CAPÍTULO 14 (ROMANO)

972 Words
— Pensei ter dito que deveria conhecer a mais nova dos Bracci. — Damon soou calmo na linha. — Tem certeza? O pai biológico se envolveu com relacionamentos dúbios no passado... — Pensei ter ouvido que minhas opções de escolha estavam acabando. — Provoquei. — E estavam mesmo. Se é o que quer, farei a ligação para Tiago Bracci. — Ciao. — Encerrei a chamada, de olho em Anastácia, ouvindo atentamente a palestra do enólogo do vinhedo que estávamos visitando aquela tarde. Meu retorno para os Estados Unidos estava previsto para aquela noite e já estava na hora de colocar a aliança no dedo dela. Anastácia estava brincando com fogo se pensava que podia dizer não. Esses encontros que seu pai permitiu foram apenas uma formalidade. Dois jantares, um passeio pela praia no fim da tarde e agora, trouxe- a no vinhedo que tanto queria conhecer. Apesar de ela ser linda e saber como manter uma conversa, todos esses encontros inocentes estavam me dando nos nervos. A mulher, apesar de ter apenas vinte e dois, era uma mulher. Tinha consciência do seu corpo, sabia se vestir e era provocante sem esforço. Em nosso primeiro encontro, ficou óbvio que Anastácia não era totalmente perdida sobre um contato a dois, como a maioria das meninas eram. Em minhas noites de núpcias com Fernanda, precisei lhe explicar tudo, porque sua mãe, muito católica, não teve a tão importante conversa sobre sexo e concepção. Foi uma das poucas noites em que compartilhamos o mesmo ambiente. Com Anastácia, duvidava muito que seria tão ignorante. Além de sua mãe parecer uma mulher mais sensata, ela estudou, conheceu pessoas e é muito provável que tenha se relacionado escondido dos pais. Seria i****a se negasse que estava louco para descobrir até onde foi, porque ela parecia alguém louca para bater asas e voar. — Você gostou? — questionei ao vê-la se aproximar com um sorriso. — Sim, mas não posso beber mais. Não quero voltar para casa bêbada. — Me entregou a taça de vinho verde com um sorriso. — Vamos dar uma volta. — Deixei a taça em cima da mesa. Caminhando ao meu lado tranquilamente, suspirou quando paramos à beira do penhasco com a visão esplêndida do dia em seu entardecer, entre os pés de uvas desenhados no terreno logo abaixo. Ela encostou no parapeito. Observei-a de lado por um tempo e tirei a aliança do meu bolso. — É agora ou nunca, Anastácia — falei e ela me deu um olhar. — Essa visão é o máximo que vou chegar de um pedido romântico? — Sorriu torto e analisou a aliança na palma da minha mão. — Ela é linda, mas não espere que eu vá colocar em mim mesma. Não sou eu a pessoa desesperada aqui. — Por que acha que estou desesperado? — Segurei sua mão e deslizei o anel em seu dedo. Ficou bonito e bem ajustado. Sua mãe me deu o número certo. — Ela é muito bonita. Não sei por que imaginei que seria algo diferente... — Minha mulher usará sempre o mais bonito e o melhor. — Me aproximei e ela ergueu o olhar para meu rosto, focando na minha boca antes de parar em meus olhos. — Você tem razão, talvez esteja desesperado por uma coisa. — Não faço ideia do que seja. — Ela desafiou, bem perto. — Estou desesperado em deixar claro... — Abaixei na direção de seu ouvido e passei meus lábios no lóbulo de sua orelha. Ela agarrou meus bíceps, dobrando as unhas na minha camisa — ... que a partir de agora, você é minha. — Estava indo muito bem, futuro marido. — Suspirou. Desci minhas mãos para sua cintura, puxando-a para mim, moldando seu corpo contra o meu. — Romano... — Ninguém vai se aproximar, tocar e dê adeus aos seus amiguinhos que adoram dizer que você é gostosa. — Beijei seu ombro e arrastei meus lábios até seu pescoço, pressionando um beijo enquanto a mantinha firme. Ela ofegou. — Você é minha agora. — Segurei seu queixo e beijei seus lábios, começando devagar, explorando seu gosto. Ela levou um tempo para me acompanhar, mas quando quis o beijo de verdade, sem resistir porque era teimosa, me agarrou e ficou na ponta dos pés. Porra. Beijo gostoso. — Essa é a sua maneira de marcar território? — Daqui algumas semanas, será com meu sobrenome. — Dei-lhe um selinho. — Quando você quer o casamento? — Você decide com sua mãe. O orçamento não será um problema. — Meu pai vai fazer questão de pagar pelo casamento. — Anastácia franziu o cenho. — Com a traição do primo Romeo, meu pai está realmente queimado com os chefes? — Não vou mentir. Sim, está. Não é pessoal, mas quando um sobrenome trai a honra da famiglia, todos que o carregam pagam por isso. A sorte, no entanto, é que seu pai não tinha laços e não se encontrava com esse lado da família tempo o suficiente para ficar fora de suspeita, mas não muito. — Poderemos convidar as pessoas? — Sua preocupação era engraçada. — Não é por mim. Minha mãe sonha com meu casamento antes mesmo da minha existência. Ela vai ficar devastada se os membros importantes da família não comparecerem ao nosso casamento porque o nome Bracci está manchado. Papai nunca falou com... — Seu pai está certo em protegê-las disso, além do mais, você está se tornando uma Carlucci. Quem tiver de estar lá, estará. Não se preocupe. Ainda incerta, assentiu e olhou para sua aliança. Antes de anoitecer, levei-a de volta para casa e me reuni com seu pai. Tiago Bracci estava ansioso sobre a data do casamento, mas essas coisas eram meramente detalhes femininos. Eu não queria um noivado longo, porque não teria a mínima paciência para ficar indo e vindo.
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