02 - Sentindo.
— Eu sou o seu substituto. - ele disse simplesmente segundos depois, como se lesse seus pensamentos. -
Ela bateu no peito olhando-o abismada. Os olhos dela quase se arregalaram nas órbitas.
Quer dizer, com tantas pessoas no mundo capacitadas para fazer seu trabalho porque logo ele havia sido escolhido? Ele nem deveria saber o que fazer. Além do que o histórico dele com Criaturas Mágicas não era lá muito proveitoso. Por culpa dele o hipogrifo Bicuço tinha sido sentenciado a morte (não morreu apenas porque ela e Harry o salvaram!), sem falar nos tantos anos que ele e sua família maltrataram o pobre Dobby. Piada de muito m*l gosto essa, se quer saber.
— Porque justo você? - ela quis saber. Um misto de raiva e curiosidade palpável no ar e seus olhos fazendo pouco caso. -
— Fiz uma especialização em Genebra para este departamento.. - o semblante dele continuava impassível. Como se o surto dela não fosse válido. Como se ele não fosse ele e ela não fosse ela. Como se fosse duas pessoas normais. -
Ela bufou.
— Não acredito nisso! - Hermione disse, torcendo o fino e pequeno nariz na direção do loiro. - O Ministro não faria isso!
— Eu tenho a proposta escrita aqui, só um segundo... - ele disse sério e formal, apenas procurando algo na maleta que somente agora ela havia notado. Alguns papéis para cá, outros pra lá e pronto, lá estava o pergaminho oferecendo o cargo dela para ele.
Malfoy estendeu o papel para ela que o puxou de sua mão de uma forma não tão educada. Era estranho, mas ela se sentia como a garota de quinze anos perto dele. Vulnerável. Afetada. Insegura. Como se a mulher forte e determinada que tinha se tornado tivesse saído correndo assim que o viu sentado.
— Isso é completamente inaceitável! - ela disse por fim, após checar a veracidade do documento, batendo na sua mesa em exasperação. - Por favor, saia da minha sala! - pediu -
O loiro apenas a olhava indiferente. Seu semblante não revelava nada além de seu tédio evidente por toda aquela situação. E isso deixou a Granger ainda mais furiosa. Se ele estava testando a paciência dela, estava prestes a ver o furacão Granger em ação.
— O que ainda está fazendo aqui? - perguntou olhando para ele que agora tinha elevado uma sobrancelha - Já disse que não vou aceitar isso! - rosnou para ele - Quatro anos! Quatro anos de muito trabalho neste departamento para simplesmente colocarem você aqui e tudo ir por água abaixo..
Finalmente ela pareceu obter uma reação dele, já que o mesmo tinha os olhos brilhando como na época que estudaram juntos e os lábios flexionados num sorriso ladino, tipicamente dele. Ela não sabe de onde veio a vontade, mas ela quis dar-lhe um soco para desfazer aquela cara tão cínica que ele tinha!
— Ora, não entendi o que quis dizer, sabe-tudo.. - ele disse usando o antigo apelido da castanha, levando uma de suas mãos grandes e pálidas até o próprio maxilar, analisando-a. - Explique seu ponto.
Ela estava pronta para xingá-lo, quando sentiu um arrepio pegar-lhe de jeito, como se uma de suas janelas tivesse sido aberta e por ela uma brisa gélida tivesse vindo. Aquelas palavras dele surtiram um efeito desconhecido nela... Seus olhos rapidamente foram inundados por algum dia, parecia distante e retorcido, era como mergulhar em uma penseira com defeito. Apenas ouviu vozes ao longe, ecoando. A sua e a daquele loiro que estava a sua frente.
— Você sempre acha que está à frente de tudo, Hermione. Mas me escuta; Você não está! Vai acabar se matando se continuar com isso. Não vou permitir.. - tinha um misto de desespero e autoridade na voz dele. Como se ele tivesse influência sobre ela.
— Não é tão simples assim. Não posso simplesmente fugir disso! - a voz dela por outro lado era rebelde, desafiadora e ainda assim, um tanto que receosa.
