Desafio

951 Words
Depois de andar por um tempo Chloe encontrou uma estrada de paralelepípedo,e depois de um aglomerado de arvores ela se viu em uma pequena aldeia compostas por pequenos chales de madeira. Os chalés eram simples, mas havia uma beleza rústica em cada um deles. Cada casa parecia ter sido cuidadosamente construída, com cercas de madeira delimitando pequenos quintais onde as mulheres realizavam suas tarefas diárias. Algumas penduravam roupas em varais improvisados, enquanto outras cozinhavam em fogões a lenha do lado de fora de suas casas. Em outra cena pitoresca, mulheres costuravam roupas coloridas e algumas esticavam couros para secar ao sol. Era um ambiente incrivelmente vívido e autêntico. Algumas das mulheres vestiam trajes tradicionais, com longas saias e blusas coloridas, enquanto outras optavam por vestidos de cores vibrantes, que contrastavam com a simplicidade do lugar. As crianças corriam despreocupadas, perseguindo galinhas ou jogando bola, e havia um pequeno mercado e até uma lanchonete, proporcionando uma mescla harmoniosa de modernidade e tradição. Chloe sentia-se como se estivesse em meio a um filme de faroeste, pois, em sua ignorância, havia imaginado que os índios viviam em tendas. A realidade era muito mais rica e complexa do que ela jamais poderia ter imaginado. As mulheres olhavam-na com desconfiança, os homens a observavam com olhos cautelosos, e as crianças, sem qualquer reserva, apontavam e riam. Contudo, ela manteve a cabeça erguida e continuou a seguir em frente. Estava determinada a encontrar Raoni. Cada rosto parecia uma pintura viva de curiosidade e especulação, observando cada movimento seu com atenção, o que despertava uma sensação desconfortável em Chloe. Porém, ela não se deixou abalar. Enquanto caminhava, Chloe se perguntava se Raoni também vivia em um pequeno chalé e comia comida feita em um fogão a lenha. Parecia irracional para ela que um homem com tanto dinheiro escolhesse uma vida tão simples. Com sua fortuna, ele poderia morar em Paris ou Milão, desfrutar de todo o conforto e luxo que o dinheiro pode comprar. Mas ali estava ele, vivendo em um lugar onde o tempo parecia ter parado. A perplexidade de Chloe não se limitava ao estilo de vida de Raoni. Ela também não conseguia entender por que ele não correria para ajudar o pai. Richard Marks era um homem incrível, conhecido por sua filantropia e por ajudar inúmeras causas humanitárias. Chloe devia tudo a ele. Embora sempre tivesse sido rica, ela era uma filha bastarda, e isso significava que, apesar de ter acesso a todos os luxos materiais, ela não tinha o prestígio que só o verdadeiro reconhecimento podia proporcionar no mundo dos ricos. Richard tinha visto o potencial de Chloe e lhe dado uma chance. Ele a contratou como assistente e, dois anos depois, a promoveu a CEO de uma das maiores empresas da América. Essa oportunidade transformou sua vida, concedendo-lhe o prestígio e a posição que ela sempre almejara. Para seu pai biológico, Chloe era apenas uma bonequinha de luxo, alguém para ser mimada, mas não para ser levada a sério nos negócios. Já Richard acreditara em sua capacidade e a ajudara a alcançar seus objetivos. Por isso, Chloe sentia-se em dívida com ele. Ela estava disposta a fazer o que fosse necessário para retribuir a confiança que Richard depositara nela. Trazer Raoni de volta a Nova York era uma forma de demonstrar sua gratidão e retribuir a oportunidade que ela recebera. Chloe continuava sua caminhada pela estrada de paralelepípedos, cada passo revelando mais detalhes fascinantes da aldeia. Além dos chalés bem cuidados, ela notou uma pequena lanchonete e até um mercado que parecia vender uma mistura de produtos modernos e locais. A presença desses estabelecimentos sugeria uma comunidade bem organizada e autossuficiente, uma combinação interessante do tradicional e do contemporâneo. Ao se aproximar da lanchonete, pensando em comprar uma água para aliviar a sede, ela escutou uma conversa que chamou sua atenção. Duas jovens estavam sentadas em uma mesa próxima, falando animadamente. "Acha que Niara vai desafiar o chefe Raoni outra vez esse ano?" perguntou uma delas, seus olhos brilhando de curiosidade. A outra jovem fez uma careta antes de responder. "Com certeza! Todos os anos ela o desafia com a esperança de conquistá-lo de uma vez. Ela faz mesmo jus ao seu nome." Chloe franziu a testa, intrigada com o que ouvia. Como assim, desafiar o chefe? Ela se aproximou discretamente, fingindo olhar os produtos expostos na lanchonete, enquanto prestava atenção na conversa. "Se ela ganhar, acha mesmo que teria coragem de pedir para que o chefe se case com ela?" perguntou a primeira jovem, uma pitada de dúvida em sua voz. A outra riu, sacudindo a cabeça. "E você ainda tem dúvidas? Todos sabem que o chefe não pode recusar o desafio. Se ele perder, tem que atender ao pedido do ganhador." Chloe sentiu como se o universo estivesse lhe dando uma oportunidade. Seus pensamentos começaram a correr rápido. Se tudo que ela precisava fazer era desafiar Raoni e ganhar, ele teria que cumprir seu pedido. E seu pedido, claro, seria que ele fosse a Nova York ver seu pai. Era uma chance que ela não podia deixar passar. A adrenalina corria por suas veias enquanto ela ponderava as implicações da conversa. Chloe precisava entender mais sobre esse desafio e como poderia usá-lo a seu favor. Sentindo-se energizada por essa nova perspectiva, ela decidiu que precisava descobrir mais sobre as regras e tradições locais para formular um plano eficaz. Disfarçando sua curiosidade, Chloe pegou uma garrafa de água da prateleira e se dirigiu ao balcão. Ela pagou pela água e, enquanto a jovem no caixa lhe devolvia o troco, Chloe não resistiu e perguntou casualmente: "Com licença, ouvi vocês falando sobre um desafio. Vocês poderiam me explicar melhor o que é isso?"
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