medo. O quê eu tô fazendo aqui!? Me solta!!
Debato-me e assim consigo finalmente escapulir dos seus braços, sentindo lá no fundo que na verdade foi ele que me liberou afrouxando o aperto.
Procurei pelo quarto alguma coisa, um objeto que poderia me defender, infelizmente não achei nada, ficando triste. E ele ficou lá parado, exibindo um sorriso i****a no olhar, tipo rindo da minha cara.
Percebo a janela.
Como não pensei nisso antes?
Olho na sua direção a tempo de testemunhar este sorriso se desfazer no mesmo momento em que o meu surgia.
Sem pensar duas vezes andei em disparada.
Prefiro a morte, antes que esse homem me toque!
Sentia o estranho correndo atrás de mim, mas não consegue me alcançar.
Abri as cortinas vermelhas, em decorrer as janelas compridas, empurrando-as pra fora, pondo um pé no parapeito da janela baixa. Antes de pular dou uma olhada constatando onde realmente estava...
Istambul ...
Petrificada fico, entrando em estado de choque, congelo, quase desmaio dando-me uma vertigem. O misterioso indivíduo chega a tempo disso ocorrer, segurando-me pelo braço, impedindo-me a queda. Ele me dá um safanão, me puxando com demasiada força aparente, tanto é, que sou jogada ao encontro do seu colo, ficando em seus braços.
Olhou-me profundamente dentro dos meus olhos aflitos, cheios de adrenalina, em seguida desmaio vencida pela exaustão.