— Claro que pode, é a decisão mais sensata.. - ele insistiu, a voz mais calma agora - Por favor..
— Não, não é! Você não entende! - sussurrou como se assim fosse mais fácil fazê-lo entender -
— Ora, então me explique seu ponto! - e o deboche natural dele estava lá, desafiando-a -
Ela arfou assustada e levemente trêmula quando retornou ao "presente", olhando para o loiro que tinha agora as mãos cruzadas esperando por sua explicação. "O que, em nome de Merlin, aconteceu agora?" questionou-se, sentando em sua cadeira atordoada. Olhando para o nada como se tudo viesse a ser esclarecido. Mas não veio, e ela ficou confusa. Que raio de memória era aquela? Não se lembrava na vida de ter algo assim, não com aquele loiro. Sentou-se rapidamente tremendo mais do que gostaria, uma tontura lhe fazendo companhia, olhando para a frente aterrorizada..
— Granger, se sente bem, o que houve? - a voz dele a despertou de seu transe pessoal, fazendo-a focar em seus olhos azuis-acinzentados. Ele aparentava estar preocupado com ela. - Quer que eu mande trazer uma água? - perguntou Malfoy agitado e antes que ela pudesse responder ele já tinha saído, a deixando só -
Sua cabeça doeu novamente. E seu coração se acelerou. Não entendia o que tinha acontecido, não sabia porque tinha acontecido. Aquilo pareceu uma lembrança. Mas ela jamais esteve em qualquer situação dessa com ele, ou com qualquer outro cara. Aquilo era muito estranho, e estava deixando-a assustada. Depositou as mãos no rosto e mordeu o lábio. Que era aquilo?
Não pôde continuar com seus questionamentos pois logo o bruxo loiro já estava lá novamente, com um copo de vidro cheio de água. Deu à ela que bebeu só em um gole, praticamente. Ele esperou ela terminar de engolir e a olhou, um pouco de divertimento aparecendo em seu semblante que a pouco era sinônimo de indiferença.
— Sinceramente, Granger, não achei que você fosse ficar assim
.. - ele disse sentando-se de frente para ela, desafrouxando o nó da gravata verde e soltando o ar, parecendo suar um pouco - Quer dizer, não esperava sorrisos ou "olá Malfoy, tudo bem", mas passar m*l já foi extremista, não acha? - ele debochou e a olhou nos olhos.
Alguma maldita coisa aconteceu de novo, porque ela sentiu como se sua alma tivesse exposta para ele, como se ela estivesse nua, aberta. A sensação não era boa. Ela não gostou disso.
— Oh, cale essa boca! - ela disse revirando os olhos, tentando manter o foco, ou talvez a sanidade. - Eu não tomei café, pensei que fosse desmaiar. - ela mentiu passando as mãos na testa -
— Oh, não me diga que está grávida... - ele quis saber, sua mão em seu queixo e seu olhar descendo para a barriga dela - Isso explicaria o fato de estar gorda. - alfinetou -
— Claro que eu não estou grávi... Pera, você me chamou de gorda? - questionou, a boca aberta em surpresa e os olhos castanhos faiscando. Como ele se atrevia dessa forma? -
— Não me olhe assim, Granger, você está enorme! - afirmou e sorriu daquele jeito mais diabólico que ele sabia, e que ela ainda se lembrava. E que ela odiava.
— Você é realmente um cretino! - ela rosnou para ele, balançando a cabeça em negação - Anda, sai logo da minha sala!
— Sua sala por hora, Hermione. - ele disse e deu uma piscadela desafiadora em sua direção.
O estômago dela revirou ao perceber como a voz dele soava diferente quando pronunciava seu primeiro nome. Mordeu o próprio lábio para disfarçar. "Deus, o que tá acontecendo?"
— Amanhã volto para começar. - Draco disse e se levantou, apertando novamente o nó da gravata e saindo pela porta, daquela sua forma firme e arrogante até de andar.
