Família

1949 Words
Beatriz teve mais sucesso do que esperava com a sua Pastelaria. Após dar a luz a sua menina a quem chamou Dádiva, ela decidiu expandir o negócio e abriu uma fábrica de doces diversos. Passou a fornecer para outras cidades, e tornou-se uma empresária muito bem sucedida. Dádiva cresceu num ambiente feliz e de muito amor. Tinha contato com os seus primos e sua Avó Paterna, mas falava - se pouco sobre o seu pai, e ela também não fazia perguntas. Aos seis anos de idade, a menina demonstrava ter herdado muitas coisas da sua mãe. Linda, inteligente, dedicada ao que fazia, simpática e muito talentosa na arte da Culinária. Adorava conversar com Paula que agora estava noiva de Octávio Soares, o agente que deu a ela a notícia sobre o acidente, e que agora era o Comandante da Delegacia. Algo que conseguiu alcançar com muito trabalho. Ele e Paula pretendiam adotar um menino, pois já considerava Beatriz sua filha. Bia estava na cozinha da fábrica com a sua assistente quando a filha entrou e estava vestida para ajudar. - Bom dia Mamã. - Bom dia meu amor. Pronta para o trabalho? - Sim. O que vamos fazer hoje? - Um bolo de aniversário para uma menina que agora tem 10 anos de idade. - Que legal. A gente vai á festa? - Não amor. Será apenas uma reunião para os amigos mais próximos. E sabes bem que só podemos ir se formos convidadas. - Sim Mamã. E a Vovó Paula? - Ela e o Vovô Octávio foram as compras para o casamento que está a chegar. - A Vovó Paula disse que serei daminha e vou usar um vestido lindo. - É verdade meu amor. Vais ficar que nem uma princesa. Agora lave as mãos e vamos começar. Paula entrou uma hora depois e sentiu o cheiro delicioso dos bolos que enchia toda a cozinha. - Olá meninas. - Vovó!...- Dádiva a foi abraçar. A Senhora não comprou nada? - Comprei muitas coisas querida. O Vovô Octávio está a levar para cima com a Laura. Eu estou com fome e vim até aqui. - Então sente Mamãe. Eu acabei de fazer umas sandes e também tem suco de laranja com cenoura. - Que delícia. Vou lavar as mãos. Dádiva! Podes por favor dizer ao Vovô para vir aqui após terminar? - Sim Vovô. - Obrigada querida. Assim que a neta saiu, Paula pediu para Beatriz sentar. - O que foi Mamãe? - Eu vou ser bem directa filha. Estou preocupada com você. Eu e o Octávio ficaremos um tempo fora, e não quero que vocês fiquem sozinhas. - Ora Mãe. A Fina sempre estará por perto. E além disso, vocês vão voltar. - Sim! E tens a certeza que podemos mesmo morar todos juntos? - Que pergunta tola Mamãe? Somos uma família. E adoro o Octávio a Senhora sabe. Ele é o meu pai agora. - Obrigada querida. Isto me deixa muito feliz. E quanto ao teu coração? Não pretendes amar de novo? - Não sei Mamãe. Eu achei que poderia seguir com a minha vida, mas não aconteceu. - Meu amor! Você passou por uma situação muito difícil. Mas o tempo passou. Estás mais forte e madura. Não achas que estás na hora de recomeçar? - Vou pensar nisso Mamãe. Ver a Senhora e o Papai tão felizes, me dá a inspiração que preciso. - Isso é óptimo. A Dádiva precisa de um pai. Assim como dei o Octávio para você, sei que para elas também darás um pai maravilhoso. - Assim espero Mamãe. Assim espero. - Aqui estamos amor..