Capítulo Três.

1467 Words
Hoje a aula passou mais rápido que o normal, talvez seja porque eu tenho que fazer muita coisa até a hora de dormir. — Vamo ir na minha casa Flora, a minha vó ia fazer bolo pra gente. — Fala toda animada, ela sempre me chama mais no fundo sabe a minha realidade. — Você sabe que eu queria muito. Samy: Você é maluca de aguentar aquelas doidas por tanto tempo, fala com o dono, o pitbul ele vai te ajudar. — Você tá doida? eles vão m***r elas. — falo baixo. Samy: E isso não é bom? — Isso é sério samy, o meu pai não me perdoaria. — falo porém ela continua falando até sairmos no portão da escola, como de costume tinha várias meninas se encontrando com garotos na saída. Samy: Que novidade é essa? — Tá falando de que? Samy: Todo mundo entusiasmado, olha tá vindo dos altos falantes. — Tentei ouvir ao máximo e era uma voz grossa saindo do alto dos portes de luz, ele estava dando um aviso. Salve Jacarezinho, o chefe pitbul tá na voz cambada, daqui uma semana terá um baile no morro, mais esse é diferente, só quero as mina nele, nada de homi ou eu sento o dedo na ponto quarenta, também não quero casada e nem ouse tentar enganar a tropa, o recado tá dado. — Como assim quero só as mina? Samy: Fica queta Flora. — Diz concentrada é eu fecho a cara fazendo ela rir. Xx: Pra quem tá se perguntando qual é do bagulho é a parada é o seguinte, meu filho mais velho tá chegando do exterior e quero arrumar uma n**a mil grau pra ele. — E pronto, a voz não disse mais nada. — Você pode me explicar agora? — falo olhando pra ela. Samy: O pitbul e o dono do morro, mais ele já tá velho, quase ninguém vê ele no morro sempre são os vapores de confiança dele ou o PH. — E onde ele fica? Samy: No castelo no topo do morro. — Ela riu, mas na minha cabeça eu realmente imaginei um castelo. — Fala mais Samira. — Agente foi andando pela rua. Samy: Você sabe que eu também não sei de muita coisa, o PH nunca me contou nada quando agente tava, bom você sabe. — Vai pra parte boa logo menina. Samy: Dizem que a muito tempo atrás o dono do morro tinha dois filhos com a sua mulher a carmen, o Vitor e a Vitória. Dizem que ela era linda, tinha os cabelos da cor do sol e o pitbul amava os dois, em um belo dia dois homens entraram no morro sem que ninguém visse e foi direto pra casa deles, o pitbul tentou reagir mais levou um tiro no olho e ficou imóvel. Mas eles não queriam m***r o pitbul, eles queriam vingança. — E todos os seguranças que tem nesse morro onde estavam? Samy: Naquele dia era manhã de baile, a maioria tinha aproveitado a festa e o restante tava arrumando a quadra, a barreira ficou fraca. — E o que mais aconteçeu? Samy: Um dos dois homens matou a vitória filha do pitbul na frente de toda a família, ela só tinha nove anos Flora, a favela ficou em choque e a bandeira de luto ficou levantada por dez anos. — E o fim dos dois homens ? Samy: Um deles foi morto da pior maneira, tentaram tirar alguma pista mais ele não disse nada, já o outro conseguiu fugir. — Coitados da família Samy. Samy: O pitbul ficou desolado, ninguém via ele nas ruas do morro, e ele acabou ficando cego de um olho, ele parece um pirata com o t**a olho, a carmen sua mulher ninguém nunca mais viu, dizem que ela vive trancada no quarto com alucinações da filha, e o Vitor, ele foi mandado pra Londres, nem deixaram ele dar o último adeus a irmã. — Como você sabe disso tudo? Samy: A minha vó era empregada deles na época, ela disse que aquela família nunca mais foi a mesma, o pitbul faz de tudo pra não andar muito no morro, todas as ordens vem da casa dele, e com isso ele paga uma fortuna pra protegerem o morro. — E os tiros que eu escuto as vezes ? Samy: Vem da boca, sempre que alguém não paga ou rouba na favela e morto. — Aí