08 - Festejando.
Hermione rodopiou na frente de seu espelho uma outra vez aquela noite, observando a saia azul e rodada balançar de um lado para o outro por seu movimento gracioso. Mexeu um pouco mais no cabelo dando volume para os cachos castanhos, sorrindo satisfeita pelo resultado obtido quando seu reflexo piscou para ela, cúmplice. Na sua cama, deitada e quieta - como poucas vezes ela era -, estava pérola, o r**o balançando de um lado para o outro, em contradição com sua calma. Seus olhos amarelados fixos em sua mãe, acompanhando cada mísero movimento.
— Como estou? - Hermione perguntou dando uma voltinha na frente da gata que a seguia com os olhos amarelados -
— Meow. - o miado fraquinho de pérola, seguido de seu fechar de olhos indicava à Hermione que a felina havia aprovado o look.
Ela sorriu, caminhando até a cama, sentando-se na beirada da mesma e acarinhando a pequena gatinha que ronronou ao receber a carícia. Tinha uma ligação com pérola que jamais conseguiria explicar, às vezes podia jurar que pérola a entendia e ainda por cima lhe respondia.
— Você vai ficar bem aqui sozinha, não vai? - perguntou a castanha preocupada, não gostava de deixar sua pet sozinha, e como resposta teve Pérola esfregando-se fortemente contra sua mão - Promete que não vai destruir a casa enquanto fico com aqueles cabeças-ruiva?
A felina se ergueu, semicerrando os olhos amarelos e grandes para a Granger, completamente ofendida pela insinuação. Hermione gargalhou e sua risada ecoou no cômodo inteiro, enquanto sua mão se perdia em todo aquele pêlo fofinho.
— Seja uma boa menina esta noite, pérola. - Pediu a Granger arrumando as coisas na pequena bolsa. Pérola, ainda magoada com a mãe, apenas desceu de sua cama e saiu correndo para outro cômodo qualquer. Revirando os olhos por sua felina tão temperamental, ela pegou sua varinha, fechou os olhos âmbar e aparatou bem no meio do jardim da Toca.
Respirou bem aquele ar fresco e sem poluição que o terreno que cercava a Toca tinha, quando abriu os olhos novamente. Deixando aquele m*l estar de aparatação passar para poder caminhar até a casa. Sentiu os pelos finos e quase inexistente se eriçarem pela temperatura negativa que fazia e esfregou os braços na tentativa de se esquentar. Quando deixou de sentir-se enjoada, caminhou lentamente em direção à porta da Toca, os sapatos afundavam na grama verde e bem cortada do jardim, enquanto observava como a lua aparentava querer engolir o céu a qualquer momento, de tão espetacular que estava, apesar de algumas nuvens encobrirem parte dela.
Já na soleira da porta, ela passou as mãos nas laterais do corpo na tentativa de arrumar o vestido caso o mesmo tivesse se bagunçando no caminho até ali. Soltou todo o ar e balançou as mãos para tirar aquela onda de ansiedade repentina que havia caído sobre si. Ela bateu na porta fraquinho, apertando os olhos em desconfiança ao notar aquele silêncio quase que inédito naquela casa.
A porta foi aberta por George, que terminava de abotoar sua camisa xadrez coral. Ele e seu sorriso brilhante lhe deram as boas vindas.
— Ah, olá Hermione! - ele saudou, animadamente, puxando-a para dentro e apertando-a em seu abraço - Quanto tempo que não vem aqui, hein? - ele ergueu uma sobrancelha ruiva para ela brincalhão, enquanto ela se recuperava do pequeno susto.
— Você está pegando os modos de sua mãe. - Ela pontuou sarcástica, referindo-se ao fato dele ter quase esmagado-a. George fingiu uma cara feia e um olhar mortificado -
— Não acredito que quis dizer que sou mandão e impaciente. - ele levou a mão ao peito, abriu a boca em espanto e fungou, falsamente - E um tanto quanto roliço. - piscou seu olho azul para ela, divertido -
— Talvez tenha uma mistura de Ginny aí também. - ela brincou batendo com seus ombros nele, piscando também em seguida -
George sorriu e deu um aceno de cabeça para ela, serpenteando seus braços por seu ombro, enquanto a guiava para a parte de trás da casa.
