Já se passaram uma semana desde a reunião na casa dos meus pais, e cá estou eu, terminando de arrumar minhas malas, com o mesmo aperto no peito, sofrendo por todos os dias que irei ficar longe de Henrique.
Sei que vou ver ele nas férias em que ele irá ficar comigo, mais ainda assim não consigo acostumar com a separação.
Pode ser que eu esteja sendo dramática e super protetora, mais é meu filho, estou acostumada com a rotina.
Eu juro que estou tentando ficar feliz com a empolgação dele, mais está sendo muito complicado.
Amanhã meu pai me levará ao aeroporto assim como mamãe, Kassandra, Mauricio, Henrique, senhor Jones e sua esposa Sarah, ele me ofereceu o jato da empresa, mais eu achei um absurdo, posso muito bem pegar um vôo comercial, na primeira classe está ótimo, é mais confortável para uma viagem tão longa.
Henrique há essa hora já adormeceu, e eu estou aqui praticamente quicando dentro do quarto por não conseguir dormir, vou viajar no fim de semana porque dá pra descansar e começar o trabalho na segunda.
O vôo durará oito horas e cinquenta minutos já que não terá nenhuma parada. Com toda certeza irei dormir bastante já que tenho medo de avião, é melhor porque eu nem vejo nada.
Não sei em que momento da madrugada, peguei no sono, mais quando acordei e olhei pela janela vi que chovia, só pode ser um sinal, de que essa viagem será uma tormenta.
Depois de realizar minha higiene pessoal e de estar com todas as minhas malas na sala fui chamar Henrique, porque meu pai já deve estar chegando, já que combinamos de tomar café no aeroporto.
— Oi amor, você já está pronto? Seu avô já deve estar chegando. — Pergunto.
— Já sim mamãe só vou pegar minha carteira e meu celular. — Fala. —Mamãe estou tão orgulhoso. — Afirma. — Você será uma arquitetura reconhecida internacionalmente, então respire fundo e fique tranquila, eu estarei bem, aproveite essa chance, porque ela é única. — Gente já disse que meu filho é lindo, tão maduro, meu Deus, tô me sentindo uma adolescente chorona perto dele. O abracei forte, lhe dei um beijo e perguntei:
— Eu já disse que te amo.
— Sempre mamãe, e eu também te amo muito.
Seguimos para a sala e não demorou nem cinco minutos para o porteiro interfonar avisando que meu pai já esperava.
Henrique me ajudou com as malas, já que ele só vai pegar as coisas dele na volta.
Quando o elevador abriu no hall de entrada meu pai já aguardava, me ajudou a colocar as malas no carro e seguimos viagem.
Fomos o caminho todo conversando sobre banalidades. Assim que chegamos no Aeroporto Internacional De Guarulhos, fiz o check-in e despachei as malas, eu ainda tinha quarenta minutos até o horário do meu vôo, seguimos todos até uma cafeteria.
Todos me encaravam com brilho nos olhos, sei que agora devem estar lembrando o quanto foi difícil minha dupla jornada de mãe e estudante e o quanto eu me senti sozinha em alguns momentos.
Eu sei que eles se orgulham de mim, e é por isso que eu vou dar o melhor de mim para esse projeto ser o melhor de todos.
Conversamos, todos me desejaram boa sorte, senhor Jones estava radiante dizendo que eu sou a melhor. Ri sem graça, mas, já que ele é o chefe e está dizendo vou acreditar.
E do nada escuto através dos alto-falantes, o embarque ser anunciado, abracei a todos, Henrique ganhou um abraço muito apertado e muitos beijos.
— Então é aqui que nos despedimos pessoal, cuidem bem de meu filho, sentirei saudades.
Mandei beijos no ar e segui para o portão de embarque.
O vôo foi do jeito que imaginei, dormi a maior parte do tempo, quando a aeromoça me acordou avisando que já íamos pousar, agradeci aos céus mentalmente.
Coloquei o cinto e tentei me arrumar, mais não iria dar em nada, com certeza vou continuar com a cara amassada.
Quando o avião pousou fui esperar minha bagagem, peguei um carrinho e a guardei, depois de algum tempo peguei minhas malas e segui para o portão de desembarque, de longe avistei um homem com uma placa com meu nome, então imaginei que aquele seria Jackson meu motorista, durante minha estadia aqui.
