Dra. Luna

Capítulo 7

Olharam para cima e viram Tyler olhando para baixo para eles. Ele ouviu o grito alto e saiu para investigar. Ele estava muito interessado enquanto assistia Lilly trabalhar e o quão atenta ela estava. No momento em que sua companheira acabou nos braços de um Kade sem camisa, ele não conseguiu impedir o rosnado que escapou de sua garganta.

Kade sorriu largamente enquanto abaixava Lilly de volta ao chão. "Olha, Tyler! Está tudo consertado."

Tyler desceu para o primeiro andar. "Será que perdi o memorando da reunião? O que todo mundo está fazendo acordado?"

"Saí para beber e acabei sendo recrutado para ajudar a segurar o Kade. Da próxima vez, contudo, quero quebrar o osso. ", Caleb disse com risadinhas enquanto Kade lhe lançava um olhar de irritação. "Bem, vou para a cama. Boa noite para todos. Bem-vinda à matilha, Lua."

"Lilly.", ela lembrou a ele enquanto ele subia as escadas de volta para o seu quarto.

"E vocês dois?", Tyler perguntou curiosamente, perguntando como tudo isso aconteceu.

"Não conseguia dormir por causa da dor no meu braço, então saí para alongá-lo. Foi quando Lilly saiu porque também não conseguia dormir e notou que meu braço estava me incomodando. Aí ela insistiu em quebrar meu ombro. Ela é um pouco doida.", Kade brincou com ela na última parte. "Não, sinceramente, Lilly, você é incrível. Muito obrigado. Vou ser muito mais eficiente agora." Kade praticamente pulou de volta para as escadas. "Boa noite, vou ter uma ótima noite de sono." Kade chamou lá de cima quando foi para o seu quarto para finalmente ter uma noite de sono tranquila.

"Sabe, tudo isso poderia ter sido resolvido há muito tempo se tivessemos um médico na matilha.", Lilly disse, virando-se e repreendendo Tyler por não ter um. Kade sofreu desnecessariamente com dor por anos. Muitas dessas grandes matilhas guerreiras trabalhavam sem um médico porque achavam que não eram necessários. Na realidade, ter um médico por perto manteria os guerreiros em melhor condição de combate.

"Acho que agora temos um.", Tyler disse com ares de superioridade enquanto olhava para Lilly. Seus olhos suavizaram ao observar os traços cansados dela. "Você parece cansada."

"Não consigo dormir. Tentei, mas não consigo pegar no sono.", Lilly disse baixinho.

"Você terá um dia cheio amanhã. Vou apresentá-la à matilha. Vamos, vou acompanhá-la de volta ao seu quarto." Tyler aproveitou a oportunidade para passar o braço ao redor dela e gentilmente guiá-la de volta ao seu quarto.

Quando chegou à porta e a abriu, ele não a deixou lá. Ele a seguiu ao entrar, caminhando com ela em direção à cama. Lilly sentiu seu coração bater mais rápido. Agora estavam sozinhos em seu quarto e toda a casa estava dormindo. Enquanto ela se deitava na cama, sentiu o colchão afundar ao lado dela e virou-se com olhos surpresos para ver Tyler deitado ao lado dela.

"O que você está fazendo?" Lilly perguntou com voz trêmula diante da invasão inesperada.

"Tentando dormir.", respondeu Tyler bruscamente, fechando os olhos.

"Uhm, este é o meu quarto.", sussurrou Lilly. Seu coração batia descontroladamente e seu estômago se revirava ao vê-lo tão perto.

"Nada escapa de você.", Tyler sorriu maliciosamente e abriu os olhos para olhá-la. "Pensei que ambos aproveitaríamos mais assim."

Ao ver a expressão não divertida dela, ele decidiu explicar. "Olha, prometo não tocar em você. Você não consegue dormir e nem eu. Somos companheiros e ambos dormiremos melhor se estivermos perto um do outro." Tyler rolou para o lado e apagou a luz do abajur ao lado da cama.

Lilly suspirou e ponderou sobre a situação por um momento. Em seguida, acomodou-se e fechou os olhos. Ela tinha que admitir que se sentia mais tranquila com ele por perto. No entanto, ainda sentia que essa era uma situação perigosa. De qualquer forma, estava cansada e estava gostando de respirar seu cheiro, que estava tão perto dela. Ela encheu as narinas com seu cheiro e sentiu-se desvanecer na inconsciência.

Lilly começou a se mexer, mas era incapaz de se mover. Sentia como se estivesse sendo mantida em cativeiro. Ela levou um momento e lembrou que já não estava de volta em sua casa. Abriu os olhos para ver onde estava. Ela estava sendo mantida no abraço de Tyler e estava quase dentro do peito dele com a cabeça apoiada em seu braço. Lilly olhou para o rosto de Tyler, seus olhos estavam fechados, mas sua respiração não parecia que ele estava dormindo. Ela tentou se mexer um pouco, mas os olhos de Tyler se abriram rapidamente e ele olhou para baixo para ela.

"Bom dia.", ele disse sonolento.

"Uhh, bom dia.", ela respondeu de volta, suavemente.