— Vamos para onde todos os outros estão... - ele respondeu à pergunta que os olhos dela fizeram quando ele começou a guiá-la.
George caminhou com Hermione até o quintal, onde a grande mesa dos Weasley's já estava posta, enquanto contava a ela como estava trabalhando numa "invenção revolucionária".
Em cadeiras espalhadas estavam Arthur, Harry, Ginny, Percy e Penélope, Fleur, Bill e Victorie, e, para a surpresa incondicional da castanha, Ron e Pansy Weasley. Correndo atrás das fadinhas estava o pequeno Teddy, seu cabelo estava muito rosa aquela noite e ele sorria, divertido.
Quando a viu, Ron se levantou depressa, deixando Pansy conversando com Fleur e Charlie - que só agora que olhara melhor, ela havia visto -, sobre sabe-se lá o que. Ron sorriu ao abraçá-la, erguendo a bruxa no ar e rodopiando o corpo, abraçando-a. Gargalhando alegremente ela bateu no ombro dele para que ele a pusesse de volta no chão.
— Você tá linda! - Ronald elogiou, olhando a pequena de cima a baixo, analisando o corpo pequeno e esbelto, fazendo-a corar. Aquele sorriso que antes conseguia deixá-la mole estampando os lábios finos do ruivo. -
— Respeite sua esposa! - ela brincou, batendo nele fraquinho, olhando por cima dos ombro dele, para ver se Pansy não estava lhe olhando raivosa - Como foi a Lua de Mel? - quis saber, curiosa como somente ela poderia ser -
— Quase tive certeza de que Charlie a roubaria de mim. - ele contou olhando com desaprovação para o irmão que continuava sua conversa empolgada com a Sonserina. - O pior é que por um momento eu pensei que ela fosse me trocar por ele. - contou o Weasley mais novo, um tanto quanto melancólico.
Hermione riu abertamente, tocando no ombro dele como quem se desculpa. Ela não culpava Pansy por isso, Charlie era um ruivo muito atraente, e era um conquistador nato, sabia muito bem como levar suas "conquistas".
Harry, que até então estava absorto em como seu afilhado estava se divertindo, seguiu também para o encontro dos amigos. Sorrindo para Ron, e abraçando Hermione, carinhosamente, como se não a visse à tempos.
— Finalmente você chegou! - ele disse, soando aliviado - Ginny não parava de me perguntar por você, ela vai me deixar louco algum dia, e isso é muito sério.
— Por Deus, Potter, pare de exageros! - a morena revirou os olhos castanhos, balançando a cabeça em negação. - Vejo que a convivência com Ginny tem tomado influência na sua vida. - acrescentou, divertida. -
— Você não tem ideia do que é viver com aquela mulher! Ela é assustadoramente louca. - confidenciou, olhando para a esposa e dando um sorrisinho amarelo para a mesma, que estreitou os olhos em sua direção. Ron bufou desgostoso. -
— Sério, Harry, porque você casou logo com ela? - perguntou Ron, seu tom de voz ainda como se fosse impossível aceitar aquilo. - Ela é minha irmã cara! - exclamou, fazendo uma cara de enjoado. -
— Cala a boca, Ron! - exigiu Hermione, em seguida, lhe lançou um olhar m*****o - Você se casou com a Pansy. - lembrou-lhe -
Hermione disse isso demasiado alto, já que, todos que estavam à mesa viraram suas cabeças fofoqueiras para a conversa alheia. Fleur quase engasgou com o seu suco de ameixa e Charlie parou de tagarelar por um minuto apenas para seus olhos azuis se focarem na cena a sua frente.
— Ei! - Pansy protestou do outro lado da mesa, levantando-se e erguendo uma sobrancelha como quem pergunta coma havia tornado-se o assunto discutido -
— Foi m*l, Parkinson. - Hermione disse, levantado as mãos em "derrota", deixando uma risadinha escapar, e sorrindo cúmplice para a cunhada ruiva que lhe deu uma piscadela - Nada contra. Só a surpresa, óbvio.
