DOIS (parte 2)

1575 Words
O dia no clube estava sendo extremamente agradável, como previu, Madson não havia conseguido chamar a atenção da irmã então decidiu aproveitar o clube. Se jogou na piscina e começou a "brincar" com John e Tracy, para algumas pessoas aquilo poderia parecer meio ridículo, três adultos jogando água um no outro como se fossem criancinhas do pré 1, mas para eles era algo libertador. Era bom ser feliz sem se importar com que os outros iriam pensar. Depois de uns minutos dentro da piscina, ela resolveu sair, mas assim que saiu da piscina foi surpreendida por John que a empurrou de volta e em seguida se jogou , espirrando água pra tudo quanto é canto e molhando Kate e Thomas que estavam sentados nas cadeiras na beira da piscina. Madson e Tracy ficaram conversando por algum tempo. Madson sentada na beira da piscina e Tracy dentro da piscina, e John havia ido pedir comida, pois já estava perto do meio dia e todos estavam famintos. Depois que saíssem da piscina iriam até o lago andar de "pedalinho" — E as batatas chegaram. — John falou enquanto colocava em uma pequena mesinha uma porção de batata frita grande, o que havia sido pedido de Madson. — Oba. — Ela se levantou e sentou-se perto das batatas, quando se tratava de comida Madson era um tanto quanto gulosa, principalmente se fossem batatas fritas. — Não sei como consegue ter esse corpo se come tanta besteira, é injusto. — Tracy falou colocando uma batata na boca. — Acredite, eu me mato de comer aqui e depois me mato de malhar na academia para poder comer ainda mais. — Madson sorriu. Era ótimo estar entre amigos, e pela primeira vez sentiu que estava onde deveria estar. Andar de "pedalinho" havia sido mais divertido do que ela esperava, como Thomas havia se recusado a andar com eles, Madson havia ido com a irmã e Tracy com John. Nadando no lago haviam alguns patos, o que tornava o passeio ainda mais divertido. Era algo que não tinha na antiga cidade dela e por um dia completo ela havia conseguido se livrar de seus problemas. Depois que saíram do clube, eles foram para um restaurante próximo à Stanford, já estava perto de anoitecer quando deixaram o restaurante. Primeiro deixariam John e Tracy em Stanford e depois Thomas as deixaria em casa. Mas quando chegaram em Stanford, os planos mudaram, Kate disse que precisava fazer algo e iria dormir no antigo quarto com Tracy e John se ofereceu para levar Madson em casa, já que todos ficariam por ali mesmo, e ele iria para o apartamento dele que ficava pouco depois da vila. Dentro do carro de John, o silêncio era extremamente constrangedor, então Madson resolveu puxar assunto, já que o som do carro estava desligado e ela não teria a ousadia de ligar, não sabia que tipo de rádio ele escutava. — Qual é a da tara por carros pretos? — Ela perguntou sorridente. — Oi? — John perguntou confuso. — Você, Kate e Thomas. Os três têm carro preto. — Ela observou John sorrir. — Coisa do destino. — Ele deu de ombros. — O seu é o mais assustador. — Não é nada. — Ele defendeu o carro. — Se eu visse esse carro de janelas fechadas passando lentamente por uma rua, eu correria. — Irônico. — John falou rindo e Madson ficou confusa. — O que? — Perguntou com curiosidade. — Eu consegui assustar Kate desse jeitinho. — Ele sorriu. — Coitada! Seu desalmado. — Falou dando um leve tapa no ombro dela. — Você precisava ver a cara dela. — Ele falou convencido. — Da próxima vez você grava. — Ela sorriu. Assim que terminou de falar, o carro parou em frente à casa de Kate, Madson se despediu de John agradecendo pelo menos umas três vezes por ter trago ela. Desceu do carro e correu para a frente da casa, tentando encaixar a chave na porta e abri-la o mais rápido possível. Quando finalmente conseguiu, entrou e acenou para John, que por sua vez acelerou o carro, ela fechou a porta assim que o carro sumiu de suas vistas. Foi direto para a lavanderia jogando as roupas molhadas dentro da máquina e enquanto a máquina lavava, ela decidiu tomar um banho quente e dormir. Tomou o banho com tranquilidade enquanto se lembrava do dia ótimo que havia tido com os amigos. Ela já podia chamá-los assim, pois nesse pouco tempo de convivência já sentia que eles eram amigos, poderia demorar um certo tempo para isso se oficializar, mas ela estava feliz por todos estarem aceitando-a tão bem. Depois que saiu do banho, vestiu apenas um pijama folgado e decidiu ligar para a