— Com certeza eu sei que deveríamos estar na escola. - ela murmurou enquanto se deixava ser guiada por ele, entre todo aquele caminho difícil -
— Será que você nunca vai confiar em mim? - perguntou divertido, olhando para ela com os pequenos globos brilhantes mostrando que ele estava aprontando alguma coisa -
— Se não confiasse sequer tinha vindo até aqui. - falou piscando para ele - Apesar de saber que você definitivamente está aprontando algo.
— Infelizmente tenho que concordar contigo, Herms. - Ele riu pelo nariz, mas não disse sobre o que ele concordava, e ainda era estranho vê-lo concordando com ela.
Caminharam um pouco mais pela Floresta Proibida. A escuridão que inundava sua visão atiçava ainda mais sua curiosidade sobre o porquê de estarem no meio daquilo. E ela sabia que era errado estar ali durante a noite, perigoso também, arriscado. Criaturas residiam na floresta, poderiam ser atacados, ou pegos por Hagrid. Mas, quem disse que ela conseguia parar Malfoy? Ele podia ser ainda pior do que ela quando enfiava algo na cabeça, nem mesmo Salazar seria capaz fazê-lo recuar. E ela devia admitir que admirava isso nele, a persistência, ou, como gostava de dizer; a irritante insistência.
Olhou para baixo, na intenção de tentar ser cuidadosa para não tropeçar nas raízes das imensas árvores, no entanto tudo o que pôde focalizar foi a mão pálida do loiro que reluzia sob a luz fraca da lua que crescia esplendorosa no céu. As mãos entrelaçadas eram outra surpresa, nada que jamais pudesse explicar como ela tinho ido parar ali, naquele sentimento improvável, naquela aproximação inimaginável. E, aquela sensação incomparável. Hermione sabia que por mais que aquilo que estavam vivendo tivesse um fim, não conseguiria encontrar outro sequer parecido com Draco. Nem nos jeitos tampouco na fisionomia e aparência. Draco era como um Lorde Inglês, bonito e elegante. Diferente dela, que era a simplicidade na mais pura forma da palavra. Porém, contrariando todas as lógicas, estereótipos e padrões, ela e ele não era tão distintos assim. Havia entre ambos um equilíbrio que ela nunca tinha visto entre outros casais. Uma coisa só deles. Eles. Que haviam destruído barreiras inteiras, esquecido mágoas e estavam ali, unidos desbravando sabe-se lá o que pela noite, que ele havia preparado.
Perdida entre tantas questões internas, entre tantos porquês, e possíveis possibilidades, ela não notou que ele tinha parado de andar, que, agora, ele estava perto demais dela. Seu perfume forte entrando diretamente em suas narinas foi o que a tirou do transe, e ela o olhou de perto, mergulhando naqueles olhos que já tinham sido tão misteriosos antes, mas que agora davam à ela todas as respostas.
Você escolhe entre nadar ou se afogar, e ela nadou, mergulhou e por isso estava ali. Com ele. Sem se dar conta ela obteve a resposta.
— Olhe ao redor! - Draco ordenou em um sussurro contido, ainda assim passando toda a autoridade que ele julgava ter com ela -
— Está escuro. - protelou, fazendo um biquinho, desafiando a ordem dele. -
— Você é uma bruxa, use sua varinha. - ele ignorou a recusa dela, esperando com ansiedade pelo feitiço. -
E ela o fez, erguendo sua varinha em expectativa e curiosidade para a frente, e quando murmurou baixinho o feitiço iluminador, esperando com ansiedade e excitação pelo que o bruxo aprontara, boquiabriu-se.
O que estivera no breu acabara revelando-se um campo lindo, vasto e cheio de Lírios. Milhares deles, de todas as formas, cores tamanhos, dançando aos seus olhos, encantadoramente. Singelos, cheirosos, e irremediavelmente cheios de significados quanto ela podia ser de perguntas. Ela sorriu largo como sorria quando estava verdadeiramente feliz, assim que a brisa agradável da noite veio jogando para ela um mistura dos cheiros das flores que os rodeavam. Os olhos âmbar dela estavam brilhando de forma intensa, contendo lágrimas emotivas e imersas de sentimento, um sentimento não somente pelas flores e pelo gesto, mas também pelo que sentia por ele, algo que nunca tinha sentido por ninguém, nenhum outro.