—Desse jeito parece que você não superou que perdeu o Ron pra mim... - Pansy provocou, os olhos verdes faiscando, divertidamente -
O show estava armado, malditos Sonserinos!
Todos que estava ali ficaram calados, esperando pela resposta da Granger. Talvez fosse esperado que Hermione ficasse sem reação, muda e magoada por aquelas palavras bobas da recém mulher de seu amigo, porém, ela, Hermione, sabia que ninguém havia tirado Ron dela, a não ser ela mesma, que percebeu a tempo que nunca dariam certo, que, se enganar que as diferenças deles seriam algum dia recompensadas era idiotice demais para a garota mais inteligente da sua geração, embora, logo na época em que estava apaixonada por Ron, ela não se sentisse nada esperta por estar sofrendo por ele enquanto o mesmo achatava os lábios beijando Lavander. Ela sorriu, balançando a cabeça em negação e olhando bem nos olhos extremamente verdes da morena ex-intrusa.
— Você sabe que não foi bem assim, afinal, se eu não tivesse liberado Ron ele nunca teria olhado pra você. - disparou. Não foi maldade. Ela realmente falou na brincadeira, porém, pelos olhares chocados de quase todos - exceto Pansy e Ginny, - ela pôde perceber que talvez tivesse soado ressentida e invejosa.
Todos, exatamente todos, esperavam pela resposta da morena de olhos verdes, Hermione estava até se sentindo atração principal de algum show bizarro, já que os olhares passavam de uma para a outra carregados de expectativas. Pansy sorriu marota, e andou até bem próximo à Hermione, parando a centímetros da mesma.
— Ponto pra você, Granger. - ela sussurrou, seus olhos perigosos cintilando em diversão -
— Eu sempre pontuo, Parkinson. - Granger disse, enfatizando o sobrenome de solteira da outra e sorrindo marotamente, como havia aprendido com os gêmeos no passado -
— Weasley. - intrometeu-se Ron, passando os braços pela cintura de Pansy, protetor.
— Vamos ver por quanto tempo. - insinuou Hermione de forma sombria . Ela sentia-se perversamente bem. -
— Wou, acho que isso já está ficando pesado, meninas. - brincou Charlie, tentando dissipar a tensão que ele pensara existir ali, entre duas ex-inimigas declaradas -
Molly, que estava terminando de preparar o jantar, apareceu na porta com uma caçarola de guisado de carneiro, totalmente alheia ela repousou a mesma na mesa larga e olhou ao redor, observando todos interessados demais na proximidade da Weasley e da Granger. Apertou os olhos para elas, e fez sua voz ser ouvida segundos depois.
— Não estão se ameaçando, estão? - perguntou a mulher roliça e pequena, semicerrando os olhos ainda mais -
— De forma alguma, Molly. - prontificou-se Hermione olhando por sobre o ombro de Pan. - Apenas estava dizendo a Pansy como estou realmente feliz em vê-los antes do esperado. - e, sentindo-se ainda mais perversa, ela sorriu. - Não é Pan?
— Claro. - Pansy ensaiou um sorriso e deu uma piscadela para Hermione.
— Ah que bom querida. - Disse Molly Para Pansy - Hermione só é pequena, mas tenho pena de quem se mete com ela. Essa bruxinha não tem piedade e acredite, ela sabe usar muito bem a sua varinha. - constatou, alegremente - E eu ainda estou esperando um abraço dela, sabe? -
Hermione sorriu triunfante diante das palavras de sua segunda mãe. Andou até ela calmamente e logo estava sendo engolida pelos braços quentes e super aconchegantes da ruiva-mãe. Ouviu murmúrios de Pansy, algo como: "é nítida a preferência dela por Hermione" mas não se deu o trabalho de retrucar. Fazia parte daquela família a muito mais tempo do que Pansy poderia imaginar, e, ao menos aquele lugar no coração de Molly já era da castanha. Quando finalmente foi liberada dos braços de Molly, ela falou com o restante da família, sendo paparicada por todos.