- Octávio entrou com a neta. Olá querida. - Oi Papai. Sentem! Vou servir para vocês. - Obrigado filha. Preciso mesmo de comer. Estou cansado. A tua mãe exagerou nas compras de hoje. - Octávio! - Desculpe amor. Mas é verdade. Vamos comer e depois arrumaremos tudo está bem? - Senta filha. Você já ajudou muito. A família estava feliz. Teriam um novo m****o e as condições para o receber estavam criadas. O casamento de Paula e Octávio seria um grande acontecimento. Foram convidadas mais de 200 pessoas, e todo o buffet seria fornecido por Beatriz. Afinal, ela era especialista na área. *******Passagem de tempo Paula e Octávio estavam de viagem de lua de mel. Beatriz e a filha passavam juntas o tempo que ambas tinham livre. Laura que é a Babá de Dádiva, também morava com elas e estava a terminar a sua formação em Gastronomia. E foi numa noite em que levantou para cobrir a menina, que ela percebeu que Dádiva estava a queimar de febre. Ela correu logo para chamar Beatriz e Fina. - Senhora Bia! Acorde por favor. Bia saiu do quarto correndo. - O que foi Laura? - A Dádiva está com muita febre. Já medi e são 37 graus. - Nossa Senhora. Diga ao Afonso para preparar o carro agora e chame a Fina rápido. - Sim Senhora. Beatriz deixou a filha com Fina e trocou rapidamente de roupa. A menina estava muito fraca e não conseguia ficar em pé. Elas entraram logo no carro e correram para Clínica mais próxima. Assim que chegaram foram logo atendidas. Por sorte havia um Pediatra de plantão que atendeu sem hesitar. Duas horas depois ele foi ter com Beatriz. - Senhora Noriega? - Sim. Como está a minha filha? - Ela está bem agora. o banho ajudou a baixar a febre. Já foi medicada e agora está a descansar e a receber soro. - Ela ficará bem mesmo não é Doutor... - Flávio Soriano. E sim! Ela vai recuperar. Ela teve a febre por causa de um vírus que anda por aí. Já passaram por aqui várias crianças com os mesmos sintomas. - Muito Obrigada Doutor Soriano. Eu a posso ver? - Claro que sim. A Senhora pode passar a noite aqui com ela. Amanhã faremos mais alguns exames e ela terá alta, mas terá que ficar esta semana de repouso. Venha comigo por favor. - Está bem. Fina por favor vá para casa e traga algumas coisas está bem. Já sabes o que preparar. - Sim Senhora. Logo estarei de volta. - Obrigada. Podemos ir Doutor? - Claro. Por aqui. Beatriz entrou no quarto e viu a sua menina dormindo normalmente. - Meu anjo. A Mamãe teve um grande susto hoje. Vai ficar tudo bem filha. Eu não vou sair daqui. - A Senhora precisa de mais alguma coisa? - Aceitarei um chá por favor. Estou com frio. - Sim claro. Cuidarei disso. - Obrigada Doutor. - Por nada. Com licença. Flávio voltou com o chá e também duas sandes. - Também precisas de comer alguma coisa. A Dádiva tem que te ver bem quando abrir os olhos. Ela só vai acordar amanhã. - Tudo bem. Obrigada. E posso pedir um favor? - Claro. Estou ouvindo. - Me chame só de Beatriz. Não sou a Senhora Noriega há seis anos. Sou viúva. - Tudo bem. Eu sinto muito. - Não há problema. - Eu a deixarei descansando. Quando a Senhora Fina chegar, ela virá até aqui.Mas só por dois minutos. - Não se preocupe. Assim será feito. - Certo. Boa noite Beatriz. - Boa noite Doutor Flávio. Fina entrou 25 minutos depois. Deixou as coisas e após dar um beijo na menina foi para casa. Na manhã seguinte, Bia levantou cedo. Tomou banho, trocou de roupa e foi sentar ao pé da cama. Dádiva abriu os olhos devagar. O Soro tinha terminado, e seria colocado outro balão. Estava cansada por causa do sedativo. - Mamãe! - Bom dia meu amor. Senta devagar está bem? Como te sentes? - Estou cansada. Onde a gente está? - Na Clínica. Você passou m*l ontem á noite. - Estou com sede. Bia deu água e a enfermeira entrou para colocar outro soro. Seria o segundo e último. - Bom dia Senhora. Bom dia Dádiva. Como