Virou-se para ele, que estava parado, sorrindo orgulhosamente. Aqueles dois lagos que ele tinha como olhos refletindo nela tudo o que ela sempre quis; amor. Ela soube, naquele pequeno momento em que esteve entorpecida pela alegria e surpresa, que o amava. Havia, inconfundivelmente se apaixonado por Draco Malfoy, da forma mais simples.
Aproveitou por alguns segundos somente aquela visão, o cheiro, os detalhes, as formas das pétalas dos lírios, as sensações que a enchiam de um sentimento muito parecido com paz. Estava zonza, precisava se acalmar, recompor-se. Sentiu os braços dele serpenteando sua cintura, e jogou a cabeça para trás, para se apoiar nele.
Malfoy sabia o momento de estar calado e apreciar o silêncio, a visão esplendorosa que ele mesmo tinha criado, e, esquentar-se do frio da noite abraçado à Hermione. Nestes pequenos espaços de tempo em que estavam calados, apenas tendo respirações e suspiros era que Hermione se sentia dona do mundo, de si mesma, uma grande mulher, com um belo rapaz acompanhando-a. Não era de se assustar que aquele gesto de Malfoy tenha dado à ela algo para imaginar, um futuro, com ele. Flores, cheiros, alegrias, pessoas. Festas. Desfez esse pensamento de sua cabeça com um piscar de olhos forte. Apenas, era cedo demais para fantasiar algo tão na frente.
Ela quebrou o silêncio confortável entre eles, desvencilhando-se do corpo dele depois de algum tempo.
— Lírios? - Hermione perguntou, elevando a sobrancelha para ele, ainda divertidamente emocionada - Não seriam orquídeas as flores dos Malfoys? Sabe, caras e raras.. - ela riu -
— Você sabe o que significam. - ele respondeu, fazendo uma carranca para ela -
— Pureza e castidade? - zombou soltando uma risada anasalada, lembrando de alguns dos significados daquela flor tão bonita -
— Combinam bem com você, mas estava me referindo aos outros. - ele respondeu debochado, soltando a ela uma piscadela sacana -
— Quais? - ela ergueu para ele suas sobrancelhas em questionamento -
— Você sabe. - ele deu de ombros com indiferença -
— Embora não pareça, eu não sou um dicionário. - ela retrucou o empurrando de leve, talvez ele fosse irritante demais e um sorriso ladino -
— Significa magia e... - ele parou para mirá-la, algo dele estava ponderando, então, ele balançou a cabeça em negativa desviando os olhos, e desistindo de falar -
— E o quê? Fala, Draco. - insistiu a castanha - Vamos lá. - encorajou a Granger -
— Amor eterno. - disse num sussurro engasgado, e de repente os azuis estavam presos a ela, muito brilhantes -
Aquilo que ele disse entrou nela e se expandiu, cresceu e tomou forma. E cores, libertando borboletas e uma outras dúzias de insetos que faziam toda a estrutura dela tremer. Suar frio.
Hermione aproximou-se dele com prontidão e sem pensar, enrolando os braços ao redor do pescoço do loiro e mergulhando de cabeça em todo aquele sentimento que, por mais estranho que pudesse parecer era recíproco, e sentido em cada parte e célula do corpo dela. Ela piscou lentamente e em seguida trouxe os lábios dele para os seus, beijando-o delicadamente, apaixonadamente, tentando transparecer o quão entregue ela estava àquele mar. Draco, contrapondo-se ao ritmo do beijo imposto pela bruxa, apertou-a em seus braços fazendo-a arfar em si. Aumentou a velocidade do beijo e deixando que suas mãos passeassem pelas costas e cintura da mesma, ainda que quisesse tocar o corpo inteiro dela. Conhecer e reconhecer cada curva, linha e entrelinha que ela mantinha longe dos olhos de todos. Deixando-a em brasas ardentes que clamavam por ele. Incapaz de controlar seus desejos ele desceu os beijos para o queixo dela, mordiscando e atiçando-a para ceder àquilo que notoriamente estava consumindo os dois. Fogo. Paixão. t***o.