— Okay, agora que todos já babaram o ovo de Hermione será que podemos comer? Estou faminto! - pediu Ron um tanto quanto m*l humorado -
— Isso me pareceu ciúmes? - incitou George, divertido -
— Eu estava viajando a quase um mês e ninguém fez essa algazarra pra mim quando cheguei. - resmungou o ruivo mais novo -
— Ah por favor Ronald! Não vamos ter que deixar ainda mais evidente nossa preferência por Herms, vamos? - Ginny debateu maldosa -
— Eu disse. - Pansy lembrou-lhe -
— Cala a boca, Parkinson! - rosnou Ginny -
— Calo se você calar primeiro, Weasel. - debochou Pansy, desafiadora -
— Controle sua mulher, Ron! - intrometeu-se Harry -
— E você segure a língua da sua! - rebateu Ronald -
— Isso tá melhor que cuidar de dragões, Merlin, eu amo essa família! - comentou Charlie que não sabia para onde virar a cabeça -
— Espere até ver-las soltarem fogo. - começou Bill. -
— Literalmente. - concluiu George. -
— Que desagradável. - murmurou Fleur.
— Elas vão soltar fogo, vovô? - perguntou Teddy inocentemente -
— Não, querido! - respondeu Arthur simplesmente -
Irritada com toda aquela confusão na mesa, Molly se levantou, pegou sua varinha, e gritou, em alto e bom som;
— SILÊNCIO!
Imediatamente todos os barulhos cessaram, o selênio tomou conta do ambiente e ela suspirou aliviada.
Eles ainda continuavam falando, mas nenhum som podia ser ouvido.
— Merlin, era isso ou a colher de p*u. - disse para Arthur, o único que escapou do feitiço.
— Foi uma escolha sensata, querida. - concordou o marido acenando com a cabeça -
.... .... ....
O jantar havia sido fantástico!
Claro que havia trocado algumas farpas com Pansy durante todas as horas que o mesmo durou, mas nada sério, ou real. Simplesmente era mais engraçado fingir ainda odiar a outra, para divertimento geral da nação de vermelhos. Depois do jantar eles se encaminharam para a sala, aproveitar aquela noite de domingo tão agradável jogando, bebendo ou conversando, como era costumeiro deles e dela também, que sempre que podia passava algum tempo com aquelas pessoas.. Era reconfortante, dava a sensação de pertencimento e mais estabilidade. Rotina era uma palavra que Hermione sempre prezou em sua vida.
Porém, em algum momento da noite ela se sentiu sufocada, cheia, estranha, precisando desesperadamente estar sozinha, respirar um ar fresco, esvaziar a cabeça ou alinhar os pensamentos, e estes, bem, estes faziam um vendaval dentro dela. Remexendo tudo, causando sensações esquisitas, e totalmente inapropriados para o momento. Um verdadeiro caos interno, turbulento e sem qualquer explicação. Uma única coisa em comum diante de tantas pequenas perguntas; Malfoy. E o que ele estava fazendo com a cabeça dela.
Por mais que tentasse não estava obtendo muito êxito em afastar da cabeça o sonho que tivera com Malfoy, porque tinha sido tão real que havia mexido muito com ela. Não havia sequer uma vez em que ela fechava o olhos e não se lembrava dele, daquela torre, e de como tudo aquilo parecia ter existido. Até o cheiro da noite ela podia sentir, bastava se concentrar. E muito infelizmente ela estava se concentrando até demais.
Sem falar, nas palavras de Blaise, que hora ou outra voltavam para lhe atormentar.
Estava sentada na grama, na parte mais alta do terreno da Toca, olhando toda aquela imensidão de céu, e lembrando como parecia com os olhos dele, principalmente com aquele ele do seu inconsciente. Seu coração se apertou, e ela fechou os olhos forte. Não era normal aquilo, não podia ser.. Talvez devesse seguir o conselho de sua mãe, e marcar uma consulta com sua analista de infância. Fora a única pessoa para o qual tinha contado sobre o sonho, as sensações, e como tudo estava tornando sua vida uma completa bagunça.
Não estava se importando com frio, bastasse o frio interno que, sem aviso havia recaído sobre ela, outra vez. Bufou, e passou as mãos nos cabelos que estavam revoltosos depois de tanto serem levados pelo vento da noite. Ela começou seu exercício de respiração, tentando acalmar a si mesma, obrigando-se a neutralizar ou canalizar tudo aquilo que estava sendo lançado sobre ela, indesejavelmente.
