LIBERDADE CONDICIONAL - Em busca da verdade

Natália narrando 8 anos atrás... Cheguei em casa depois de um longo dia no meu emprego, senhor Leandro me fez trabalhar o dia todo como uma escrava pra chegar agora no final do dia dizer que eu estava sendo demitida, o pior que ele nem se quer me falou o motivo da minha demissão, só disse que a partir de agora não faço mais parte da equipe. Ele mandou eu pegar todas as minhas coisas que eu não cumpriria nem mesmo o aviso prévio. Trabalho aqui desde meus 18 anos, sempre fiz o melhor pra empresa, e hoje vejo que funcionário não tem seu valor. Peguei todas minhas coisas que estavam no meu armário, entreguei meu uniforme que eu estava vestida e sai da empresa muito preocupada com o que faria agora. Ainda bem que o Rafael conseguiu o emprego, assim não vamos atrasar as contas até eu arrumar outro emprego. Cheguei em casa e tinha um carro parado na frente de casa, achei estranho porque hoje o Rafael está de folga e disse que iria pra casa da mãe dele ajudar ela com algumas coisas que ela tá precisando. Abri a porta e tinha várias peças de roupas espalhadas pelo chão, daqui mesmo se escutava os gemidos que claramente vinha do meu quarto, não acredito que esse cretino está me traindo enquanto estou trabalhando que nem uma maluca pra gente conseguir comprar nossa casa. Abri a porta do quarto e não acreditei quando vi a dona Jamile ali com meu marido que agora é ex. Acho que agora tô entendendo o motivo de ter sido demitida, a filha do meu chefe tá tendo um caso com o meu marido. Fiquei ali parada olhando a cena e quando o Rafael se deu conta que eu estava ali, ele começou a dar várias desculpas, ficou desesperado me pedindo perdão enquanto ela ria de toda a situação dizendo que o meu marido estava namorando ela a 1 ano e ela era o motivo das horas extras dele no serviço todos os dias. Natalia: quando eu voltar, não quero vocês aqui, já que estão namorando, pode ficar com ela, só some da minha vida e você, faça um bom proveito.- eu falei pra eles e dei as costas saindo dali. Rafael ainda tentou me segurar pra falar comigo, pedindo perdão e falando que errou, que nunca mais faria isso e eu puxei meu braço dizendo que não queria ouvir ele. Senti um tapa no meu rosto que quase me derrubou no chão e ele começou a gritar dizendo que sem ele eu não teria aonde cair morta, que tudo o que eu tenho hoje foi graças a ele e que agora eu vou voltar a ter a vida miserável que eu tinha. Não tenho uma família como ele, morei minha vida toda em um orfanato e quando sai consegui aquele emprego através de uma moça que trabalhava no orfanato e me ajudou. Sempre fiz tudo certinho pra não perder o emprego, todo o mínimo pra mim era uma conquista, e quando conheci o Rafael, eu achei que ele seria o homem da minha vida ja que foi meu primeiro homem, meu primeiro namorado e meu primeiro marido. Sai de casa sem destino, só espero que quando eu voltar, ele não esteja mais aqui, me fez mil juras de amor, todos os dias dizia o quanto eu era linda e me amava e no final das contas, estava namorando a um ano, nunca ouvi dizer que homem casado tinha namorada, mais tudo certo, me livrei de um encosto e tá tudo bem, antes tarde do que nunca. Vai ser difícil, não sei como vai ser daqui pra frente, mais eu me viro. Parei em um restaurante e sentei pra jantar, pedi uma taça de vinho e um macarrão a bolonhesa, ainda bem que tenho um dinheiro guardado e ainda tem a recisão que vou receber se não agora eu estaria perdida. Peguei meu celular e enquanto esperava a comida chegar, o garçom trouxe a taça de vinho e eu peguei meu celular apagando tudo o que me trouxesse memória do Rafael, não quero mais saber de nada daquele homem e pra mim ele morreu. Percebi que um homem que estava sentado na minha frente não parava de me olhar e isso já estava me deixando muito sem graça, ele era um homem muito bonito, com o corpo cheio de tatuagem e um sorriso lindo. Ele se levantou e quando percebi que ele vinha na minha direção fiquei nervosa e olhei pro celular. Xxx: será que posso me sentar aqui?.- ele fala e eu olho pra ele que espera uma resposta. Natalia: desculpa, mais, a gente se conhece?.- eu pergunto pra ele que n**a e puxa a cadeira. Xxx: eu sou o fantasma.- ele fala estendendo a mão pra mim dar um soquinho e eu acho estranho. Natalia: isso é algum tipo de nome ?.- ele sorri com seus dentes perfeitos e eu fico ali que nem uma i****a encarando ele. Fantasma: isso é um vulgo, mais fala como tu se chama. Natalia: eu sou a Natalia.