— Eu preciso amar você. - pedido. Pela primeira vez desde que havia começado aquilo ela o escutou pedir algo a ela. E, entre mordidas e lambidas, ele murmurava o quanto precisava sentí-la. De verdade.
Como negar? Como afastar se seu próprio corpo dizia a ele que sim, chamava-o para perder-se em meio às ondas de excitação e prazer que nublava seus pensamentos e escurecia os seus olhos. Como? Ela não respondeu, apenas involuntariamente gemeu e ele tomou aquele som como um "sim". Não precisou de mais nada, ele tomou as rédeas das próximas cenas.
Draco foi pra cima dela, com tudo. Fome, desejo, excitação e amor. Este último sendo o primordial para anuviar qualquer que fosse os pensamentos dela que ainda tinham dúvidas e medos. Receios ou desculpas. Ela queria ser possuída por ele.
Quando os beijos recomeçaram foi uma explosão de novos sentimentos e sensações, era mágico. Hermione sentia o corpo estremecer a cada vez que Draco ameaçava tocar alguma parte de seu corpo, algum lugar nunca antes tocado por outra pessoa. Dela, apenas. Guardado como um tesouro proibido, que ela daria apenas àquele que fosse o escolhido. E se assustou por ter sido ele. Os beijos dele foram descendo pelo maxilar e pescoço, fazendo-a arrepiar-se de antecipação. Um formigamento por onde os dedos e boca dele passavam energizavam todo seu sangue. Cuidadosamente, Malfoy subiu os beijos novamente para a boca dela, que, não por acaso estava entreaberta, temerosa e nervosa.
— Eu posso parar se você quiser. - ele informou. A sua voz rouca foi tudo o que ela registrou.
Hermione teve os segundos certos para pensar.
Ela não queria parar. Queria ir além do limite, tocar os céus, sentir as nuvens, se perder no meio de tudo. E mergulhar naqueles olhos, o cinza brilhante dele.
Levantou seus âmbar escuros, sorrindo para ele docemente, antes de pegar a mão grande e pálida dele e colocar em seu seio esquerdo, fazendo-o apertar. Não para sentir seu corpo febril por conta da excitação, mas sim para sentir seu coração arrebentar com toda a estrutura de seu corpo, e levar o restante das amarras que a impediam de entregar-se por completo à esse sentimento. Inflada de certeza, ela o olhou profundamente.
— Você pode me tocar o quanto quiser, Draco. - ela disse sorrindo abertamente para ele - Sou sua. - e retirou a mão que estava em cima da dele, deixando apenas aquela pálida em seu seio.
Levou apenas alguns segundos para que ele pudesse processar o que aquilo poderia dizer, e tão logo, Draco apertou, com vontade. Suas mãos hábeis direcionaram-se aos botões da blusa que ela vestia, desfazendo com demasiada calma cada um deles. Ao final ele afastou ambos os lados do tecido, para apreciar a garota ofegante, e seus s***s subindo e descendo, sob a luz da Lua Nova. Ele pôde apreciar suas linhas, suas sardas, sua pele e seus sinais, olhava com admiração, algo do qual ela sabia que manteria para sempre em sua memória. Aquela expressão avassaladora do descobrimento, da exploração. Sentia o mesmo quando notava a precisão de cada olhar que recebia.
Ele se aproximou dela novamente, pegando o pequeno e belo rosto nas mãos, beijando as bochechas e testa, com um cuidado que deixou Hermione ainda mais mole.
Estava tão embalada por aquela cor dele, aquele cheiro e o sabor dos beijos calorosos que ela só percebeu que ele havia abaixado sua saia quando o mesmo se afastou para observá-la, e o vento frio da noite tocou suas pernas desnudas, fazendo seus pêlos se arrepiarem.
E Hermione que sempre imaginou ficar inibida, tímida, vergonhosa em ter outros olhos sob seu corpo, se sentia quente. Obviamente que havia algo que fazia seu coração acelerar pelo que inevitavelmente poderia - e ía -, acontecer, mas aquela vontade de se cobrir que ela julgou sentir simplesmente não veio. Estava despida de tabus, completamente pronta para viver aquela experiência.