Me aproximei e o cumprimentei.
— Boa tarde, sou Caroline Martinelli. — Lhe digo.
— Boa Tarde, senhorita Martinelli, me chamo Jackson, seu motorista.
— Sem formalidades por favor, chame-me apenas de Caroline. — Peço.
— Tudo bem Caroline, se me permite. — Fez um gesto para pegar o carrinho.
— Não se preocupe Jackson, eu posso levar.
— Por favor Caroline, deixe-me ajudar.
— Pede. Dei de ombros e disse:
— Tudo bem.
— Obrigada. — Agradece. — Siga-me por favor. — Pede.
Fui andando ao seu lado, ele disse-me que trabalha para a família Miller a quinze anos.
Chegamos ao carro que por sinal é uma sedã muito linda e reluzente. Eu entendo um pouco de carros, tudo influencia do chato do meu irmão.
— Jackson. — Chamo sua atenção. — E Luana onde está? — Lhe questiono.
— Senhorita Luana está no hospital senhorita. — Me fala. — Ela sairá do plantão só à noite. Ela pediu para avisar que não precisa espera lá para o jantar que ela chegará tarde. — Completa.
— Tudo bem. — Digo e saímos do estacionamento.
Depois de algum tempo, finalmente chegamos na casa do senhor Jones, e que casa.
— Senhorita Caroline, lhe mostrarei seu quarto, acompanhe-me.
Sigo o mesmo pela casa, subimos as escadas, chegamos no corredor à direita, e ele me indica a terceira porta.
— Senhorita está entregue. O jantar será às dezenove horas. — Me informa. — Com licença. — Pede se retirando.
— Jackson o que aconteceu com o Caroline. — Falo o fazendo parar e se virar para mim. — Estava bem fácil, não é mesmo? — Questiono com a sobrancelha arqueada.
— Perdoe-me é que fico incomodado, prefiro o senhorita, é meu trabalho, gosto de ser formal. — Se explica.
— Se você prefere assim, tudo bem então.
Ele fez um sinal com a cabeça e se retirou. Bom, eu fechei a porta do quarto e fui da uma olhada, é uma suíte incrível, com um closet sem comparação.
Abri as malas e comecei a guardar tudo, depois de uma hora e meia tudo estava guardado, separei uma roupa e fui tomar um banho.
Depois de meu banho totalmente relaxante, olhei o relógio e já eram 18:50, então desci as escadas e confesso que fiquei um pouco perdida, mais consegui encontrar a cozinha. Tinha uma mulher de costas então falei.
— Oi.
— Oh, me desculpe senhorita, não a vi chegar. — Ela fala. Meu nome é Mithiele. — Se apresenta para mim. — O jantar já está pronto, já irei servir, sente-se por favor. — Pede e eu o faço.
— Obrigada Mithiele, qual o horário que Luana costuma chegar? — Pergunto.
— Costuma chegar às vinte e três, às vezes mais tarde, é que ela é voluntária não hospital municipal. — Explica. — Mais o senhor Théo costuma chegar mais cedo, ele trabalha demais. — Completa.
— Mais ele não mora sozinho? — Questiono.
— Finais de semana ele gosta de ficar aqui isolado. — Fala. — Ele reclama que não consegue relaxar nem um pouco aos fins de semana. — Fico sem entender nada e ela acrescenta. — O apartamento dele é de frente ao central parque, então fica bastante movimentado.
— Ah, entendi. — Mentira. Não entendo nada.
— Aqui senhorita. — Ela coloca um prato e talheres em minha frente. — Espero que goste, é risoto de camarão. — Amo risoto.
— Obrigada. — Aí Mithiele acho que seremos grandes amigas. — Rio de sua cara sem graça.
Continuamos conversando, ela me contou que tem 37 anos e que trabalha aqui há doze anos, ela e Jackson são casados à dois anos, mais que não querem filhos no momento.
Depois de jantar e conversar mais um pouco com Mithiele fui para meu quarto.
Coloquei minha camisola e deitei, liguei para Henrique, ele está bem, me desejou boa sorte e disse que tinha que desligar.
Em meio aos meus pensamentos acabei dormindo, não sei que horas, acordei e estava com muita sede, não tinha água no quarto peguei meu hobby, mais quando sai no corredor, estava escuro, não fechei meu hobby, e segui meu caminho.