mãe, na primeira vez que ligou ninguém atendeu, mas na segunda a mãe finalmente atendeu. — Oi, filha, achei que tinha me esquecido. — A mãe falou fazendo drama. — Nunca esqueceria. — Madson falou um pouco emocionada, era ótimo ter saído daquela cidade que tanto lhe trazia lembranças ruins, mas era horrível estar longe da mãe que sempre foi sua melhor amiga. Por um minuto sentiu-se culpada por ter mentido para a mãe em relação aos reais motivos de ter mudado, mas também estava fazendo aquilo para preservá-la, sabia o quanto a mãe gostava do seu ex. — Como foi seu dia? — Melissa perguntou, parecia animada do outro lado da linha. — Foi ótimo, eu saí com Kate e os amigos dela para um clube maravilhoso. — Madson falou sorrindo ao lembrar-se do ótimo dia que havia tido. — Que bom, meu amor, eu tenho uma super novidade. — A mãe falou ainda mais animada. — Conta, mãe. — Madson pediu, estava curiosa sobre o que deixava a mãe tão eufórica. — Eu estou trabalhando. — A mãe praticamente gritou do outro lado da linha. — Sério? Que ótimo. — Respondeu animada, sabia que a mãe odiava ficar parada e provavelmente estava encontrando um modo de ocupar a mente para não sentir tanta falta da filha. — Sim! E você não sabe o melhor, estou trabalhando no jornal local. — Falou convencida. — Que maravilha, mãe, fico muito feliz por você. Queria estar aí para podermos comemorar. — Disse a última frase com certo pesar. — Podemos comemorar depois. Preciso desligar, senão vou queimar a comida que deixei no fogo. Beijos, querida. — Melissa falou e Madson ouviu um bater de panelas do outro lado da linha. Por um momento imaginou sentir o cheiro da comida da mãe e a saudade bateu. — Mãe! — Chamou antes que ela pudesse desligar. — Oi? — Eu te amo. — Falou e uma lágrima escorreu pelo seu rosto. — Eu também te amo, querida! — Pela voz da mãe, ela certamente estava emocionada, Madson não era uma pessoa que expressava os sentimentos com facilidade. — Até amanhã. — Madson falou e ouviu a mãe se despedir antes de desligar e chorar em silêncio agarrada a um travesseiro. Quando finalmente conseguiu acalmar o choro, foi até a cozinha pegar alguns cookies dos que a irmã havia feito e seguiu para a sala. Precisava de chocolate, isso a deixaria animada com certeza. Ligou a televisão em um canal que passava um filme romântico. Enquanto assistia, chorou mais um pouco, amaldiçoando os diretores do filme por tentar fazer jovens inocentes acreditarem que o amor poderia ser algo lindo daquela forma. Talvez até pudesse, como era o caso de Melissa e Dean, mas antes de dar certo, tudo dava errado e era complicado ter que passar por aquelas fases do amor. Por um momento desejou não ter passado por aquilo e ter encontrado de cara o homem da sua vida. Mas sabia que isso era impossível e talvez um dia o amor chegasse para ela, assim como chegou para a mãe. * Douglas sentou-se atrás da grande mesa que se encontrava no canto de sua sala com alguns exames em mãos. Estava um tanto preocupado quanto ao caso do filho de seu amigo, estudava o máximo de possibilidades possíveis para poder salvar aquela criança. Daria o melhor de si, pois era para isso que havia seguido a profissão de ser médico. Não se arrependia momento algum, já havia salvado várias vidas e era isso que fazia o seu trabalho valer a pena. O celular de Douglas soltou um som estridente avisando que mais uma mensagem havia chegado. Olhou para a tela com certa relutância, era outra mensagem da Candy, ela não parava de perturbá-lo desde o clube. Desbloqueou a tela com a digital e abriu o w******p, na conversa de Candy haviam dez mensagens. Você foi ao clube me ver, não foi? 13:45 Por que não me responde? 14:50 Eu sei que gostou daquelas noites que tivemos tanto quanto eu. 15:06 Eu vi o modo como me olhou hoje. 15:39Sinto sua falta.16:40 Me responde!!!16:41 Da pra ver que você visualizou.16:41 Você não pode sumir novamente.18:32 Eu não vou parar de mandar mensagens. 19:50 Idiota!! 22:30 Douglas suspirou em desapontamento, a mulher era uma louca de pedra, ele m*l havia trocado uma palavra com ela a mais do que o necessário mais cedo. Como sabia que as mensagens persistiriam, Douglas bloqueou o número dela de seu celular. Estava cansado de tudo aquilo, e o dia seguinte seria difícil, decidiu encerrar o trabalho e ir para casa, descansaria o máximo possível para o dia seguinte.
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