A criada de Salvatore saiu do quarto com um movimento calmo, deixando Bella sozinha com seus pensamentos e uma onda crescente de incertezas. Ela ficou parada no centro do quarto, observando a luz fraca que entrava pelas janelas e o silêncio profundo que dominava o lugar. Bella sentia o peso da situação em cada respiração. Ela estava em um lugar estranho, cercada por paredes que mais pareciam do passado, e não sabia o que aquele homem queria dela, o que estava acontecendo ou o que viria pela frente.
"Se eu ficar aqui, sozinha e sem respostas, nunca vou saber", pensou Bella, apertando as mãos contra a barra do vestido, pensando sobre o que faria. Ela não podia se permitir ceder ao medo, não naquele momento. Ela precisava descobrir o que Salvatore Romano queria, o que ele tinha planejado para ela. Não podia ser submissa, não podia se curvar diante do desconhecido.
Decidida, Bella foi até a porta e tentou girá-la, mas a fechadura estava trancada. Ela respirou fundo e, sem mais hesitação, começou a caminhar pelo quarto, observando os móveis antigos e pesados que a rodeavam. A incerteza pesava, mas ela sabia que precisava sair dali, descobrir mais. Não ia ficar trancada esperando que o destino lhe entregasse algo. Se tivesse que enfrentar o que quer que fosse, faria isso com a cabeça erguida.
Uma hora depois, Bella estava em pé perto da janela quando a porta do quarto se abriu, e uma senhora entrou com um olhar sereno, mas profissional. Ela trazia consigo alguns vestidos, que foram dispostos cuidadosamente sobre a cama. Bella a observou em silêncio, mas a mulher não parecia surpresa por vê-la acordada.
— O mestre Salvatore pediu que se preparasse para o jantar, senhorita — a criada disse com uma voz calma e controlada. — Ele solicitou que estivesse pronta às 20 horas. Aqui estão alguns vestidos, escolha o que achar mais adequado.
Bella a olhou, ainda sem saber o que esperar de Salvatore, mas algo dentro dela se rebelou contra a situação. Ela não estava ali para ser submissa ou para se sentir diminuída. Era uma Bianchi, e isso era algo que ela carregaria com ela, não importa onde estivesse. Ela tinha que se manter digna.
A criada observou Bella, esperando que ela fizesse sua escolha, e, com uma breve análise, Bella pegou um vestido de um tom de azul profundo. Era simples, mas tinha um ar de elegância discreta, algo que a fazia se sentir um pouco mais ela mesma. O vestido se ajustava perfeitamente, e Bella o vestiu rapidamente, prendeu o cabelo em um coque alto, com alguns fios soltos ao redor do rosto, tentando criar uma aparência de sofisticação sem perder a força que sentia por dentro.
Quando terminou, a senhora criou entrou novamente, vindo até Bella com um olhar mais gentil, porém ainda firme.
— O mestre Salvatore aguarda a senhorita para o jantar. Ele pediu que eu a acompanhasse até a sala de jantar.
Bella não hesitou. Ela respirou fundo, levantando a cabeça com confiança, determinada a manter a postura, não importa o que acontecesse. Ela sabia o que era, sabia quem era, e não deixaria que ninguém, nem mesmo Salvatore Romano, a fizesse sentir inferior. Ela era uma Bianchi, e se fosse para enfrentar aquele homem, seria com todo o poder que ela ainda tinha dentro de si.
Enquanto descia as escadas da mansão, seus passos eram firmes, mas seu coração ainda estava batendo acelerado. Cada degrau parecia mais pesado que o anterior, mas Bella sabia que não podia vacilar. Ela não ia permitir que o medo tomasse conta de sua mente ou de seu corpo. Ela estava ali para se valorizar, para mostrar que, apesar de estar nas mãos de Salvatore Romano, ela ainda tinha a capacidade de manter sua dignidade e sua honra.
Quando chegou à sala de jantar, a imponente figura de Salvatore estava à sua espera. Bella não olhou para ele imediatamente, mas antes se concentrou em sua postura, em manter a cabeça erguida, em mostrar que, apesar de tudo, ela não seria derrotada por aquele homem. Ela era uma Bianchi, e isso valia mais do que qualquer ameaça que ele pudesse representar.
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