11 - Desentendendo.

3517 Words
11: Desentendendo. Alguns dias depois... Os saltos de Hermione tilintavam ferozmente enquanto ela se encaminhava apressada para sua sala. Além de seus braços estarem lotados de arquivos e relatórios, ao redor de sua cabeça flutuavam alguns mais para fazer companhia à sua coleção peculiar. Aqueles eram os primeiros relatórios da guarda. Todo o levantamento de como irremediavelmente estavam indo, se bem ou m*l Hermione ainda não sabia, contudo, não faltava muito para que ela descobrisse. Ela dobrou o corredor de mármore escuro que dava acesso à sala dos aurores, quando de repente ele saiu das trevas e se pôs em sua frente. Ela parou em rompante. Seus olhos, de um azul límpido e quase celeste, estavam distantes e Hermione até podia notar, bem lá no fundo, que ele também aparentava estar arrependido. Ele mirou-a profundamente e então encolheu os ombros ainda calado, seguido de um suspiro que queria dizer que havia chegado a hora das desculpas. Era Ronald. Ela ainda não tinha “perdoado-o” pelo papel absolutamente ridículo que ele havia tomado para si, na semana anterior quando de sua boca saíram as palavras mais cruéis que poderia ter dito à uma pessoa como Draco, que fora totalmente quebrada no passado. Por tal, ela esteve o ignorando na maior parte do tempo. Não era por Malfoy que ela estava chateada, era mais por ele ter atirado pedras antigas, que não mais deveriam ter peso na nova era em que viviam. Além do que, Ronald melhor do que muitos sabia o quão repulsivo era para Hermione, julgar alguém levando em conta seus atos passados. Ela sabia que os seres humanos eram como pedras preciosas e que são moldadas de acordo com o tempo e as circunstâncias, no caso de Malfoy, não foi diferente. Ele mudou, renasceu. Precisou perder muito até entender que não deveria haver segregação de raças, ela admirava muito isso nele. Em como ele havia se reerguido de maneira honrosa. Aceitando e dando o melhor de si para ser verdadeiramente justo. Principalmente depois dele ter dito aquilo à ela, no primeiro almoço que tiveram juntos depois de tudo. Hermione suspirou e acenou com a cabeça para que o ruivo a seguisse. Silenciosamente, ele foi. Era irônico como o surto de Ron tinham-na aproximado de Malfoy. Decerto ainda havia toda aquela sensação de desconcerto quando ela estava com ele. Uma ondulação estranha no estomago, um desconforto com toques, e uma apenas crescente estima por aquele sorriso genuíno dele, que esteve vendo um pouco demais na última semana. Eram almoços quase todos os dias, conversas paralelas e descontraídas no elevador, durante a ida para casa, e na noite anterior, que ele quase a levou em casa, de tanto que conversaram, sobre os novos casos que estavam chegando no departamento que ela regia antes de Harry precisar dela. Irônico, e perigoso, vale ressaltar. Estar perto dele era como desencadear uma série de reações e consequências. Tivera aquele sonho da pulseira de pérola pelo menos mais uma vez, e teve outra visão, dela descendo as escadas da torre de astronomia muito furiosa. Pelo o quê ela ainda não fazia ideia. Mas algo dentro dela a alertava de que não faltava muito para descobrir, e era isso que a fazia estar mais perto dele. Já que ele estava fazendo isso voltar, ele deveria ser como sua fonte, e por mais doído que fosse cada mísera lembrança nova, elas eram extremamente precisas para que ela tivesse as respostas que tanto almejava. Apesar de se ver muito distante de todas elas. Ela estava realmente ansiosa pela sua consulta com a dra. Mendes. Tinha grandes esperanças quanto ao fato dela poder lhe dar algo, por menor que fosse, mas que fizesse sentido no desconhecido quebra-cabeças que tornara-se tudo isso. Com um feitiço não verbal ela abriu a porta da sala e entrou. Ron fez o mesmo em seguida, e depois de estar com os braços livres, sentada em sua cadeira confortavelmente macia e aconchegante, ela o olhou nos olhos, indicou com o queixo