Quando ele sumiu de sua vista, ela desmoronou na cadeira. Respirando com dificuldade, ignorando o aperto do próprio coração e a enorme vontade de chorar que estava consumindo-a. Não entendia porque estava se sentindo daquela forma, tampouco porque tudo estava vindo à tona assim, de repente. Fechou os olhos forte, tentado se desfazer das sensações desagradáveis, mas, tudo o que conseguiu foi ouvir novamente aquela voz, a voz do Malfoy, tentando convencê-la a não fazer alguma coisa. E ela sentia pequenos tremores quando escutava a voz dele. Era como se aquele timbre a desarmasse de tudo o que ela havia erguido. Passou as mãos na testa mais uma vez, e soltou a respiração. Nada de dia normal pelo visto.
.....
O dia passou cansativo e tenso. Hermione teve novos casos em mãos, e teve que preparar todas as suas coisas para levar para o departamento dos Aurores no próximo dia. Estava exausta quando o seu expediente chegou ao fim, e Brienne entrou para dizer-lhe "tchau"
— Srta Granger, estou indo... - a moça disse, colocando mais uma pasta em cima da mesa da bruxa - Até amanhã..
— Boa noite, Brienne. - desejou. -
Suspirando e pensando que não estaria ali pela manhã e sim no departamento de Harry, ela se levantou, pegando o casaco, pondo-o no braço e enrolando o cachecol no pescoço. Ajeitou os pertences de sua bolsa, e a pôs no ombro, apagando o abajur e saindo da sala, sem olhar para trás. Pegou o elevador e seguiu para sair daquele prédio.
Parados, perto das portas giratórias da entrada estavam Harry e Ginny. Ambos com os braços entrelaçados, como se esperassem alguém.
— Eu disse que agora era ela.. - a ruiva disse triunfante - Me deve dez galeões!
— O que estão fazendo aqui? - perguntou Hermione na defensiva olhando feio para Harry -
— Ah, não me olhe assim, Mione! - ele pediu - Você me clareou a visão em cinco minutos no elevador, eu precisava pôr você no caso. - ele disse, encolhendo os ombros -
— Vamos jantar lá em casa hoje, hein? - Ginny tentou algo para dissipar aquela tensão que ameaçava pairar entre os dois. Ela odiava quando discutiam. -
— Você tem noção do que fez? - A Granger perguntou, ignorando completamente a amiga/cunhada -
— Você só vai ficar longe por um pequeno período de tempo.. - rebateu um Harry levemente irritado - Além do mais, o Ministro me garantiu que colocaria uma pessoa capacitada para te substituir, não tem porque fazer tempestade no copo d'água..
— Se com capacitada você quer dizer MALFOY então tudo bem! - ela rosnou, o rosto vermelho e os olhos ardendo. Odiava quando as pessoas tomavam decisões por ela. -
Harry ficou quieto, abriu e fechou a boca várias vezes, mas nada que realmente tivesse valor para que ele pudesse falar saiu de sua boca. Hermione respirou fundo e olhou para o melhor amigo um tanto que decepcionada.
— Eu vou para casa.. - murmurou ajeitando a bolsa no ombro -
Ginny, que até então estava chocada demais para reagir, finalmente voltou a si, e puxou a morena pelo braço.
— Okay, você vai jantar lá em casa. - a ruiva comunicou decidida -
— Eu não quero, Ginny! - reclamou Hermione, soltando-se da ruiva bruscamente -
— Isso não foi um pedido, Granger. - comunicou a outra -
— Que? Que droga vocês pensam que sou para acatar suas ordens? - ela rosnou para Ginny na sua forma mais ameaçadora - Eu vou sim para casa. A minha casa. - deu ênfase -
Estava farta disso, ao menos já tinha tido o suficiente por um dia. A impotência de não poder permanecer no seu departamento, cuidado do que lhe interessava lhe deixa frustrada e estressada. Apertou a bolsa contra o peito e olhou para a amiga, esperando ver um semblante chocado por ter sido rude com ela, mas tudo o que tinha era uma Ginevra com cara de tédio olhando para ela. Ela sabia, não tinha muito o que fazer.
— Já acabou? - Ginny perguntou. Uma pontada de divertimento em seu tom de voz -
— Eu odeio você! - sentenciou a morena não sendo capaz de conter o sorriso -
— Fiz torta de frango... - comentou a ruiva -
........
