Capítulo 3– Você de novo?

2004 Words
MIA Dois anos depois... Chicago, 2023. °•°♤•°• Hum, que cheiro bom... Sim, uma delícia. Penso sentindo o cheiro das minhas flores, quais eu vendo já quase dois anos, foi a única coisa que permaneceu fluindo bem desde então. Passei a aprender muito sobre elas e adquiri uma i********e e uma felicidade qual me traz e que cada uma tem um significado diferente. Talvez você pense, como você conseguiu? Peguei meus últimos trocadinhos que eu havia ganhado da minha vó que com muita insistência queria que eu comprasse algo para mim. Imaginem só, precisamos de comida e a minha avó querendo que eu desperdice o pouco que temos. Então tive uma ideia, andei pela cidade a pé até chegar no Navy Pier que tornou o meu lugar favorito. E quando eu andava, por lá encontrei uma floricultura ao lado do museu de vidros, lugar extraordinário, a brisa que corre, o cheiro do mar é incrível, o conjunto de beleza em um só lugar. Nesta floricultura eu comprei algumas flores e consegui dobrar um pouco do dinheiro e fui lá e comprei mais no mesmo dia e foi assim uma semana até conhecer seu Jorge, o dono do lugar. Um senhor muito gentil e amável, que me fez a proposta de trabalhar com ele vendendo flores e aumentar o número de clientes para sua loja de flores. E foi assim que consegui o único emprego que permaneceu nesses dois anos e eu amo andar pela cidade oferecendo flores, ver homens e mulheres presentear pessoas que amam. O sorriso deles, o amor... Isso me encanta. Fiz muitas amizades por vários lugares, lojas, restaurantes, que me deixam vender flores dentro dos seus comércios e então entro ofereço flores a quem quiser. Bom, não ganho muito, porém é um serviço que me permite levar todos os dias um trocadinho. — Bom dia, Mia! — Bom dia, Peter. Peter, um balconista de um café para ricos de um bairro de engravatados e claro, se tornou um amigo. — Como vai às vendas? — Vai bem. – Coloco minha cesta no balcão e sento. — Sabe como é, tem dia que as vendas são boas, outros já não são tanto. Tem dia de eu não vender nada e não levar um trocadinho para casa. — Você merece coisa melhor. — Eu sei, mais o que posso fazer? Todos os lugares que já fui antes, todos me olhem como um lixo. Apoio meu queixo sobre minha mão e fico deprimida me lembrando o quanto as pessoas podem indiferentes. — Não pense assim, as coisas irão de melhorar. — Se Deus quiser. — Rapaz! – Chama um cliente. — Vou lá. — Posso? — Você não precisa mais de pedir permissão para vender as flores aos cliente. Sorri e levantei pegando minha cesta. — Aliás, gostei do vestido. Olhei para meu corpo, e sorri. — Obrigada. Meu vestido, a única peça que consegui comprar até hoje, ele é bem simples, vermelho com estampa de flores brancas, soltinho, suas alças estilo princesa caídas pelo ombro. Ainda quero voltar naquele brechó. Assim que as vendas aumentarem. Ando pelo café oferecendo as minhas lindas flores, alguns compram, outros não. A cafeteria tem uma parede de vidro, um espaço do lado de fora, e vou até lá quando paro em uma mesa com um homem bem-vestido, terno azul-escuro, um relógio no pulso olhando pro seu computador, com a brisa fresca que passa por nós seu perfume adocicado chega até mim. Talvez ele tenha alguém quem presentear. – Penso quando estou observando seus dedos movimentar sobre o teclado. — Olá, o senhor gostaria de uma flor? Eu tenho... — Não, obrigada. – Diz curto e grosso sem olhar para mim. — Mais você nem olhou. — Eu não vou comprar, então não irei olhar. — Talvez tenha alguém para presentear. Olha