LIBERDADE CONDICIONAL - Em busca da verdade

capítulo 02

Metralha narrando

Salve mulherada, eu sou o Diogo e sou conhecido como Metralha. Assumi o morro mais ou menos a uns 8 anos atrás depois da morte do meu irmão.

A vida nunca foi fácil pra mim e pro fantasma, crescemos nas ruas da favela depois de perder nossos pais pras drogas e sempre foi eu por ele e Deus por nós. Nós eramos irmãos gêmeos idênticos e não foi nada fácil pra nois dois as paradas. Todo dia dormíamos em uma viela diferente, e durante o dia a gente fazia uma grana fazendo favor pros vapores do cabeça. Tinha dia que a moeda que os vapores nos dava, m*l dava pra comer e então fantasma comprava um pão pra gente comer, fantasma dizia que não estava com fome e sempre me dava o único pão que tínhamos conseguido comprar. Mais dia de p*******o era o dia que a gente tirava a barriga da miséria, eles pagavam bem e nós comíamos muito bem também.

Mesmo tendo a mesma idade, ele sempre cuidou de mim. Quando completamos 12 anos ele foi até o cabeça e disse que queria entrar pro movimento, o cabeça riu dele dizendo que ele era um frango que não tinha coragem de porr.a nenhuma e tava querendo fazer papel de homem. Ele bateu de frente com o cabeça e o resultado? Cabeça levou ele pra salinha e disse que ele entraria pro corre depois de torturar o x9 que estava lá a dias apodrecendo pra morrer. O cheiro de morte dentro daquela sala era terrível e me lembro que ele falou que era pra mim sair, que não queria essa vida pra mim, claro que eu não sai e fui até a mesa aonde ficava as paradas de torturas e peguei um martelo que tinha lá.

Aquele foi o meu primeiro homicídio e de lá pra cá, a coisa só foi aumentando. Mais pelomenos o fantasma e eu todos os dias tínhamos comida, um teto e muita grana pra fazer o que quiser, nunca mais dormi com fome na minha vida.

Quando o cabeça foi morto pelo Almeida, o filho dele assumiu o morro, mais ao contrário do pai, o cara era um otari.o que só pensava em droga, mulher e dinheiro. Não fazia p***a nenhuma pra somar na comunidade e ainda queria fazer a gente de o.tario. eu e o fantasma já tínhamos 18 anos quando isso aconteceu, me lembro que era nosso aniversário e dia de p*******o dos vapores, o cara tava tão na noia que não fazia ideia do que tava fazendo e quando chegou na vez do fantasma receber, ele começou a humilhar o fantasma dizendo que ele era o mesmo pirralho de rua que passava fome a anos atrás e que não ia pagar p***a nenhuma pra ele, que ele já tinha tirado muita grana da boca e que era pra ele ir trabalhar.

Fantasma sempre teve um coração muito bom, apesar da vida nos obrigar a seguir esse caminho, fantasma sempre foi um grande homem. Mais nesse dia ele deixou a raiva falar mais alto e matou o playboy. Agora o comando do morro era dele e como ainda não tinha um sub, eu fui promovido a nova função.

Levantamos o morro, sempre pensando nos moradores, e nos vapores. Nosso morro era o que maus faturava, e quando isso acontece, começa a despertar inveja ao redor e quem a gente pensa que é parceiro, nos apunhala pelas costas. Além de lidar com a polícia, tínhamos que lidar com os alemão que vivia tentando tomar nosso morro, pezao era o pior de todos, porque a inveja levou ele a nós atacar e hoje somos inimigos mortais.

Fantasma sempre foi inteligente e sempre pensou numa rota de fuga pra gente, ele comprou um restaurante no asfalto que era o maior sucesso, claro que só algumas pessoas sabiam sobre o restaurante. Ao contrário de mim que não me apego em ninguém, e só pego geral, fantasma sempre quis ter uma família, então ele não saia ficando com qualquer uma pelo morro.

Me lembro do dia que ele chegou do restaurante dizendo que conheceu a mulher da vida dele, ela era linda, batalhadora, forte e que ele teve a melhor noite da vida, mais que ele não queria trazer ela pra essa vida, todos os dias ele ia até o restaurante pra ver se ela voltava lá e quando ela não aparecia, ele ia atrás dela na casa dela. Já me disse que chegou a entrar e ficar lá por horas olhando ela dormir. Eu já tinha falado pra ele que mulher é problema e que ele ia acabar se fu.dendo ainda por causa dela.

E no final das contas, eu estava certo, a va.dia matou ele e eu tenho certeza que foi o pezão que colocou ela na vida do fantasma, ela foi pega no nosso galpão de drogas e além de perder meu irmão, ainda tive um prejuízo do c*****o porque a polícia aprendeu toda a droga e as armas que estava lá. Liguei pro cebe que é nosso aliado e como ele tinha uns contatos, falei pra ele mandar dar um fim na vad.ia lá dentro mesmo, mais não sei que p***a que aconteceu que ninguém conseguia executar a p***a do serviço.

Coloquei a cabeça dela a prêmio, disse que pagaria uma grana preta pra quem conseguisse matar ela, mais todos que tentaram falharam. Depois de uns 10 meses que ela estava presa, eu já tinha assumido o morro, estava na boca quando meu informante da penitenciaria me ligou dizendo que estava na entrada do morro com uma coisa que era pra mim, eu achei que finalmente alguém tivesse matado a mulher, mais quando cheguei lá, ele tava com uma criança nos braços dizendo que era filho do fantasma e da mulher que havia sido presa.

Foi um choque pra mim, até porque eu nem sabia que ela estava grávida, depois que tentaram matar ela o diretor achou melhor deixar ela na solitária e ela ficou lá por uns 3 meses. Fiz o teste de DNA no moleque porque eu não ia criar uma criança dos outros, ainda mais daquela mulher que eu tanto odeio.

O exame confirmou que ele realmente era o filho do meu irmão e desde então eu crio o Lucca e comando o vidigal. Eu sonho com o dia que ela vai sair daquela penitenciaria e eu vou matar ela com as minhas próprias mãos.