— Você sabe que isso não foi o certo Harry! - ela comentou, bebendo vagarosamente o vinho em sua taça -
— Eu sei, Mione, me desculpe! - Harry pediu olhando-a nos olhos - É só que a ideia de nós três trabalhando novamente juntos me deixou muito empolgado... - suspirou - Eu falo com o Ministro para ele te dispensar se quiser... - ofereceu, mas Hermione viu em seus olhos que ele não queria aquilo. Sorriu balançando a cabeça -
— Não, tudo bem, deixe como está. - concordou e o amigo sorriu largamente - Quando Ronald chega? - quis saber mudando de assunto -
Ainda era estranho lembrar que Ron estava viajando em lua de mel. O casamento dele foi o que veio mais rápido de toda a geração Weasley. Ele namorou com Pansy Parkinson apenas quatro meses antes de pedí-la em casamento... Foi um choque para todos na época ele se envolver com uma Sonserina. Ainda era estranho vê-lo com ela, mas Hermione viu como eles se olhavam, como sorriam um para o outro e no fim aceitou e ficou feliz pelo outro melhor amigo.
— Em duas semanas.. - respondeu Ginny chegando da cozinha com biscoitos de baunilha para eles - Charlie está encantado com Pansy, dá pra acreditar? - questionou a ruiva como se aquele fosse o maior absurdo que já tinha escutado na vida -
— Ela deve ter alguma coisa que atraia os ruivos... - brincou Hermione - Cuidado Ginny, você pode ser a próxima a cair de amores pela Sonserina.. Jorge foi assim como você logo no início e agora bem... - lembrou a castanha -
— Aquela dali vai ter que rebolar muito para conquistar essa cabeça vermelha aqui. - comunicou Ginny seriamente -
— Só quero ver mesmo... - começou Harry e puxou Gin para seu colo, beijando sua bochecha e a fazendo rir. -
Hermione adorava o jeito deles de se tratar, de se acarinhar e estar sempre demonstrando o quão apaixonados eram. Sorriu satisfeita bebendo o restante do conteúdo de sua taça. Ela não deixaria Harry casar-se com outra mulher senão aquela, porque Ginny era a única capaz de entender e aceitar todos o traumas e medos do Potter. Quando eles começaram a se animar com os carinhos, a castanha se levantou do sofá e foi para a cozinha.
Depositou a taça vazia na pia e suspirou. Dizer que ela não sentia falta de um chamego de vez em quando seria mentira. Ela sentia falta de uma companhia, de beijos, abraços, toques, de sexo. De uma presença masculina. De se sentir amada e cuidada, desejada. Mas todos os que se relacionou depois de Ron haviam sido completamente destrutivos, uns aproximaram-se apenas por interesse, outros apenas para exibí-la como troféu, ninguém verdadeiramente interessado em conhecer a pessoa dela. Balançou a cabeça como se o movimento fosse capaz de esvair os pensamentos e decidiu que iria dar uma força para a cunhada lavando sua louça.
— Ei, o que tá fazendo aqui? - perguntou uma Ginny meio descabelada e com duas taças vazias -
— Bem, eu não queria atrapalhar você e Harry lá na sala. Embora exista uma coisa chamada bom senso e respeito às pessoas que não transam à alguns meses, que você e ele não se lembraram. - soltou ela sem se virar para a ruiva, ensaboando as louças -
— Ai Hermione, eu não me conformo com você assim.. - soltou Ginny -
— Assim como? - perguntou Hermione, virando-se finalmente para Gin, interrogando-a -
— Sozinha. - disse colocando a louça suja na pia, e sentando-se numa cadeira perto da outra, olhando para ela em forma de compaixão -
Hermione fez um beicinho de descontentamento e bufou, largando a louça por lavar e enxugando as mãos em uma toalha amarela que se encontrava ali perto... Puxou uma cadeira e sentou-se defronte para o outra.