— Hey, o que tá fazendo aqui, Granger? - a voz de Pansy soou atrás dela, mas a mesma não teve a mínima vontade de olhar - A louca da sua amiga tá te procurando... - comunicou a morena -
— Apenas respirando um pouco. - respondeu Hermione simplesmente -
— Sufocada? - questionou a outra -
— Talvez. - um encolher de ombros e seus olhos vagando pelo céu -
Pansy sorriu sem humor.
— Eu sei bem como é isso. - confessou e sentou-se ao lado da castanha, olhando para a frente, e esquecendo que havia ido procurá-la - E o pior é que você não sabe como fazer parar..
Hermione concordou com a cabeça. Não sabia mesmo. Tentava de tudo, fingia estar bem, mas no fim, não aguentava. Sempre dava um jeito de escapar. Olhou de canto de olho para Pansy, tentando quem sabe desvendar o real motivo pelo qual ela estava ali, e como parecia realmente conhecer a sensação que arrebatara seu coração. Soltou o ar pelo nariz. Até que Pansy não era tão r**m assim. Na verdade, até que gostava dela, de seu jeito, achava a outra parecida um pouco com Ginny, não que fosse admitir isso perante à ruiva, Ginevra seria capaz de azará-la por isso. Como se tivesse sido invocada no mesmo instante, Ginny apareceu.
— Granger, saia de perto dessa cobra! - ordenou a ruiva, seriamente. A mão pousada na barriga ainda lisa -
— Ah, olá Ginevra! - saudou Pansy alegremente, ignorando o xingamento e sorrindo -
— Maldita. - resmungou Ginny revirando os olhos azuis - Vamos, Harry e eu já vamos anunciar a novidade. - falou e Granger pode notar uma animação da parte da ruiva -
— Até parece que não sabemos que você está grávida. - Pansy fez um biquinho de tédio e se levantou -
— Cala a boca e não estraga a surpresa. - chiou Ginny ameaçadora, Pansy apenas acenou com a cabeça, concordando. -
Hermione se levantou e seguiu até Ginny, entrelaçando seus braços nos da amiga grávida e seguindo para a casa, que ficava a alguns metros dali.
— E você, não pense que não tenho notado o quão aérea você está... Vai me contar o que está acontecendo com você, e isso não foi um pedido. - Ginny sussurrou para Hermione que sorriu minimamente -
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— Pérola, mamãe chegou... - Hermione abriu a porta do apartamento, acendeu a luz e tirou os sapatos que já lhe estavam apertando os pés, lançando-os num canto qualquer, chamando por sua felina.
Ela andou descalça pelo imóvel, enquanto prendia os cachos e arrastava o corpo cansado para o quarto.
As cenas do jantar ainda estavam frescas na sua memória, e por isso aquele sorriso divertido estampava seus lábios delicados. A família Weasley era uma das mais amorosas que conhecia, e engraçada também. Ainda podia ouvir os gritos de Harry ecoando em sua cabeça, e vê-lo correndo de George e Bill por ter "destruído com a inocência" da caçula Weasley.. Há tempos não ria tão gostosamente como riu naquela noite. Mais um ponto positivo para a noite n'A Toca.
— Pérola... - chamou pela gata uma segunda vez, colocando apenas a cabeça para dentro do quarto e vendo que o cômodo estava completamente vazio e sem rastros da pet.
Adentrou o local seguindo para o banheiro, observando que havia uma bagunça de papel higiênico pelo chão, e o rolo completamente destruído perto do box. A castanha revirou os olhos e suspirou.
— Okay, já entendi gatinha mimada. - rendeu pois sabia que aquele ato de rebeldia era em partes sua culpa, por ter ferido os sentimentos de pérola.
Ela retornou ao quarto, abrindo o fecho do vestido azul, descendo o mesmo por seus ombros e quadril até ter uma cascata de tecido nos pés. Em seguida retirou os brincos e pescou uma toalha a fim de tomar um banho, para retirar maquiagem e a sujeira que havia adquirido ao longo da noite.. Após isso precisava descansar. O próximo dia prometia.