te sentes querida? - Bom dia. Um pouco cansada. O que é isso? - Eu vou trocar o seu soro. Quando terminar vais para casa. Posso começar? - Sim. Obrigada. - Linda menina. Estás com fome? - Sim. Muita fome. - Filha! Eu vou cuidar do nosso café da manhã está bem? Obedeça á Senhorita. - Sim Mamã. Não demores. Beatriz saiu e voltou 10 minutos depois com a comida. Fina também lá estava e aguardava pelo horário de visitas. Ela e a filha comiam quando Flávio entrou no quarto. - Bom dia. Como está a minha linda paciente? - Estou melhor Doutor. Já posso ir para casa? - Só quando o soro terminar querida. E tens que fazer tudo o que vou te dizer. Combinado? - Combinado. - Linda menina. Quero que venhas á consulta daqui a uma semana. E nada de correr pela casa. E claro, tome muito cuidado com o que vais comer. Vou providenciar uma lista do que poderás ou não comer. E verás que fará a diferença. Posso falar com a senhora lá fora por favor? - Claro. Vamos lá. Beatriz ouviu atentamente as recomendações de Flávio. - Muito obrigada. Tudo será feito e estaremos aqui na semana que vem. - Perfeito. Se algo acontecer por favor não hesite em me chamar. Os meus pequenos pacientes são prioridade para mim. - Está bem. - Vou agora assinar os papéis da alta. Em uma hora ela poderá ir para casa. Até mais. Beatriz sorriu e sentiu um alívio. Flávio demonstrou muito carinho e atenção com a sua filha. Faria dele o Pediatra oficial de Dádiva. A menina também tinha gostado dele e não reclamou uma única vez. Uma hora depois estavam no carro á caminho de casa. Dádiva tinha adormecido e Laura estava com ela no Banco de trás. - Obrigada Laura. Se não fosse por você, ela ainda estaria no hospital. - Nada por isso Senhora. A Dádiva é muito especial para mim. Fico feliz por ela estar melhor. - Eu também. O médico passou uma nova dieta para ela e seguiremos á risca. A saúde dela é uma prioridade. Vou parar agora na farmácia e pedir que façam a entrega dos medicamentos. Preciso ir á Pastelaria ver como estão as coisas. - Pode ir á vontade Senhora. Nós vamos cuidar dela. Beatriz as deixou em casa e foi trabalhar. Passou na Pastelaria e fez a lista dos itens que faltavam para os clientes. Depois teve que ir á fábrica para ver como estava a confecção dos bolos, e falou com os fornecedores. - Teresa temos alguma reunião urgente esta semana? - Não Senhora. As encomendas estão todas em dia e os nossos clientes de outras Pastelarias também estão satisfeitos. - Óptimo. A Dádiva passou m*l ontem e eu preciso estar com ela mais tempo esta semana. Mas, se algo urgente acontecer me ligue imediatamente. E por favor, faça com que enviem está encomenda para a Clínica dos Anjos em meu nome para todos os funcionários. A caixa maior é para o Doutor Flávio Soriano. - Sim Senhora. Quando devem entregar? - Hoje mesmo e com a máxima urgência. - Estou indo cuidar de tudo. Com licença. - Obrigada. Vou para casa agora. Cuide de tudo aqui está bem? - Tudo bem. Melhoras para a Dádiva. - Obrigada. Até amanhã. Beatriz foi para casa muito feliz. Sua filha estava bem melhor. Ela enviou para todo o pessoal da Clínica os seus melhores doces e salgados. Cada um teria direito á uma cesta recheada e ainda com algumas surpresas. Ela conseguiu uma lista com o nome dos funcionários, e as cestas foram devidamente identificadas. Agora, só restava esperar pelo resultado, que na verdade era a ligação de Flávio. Ela estava ansiosa para a receber. O que isto podia significar?
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