essa aqui... – Reviro minha cesta antes que me cortasse novamente. bate a mão na mesa e me assusto na mesma hora. — Eu já disse que não quero. Então finalmente ele ergue os olhos e o reconheço naquele instante, esse rosto tem me perseguido em meus sonhos mais profundos. Esse homem me traumatizou, tenho trauma graças a ele. Mais o único ser que não gostei nesta cidade. — Você vai ficar aí parada, garota? Pelo visto, não me reconheceu. — Já disse que não quero. — Olha aqui seu... Ele levanta uma das suas sobrancelhas e me olha com um olhar desafiador. — Senhor Miller, está tudo bem por aqui? Meu amigo me encara, e acho que de longe ele viu que eu arrumaria uma confusão com esse senhor. Não sei, mais só ele desde do dia que o conheci consegue me tirar do sério. Mais tenho toda razão esse cara quase me matou e ainda queria que eu pedisse desculpas e fora que é um grosseiro. — Só peça que essa florista saia da minha mesa. — Claro. – Ele volta a me olhar fazendo umas caretas. — Vamos até ali. Ele sorri amarelo para o engomadinho. — Com licença. Peter me puxa pelo braço, me levanto até o balcão. — Mia, o que foi aquilo? Você quase brigou com o senhor Jack. Olho na direção dele que está vidrado naquele computador. — Então esse é o nome dele. — Nunca a vi irritada com nenhum cliente. — Ele foi super grosseiro. — Mia você já foi tratada pior. — É porque eu não gosto dele, deve ser por isso. — Como assim? — Lembra quando eu disse aquela história do carro que quase me atropelou? — Não vai me dizer que o senhor Jack é o homem? — Sim. — Garota, haha! Sortuda você, queria eu ser quase atropelado por um homem deste. Olho para ele, que desvia seu olhar do computador para levar seu café até sua boca, olha para o lado de fora e depois percorre o local até chegar em mim. E para. Me olha sério, sinto meu corpo queimar com um olhar tão intenso. Por que ele me encara dessa forma? Sinto que serei devorada por um lobo, mais isso se fosse por outro homem, porque a única coisa que esse daí me daria é um coice. Engulo seco. — Mia. Desvio o olhar rapidamente, meio perdida. — Hm? Quê? Quem quer flores? Peter coloca a mão na boca segurando o riso. — Uau! Que troca de olhar foi essa? — Não seja fofoqueiro. Se eu pudesse escolher um poder, seria queimar aquele homem com apenas um olhar. — Uhum, sei. Mia. – Olho para ele. — Tem uma baba aí... — Aonde? – Falo desesperada limpando. — Haha! Vejo que ele apenas estava brincando comigo. — Há! Há! Que engraçado. – Digo irônica. — Mais não se engane, ele gosta apenas de levar mulheres para sua cama, e nunca leva nenhuma a sério. — Não me estranha ser um cafajeste. — Um belo cafajeste, bem gostoso. Dou uma olhada por cima do meu ombro e ele está voltado para seu celular. — Um cafajeste delicia. — Oi? Eu escutei isso mesmo? — Peter, você não ouviu nada, pensei alto só isso. — Um cafajeste delícia? Haha! Ai, Mia, você me mata de rir. — Não foi isso. — Eu não sou surto. — Mais deve está com a orelha suja, ouvindo coisas erradas. — Uhum sei. — Peter, vai servir o café, vai. — Já, já volto para falar sobre o seu cafajeste delícia. — Não tem nada de meu. Jogo uma torrada nele, disfarçadamente, que nos faz rir. Depois de alguns minutos, decido ir embora. E tal do Jack continua aqui. Bom minha hora já deu por aqui, o horário de mais movimento acabou. — Mia. – Peter me chama. — Sim. — Faz um favor antes de ir, estou meio atolado aqui, pode me levar esse café ali na mesa dez? Eai já pode ir. — Levo. — Obrigada! Te recompensarei. Dou uma piscadela. Pego a xícara de café, já que é