Samira. — Falo com medo. Samy: A boca fica duas ruas embaixo da sua casa Flora, aliás, foi onde você mora que tudo aconteçeu. — O que? É você só vem me contar agora? — Começo a me lembrar das marcas de sangue que eu vi nas paredes. Samy: Você chegou aqui abalada Flora, eu não quis assustar você. — Pois funcionou, mais porque ele quer o filho dele de volta pra um lugar onde tudo aconteçeu? Samy: Pelo que eu ouvi das falsianes na escola o pitbul quer que o filho case e dê a ele um neto, pra que sua mulher não morra sem conhece-lo. — Sério achei que o motivo seria dele querer se aposentar dos deveres do morro. Samy: Ah isso também amiga. — Olho pra ela que rir da minha cara. — Mais e aí agente vai? — Vai aonde Flora? Samy: Tu ama me irritar pow. — Não tenho interesse no dono do morro amiga. Samy: Eu também não, infelizmente meu coração tem o nome de um traste que não me mereçe. — A Nicole e a Natasha que vão amar essa ideia. Samy: Você vai deixar duas mocreias serem donas do nosso morro? – Tanto faz, na minha primeira oportunidade eu vou embora daqui. — ela faz gesto como se tivesse levando um tiro no peito. — Dramática. Samy: Sortuda vai ser quando elas receberem o prêmio. — Paro ela, que me olha e ri. — Tá falando de que? Samy: O dono disse que quem o Barão filho dele se encantar, a moça vai ganhar cento e cinquenta mil reais, não seria uma boa você com essa grana na Itália? — E com o filho do dono do morro atrás de mim? Não, dispenso. Samy: Eu disse com quem ele se encantar, não com quem ele escolher pra casar. — Tá falando de que? Samy: Só vai entrar quem nasçeu no jacarezinho Flora, mais ele disse que quem o filho se interessar ganhará cento e cinquenta mil pra não aceitar a proposta e ir embora. — De onde tirou isso? Samy: Dizem que é tradição do pitbul, e como você não nasçeu aqui e tem várias meninas que também não nasçeram aqui . — ela dá de ombros. — Seria o dinheiro que me ajudaria a fazer uma vida nova na Itália sem precisar de nada da família da minha mãe. Samy: A Nicole e a Natasha nasçeram aqui né? — Confimo. — Elas vão surtar. — Me diz uma coisa? Esse cara sabe dessa armação do pai dele? Samy: A parte de arrumar uma esposa sim, mas não a parte que ela tem que nasçer no jacarezinho e nem do prêmio. — Isso é maluquice, acho melhor eu não me meter, você sabe. — dou uma pausa. Samy: Você é virgem, e eu sei, mais não preçisa fazer nada. — Samira acha que esse homen não vai ser igual esses que agente vê na esquina?cheios de armas e colares enormes com cara de m*l? Samy: O Barão foi embora com quatorze anos Flora, ele nem deve lembrar do morro direito. — Esqueçe isso tá? Samy: Você quem sabe amiga, mas eu não perco esse baile. — Preciso ir samy. — Me despeço dela no começo da rua e entro na minha, assim que caminhava eu observava a casa, eu sempre achei que tinha alguma coisa errada com ela, deu pra sentir a energia na primeira vez que eu entrei aqui. Assim que abro o portão a Nicole me esperava com uma cara enorme. Nicole: porque demorou tanto? quero o jantar pronto em meia hora. — Ainda são seis e meia. Nicole: Não te perguntei as horas Flora. — Faço cara de tédio e vou pra cozinha, e dou de cara com a Isabel, pra minha sorte. — Ah oi Isabel. Isabel: Porque demorou tanto Flora? — Disse séria. – Aqui está o cardápio da semana. — Pego ele na mesa e só tinha coisa integral ou salada. – As meninas preçisam emagrecer cinco quilos cada se quiserem impressionar o filho do pitbul, então trate de ajuda-lás ou será tudo culpa sua. — Ela sai da cozinha sem nem me olhar e eu viro os olhos, pelo visto a notícia corre rápido por aqui, essa mulher e insuportável, se eu pudesse enfiava um pote de manteiga na garganta das três.
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