Salvatore Romano passou seis meses calculando cada movimento, organizando cuidadosamente sua vingança. Cada plano estava traçado, e ele estava preparado para fazer Jordan Bianchi sofrer da mesma maneira que ele sofreu com a perda de sua irmã. Ele havia conseguido reunir todas as peças necessárias, controlando cada detalhe e aguardando o momento certo para agir. No entanto, havia algo que o incomodava profundamente, algo que ele não conseguia afastar da sua mente. Bella Bianchi.
Ela era mais do que uma simples mulher. Sua beleza era estonteante, com curvas que certamente fariam qualquer homem perder a razão, mas o que mais o perturbava era como ela o fazia se sentir fora de controle. Salvatore, acostumado a manipular e controlar todas as situações ao seu redor, não gostava da forma como Bella parecia entrar em sua mente e desafiá-lo.
No entanto, ele sabia que nada disso importava. A vingança contra Jordan era o que realmente importava. Bella, por ser irmã de Jordan, se tornaria a chave para ele alcançar sua vingança. Mas, mesmo assim, a presença dela sempre parecia perturbá-lo, como um espinho que não conseguia arrancar.
Bella desceu as escadas da mansão, seus saltos fazendo um som firme no assoalho de madeira. Cada passo dela reverberava no silêncio da casa, e, quando ela chegou ao pé das escadas, seus olhos se encontraram com os de Salvatore. Ele estava de pé, olhando pela janela, sua postura imponente e inabalável. Quando ele se virou, seus olhos caíram sobre ela, e Bella pôde sentir a tensão no ar. Ela o encarou sem hesitar.
— O que você quer comigo? — Bella perguntou, sua voz clara e desafiante. Ela não sabia o que Salvatore pretendia com ela, mas sabia que o homem diante dela era perigoso, e ela não se permitiria ser intimidada.
Salvatore a observou por um momento, como se avaliando sua reação, antes de responder com frieza.
— Eu quero fazer você sofrer, Bella, da mesma forma que Jordan fez minha irmã sofrer — ele disse, sua voz carregada de raiva, uma raiva que ele tinha alimentado por meses.
Bella o encarou com uma expressão de incredulidade, antes de rir, um riso desafiador e sarcástico.
— Você está errado, Salvatore. Jordan e Helena se amavam, eram amantes. O que aconteceu entre eles não foi forçado — ela disse, com uma confiança que ela não sabia de onde vinha, mas que se sentia obrigada a mostrar diante do homem que a desafiava.
Salvatore fez um movimento brusco com a mão, a raiva queimando em seus olhos.
— Helena nunca se deitaria com boa vontade com um Bianchi. — A voz dele estava carregada de desprezo. — Se algo aconteceu entre eles, foi porque Jordan obrigou minha irmã. Ela nunca se entregaria a um lixo da sua família.
Bella ficou em silêncio por um momento, sentindo uma onda de indignação percorrer seu corpo. Ela olhou para Salvatore com os olhos cheios de fúria, incapaz de manter a calma.
— Não! — ela gritou, sua voz vibrando com emoção. — Helena e Jordan se amavam! Eles se amavam, Salvatore! Você não pode negar isso!
Salvatore, em um surto de raiva, avançou para ela. Antes que Bella pudesse reagir, ele agarrou seu braço com força, puxando-a sem piedade pela mansão. O pânico e a raiva começaram a se misturar, e Bella tentou se desvencilhar, mas Salvatore não a soltou. Ele a arrastou até a adega da mansão, um lugar isolado, escuro e frio. Quando chegaram lá, ele a empurrou com violência para o chão.
— Minha irmã jamais se entregaria a um lixo da sua família, Bella! — Salvatore gritou, sua voz cheia de desprezo. Ele estava fora de si, consumido pela raiva, pela necessidade de fazer Jordan pagar, e Bella se tornava, para ele, o meio para isso.
Bella tentou se levantar, mas o impacto a havia deixado atordoada por um momento. Ela olhou para ele com os olhos cheios de raiva e dor, mas Salvatore não a deixou responder. Ele se virou e, sem uma palavra, saiu da adega, deixando-a ali, caída no chão, sozinha e vulnerável.
O som de seus passos se afastando ecoou nos ouvidos de Bella, mas ela não se deixou vencer. Ela respirou fundo, tentando se recompor. O ódio por Salvatore queimava dentro de si, e ela sabia que não iria deixar aquele homem, nem o que ele representava, destruir sua dignidade. Mas naquele momento, ela não sabia o que o futuro lhe reservava, e a sensação de impotência e desespero a consumia enquanto ela ficava sozinha na escuridão da adega.