Com olhos fogosos, foi a vez de Malfoy se despir. Ele tirou com calma sua camisa, exibindo vagarosamente seu tórax e abdômen, a palidez que a pele do Malfoy possuía, parecia luminosa à luz do luar, e dos olhos de Hermione, que estava quase que hipnotizada. Absolutamente e irrevogavelmente rendida.
Mais aproximação veio dele, com aquela sua pele alva como a neve que iria cair dali umas semanas, e seus poros quentes e másculos quando ele a envolveu num abraço, e sua boca buscou a dela com avidez. As mãos dele começaram a contorná-la como jamais tinham ousado tocá-la, e ela fechou os olhos e se obrigou a sentir. Deixar de nervosismo, e se deixar levar, estava boiando, não havia porque se afogar agora.
Com uma delicadeza desconhecida, ele a deitou no chão, a grama e as flores formando uma cama de cheiros e textura suave, enchendo-a de sonhos que ela sequer havia devaneado. Mortificada e amortecida, Hermione retribuiu o beijo de Draco com fervor, até que se viu completamente nua, e com os olhos nos olhos dele, amando aquela constelação que ele era, com seus altos e baixos, cores e tons, sentiu quando ele a penetrou.
… … …
Ele andava de um lado para o outro, raivoso, frustrado, irritado. E, no fundo, receoso. Hermione estava atrasada e o pior é que ela sabia que não deveria estar. Não porque Malfoy apreciava pontualidade, mas sim pelo fato daquele assunto ser inadiável, tanto pela importância quanto pelo tempo que tinham para tratar dele. Pouco.
Seu coração se apertou quando ela apareceu na porta que dava entrada à torre. Aqueles olhos âmbar estavam pequenos, como se ela tivesse chorado ou passado uma noite inteira em claro, e ele se perguntou se com ele acontecia diferente, já que pouco dormira desde aquilo lhe pegou.
A noite anterior tinham brigado e feio. Hermione queria ir junto dos amigos tentar impedir que o Lord das Trevas tivesse sua ascensão, tolice a sua, já que ele mesmo o vira em sua casa, e sabia que ninguém iria conseguir detê-lo, não sem travar uma batalha e perder vidas inteiras fazendo isso.
Deixou que ela se aproximasse, que ficasse ao seu lado, olhando para os terrenos escuros de Hogwarts, observando a neve cair em grossas camadas por todo os pontos. Sem sequer dar-se o trabalho de olhá-lo. Com um suspiro estrangulado, Hermione virou-se para ele, enfim.
— Estou aqui, o que quer? - ela falou baixo e contida. Mas o tom de voz era frio e cortante como o próprio clima em que viviam -
— Não faça isso, Hermione! - ele pediu, seus olhos e sua voz haviam perdido toda a irritação que outrora o tinha cegado de ira. Estava com medo. Um maldito que fazia seu coração afundar.
Ela sorriu, mas não era aquele sorriso que ele amava se perder, era um riso afetado, quebrado, incrédulo. Então, seus olhos que sempre pareciam a ele a própria esperança, estavam opacos. Frágeis e tristes. Algo se quebrou dentro dele. Em micros pedaços irrecuperáveis.
— Não é uma coisa sobre a qual poderemos debater, Malfoy. - Hermione disse simplesmente. Aquela calma que ela tentava impor aquele diálogo o deixou irritado. -
— MAS QUE CARALHOS! - ele bradou, batendo com força na grade, fazendo-a se assustar - Porque você é tão teimosa? Merlin, você não pode fazer isso! É loucura! - pontuou Draco, seus olhos azuis tremendo de raiva, e seu rosto vermelho pela recente explosão -
— Loucura é ficar aqui e não lutar. - rebateu ofendida - É morrer pelas mãos de um doente.
Ele passou as mãos pelos cabelos platinados em sua exasperação evidente. A vontade que tinha, era poder acorrentar Hermione a qualquer lugar longe deles, daqueles seus amigos malditos e estúpidos, que estavam tentando suicídio, e queriam levá-la junto. Entrementes, ao invés de poder acorrentá-la, uma ideia - absurda - havia sido levantada a alguns dias e tudo rondava ainda com mais força em sua cabeça.
Contrariado, ele começou a tentar convencê-la a ficar.