— Eu também não sei amiga... - choramingou a Granger, apoiando a cabeça na mesa, e olhando de canto de olho para a ruiva -
— Não recebeu nenhum convite para sair essa semana? - questionou Ginny, aproximando-se dela -
— Sim, recebi, mas recusei todos. - contou -
— Porque? - quis saber Ginny, interessada -
— Um era casado, outro queria apenas sair comigo pra se mostrar para os amigos e o outro é filho de um dos chefes do Departamento de Jogos e Esportes Mágicos, tem apenas dez anos. - contou contando os três nos dedos - Confesso que de todos o que teve 0,0001% de chance foi o de dez anos. - suspirou e sorriu -
Ginny sorriu da amiga e balançou a cabeça em negação. Hermione tinha se desiludido com homens desde que Ron partira seu coração. E isso a afetava em demasia na hora de envolver-se com pessoas do sexo oposto. Parou de sorrir e pegou ambas as mãos da cunhada de coração, olhando a no fundo dos olhos, deixando claro que aquela conversa era séria a partir de agora.
— Hermione, você tem que se permitir conhecer novas pessoas.. - começou - Eu sei o que você passou, sei exatamente como é quando as pessoas apenas querem você pelo cargo que ocupa, pelo feito que fez, e não por você mesma, mas amiga, você não pode desistir..
— Eu não estou desistindo de nada, Ginny, apenas não estou procurando também... - deu de ombros -
— E você acha que o homem da sua vida vai cair no seu colo? - perguntou a ruiva - Você viu o que fiz até Harry me pedir em casamento? Eu fui a luta. Você deveria fazer o mesmo.
— Por favor né, o Harry sempre foi louco por você. - Hermione revirou os olhos - Você apenas precisou mostrar isso à ele -
— Acredite, querida, não é tão fácil quanto parece. - comunicou mas sorriu vitoriosa em seguida - O ponto aqui é: você não sente interesse por ninguém? Não sente como se aquele olhar do carinha perto do Ministério atravessasse sua alma, ou o jeito que a pessoa diz seu nome parece diferente? Ninguém te faz sentir assim? Nenhum dos seus casos? - quis saber -
Hermione se aquietou e pensou. Depois de vários casinhos que tivera e pouco duraram nunca tinha se sentido dessa forma, nunca tinha sentido isso por alguém. Ia dizer isso à amiga que esperava ela terminar sua análise pessoal quando se lembrou de mais cedo, quando teve a impressão de ser um livro e Malfoy estar lendo-a, como achou estranhamente reconfortante e familiar o jeito que o seu inimigo de escola prenunciou seu primeiro nome. Seu coração se acelerou, mais uma vez ela não estava entendendo. Provavelmente, todas aquelas sensações só aconteceram porque ela estava muito estressada. Suspirou e fitou Ginny.
— Você está lendo romances demais! - sentenciou e se levantou -
— E você não me respondeu. - lembrou a ruiva, semicerrando os olhos azuis para ela - Tem alguém que já te deixou assim?
— Eu tenho que ir, esqueci que tenho que alimentar pérola. - desconversou Hermione e seguiu para sala, pegando seus pertences -
— Já vai? - questionou Harry, sem entender nada quando a viu -
— Eu tenho que alimentar pérola. - comunicou e deu um beijo na bochecha do moreno - Obrigada pelo jantar. - agradeceu -
— Isso, foge mesmo Granger... - disse Ginny surgindo na sala - A única pessoa da qual você não vai poder fugir é de você mesma..
E então, com um estalo e uma forte pressão no umbigo, ela aparatou bem no meio da sala da sua casa que estava escura. Murchou os ombros e jogou a bolsa e o casaco no sofá. Não estava preparada para dizer isso à Ginny. Nem ela mesma estava entendendo o porque de Malfoy causar-lhe essas coisas.
Chamou pérola que veio de imediato se esfregando em suas pernas. Pegou a gatinha no colo e a olhou. Pérola lhe jogou um olhar reprovador e olhou para a sua tigela de comida completamente vazia, Hermione se sentiu uma péssima mãe.
— Desculpe amor, eu tive alguns imprevistos. - disse acariciando a pequena bola de pelos -
Pérola assentiu e pulou do seu colo, andando para a cozinha. Seguindo pérola, rendida e cansada.