apenas um, não vejo problema em pegar com a mão. Quando vou me virar, bato contra um corpo derramando todo o café sobre o terno de um cliente. Arregalo os olhos ao ver toda a bagunça. — Senhor, perdão! Eu... — Garota, você precisa olhar por onde anda. Veja o que você fez! Ah não! De novo não. — Eu fiz? Você não me viu na sua frente? Eu estava de costas você quem não estava olhando por onde anda. Eu retiro o perdão. Ele bufa de raiva, umedece os lábios com a língua, passa a mão na testa e pousa as mãos na cintura. — Haha! Não me faça rir, você vive no mundo da lua, só pode. Olho para os lados e todos estão olhando, inclusive Peter querendo me matar. — Pegue um pano para me limpar. Arregalo os olhos com o tamanho da arrogância desse cara. — Como, é que é? — Vá logo. — Ah, você quer um pano? Olho para os lados e vejo uma bandeja com algumas panquecas. Sorri sínica. Quando vou pegar o prato da panqueca em cima do balcão para jogar na cara desse i*****l, uma mão forte me puxa, bato com tudo no peito forte do tal Jack. Me viro com tanta força que meus cabelos muda de lado, segurando meu braço contra o seu corpo, nos encaramos profundamente, igual naqueles filmes que o casal tem uma enorme chama, no nosso caso nosso fogo é chamado de ódio. Meu peito sobe rápido de nervoso, seus olhos descem para minha boca e volta para os meus olhos. — Eu quero que saia da minha cafeteria agora. E isso não é um pedido. – Diz ríspido e sem humor. Puxo meu braço. Observo o seu jeito, ele ficou pior de quando nos conhecemos. Naquele acidente ele era um cavalo, mais agora parece que poderia jurar estar mais sombrio. Engulo seco, segurando as lagrimas nos olhos devido a todo constrangimento e humilhação. — Não precisa falar duas vezes. Pego minha cesta e saio daquele lugar. — Quem ele pensa que é? Será que não tem nenhum pingo de educação? Qual o problema dele? Como só ele consegue me tirar de órbita. Fecho os olhos e suspiro tentando me localizar e lembrar aonde tenho que ir. Ajeito meu vestido, e seguido virando a esquina do café. Continuo a andar em uma rua morta, ando apressadamente para ficar o mais longe desse lugar. Passo ao lado de um carro, que me chama muito atenção. Sonho com um dia ter um desse, mas seria sensacional ter um mais retro. Olho ele todo até algo mais inusitado me chamar a atenção, a placa com um nome "Jack Miller". — Ah, só pode ser brincadeira. – Coloco a mão na boca cobrindo o riso. — O ego daquele cafajeste é tão grande assim? Uma luz brilha na minha cabeça. Abri minha bolsinha: tenho um batom, um clipe, papéis pequenos e meu celular. — Hm... Olho pro carro e começo a rir. — Agora ele vai conhecer a maluca. Pego o clip, olho para os dois lados e não tem ninguém. Dou meia volta e passo disfarçadamente do lado do seu carro e vou riscando lentamente. Começo a rir imaginando a cara de i****a dele quando ver. Olho de novo para os lados e observo a minha obra de arte, e antes de concluir meu plano eu faço uma dancinha comemorativa. Guardo o clip, pego o meu batom vermelho. E penso qual dos melhores adjetivos que combina com ele, para poder exibir pela cidade. "i*****l" – Disse minha consciência. Começo a escrever no vidro fumê, de trás para frente. Im… be… c... Meu plano falha quando do nada o vidro começa a descer e eu paraliso deixando o batom seguir seu curso fazendo um enorme risco antes de terminar a palavra. Dou um sorriso amarelo quando vejo Jack do lado do motorista me olhando puto. — Você de novo? – Falamos juntos. °•°♤•°•
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