Quando estava chegando na cozinha esbarrei em alguma coisa ou melhor em um muro humano.
Uma luz foi acesa e simplesmente fiquei de boca aberta, isso não é um homem, é um deus grego, tô chocada.
Ele me encarou de um jeito estranho, foi aí que lembrei que estou de camisola na frente dele, tentei me cobrir e voltei querendo ir para meu quarto, mais quando cheguei na sala ouvi um grito.
— CAROLINE!
CAPÍTULO 4
Quando virei-me para dar de cara com Luana, achei que teria um infarto, tenho certeza que estou parecendo um tomate, nunca me senti tão envergonhada em toda minha vida.
Fechei meu hobby olhei para o canto da sala e tenho certeza que fiquei mais corada, pois Théo estava me olhando fixamente.
Desviei meu rosto e esbocei um grande sorriso na direção de minha amiga, ela correu e me abraçou forte.
— Caroline como senti sua falta. Como você está? E Henrique quando vem? Estou com saudades de meu afilhado. — Fala sem parar.
— Calma estou bem, mais poderíamos conversar em outro local. — Desviei meu olhar para seu irmão que estava parado no mesmo local nos encarando. Ela olhou na mesma direção que eu, e entendeu meu recado quando prestou atenção no que eu estava usando.
— Théo meu irmão aproxime-se, venha conhecer a mais nova arquiteta da Miller. — Ela fala. Desviei o olhar e a encarei incrédula, meu Deus! Ela quer me m***r de vergonha só pode. À fuzilei com o olhar. Ele começou a andar em minha direção e eu desejei que se abrisse um buraco embaixo de meus pés, ele se move com um olhar felino que estava me assustando bastante. Tem um ar arrogante e agressivo, parou em minha frente e estendeu sua mão.
— Prazer senhorita Caroline, sou Théo Miller. Pelo que percebi será você a me ajudar com o novo projeto da empresa, espero que seja tão competente quanto meu pai fala, não tolero atrasos muito menos contratempos. — i****a e gostoso, uma combinação perigosa. Quando nossas mãos se tocaram senti uma corrente elétrica percorrer meu corpo, não gostei desta sensação, um alerta se instalou em minha mente, tudo nele exala perigo. Que ser mais b****a, totalmente o oposto do restante da família, já percebi que minha convivência com esse ser será bem difícil, não levo desaforo pra casa mesmo.
— Tom não fale assim com minha amiga, se ela não fosse competente não estaria aqui. Onde foi que você esqueceu sua educação seu grosso? — Luana questiona. — Papai vai adorar saber que você a destratou no primeiro dia dela aqui.
— Não se preocupe Luana, eu conheço esse tipo. — Falo de nariz arrebitado.
— Que tipo? — Théo pergunta.
— Machista e arrogante. Lá na empresa do Brasil, já lidei com alguns exemplares, e posso te garantir Senhor Théo Miller que todos eles sabem onde é o lugar deles.
Eu posso ser muito persuasiva quando quero. — Essa última frase disse não tom de ironia que é pra ele já saber com quem está lidando, se ele pensa que só porque é o CEO da empresa tem o direito de me tratar m*l está muito enganado. Ele continuou me encarando com uma expressão que dizia claramente que estava irritado por tê-lo afrontado, eu encarei-o com um sorriso de canto de boca já cantando vitória.
— Nossa Caroline quanta atitude, como está madura. Você era tão submissa antes, adorei sua nova versão. — Luana dá pulinhos de alegria, já que ela sempre foi mais atrevida que eu.
— Cansei de ser a mulherzinha meiga, andei lendo alguns livros que me ajudaram muito. — Lhe digo. — Estou amando tudo, é muito didático sabia? — Questiono. — Você deveria ler Luana. Ficaria mais afiada.
— Há se for pra ficar desse jeitinho pode me indicar todos os exemplares. — Ela fala e então subimos as escadas rindo e deixando para trás um Théo incrédulo e irritado.
Chegamos ao meu quarto, Luana se jogou em minha cama e disse:
— Me desculpe pelo comportamento de Tom, nem sempre ele foi esse ser arrogante. — Fala com expressão pensativa. — Ele era muito gentil e educado. Mas uma filha da p**a destruiu o coração dele. — Esclarece. — Desde então ele se fechou para o mundo e se tornou o que é hoje. No fundo continua o mesmo, mais é tão orgulhoso que preferi fingir que não se importa.
