CAPÍTULOS 7 e 8

2002 Words
CAPÍTULO 7 Acordo cansada mas preciso levantar-me, pois hoje é meu primeiro dia de trabalho. Olho para o relógio apenas para ter certeza de que terei tempo suficiente para me arrumar. Não quero me atrasar, não preciso dar mais motivos para o grosseirão achar que eu não sou adequada para o trabalho, pois eu definitivamente sou. Tomo banho e escovo meus cabelos rapidamente. Meu corte é channel, então não tenho dificuldade nenhuma para o deixar no lugar dele, faço uma maquiagem bem natural, mas não passo batom, pois ainda voltarei para escovar os dentes. Separo uma calça flare preta e uma camisa branca, escolho uma lingerie preta e completo meu visual com um blazer verde escuro, nos pés uma sandália de tira de salto médio na cor nude. Depois de vestir minha roupa, coloco apenas uns brincos discretos, preparo minha bolsa e sigo para a cozinha para tomar café da manhã. Quando passo pela sala de jantar, fico surpresa ao encontrar a mesa posta e Théo sentado à cabeceira, lendo algo em seu tablet parecendo mais imponente do que nunca está manhã. Ele não me nota, o que é ótimo, pois não consigo ficar confortável estando em sua presença por isso continuo seguindo meu caminho até a cozinha, mais sou parada antes de conseguir dar cinco passos à frente. — Aonde pensa que vai? — Ele questiona com sua voz grave, fazendo coisas estranhas ao meu corpo. — Bom dia pra você também. — Digo para ele. — Você não respondeu minha pergunta. — Fala arqueando a sobrancelha, ficando insanamente mas lindo. d***a! Preciso parar de pensar essas coisas sobre ele. — Estou indo para a cozinha. Satisfeito? — Questiono exasperada. — O que vai fazer na cozinha? — Pergunta e eu já estou ficando nervosa com seu questionamento. — O que as pessoas fazem em uma cozinha? — Devolvo para ele. — Não me importa o que fazem. — Ele responde. — Sente-se e tome seu café da manhã. Não pretendo me atrasar. — Ele indica o lugar que está posto ao seu lado direito e eu sigo contrariada para o seu lado. Sento-me e me sirvo de uma taça de iogurte natural com salada de frutas, depois acabo pegando uma fatia de bolo e um copo de suco de laranja. Saboreio minha refeição com demasiado êxtase, eu definitivamente amo comer e esse bolo que Mithiele fez, está divinamente maravilhoso, coloco mais uma garfada na boca e acabo gemendo em satisfação. Quando levanto minha cabeça por um momento, fico paralisada ao notar o olhar de Théo em mim, é algo feroz, ele está com o maxilar travado em minha direção, fico totalmente constrangida e desvio o olhar para meu prato. Decido que já passei por momentos constrangedores demais perto dele e levanto-me sem dizer nada e vou praticamente correndo em direção a escada. Preciso me recompor antes de estar frente a frente com ele novamente. *** O percurso até a empresa com Théo foi totalmente silencioso, eu mantive meu olhar voltado para a janela. Definitivamente não queria olhar para ele depois do episódio no café da manhã. Quando estávamos no elevador que nos levaria até a cobertura onde se encontrava sua sala, minha mão pinicou e eu queria muito tocar seu rosto, seu corpo. Eu não consigo entender que m***a de atração é essa que sinto por ele. Em nove anos eu não senti isso por ninguém. Podem me julgar mais eu não tinha tempo nem disposição para relações que não me levariam a nada. E eu tenho um filho, sei que ele nunca foi impedimento para nada, mas é a minha melhor desculpa. Eu não queria um relacionamento, tudo estava indo bem, consegui controlar meus hormônios por todo este tempo. E consegui me manter focada no que realmente me importava. Então o que eu não entendo é: Porque que depois que conheci Théo