a cadeira a sua frente e acompanhou com os olhos ele sentar-se na mesma. Estavam cara a cara. Ela elevou as sobrancelhas. — Mione, eu… - ele protelou torcendo os dedos em nervosismo - — Vamos lá Ronald, você tem exatamente uma hora para isso.. - ela encorajou, citando o tempo. Não era maldade fazê-lo correr, mas ela simplesmente não queria passar a manhã inteira vendo Ron enrolar para pedir desculpas. No mais, ela também não dispunha de tempo para tal. Ron passou as mãos pelo seu rosto cheio de sardas vermelhas e olhou para Hermione em seguida, murchando os ombros. — Me desculpe. - ele murmurou e abaixou sua cabeça, rendido - Hermione bufou. E naquele suspirar dele ela sabia que ele não sentia nem um pouco por ter ofendido o loiro. Só estava se desculpando porque ela havia ficado chateada com sua atitude. — Não é a mim que você deve desculpas, e você sabe…  - ela estava impassível - — Quer que eu peça desculpas à ele? - Ron perguntou incrédulo e quase boquiaberto - — É o certo a se fazer.  - ela respondeu com simplicidade - Ronald negou com a cabeça, compulsivamente. Seus olhos praticamente fugindo das órbitas e seu rosto adquirindo uma coloração parecida com a cor de seus cabelos. — E todas as outras vezes que ele me ofendeu, ele nunca pediu desculpas. - Ron retrucou, displicentemente, não seria uma conversa fácil, notou ela pelo tom de voz que ele usara para se defender - — Isso já fazem anos, Ronald! - a morena revirou os olhos, impaciente - — Eu sei… Hermione se levantou e começou a andar de um lado para o outro, inquieta. — Sabe o que é engraçado? - ela perguntou em uma retórica - Você repudia Draco pelo passado quando com Pansy foi o mesmo caminho. — É diferente! - o ruivo rosnou para ela - — A única diferença entre Pansy e Draco é o que ambos tem no meio das pernas! - ela rosnou de volta - Ela nos ofendeu tanto quanto ele, Ron! - lembrou-lhe - — Porque está o defendendo tanto? - ele mudou o foco da conversa, semicerrando os olhos azuis na direção dela, quase uma acusação muda - — Porque você perdoou Pansy? - Hermione retrucou - — Que.. Isso não tem nada a ver com o assunto! - ele bufou, insatisfeito - Hermione forçou uma risada. — Claro que tem, ou você só perdoou Parkinson porque ela sabe usar a boca melhor agora? - insinuou a Granger - — O que você quer, exatamente? - ele quis saber, sua voz saindo mais baixa agora, Hermione respirou fundo. - — Quero que você entenda que não importa o que a pessoa te fez no passado, Ron, você não pode fazer o mesmo que ela. — Porque? - ele perguntou infantilmente, os olhos brilhando ansiosamente pela resposta dela, pronto para retrucar com algum argumento e******o. Ela tentou manter-se calma- — Porque você tem a escolha de ser como já foram pra você, ou ser melhor. - ela andou até perto de Ron e escorou suas nádegas na mesa de mogno e olhou para ele, profundamente - Ele mudou, Ron, permita-se mudar também. O ruivo elevou seus olhos para ela e ficou a encarando por alguns minutos. Hermione podia ver as engrenagens da cabeça dele se movendo para entender e principalmente para aceitar que pessoas merecem ao menos uma vez na vida, o perdão, ainda essa pessoa tenha vivido para tornar sua adolescência um completo inferno na terra. Ele deixou que todo o ar saísse de si e revirou os olhos uma outra vez antes de se pronunciar novamente. — Vai me fazer pedir desculpas à ele? - a voz de Ron saiu baixa, ele suplicava para que ela não fizesse isso. Hermione sorriu e passou as mãos nos cabelos vermelhos dele - — Não dessa vez. - ela sentenciou - — Obrigada Merlin! - o ruivo exclamou sorridente e tocou a mão de Hermione, carinhosamente - Me desculpe mesmo. - ele pediu e dessa vez Hermione pode notar que era algo que vinha de dentro. Ela acenou positivamente e então voltou para trás de sua mesa, remexendo em alguns dos relatórios que havia trago consigo, dando as costas à Ron por alguns minutos.. Seria um dia realmente cheio aquele. — Eu preciso ir, Harry