— Você sempre acha que está à frente de tudo, Hermione. Mas me escuta; Você não está! Vai acabar se matando se continuar com isso. Não vou permitir.. - tinha um misto de desespero e autoridade na voz dele. Como se ele tivesse influência sobre ela.
Hermione irritou-se.
— Não é tão simples assim. Não posso simplesmente fugir disso! - a voz dela por outro lado era rebelde, desafiadora e ainda assim, um tanto que receosa.
— Claro que pode, é a decisão mais sensata.. - ele insistiu, a voz mais calma agora - Por favor.. - deixou que seu orgulho fosse a merda só um pouquinho, e pediu -
— Não, não é! Você não entende! - sussurrou como se assim fosse mais fácil fazê-lo entender, ela não queria mais brigar, no entanto, também não queria ceder -
— Ora, então me explique seu ponto! - e o deboche natural dele estava lá, desafiando-a -
Hermione caminhou até Draco e pegou o rosto dele entre suas pequenas mãos, obrigando-o a olhar para ela. Draco sempre se sentia agraciado pelos deuses quando olhava para aqueles faróis castanhos, intensos e alegres que eram os olhos dela. Porém, aquela imensidão de paz estava fechada, como se, houvesse algo escondendo o sol que brilhava lá dentro, e só sobrasse a escuridão das incertezas e medos deles.
— Pare de fingir que você não sabe o que vai acontecer. - ela aconselhou - Nós sabemos muito bem que quando a última semana de aulas vier, tudo entre nós vai estar por um fio. - a melancolia arrebatou todo o ser de Hermione e sua voz saiu quase embargada - Você vai precisar escolher, Malfoy. - quase como uma sereia, ela tentou persuadí-lo - Vai precisar saber o que quer. E se não for pra lutar então você vai se tornar um deles. E daí vai ser tarde demais.. Pra nós. - finalizou, com pesar -
Ele sentiu o peso daquela sentença bater dentro de seu peito. E, no mesmo minuto aquela marca que vivia escondida por magia começou a queimar de uma forma descomunal, como a muito não acontecia, e ele sabia que Voldemort estava tentando entrar na cabeça dele. Penetrá-lo e aterrorizá-lo. O pavor, e o medo do que poderia acontecer, ou o que tudo isso poderia implicar, se o Lord descobrisse sobre eles, o fez voltar naquela hipótese que à alguns dias esteve rondando em sua cabeça.
Não queria fazer, era algo brutal, tanto com ela, quanto consigo mesmo. Mas, se conseguisse fazer, se tivesse coragem.. Talvez fosse melhor, mais seguro. Para ambos.
Inevitavelmente, seu coração começou a palpitar, e Draco puxou-a para seus braços e abraçou, apertando o corpo dela contra o seu, que, confusa lhe abraçou também. Ainda que tentasse com toda a sua alma, não foi capaz de refrear as lágrimas dolorosas que começaram a despencar de seus olhos, e beijou, com o coração despedaçado, seus cabelos revoltos, deixando o cheiro dela, aquele aroma doce invadindo cada cantinho de seu ser.
Dizer que não se sentia covarde seria a maior inverdade de sua vida. Ele sabia que, por mais que estivesse visando o bem estar dela, ou salvar sua vida, nada poderia desfazer aquela bola na sua garganta, e ela nunca o perdoaria. Ele mesmo se odiava naquele exato momento, mas era algo preciso. Fechando os olhos forte, ele decidiu.
Mas, não conteve suas palavras, ou lágrimas.
— Eu te amo tanto, Herms. - ele disse, pequenas lágrimas brilhantes escorriam por todo o seu rosto pálido que estava iluminado por aquela lua. - Me perdoe, eu te amo.
— Pelo quê, o que tá acontecendo? - ela perguntou, desesperada, seus olhos marejando rapidamente, o pressentimento de algo r**m estar prestes a acontecer voltando com intensidade. E aconteceu. Quando ele a afastou o mínimo, a varinha dele se mostrou. Ela não teve nem tempo de entender, ou se defender.
— Obliviate. - foi tudo o que ouviu ele dizer entre lágrimas, antes de ver-se longe, sonolenta, seus olhos pesaram demais. E então, tudo apagou...