A Cabana na Floresta

850 Words
O dia amanheceu claro e ensolarado, apesar de frio. Consegui seguir a programação normal, apesar de um atraso inicial, o que me irritou um pouco, mas disfarcei assim que consegui me lembrar de quais eram os planos para aquele dia. O meu turno começava à uma hora e o de Dom, também. Encontramo-nos às nove e meia, assim que deixei as crianças todas na escola. Meu peito disparava, eu sabia que era errado o que eu estava fazendo. Nos encontramos novamente no estacionamento do centro comercial, eu podia jurar que o zelador já estava desconfiando, mas seria um tanto doentio de minha parte pensar isso. Ele entregou-me o capacete, sorria, parecendo extasiado. Montei na moto: eu sempre detestara motos, mas desde o dia em que eu subira pela primeira vez na garupa da moto de DomDel, eu podia dizer que a sensação de liberdade era incrível – não apenas pela motocicleta, mas por tudo o que vinha logo depois: era simplesmente libertador. - Chegamos – ele diz sorrindo, e o sorriso dela era lindo e iluminava até mesmo o dia mais nublado, ele me segura pela mão, puxando-me para a porta. - Eu não tenho certeza – digo insegura. - Tudo bem – ele abre a porta e sorri – já fizemos isso antes, podemos apenas sentar e conversar. - Certo – eu respondo. Ele fez café, eu deitei no sofá, com meus pés sobre seu colo novamente. Me sentia com quinze, dezesseis anos, quando Dom estava tão perto e tão disponível.... Era tão errado quanto naquele tempo. Ele parecia encantando, olhando para mim enquanto conversávamos sobre coisas aleatórias. E, em algum momento, acabamos mudando de posição no sofá, estávamos lado a lado e quando dei por mim, eu o estava beijando. Não era como eu havia imaginado: algo doentio e desesperado, eu o beijei lentamente e ele retribuiu no mesmo ritmo, apreciando, aproveitando o momento, como se nada mais importasse naquele mundo. - É errado... – eu tento colocar um pouco de lucidez naquele momento. - Se é o que você quer, Mel, para mim, está tudo certo – ele me puxa para cima dele, segurando minha cintura, eu estou quase entregue – fala para mim que você quer? – ele segura meu pescoço mantendo-me um pouco afastada. - É o que eu quero Dom – eu digo – é tudo o que eu sempre quis. Ele me levanta pela cintura, colocando-me no outro lado do sofá, olhando dentro dos meus olhos. Logo se aproxima e me beija: não o beijo que me deu antes de me deixar falando sozinha, anos antes, mas um beijo de verdade: sinto sua boca quente, a pressão perfeita de seus lábios, a língua que se move suavemente em minha boca enquanto suas mãos deslizam pelo meu corpo. Eu poderia dizer que era como eu sempre havia imaginado, mas não: era simplesmente melhor do que qualquer coisa que eu havia imaginado em toda a minha vida: ele conduzia toda a situação de forma perfeita, como se tivesse planejado cada segundo daquilo, o momento certo de cada toque, a intensidade de cada beijo. Eu estava totalmente entregue à ele, em um caminho sem volta: - Hoje eu vou f********r com você, Mel – ele diz baixinho em meu ouvido, fazendo o meu corpo todo arrepiar – e você nunca mais na sua vida vai aceitar menos do que isso, está certo? - Uhum – eu respondo num gemido baixo. - Prometa para mim, Mel – ele me olha nos olhos – prometa para mim que nunca mais vai aceitar menos do que isso. - Eu prometo, Dom – suspiro – prometo que nunca mais na minha vida eu vou aceitar menos do que isso. - Boa garota... - ele diz rindo. Foi a primeira vez em toda a minha vida que eu senti tanto prazer: Dom era minucioso, em tudo o que fazia, totalmente atento à todos os detalhes do que estava fazendo, e eu, estava totalmente inebriada, eu estava verdadeiramente entregue à todas as sensações que ele causava. Dom despiu-me lentamente, como quem precisa aproveitar o momento, como quem precisa guardar aquilo tudo em sua mente, observando, sentindo, tocando. Tudo era intenso demais, não havia pressa e era como se o único objetivo daquele homem fosse me dar o máximo possível de prazer, o tempo todo. Ele me levou ao êxtase não uma, mas ao menos três vezes... Eu poderia, facilmente, ter passado ali o dia inteiro, a semana inteira, se eu me permitisse ser um pouco irresponsável, desejaria passar ali a minha vida inteira... Mas então, eu cai na realidade, a chuva caindo e todo aquele clima rupestre e rústico, o cheiro da pele dele, agora misturado ao cheiro da minha... Por um tempo, fiquei apenas deitada ao seu lado, observando enquanto ele dormia, mas eu lembrei que eu tinha os meus próprios compromissos, meu trabalho, minha casa, meus filhos e, adivinhem? Um marido ! Eu ainda tinha um marido, o que era que eu estava fazendo? Como eu cheguei à aquele ponto? Como é que eu podia fazer uma coisa daquelas?
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