ainda tem algumas interrogações esta manhã. - Ron se explicou, seus dedos passando por seus cabelos e arrumando-os — Tudo bem. Boa sorte! - ela desejou ainda de costas e ele acenou com a cabeça e sorriu, se levantando - Hermione virou para vê-lo ir e quando o ruivo abriu a porta aquele cheiro amadeirado mesclado perfeitamente com hortelã invadiu todo o ambiente e a morena sentiu suas moléculas se agitando com intensidade. Então, ela avistou fios platinados do outro lado, frente à Ron, seu corpo balançou como à alguns dias não balançava, não dessa forma tão intensa e ela apertou as mãos para tentar esconder a adrenalina que bombeava em seu sangue de forma incoerente. Malfoy parou no limite da porta, seus olhos avaliando aquela cena, aqueles cinzas dele quase gritando o que o ruivo fazia ali, já que aparentemente a Granger ainda estava brava com ele. Hermione temeu que outra vez houvesse conflito entre eles, e rodeou a mesa para estar perto o suficiente caso estivesse certa. No entanto, viu o Weasley lhe olhar e sorrir uma outra vez e então passar pela porta acenando com a cabeça para Malfoy e sumir da sua visão em seguida. Ela respirou aliviada e sorriu, se parabenizando por conseguir, de vez em quando, colocar algo que prestasse na cabeça dura daquele seu amigo. Draco adentrou a sala mesmo sem convite, e deixou que seus olhos rodeassem todos cantos daquele cômodo até estarem sob a mulher presente ali. — Vejo que o trio de ouro permanece unido… - ele insinuou e Hermione virou-se de costas para ele, retornando para sua poltrona - fizeram as pazes? — O que você quer? - ela perguntou sendo direta. - Você não veio aqui pra debater sobre minhas amizades... — Talvez eu tenha uns conselhos sobre elas… - ele falou, irônico, os olhos cintilando, divertidamente - Hermione revirou os olhos e começou a folhear os relatórios. Se ele não iria falar ela continuaria fazendo seu trabalho. — E então? - Draco perguntou, ansioso - — O que? - ela perguntou distraidamente - — Se acertaram? - ele sentou-se e pôs as mãos na mesa de Hermione, e começou a tamborilar os dedos - Ela parou de ler e olhou para ele, questionadora. Não conseguia ver um motivo plausível ou justificável sobre o interesse de Draco em sua vida pessoal. Todavia, em contrapartida não havia motivos para esconder que havia se acertado com seu amigo. Abriu a boca para responder no momento em que a cabeça da sra Welts apareceu na pequena fresta da porta entreaberta. — Srta. Hermione? - ela pediu permissão - — Pode entrar, Olga. - Hermione disse, docemente - A mulher adentrou a sala e juntamente dela havia um vaso pequenino e um singelo e tão conhecido lírio. Hermione paralisou ao vê-lo, erguendo-se de sua cadeira e indo em direção à mulher, pegando dela o pequeno vaso que abrigava o lírio. Suspirou. Na primeira semana, logo quando se mudou de departamento, ela havia recebido a pequena flor tão simbólica, entretanto, na semana anterior, que tinha sido a mais corrida, seu admirador simplesmente tinha esquecido de mandar seu presentinho. Ela até chegou a pensar que ele finalmente cansara-se dela, e por isso a ausência do lírio, mas ao ter novamente o vaso ali, significava que ele ainda estava interessado, e isso a fazia sentir-se quase como antigamente, quando ela ainda vivia na sua normalidade e não na caça de uma quadrilha de traficantes. — Quem trouxe? - ela não se conteve em perguntar, sempre tinha a esperança de que alguém pudesse ajudá-la a desvendar esse mistério - — Desculpe querida, eu saí um momento e quando voltei estava na minha mesa. - sra Welts respondeu dando de ombros - — Não havia ninguém no corredor? - perguntou Hermione, seus olhos ainda estavam vidrados na pequena e frágil flor.  - — Não. Sinto muito. - respondeu - — Tudo bem. - ela murmurou - A mulher mais velha acenou com a cabeça e saiu da sala, deixando uma Hermione aérea para trás. — Pensei que fosse apenas um boato. - ela ouviu a voz de Malfoy falar e então olhou na direção dele saindo do transe momentâneo que a levara para longe - — Antes fosse. - ela respondeu e piscou forte algumas vezes como para acordar de vez - Ele não chegou na semana passada… - ecoou seus pensamentos, sua voz saindo bem mais sonhadora do que normalmente costumava ser - — Talvez ele estivesse ocupado, ou cansado. - Draco ofereceu à ela uma desculpa dando de ombros. Ela pensou por alguns segundos, podia ser que seu admirador fosse um homem ocupado, como ela. E que teve uma semana difícil e corrida. Poderia ser isso. Quando se deu conta do que o loiro havia dito, olhou para ele com seus olhos estreitos. — Sabe quem é ele? - ela perguntou mais do que seriamente - Ele riu. — Nunca nem vi. - ele respondeu com humor, e Hermione elevou para ele uma de suas perfeitamente bem feitas, sobrancelhas. Ele revirou os olhos - Estou falando sério, Granger. Como te disse, pensei que tudo fosse um boato. — Eu estou de olho em você de agora em diante, fique ciente disso! - ela o ameaçou e então se dirigiu à sua cadeira e sentou-se - Você ainda não me disse o motivo pelo qual está aqui… - ela cantarolou baixinho, arrumando o vaso na parte direita de sua mesa - Ela viu Malfoy retesar e morder seu próprio lábio. Não era próxima o suficiente de Draco para desvendar seu corpo, para entender e dizer com certeza o que toda aquela tensão queria significar, porém, pelo que pudera conhecer dele, sabia que o loiro estava prestes a fazer algo que não lhe deixava totalmente a vontade. Ela pigarreou para chamar a atenção dele que ainda estava em sua luta interna sobre falar ou não. — Bem Granger, não sei como você se tornou amiga de Blaise mas isso definitivamente não é da minha conta - ele começou, rodeando um pouco, ela pode perceber, e parou para olhá-la, e então a castanha acenou positivamente para que ele continuasse - Ele teve a brilhante ideia de fazer um baile beneficente de Natal e gostaria muito que você fosse “a musa dele”. - ele concluiu fazendo aspas com os dedos ao indicar musa - — Isso é serio? - ela questionou, um sorriso incrédulo aparecendo em seus lábios - Quer dizer, ainda temos alguns dias até dezembro... — Eu sei, eu tentei dizer isso à ele. - Draco revirou os olhos - Preferia não ter que me prestar à esse papel, mas ele me ameaçou - confessou - — Esta história está cada vez melhor! - ela riu sonoramente agora - Quando vai ser esse baile? — Na véspera de Natal… - ele contou simplesmente e ela parou e franziu o cenho -  Sei que provavelmente você já tem um compromisso… - ele parecia um tanto quanto envergonhado - Mas, você poderia… - ele não terminou a frase mas olhou no fundo dos olhos dela e a mesma sentiu aquele vai e vem de sensações se movendo dentro dela, de novo. - — Eu, bem… - ela protelou sem graça e então soltou um suspiro - Não sei, talvez o Ministro faça o mesmo, e ainda tem os Weasleys.. hum.. Acho que não...- ela o olhou temerosa e apertou os ombros - — Eu entendo, quer dizer, ele vai ter que entender… O silêncio recaiu sobre eles tão repentino quanto a mudança de ares ali. O que antes era algo descontraído tornou-se um tanto que pesado e sustentar olhares parecia impossível, por tal, o desvio para o lado oposto começou a ser a opção mais alcançável para fugir de todos aqueles porquês que instantaneamente vieram para ela. A atmosfera densa e constrangida começou a sufocar e aquele aperto áspero no peito veio fazer companhia a Hermione. Draco pareceu notar como tudo tornara-se desconfortável para ambos, e coçou a garganta, ela piscou e lentamente olhou para o loiro. Algo atrás daqueles azuis-cobalto fizeram os pêlos dela se levantarem e aquele frio interno esfriou seu corpo quente. — Tenho um relatório… - Draco se levantou desengonçado, os olhos azuis um tanto quanto desfocados miraram o fundo dos olhos dela - — Draco… - ela murmurou, se levantando. — Não, Hermione. - ele disse, interrompendo qualquer que fosse o que ela iria dizer - Você tem seus planos e eles