Sinopse
Beatriz andava de um lado para o outro demonstrando o seu nervosismo.
Paula a sua mãe sabia que teriam em breve uma boa notícia e apenas sorriu.
- Filha senta por favor.
Só faltam 2 minutos.
- Eu sei Mamãe. Mas, esperei muito por esse momento. E se der negativo?
- Por favor não faças isso. Estás a atrair energias negativas.
- Está bem. Vou me sentar agora e...
A enfermeira saiu da sala e chamou:
- Senhora Ana Beatriz Nogueira.
- Estou aqui.
- Aqui está o seu resultado.
A Doutora a espera.
- Muito obrigada....- Ela olhou para o envelope selado e foi ter com a mãe.
- Vamos Mamãe?
As duas entraram na sala da médica.
Beatriz entregou o envelope para a médica que o abriu em silêncio.
Alguns minutos depois ela então falou:
- Parabéns! A Senhora vai ser mãe.
- Como? A sério Doutora?
- Sim Senhora. A sua saúde está óptima de forma geral e a sua gravidez será saudável. A Senhora apenas tem que seguir as minhas recomendações. Vou prescrever as vitaminas. Quero que volte em duas semanas e faremos um ultrassom.
- Está bem. Muito obrigada Doutora Elena. Vamos Mamãe. Temos muito para fazer hoje.
- Está bem querida. Até mais Doutora Elena.
As duas passaram no supermercado e fizeram muitas compras.
Paula adorava dirigir e por isso não tinham a necessidade de ter um motorista.
- Quando vai contar ao teu marido?
- Não sei Mamãe. Esta viagem está mais longa que as outras. Mas o Alex vai adorar saber que será pai.
- Eu sei filha. O teu pai adoraria estar aqui também. Que falta ele me faz.
- Por favor não chores mãe. Ele iria querer que fosses feliz de novo. Ainda podes amar novamente.
- Falar é mais fácil que fazer.
Vou pensar nisso.
Paula vivia com a filha. Mas como a casa era enorme, tinha um canto só seu e não precisava de estar sempre na casa principal.
Ela nunca gostou de Alexandre e desconfiava de uma traição da parte dele. Para Paula as viagens eram apenas desculpas, só que Beatriz amava o marido e contar a ela as suas suspeitas não daria certo no momento.
Quando chegaram em casa, Beatriz foi lavar as mãos para preparar o jantar com a mãe.
Assim que as secou, o seu celular tocou e viu o nome do marido na tela.
- Oi amor. Boa noite.
- Olá querida. Como estás?
- Estou bem e com saudades. Voltas mesmo amanhã?
- Não vou conseguir meu bem. Por isso liguei. As coisas aqui ficaram complicadas. Ficarei por mais 3 dias.
- Eu entendi. É que tenho uma boa notícia. Estou tão feliz.
- Me conte. Eu estou te ouvindo.
- Bem! Consegui comprar o espaço para fazer a minha Pastelaria.
É lindo, espaçoso e muito bem preparado.
- Isso é óptimo linda. Vamos comemorar quando eu voltar.
A verdade é que eu tenho algo muito sério para te dizer e tenho que o fazer pessoalmente.
- Porque não falas agora?
- Não posso. Quando ouvires o que te vou dizer vais odiar - me Bia.
Falamos melhor na sexta-feira está bem?
- Tudo bem. Até sexta-feira.
Tchau.
Beatriz entrou na cozinha pensativa e a mãe percebeu que se passava alguma coisa.
- Bia! O que foi? Estás bem?
- Sim Mamãe. Falei com o Alexandre.
Ele só volta na sexta-feira.
- Contaste á ele sobre a gravidez?
- Não. Só falei da Pastelaria.
Ele ficou feliz. mas depois disse que tem algo sério para me dizer e tem de o fazer pessoalmente. Ele disse também que a coisa que tem para me dizer. vai me fazer odiá - lo.
- Nossa! O que será? Senta querida. Eu farei o jantar. E por favor não penses tanto. Você agora tem outra vida para cuidar.
Paula pegou suco de maracujá e deu para a filha.
- Bebe isso. Vai te fazer bem.
- Obrigada Mamãe.
Ao contrário do que tinha dito, o marido de Beatriz não voltou nem mesmo na sexta-feira. Ela ligou imensas vezes mas não foi atendida em nenhuma delas. Não teve também resposta nas mensagens que enviou.
Fina que era a única funcionária da casa notou o quanto Beatriz estava diferente.
- A Senhora está bem Dona Beatriz?
- Estou sim Fina. Já sabes da boa notícia?
- Sim. A Dona Paula me contou.
Meus parabéns. Estou muito feliz. Mas a Senhora parece triste.
- Estou apenas preocupada com o Senhor Alexandre. Ele não retorna as ligações nem responde as minhas mensagens.
- Com certeza deve ter um motivo.
A Senhora não deve se preocupar.
A Campainha tocou e Fina foi abrir.
Ela retornou á sala seguida por dois agentes da polícia.
- Senhora Beatriz! A polícia está aqui.
- Polícia?!...- Beatriz levantou para os cumprimentar.
Sentem - se por favor. Fina chame a minha mãe está bem?
- Sim Senhora.
Eles não disseram nada até que Paula entrou e sentou ao lado da filha.
- Senhores! Eu sou a Paula Santos.
Mãe da Beatriz. Aconteceu alguma coisa?
- Sim Senhora Paula. Tem a ver com o seu genro. O Senhor Alexandre Noriega. Nós o identificamos por estar bem documentado.
- O que houve com o meu marido?
- Bem Senhora Noriega! Lamentamos informar que ele sofreu um grave acidente á dois dias. Foi durante a noite e numa via pouco iluminada.