"Você nunca mais vai dormir com mais ninguém, entendeu? Você é uma grande abraçadora enquanto dorme. Sabe o quanto foi difícil deixar você dormir enquanto está pendurada em mim?" Os olhos de Tyler a prenderam e ela lhe deu um sorriso de desculpas.

"Sinto muito. Eu só compartilhei minha cama com meus animais de pelúcia. Acho que costumo segurá-los enquanto durmo.", Lilly sentiu suas bochechas ficarem quentes de vergonha. Ela não queria ter praticamente o agredido a noite toda.

Tyler soltou uma risadinha. "Não que eu me importasse, é claro. Você pode se aconchegar comigo a qualquer hora.", os olhos de Tyler encontraram os dela e suas íris cinzentas começaram a escurecer enquanto ele a encarava. Seus olhos estavam focados nos lábios dela e sua respiração ficou pesada. Ele lambeu os lábios e começou a abaixar a cabeça em direção à dela.

O coração de Lilly começou a acelerar. Este seria seu primeiro beijo. Iria acontecer agora. Ela estava animada e nervosa. As borboletas começaram a bater em seu estômago e ela sentiu suas entranhas se contraírem à medida que ele se aproximava. Faltavam apenas alguns centímetros.

Como providência, o telefone de Lilly tocou. Ela pulou rapidamente e se virou para pegar o telefone. Ela ouviu o gemido abafado de Tyler e sorriu, suas bochechas ficaram quentes com o que quase aconteceu. Era a primeira vez que ela tinha esse efeito em alguém ou que alguém tinha esse efeito nela, e ela estava gostando. Embora soubesse que não deveria. Ela estendeu a mão para pegar o telefone e viu que era Aaron ligando. Empolgada, ela atendeu o telefone.

"Aaron!" Ela exclamou.

"Lilibug! Como você está? Eles estão te tratando bem? Juro que se não estiverem, vou até aí e te trago de volta. Você não tem ideia do quanto eu tenho me preocupado, e só se passou uma noite. Talvez eu devesse apenas ir e te levar para casa. Não aguento mais isso.", Aaron praticamente vomitou todas as palavras enquanto falava rapidamente sem respirar.

"Aaron, Aaron, estou bem. Relaxe." Lilly riu da superproteção de seu irmão. Tyler sentou-se na cama, inclinou-se e beijou Lilly na testa, fazendo-a corar. Ele fez um sinal de que iria tomar banho e saiu do quarto para dar privacidade a ela para conversar com o irmão. "Eu ainda não conheci muitas pessoas, mas até agora todos foram gentis. Claro, isso é apenas por enquanto. Eu ainda não contei meu segredo. Tenho certeza de que, uma vez que eu conte, eles vão me expulsar com certeza.", Lilly disse com ironia enquanto brincava com uma mecha de cabelo.

"Se ele estava disposto a começar uma guerra por você, duvido que ele queira que você saia da alcateia. Nem todas as alcateias são como a nossa, Lil. Sabe, eu também pensei... talvez você devesse sair-"

"Não, sei o que você está prestes a dizer. Ainda não, Aaron. Pelo menos não até depois que eu contar para eles." Lilly interrompeu seu irmão sabendo exatamente o que ele ia mencionar.

Aaron suspirou alto no telefone. "Só quero que você esteja segura e não quero que nada atrapalhe isso. Então, faça em breve, promete?"

"Prometo." Lilly estava feliz por ter alguém em sua vida que se importava tanto com ela.

"Me ligue a qualquer hora e falarei com você em breve. Tchau, Lils."

"Tchau, Aaron."

Lilly desligou o telefone e o encarou tranquilamente com um pequeno sorriso no rosto. Ela conseguia ouvir o quanto Aaron estava preocupado em sua voz e isso aqueceu seu coração. Ela admitiu que tinha medo de que, uma vez fora de vista, ele a esquecesse. Que talvez ele só sentisse que precisava cuidar dela enquanto ela estivesse lá. Ela ficou feliz em saber que seus sentimentos eram reais e que ele realmente se importava com ela. Era um medo bobo dela e que ela não acreditava muito, mas às vezes a mente brinca com a verdade.

Lilly saiu da cama sentindo-se energizada e feliz. Ela havia dormido bem na segunda metade da noite, quase deu seu primeiro beijo e teve uma boa ligação telefônica com seu irmão. O dia estava começando bem.

Ela vestiu um shorts e uma regata preta antes de calçar seus tênis. Depois de arrumar seu cabelo e maquiagem, ela deu de ombros suavemente ao se olhar no espelho. Então, ela saiu do quarto e pôde ouvir muitas pessoas falando abaixo dela. Ela olhou para a borda e viu uma casa cheia de pessoas abaixo. De repente, ela sentiu sua confiança diminuir um pouco ao olhar os estranhos. Ela reconheceu Kade, Caleb e Avery, mas havia várias faces novas que ela ainda não tinha visto. Ela mordeu o lábio inferior e deu um passo para trás, longe da borda. Ela não estava acostumada com multidões, já que elas a evitavam.

Ela ouviu a risadinha de Tyler ao se aproximar por trás dela. "Você está se preparando para fugir de mim?" Ele disse enquanto colocava o braço ao redor de sua cintura. Para surpresa de Tyler, ela se virou para ele e enconstou sua cabeça em seu ombro.