isso tudo está acontecendo? Depois que saímos no andar percebi uma mesa próxima a entrada onde uma mulher com aparência de uns quarenta e poucos anos eu acho, estava sentada atrás. Provavelmente a secretária dele. Olhei ao redor e vi duas portas. Théo desejou bom dia a mulher e pediu que não deixasse ninguém entrar em sua sala. Ele entrou e eu fiquei parada, esperando que ele dissesse onde eu ficaria para trabalhar. — Caroline. — Ele chamou pelo meu nome de sua sala e eu fiquei momentaneamente chocada. Era a primeira vez que ele dizia meu nome e eu amei ouvir ele em sua voz grossa. Fui até a porta e parei na frente da mesma. — O que está esperando para entrar. — Ele perguntou. — Minha sala, você não me mostrou onde fica. — Lhe falo. — Você ficará comigo. — Responde e aponta uma cadeira posta ao lado da sua. Prendo minha respiração em surpresa. — Entre e feche a porta, por favor. — Ele pede. Faço tudo no automático, chocada demais para questionar qualquer coisa. Por todo o dia discutimos detalhes e medidas. Théo me disse que o Shake Ali Haddad Youssaf quer requintes em detalhes. Ele passa mais tempo em Nova Iorque do que em Dubai. Mas gosta de tudo à altura de sua cidade de origem. Uma coisa eu percebi: Serão longos dias de tormento ao lado de Théo, que além de lindo tem o acréscimo de ser cheiroso pra caramba. Seu cheiro está me deixando totalmente embriagada. Que Deus me ajude!   CAPÍTULO 8 Duas semanas passou-se desde que iniciamos o projeto e mais um fim de semana enclausurada iniciou. Hoje é sábado e eu não tenho ideia do que farei nestes dias. Luana vive mas no hospital do que em casa. Eu queria sair e dar umas voltas por Nova Iorque, mas infelizmente sozinha é uma m***a. A proximidade com Théo no trabalho está me deixando maluca. Ele é um verdadeiro t***o e eu já cheguei ao nível de sonhar com ele me possuindo. Estou definitivamente na m***a! Já passa das duas da tarde e eu aqui sozinha nesse casarão. O que me resta é ir assistir algum filme na Netflix. Desço as escadas indo em direção a sala de cinema. Isso mesmo que vocês leram. Eles têm uma sala de cinema em casa. Da pra acreditar? E nem é usada. Já está com duas horas que estou assistindo episódios sem parar de Game of Thrones e estou me perguntando porque nunca assisti isso antes. Estou totalmente largada no gigante sofá cama que tem aqui, hoje estou usando um vestido com decote coração que vai até o meio das coxas, ele é florido e eu gosto muito dele. Eu nunca tenho momentos assim e já tinha esquecido o quanto é legal ficar jogada na frente da tv sem fazer nada. Estava divagando em meus pensamentos quando a porta foi aberta abruptamente. O que consegui ver foi apenas a grande silhueta em pé. Minha respiração ficou ofegante no mesmo instante, ele vacilou em seus passos, pegou no trinco novamente mas desistiu. — Me desculpe. — Ele fala. — Não sabia que tinha alguém aqui. — Sem problemas. Fique à vontade. — Indico o espaço vazio ao meu redor. — Tem bastante espaço. — O que está assistindo? — Pergunta vindo para o meu lado, ele tira seus sapatos e senta-se próximo a mim. — Game of Thrones. — Indico a tela em nossa frente. — Já ouvi falar. — Ele diz. — Mas não tenho tempo para assistir séries. Estou sempre cheio de contratos e tudo o mais, fora os projetos que pego. Eu amo desenhar coisas e vê-las saindo das plantas, a parte burocrática é muito chata mas faz parte de minha vida. Por isso, concilio os dois, é na arquitetura que me realizo. — Desabafa e eu acho estranho. Para alguém que é tão fechado, estar falando desse jeito, estranho, muito estranho. — Você entende o que estou falando, certo? — Acho que sim. — Respondo olhando para ele e voltando