- Não. Ele está bem? Para onde o levaram?
- Acalme - se filha. Vamos ouvir está bem?
- Obrigado Senhora. O Senhor Noriega não estava sozinho. Uma mulher o acompanhava e eles estavam á caminho do aeroporto, pois achamos passaportes, bilhetes de passagem e várias malas de viagem.
- E quem é a mulher?
- Estamos á espera de uma resposta em relação á isso. Mas, o Senhor Noriega não sobreviveu ao acidente. Apenas a mulher está viva e em estado delicado.
Beatriz levou alguns segundos para entender o que havia sido dito.
O seu marido estava morto?
E ele estava prestes a viajar com outra mulher?
Sentindo - se tonta, ela manteve - se sentada e colocou a mão na testa.
- Filha! Você está bem?
Fina traga água por favor. Venha agora.
Beatriz foi auxiliada e deitou com a ajuda da sua mãe.
- Nós lamentamos muito Senhora.
- Eu agradeço. Por favor qualquer informação podem passar para mim.
A minha filha está grávida e temos que ter cuidado. Aqui está o meu número.
- Está certo. Entraremos em contato ainda hoje. Daremos mais detalhes sobre o assunto.
Aqui está o endereço do hospital.
- Obrigada. Nós vamos até lá ainda hoje.
Terei que ligar aos pais dele e vamos cuidar de tudo.
- Está certo. Até mais tarde Senhora.
Paula voltou á sala e viu a filha chorando muito no colo de Fina.
- Meu amor. Por favor não chores filha.
- A Senhora ouviu Mamãe? Ele morreu.
Estava com outra mulher. Eu sabia que havia alguma coisa nestas viagens, mas não quis me ouvir.
- Acama - te filha. Eu sei que não é fácil.
Mas nós estamos aqui. Não estás sozinha.
- Obrigada Mamãe. E a você também Fina.
- Contem sempre comigo.
No mesmo dia durante a tarde, Beatriz e a mãe foram até á cidade onde estava o corpo de Alexandre.
Ela o reconheceu e seu cunhado ficou de tratar dos trâmites para o funeral.
Sua sogra também lá estava com a neta mais velha de 16 anos.
- Beatriz! Como estás filha?
- Eu ficarei bem Marta. Obrigada.
Podemos conversar a sós por favor?
- Claro. Vamos á cafeteria.
Marta pediu café e Beatriz água.
- O que foi Bia? Pareces zangada.
- Eu estou furiosa Marta.
Você sabia?
- Do que falas?
- Por favor Marta. Não insultes a minha inteligência. Vocês sabiam ou não?
- Sim. Nós descobrimos por acaso.
Ele acabou por confessar e jurou que acabaria com tudo no mesmo dia.
- A Sério? Há quanto tempo foi isso?
- Há 6 meses. Mas, eles já estavam juntos quando vocês casaram.
- O Quê?! Eu não pretendo derramar mais uma lágrima por ele.
O que mais devo saber?
- Bem! Ele disse que a amava e que não queria te magoar. Ele entrou com o pedido de divórcio. E também deixou por escrito que tudo que possuem é teu. O meu filho fez de ti a única herdeira. Ele não levaria nem uma nota.
O Advogado vai entrar em contato com você.
- Tudo bem. Eu serei paciente.
Não farei nada que envergonhe a nenhum de nós. Serei a viúva que esperam, mas apenas até ao funeral. Não pretendo usar luto por um homem infiel.
- Está bem. Eu agradeço e não te julgo.
Posso te fazer um pedido?
- Claro.
- Não afastes o meu neto ou neta de mim está bem? Sabes bem que o Júlio me deu 2 netas lindas, mas este bebé também é da nossa família.
- Como você notou?
- Eu sou mãe de 4. Achaste que eu não daria conta? O Alexandre é o terceiro filho que eu perco. Só me resta o Júlio.
- Está bem Marta. Eu não vou afastar o meu bebé de vocês. Prometo.
Mas, não me peças para agir como se nada tivesse acontecido.
Seguirei com a minha vida e sem o vosso sobrenome.
- Está bem. Eu farei tudo o que quiseres.
- Obrigada. Podemos voltar agora?
Há muito para ser feito.
******Dois Meses Depois*****
- Está tudo arrumado Mamãe?
- Sim filha. Os homens já carregaram as últimas caixas.
Podemos ir.
- Tudo bem. E a Fina?
- Está lá fora com a Laura.
Beatriz vendeu a casa onde passou a viver depois de casada. Ela acreditou que tinha um lar. mas soube que da parte do seu marido nunca houve amor.
Ele morreu sem saber que seria pai.
A mulher que estava com ele estava agora a recuperar. Passaria um bom tempo numa cadeira de rodas, mas fora isso estava com a saúde normal.
Beatriz soube que ela era a namorada oficial de Alexandre. Ficou com ele mesmo depois de estar casado. Tinham planos para fugir e começar uma nova vida, mas ele queria deixar Bia livre e entrou com o pedido de divórcio.
O acidente acabou com tudo.
Agora as duas estavam sem Alexandre, mas Beatriz tinha a vantagem de estar grávida. Só falaria bem dele para o seu bebé. Já tinha perdoado, mas não pretendia amar mais ninguém.
A inauguração da Pastelaria Dádiva seria em uma semana. O trabalho estava a ajudar a manter a sua mente ocupada e feliz.
Teria uma nova casa e uma vida financeira estável, pois Alexandre deixou para ela uma verdadeira fortuna. que Bia passaria para o nome de seu bebé na altura certa.
Estava tudo a caminhar muito bem.
E o destino ainda tinha muitas surpresas.