não incluem dois ex-comensais. Eu entendi.. — Eu não disse isso, Malfoy! - ela se defendeu - — Não precisou, Granger! - ele Balbuciou seu sobrenome com desdém, parecia magoado - — Você entendeu tudo errado, eu não quis dizer isso… Eu… - ela jogou todo o ar que existia em si para fora, exasperada - — Tenha um bom dia. - o loiro ignorou suas “explicações” - Ele saiu batendo a porta forte atrás de si e ela respirou fundo antes de se deixar cair de qualquer forma em sua cadeira. Não tinha dito nada que pudesse ofendê-lo e não sabia de onde ele havia tirado aquela ideia sobre eles serem comensais e todo o resto. Bateu na mesa um tanto quanto irritada. — i****a! - xingou ela e decidiu afastar aquilo do seu pensamento e começar a fazer o seu trabalho. - (...) O café fumegava na xícara escura que Hermione ganhara de Luna em um dos natais que passaram juntas, a bruxa girava os dedos para um feitiço que não verbal que fazia a colher mexer-se dentro do recipiente de porcelana misturando o açúcar no líquido escuro que faria com que ela conseguisse ficar algumas horas mais acordada, por mais que não fosse amante da bebida, sabia que era a única coisa que poderia ajudá-la. Estava exausta, mas precisava concluir aquele pós-relatório sobre o resultado da primeira semana de guarnição e interrogação. Havia sido um desastre, infelizmente! E Hermione não sabia onde estava o erro. Sabia apenas, depois de passar o dia comendo cada pasta, arquivo e folha disponibilizada à ela, que ainda estavam na mesma, já que, ainda continuavam a desaparecer tanto jóias quanto tronquilhos. E ela não conseguia ver algo em comum, ou entender porque raios que o mundo Muggle estava envolvido nisso, porque roubavam eles também. Suspirou resignada e deu um longo gole em seu café, sentindo-o descer quente por sua garganta. Aquilo ter dado errado só queria dizer que teria de passar ainda mais tempo ali, que, Malfoy ainda estaria em sua sala, tomando conta de seus casos e fazendo um trabalho que ela sempre lutou para que fosse seu. Esfregou os olhos com força e abaixou a cabeça até a mesma se chocar com a mesa. Sentia tanto por tudo ter dado errado, por ter apenas andado em volta do problema quando já deveria ao menos ter amenizado os sumiços, e furtos. Seus olhos estavam tão pesados! E, sua cabeça estava um verdadeiro furdunço. Era um meio termo estranho aquele… Estar eufórica pela cafeína, mas extremamente cansada a ponto de ser capaz de adormecer com o rosto ali, naquele mesa fria, olhando para aquela pilha de relatórios, enquanto a cidade começava a ser consumida pela fúria da noite, atrás de si. Ergueu a cabeça da mesa e passou as mãos nos olhos esfregando com força. Parece que nem mesmo toda a cafeína era a capaz de retirar aquela sensação de cansaço do corpo dela. Girou sua cadeira para o lado da janela e pôde ver entre as frestas, Draco atravessando a rua em direção aquele beco que ele usava para aparatar no bairro onde se localizava a Manor Malfoy. Revirou os olhos contrariada. Não queria ter uma convivência r**m com ele, não depois do muito que superaram quando ele veio para o Ministério. Mas aquela atitude dele a tinha deixado irritada, mais ainda por ele ter acusado-a de algo que não condizia com o que ela era. Virou-se para a frente e encarou todos aqueles papéis. A vontade de terminar aquele relatório se esvaindo e tudo o que sobrara fora o sono que turvava sua visão com mais força. Sem ter muito o que fazer, Hermione apenas arrumou tudo com um aceno de varinha, pegou sua bolsa, cachecol e casaco, colocou um pouco de água no lírio e saiu dali em direção às lareiras, ignorando pessoas que queriam pará-la pelo caminho até lá. Entrou na primeira que viu, mentalizou sua casa e pronunciou seu endereço com avidez e então, as chamas verdes a levaram para a lareira existente em sua sala… Deixando tudo e qualquer coisa que dissesse respeito a trabalho e Draco para trás.
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