— Eu fui abandonada grávida Luana, com dezesseis anos, nem por isso me fechei para o mundo, nem comecei a tratar m*l as pessoas.
— Caroline me responda. — Ela pede. — Quantos namorados você teve depois de Caio?
— Isso não vem ao caso, não é minha vida amorosa que está em discussão.
— Dá no mesmo. — Ela rebate. — Isso não é se fechar para o mundo? — Pergunta. — Depois do que aconteceu você se trancou dentro de si mesma, não se permite mais amar.
— Eu sei amar. — Digo. — Eu amo minha família, à amo, mais esse sentimento não existe entre homem e mulher. Já existiu, no tempo de nossos pais, hoje em dia não mais. — Lhe esclareço meu ponto. — Quantas vezes ele disse que me amava, e no primeiro momento me abandonou. Isso não é amar. Prefiro seguir o ditado melhor sozinha do que m*l acompanhada.
— Há quanto tempo está sem s**o? — Ela pergunta e prefiro fingir que não ouvi.
— Sério isso, Luana Miller? — Questiono a mesma.
— Claro que sim, fala logo? — Ela responde.
— Vamos ver. — Falo com a mão no queixo. Deixa eu pensar. — Falo só ora enrolar. Não preciso de conta para responder. Ela me olha de cara fechada e sem saída eu respondo: — Há uns dez anos.
— O QUÊ? VOCÊ TA BRINCANDO NÉ? — Ela grita estas perguntas e eu fico com medo que seu irmão tenha ouvido algo.
— É claro que não, porque eu mentiria? — Pergunto para ela.
— Caroline praticamente você é virgem novamente, sua musculatura vaginal voltou ao normal, a única diferença é que não terá a presença de hímen, pode ter certeza que será doloroso quando você voltar a se relacionar. — Fala toda profissional
— Ta certo. — Respondo. — Mas me esclareça algo? — Peço. — Quem ta falando é minha amiga ou a Dra. Luana Miller, uma das melhores ginecologista e obstetra de Nova Iorque.
— Para de ser b***a. — Fala rindo. — São as duas que estão falando. Mas falando sério você nunca mais sentiu vontade de f********o?
— Não senti, na verdade eu nem tinha tempo de pensar nisso, eu simplesmente perdi o interesse nos homens, lógico que já admirei muitos homens lindos, mais eu não confio ao ponto de me relacionar outra vez, não consigo deixá-los se aproximarem de mim, muito menos de Henrique, não quero que ele se apegue a ninguém, principalmente porque nunca se sabe se irá dar certo, não quero que ele sinta falta de nada.
— Amiga você tem que superar. — Luana fala. — Já faz muito tempo, precisa seguir em frente, ele foi um verdadeiro panaca por ter te abandonado e renegado Henrique. Pois ele é a criança mais adorável do mundo, ele te ama e te apoiará sempre, ele é muito mais maduro do que você pensa.
— Eu sei o quanto ele já amadureceu, que não é mais meu bebezinho indefeso. Mas continua sendo meu bebê. Se não fosse por ele ter me pedido, eu jamais teria aceitado essa oportunidade que seu pai me deu, eu sou muito apegada a ele, é difícil para mim, nunca deixei-o por mais de vinte e quatro horas, ele é a única coisa boa que aquele desgraçado fez por mim, eu não me imagino acordar, e não ver o motivo de eu ter seguido em frente, ele é tudo pra mim, e eu jamais arriscaria minha relação e o respeito que ele tem comigo por causa de uma aventura.
— Eu não estou pedindo pra você viver aventuras, estou te pedindo para deixar alguém ultrapassar essa barreira de p******o que você criou em seu coração, só assim você se sentirá completa.
— E quem disse que não me sinto completa?
— Tu sabes do que estou falando. — Rebate. Bom não vou ficar discutindo isso, está tarde e precisamos descansar, amanhã nos vemos e combinamos de fazer algo, boa noite amiga. — Me dá um abraço e sai porta à fora me deixando perdida em pensamentos.
Eu sou completa e feliz, pelo menos eu acho.