- eu falo pra ele e o garçom trás minha comida e eu peço mais uma taça de vinho. Ele disse que o garçom poderia deixar a garrafa e pediu um prato pra ele também, ficou ali me fazendo companhia e me fazendo várias perguntas, achei ele bem simpático e por hora estava sendo bom falar com uma pessoa que não estivesse me dando ordens ou que ficasse dizendo o quanto eu tenho sorte de ter encontrado o Rafael. Eu já estava meia alegre depois de tomar quase uma garrafa de vinho sozinha e o fantasma se ofereceu pra me levar pra casa, eu aceitei e assim que chegamos na minha casa, eu vi que o Rafael não estava mais aqui e nem as coisas dele. Perguntei pro fantasma se ele queria entrar e ele confirmou. Peguei outra garrafa de vinho que eu tinha na geladeira e coloquei em duas taças para gente. Eu fazia várias perguntas pra ele que so dizia ser complicado a vida que ele levava, e quando eu já não respondia mais por mim, só me lembro de estar beijando a boca dele e tirar sua roupa. Acordei de manhã e tinha um bilhete dele ao lado da cama dizendo que gostou muito da nossa noite e eu fiquei chocada comigo mesmo porque nunca dormi com outro homem a não ser Rafael e ainda por cima um desconhecido. Já fazia um tempo que eu e Rafael não tinha nada, quase 1 mês porque ele tava sempre com dor de cabeça, ou tava cansado e agora tudo faz sentido. Na verdade ele estava esse tempo todo com ela e me fazendo de trouxa. [...] O mês passou e graças a Deus eu não sentia mais nem falta daquele embuste do Rafael, hoje consegui uma entrevista de emprego, porém acordei passando muito m*l e sentindo uma grande fraqueza, acho que vou ao medico antes de ir na entrevista, porque se eu for chamada pra trabalhar, não vou poder faltar depois pra ir ao médico né. Levantei, tomei meu banho e me arrumei porque aí se precisar, já vou do hospital mesmo pra minha entrevista, ainda mais que depender desses hospitais públicos é só por Deus. O médico pediu uns exames e parece que o dia está ao meu favor porque foi super rápido, ele disse que o exame ficaria pronto em algumas horas e então eu decidi que iria pra minha entrevista e depois voltaria aqui pra pegar os resultado. Passei em uma lanchonete e fui almoçar antes de ir pra entrevista, eu trabalhava como atendente em um café chique aqui no Rio, e esse que vou fazer a entrevista é em uma fábrica de sorvetes. Depois que comi, paguei a conta e fui pra minha entrevista. Graças a Deus já sai de lá com o papel do exame admissional e amanhã mesmo já faço o exame pra começar depois de amanhã, Deus tem sido tão bom comigo que agora sim tudo vai começar a dar certo. Voltei no hospital pra pegar o resultado do meu exame de Mais cedo e quase que eu fiquei por lá mesmo, o exame deu que eu estava grávida e como era exame de sangue não tem nem como dizer que deu erro no exame, por isso tô passando tanto m*l. Eu não conseguia acreditar que tudo aquilo estava acontecendo, agora que eu ia seguir em frente com meu novo emprego, isso acontece, não tô questionando Deus, até porque confio no senhor, mais eu só queria poder entender o motivo disso tudo. Fui pra casa e não conseguia parar de chorar, quando eu me toquei que o filho era do fantasma, aí que eu entrei ainda mais em desespero, como vou falar pra aquele homem que eu nem sei nada sobre ele, não sei quem é, aonde mora e nem oque faz que tô grávida dele. Tive a ideia de voltar pro restaurante que nos conhecemos aquele dia pra saber se alguém conhecia ele por lá e pra minha sorte, o gerente me disse que ele era dono do lugar, que ligaria pra ele pra dizer que eu queria falar com ele. Ele disse que hoje não poderia falar comigo, mais que era pra mim encontrar ele em um endereço que ele me passou junto com o horário amanhã. Voltei pra casa e no dia seguinte não consegui ir fazer o exame, quando aparecer que estou grávida eles não vão me contratar, então nem vou perder meu tempo. Quando deu o horário, eu chamei um uber que me levou até o local que ele me passou e assim que eu cheguei lá, era um galpão escuro e com cheiro muito forte de drogas. Peguei meu celular e liguei o flash entrando no lugar que estava com a porta aberta e chamei por ele que não me respondeu, eu estava com muito medo, ainda mais porque tá escuro e eu quase não tô vendo nada. Ouvi um barulho e na hora me virei na direção clareando o local e de longe vi ele caído no chão. Corri até ele que estava com a boca cheia de sangue e os olhos cheios de lágrimas, no seu peito tinha vários disparos de tiros. Entrei em pânico porque não sabia o que fazer e na hora que eu ia falar pra ele que eu estava grávida, ele sussurou o nome ferrugem e as luzes do galpão se acenderam e em poucos minutos o lugar estava cheio de polícia e eu sendo presa por um crime que não cometi e fui acusada injustamente. policial: a senhora está presa pelo assassinato do traficante fantasma, você tem o direito de permanecer calada e tudo o que disse pode e será usado contra você.