Capitulo7

881 Words
Bella acordou com um sobressalto, o coração batendo descompassado, tentando entender onde estava. O quarto ao seu redor parecia de outro tempo, distante do conforto da mansão Bianchi. As paredes eram de pedra, e a cama, uma enorme estrutura vitoriana, parecia tirar qualquer sensação de aconchego. O ambiente estava silencioso, abafado, e a luz que entrava pela janela era fraca, como se o dia ainda estivesse por nascer. Sua mente ainda estava atordoada, e sua primeira reação foi se levantar da cama, mas ao fazer isso, sentiu sua cabeça girar com a força de um vendaval, e a boca seca como areia. Desesperada, ela olhou ao redor e, finalmente, viu uma jarra de água em cima de uma pequena mesa de cabeceira. Sem hesitar, pegou o copo, levantou a jarra e bebeu o conteúdo rapidamente, sentindo a água fria aliviando um pouco a secura em sua boca. Mas o alívio foi breve. A cada segundo, a sensação de estar completamente perdida e fora de controle se intensificava. Ela olhou para os lados, tentando entender o que estava acontecendo. O ambiente não era familiar. Ela não sabia onde estava, mas uma coisa era clara: ela estava longe de casa, longe de tudo o que conhecia. Tentando se orientar, Bella foi até a porta do quarto. Tentou girá-la, mas estava trancada. O pânico começou a crescer em seu peito. Ela começou a bater com os punhos na porta, gritando, pedindo ajuda, tentando fazer com que alguém a ouvisse. — Alguém! Por favor! Onde estou? Quem fez isso? — Ela gritou, a sua voz se quebrando de desespero. Mas não houve resposta. Apenas o silêncio. O vazio que a cercava parecia tomar conta de tudo. Ela bateu na porta novamente, e mais uma vez, nada aconteceu. O medo começou a dominar sua mente. Sua cabeça doía, e o desespero crescia dentro de si como uma onda prestes a arrastá-la. Ela não sabia o que estava acontecendo. Sua mente tentava entender, mas tudo parecia confuso demais. Ela tinha sido arrancada de sua casa, de sua vida, e ninguém havia dito uma palavra sobre o que estava acontecendo ou por quê. "Eu preciso sair daqui. Eu preciso voltar para Henrico, para minha casa... onde estou?" Pensou, enquanto o pânico aumentava. Ela foi até a janela, tentando ver se havia algo que pudesse lhe dar uma pista sobre onde estava, mas a visão era limitada e não havia nada que a fizesse entender sua localização. Foi então que, em meio ao caos em sua mente, Bella gritou com toda a força que ainda tinha. — Me tirem daqui! Me deixem sair! Quem quer que esteja me segurando aqui, me escutem! — Ela gritou, sua voz rouca e desesperada, mas o silêncio era a única resposta. Ninguém a ouvia, ninguém a ajudava. Duas horas se passaram e a porta ainda estava trancada. O desespero tomou conta dela. Ela caiu de joelhos no chão, a mente sobrecarregada pela incerteza e pelo medo do que poderia estar por vir. As lágrimas começaram a escorrer por seu rosto, mas ela não podia se entregar à tristeza. Ela precisava de respostas. Precisava saber onde estava e como sair dali. Foi então que a porta finalmente se abriu. Bella levantou a cabeça, com os olhos vermelhos de tanto chorar, e viu uma mulher entrando. Ela parecia calma e séria, vestindo um uniforme simples de criada. A mulher olhou para Bella com uma expressão neutra e colocou uma bandeja sobre a mesa perto da cama. Na bandeja, havia comida, mais água, e um pequeno frasco de comprimidos. — Aqui está comida para você, senhorita, e também algum remédio para a dor de cabeça. — A criada disse, sem emoção. — O mestre Salvatore Romano pediu que eu preparasse um banho para a senhora, se quiser. Bella olhou para ela, confusa e desorientada. Ela estava ainda processando a informação e não entendia o que estava acontecendo. Finalmente, ela se forçou a falar, sua voz tremendo. — Onde estou? O que está acontecendo? — Ela perguntou, quase implorando por uma resposta. A criada olhou para Bella com a mesma expressão distante e disse: — A senhora está na Mansão Romano. O mestre Salvatore Romano aguarda sua presença para o jantar. Ele pediu para que se preparasse. Quando Bella ouviu as palavras "Mansão Romano", seu corpo congelou. O chão parecia sumir debaixo de seus pés. Salvatore Romano? O homem que ela soubera que odiava sua família, que nutria um ódio imenso por tudo o que representava a família Bianchi, estava agora por trás disso? Ele? Como ele poderia ter envolvimento nisso? Como ele poderia ter feito algo assim? O desespero a invadiu com uma força avassaladora. Salvatore Romano. Ele havia sido o responsável pela dor de sua família. Ele havia causado tantas perdas, tantas tragédias... E agora, ela estava nas mãos dele. Bella sentiu o pânico tomar conta de si novamente. Como ela sairia disso? Como enfrentaria aquele homem que destruiu tanto de sua família? E o pior: ele a havia trazido para este lugar, sem explicações, sem razões. Ela não sabia o que o futuro lhe reservava, mas sabia uma coisa com certeza: Salvatore Romano não apenas odiava sua família... ele agora tinha controle sobre ela. E isso a aterrorizava mais do que qualquer outra coisa.
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