minha atenção para a tela. — Porque me olhou com essa cara? — Ele questiona. — Que cara? — Pergunto o encarando nos olhos. — Essa. — Ele responde. — É que só achei estranho, você estar falando tanto assim. Pelo que me lembro você só fala comigo sobre trabalho e mais nada. — Respondo simplesmente. — Peco desculpas se te ofendi em algum momento. Mas é que é difícil para mim confiar em alguém. Mas já mudei minha opinião sobre você. Você é muito competente e acho sua companhia agradável, eu apenas não queria admitir. — Ele para de falar e me olha visivelmente esperando que eu diga algo para ele, mas estou sem palavras. — O que acha de eu trocar esta série, eu tinha algo em mente quando vim para cá. — Acho que ele percebeu meu desconforto e resolveu mudar de assunto. — Claro. — Falo lhe entregando o controle. Eu fico um tempo parada olhando para seu lindo rosto enquanto ele zapeia procurando o que queria. Sou pega no flagra quando ele olha para mim, eu imediatamente sinto minhas bochechas arderem de vergonha. Ele sorri de canto e seu sorriso faz coisas estranhas em meu estômago. — Espero que goste. — Ele fala. — Do quê? — Pergunto e ele aponta a tela a nossa frente. — Vikings. — Ele responde. Ele pega algo em seu bolso mas não consigo ver o que é, depois percebo se tratar de um controle de ar-condicionado quando a temperatura começa a cair no ambiente. Quinze minutos depois estou encolhida em meu lugar tentando não olhar muito para a tela, além do frio que estou sentindo, essa série é de bárbaros, só tem sangue pra tudo que é lado e eu não gosto nada disso. — Vou buscar um cobertor. — Anuncio para Théo que tem total atenção na tela. Ele desvia sua atenção para mim e responde. — Não precisa. Aqui tem cobertores. — Dito isso, levanta-se e vai até o outro lado. Levanta uma parte do sofá e entendo que além de sofá cama ele também é baú. Ele volta para o meu lado com travesseiros e o cobertor, me entrega e deita-se do meu lado. — Posso dividir esse cobertor com você? Acho que Mithiele deve ter pego os outros pois só encontrei esse guardado. — Eu apenas balanço a cabeça concordando, incapaz de dizer algo coerente. Alguns minutos depois eu estava encolhida embaixo do cobertor. É bem verdade que eu não gosto deste tipo de filme ou série, não importa o que seja, causa o mesmo efeito em mim: Repulsa e medo. Estou um pouco constrangida, porque de vez em quando acabo tendo uns sobressaltos de pavor e horror que sinto em quase todos os momentos. Théo está se deleitando, todas as vezes ele ri de minha cara. — Do que está rindo? — Questiono já irritada com seu comportamento. — De você. — Fala, e ri mais ainda. — Não é engraçado. — Lhe digo. — É Sim. Porque não disse que não gosta? Quando viu do que se tratava. — Porque não quis. — E agora está aí com medo. — Fala e percebo o riso em sua voz. — Eu não estou com medo. — Respondo. — E porque este cobertor não sai do seu rosto mesmo? — Questiona, claramente divertindo se com meu estado. Tiro o cobertor do rosto para confronta-lo, mas paraliso, pois seu rosto está a centímetros do meu, fico sem fala, meu corpo arrepia e anseia pelo contato. Nossos olhares estão cravados um no outro, mas vejo quando o mesmo desvia seu olhar para minha boca, imediatamente sinto necessidade de água e acabo passando a língua no lábio inferior. Vejo quando a transformação acontece, suas pupilas dilatam e ele me olha como um predador prestes a devorar sua caça. — m***a! — Pragueja alto. — Eu preciso urgente disso, preciso de você mais que tudo no momento. — Disso o quê? — Pergunto confusa, não entendo ao que ele está falando. — Do seu beijo.
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