Capítulo 11 — Estranha sensação

1077 Words
Ramon Judy estava com o rosto vermelho e parecia não estar racionando direito o que estava acontecendo. — O assunto que tenho a conversar hoje é de extrema importância para todos vocês. Ano passado estávamos migrando a empresa para um espaço maior. Contratamos novas pessoas, assim como perdemos algumas também. Aqui somos mais que uma empresa, somos uma família. Contudo, a mudança para o novo espaço, terão duas semanas de férias, contudo, continuaram recebendo e nada será descontado. Não haverá interrupções nas férias, mas o trabalho será maior desde então. Nosso gerente cuidará de todos os mínimos detalhes, mas hoje só queria dizer a vocês que conseguimos atingir o percentual de 70% a mais nos lucros, comparado ao valor líquido do que atingimos no ano anterior. Ah, quase esqueci, quero desejar boas-vindas a todos os novos integrantes, espero que aqui encontrem o que precisam. Vê-la ali me deixou sem muita ação. Planejei a semana inteira essa reunião e deveria ter sido algo sério, mas o assunto não iria continuar da forma que eu queria com ela me olhando de forma séria. Ligação Ativa — Você não me disse a hora que estaria saindo hoje. Esqueceu do nosso trato? — Ela atendeu na primeira chamada, com uma respiração ofegante. — Eu… eu não sei que horas vou sair, acabei de descobrir que meu chefe é você. — E que problema há nisso? Vamos ver seu pai e meu amigo quando acabar seu expediente, quem sabe a gente até pode jantar juntos depois que sairmos. — Eu não vou poder jantar hoje com você. — Ela gaguejava tentando falar, mas estava sendo perseguida pela Mary que já não lhe daria mais sossego. — Andrew me chamou pra jantar hoje, outro dia quem sabe dê certo novamente. — Aquilo foi como um balde de água fria jogada sobre minhas costas. — Tudo bem. Às cinco estarei esperando a senhorita em frente ao prédio para irmos ao hospital. Depois faço questão de deixá-la em casa. — Não será preciso, Ramon. Não quero atrapalhar você, a gente pode se encontrar no hospital. — Então ela levou esses dois jantares como se fosse um encontro nosso? Interessante! — Tudo bem, mas me avise quando sair, por favor. — Aviso sim, pode deixar. Ligação Inativa Fechei a porta do escritório e pedi para que todas a reunião de amanhã fosse remarcada, pois Victoria não estava me deixando em paz e eu precisava mais que nunca resolver logo a questão com essa mulher ou seria m*l visto pela Judy depois. Judy Foi quase impossível me manter séria quando o vi falando. Ver ele em uma posição tão séria me despertou uma sensação estranha. Um valor emanou entres minhas pernas, se eu não estivesse sentada iria precisar de alguma coisa para me segurar. Então quer dizer que nós somos uma família? Será que ele é assim com rodas suas funcionárias? — O que você vai fazer nessas duas semanas que não estiver trabalhando? — Mary era minha vizinha de trabalho, sua mesa ficava à frente da minha e ela estava sempre inclinando seu corpo para conversar comigo. — Vou aproveitar para descansar e agilizar algumas coisas, e você? — Ela franziu a testa como se eu estivesse falando algum absurdo. — Como assim você não vai sair com nenhum gato ou vai em alguma balada? — Eh não gosto muito dessas coisas de curtição, prefiro a minha paz e eu não tenho nenhum "gato". Pelo visto lhe falta tempo. — Sorri não querendo parecer grosseira, então ela fez um biquinho e começou a desabafar. — Eu trabalho aqui e quando saio tenho tempo apenas para tomar banho e ir para meu outro trabalho. Minha filha tem câncer, então tenho que fazer o máximo de dinheiro que puder para que não lhe falte nada. Meu namorado estava me traindo com minha melhor amiga, então eu não tive mais cabeça pra pensar em relacionamentos agora. Sempre que quero t*****r eu dou meu jeito e depois a gente nunca mais se vê. — E você não se apaixona pelo cara? Eu também não tenho muito tempo para mim mesma. Sempre fui muito focada no trabalho e no que eu queria para o futuro. Mas, quando estava escolhendo a decoração para ir morar sozinha, recebeu a notícia que meu pai havia sofrido um acidente que lhe deixou debilitado e desde então eu me dedico apenas a ele. Mary tinha uma vida sofrida, embora ela seja alegre e extrovertida, era perceptível o quanto ela estava cansada mental e precisando de um tempo para si. Ela era uma boa pessoa, eu estava gostando de ouvir tudo que ela dizia, até que tive minha atenção voltada ao Ramon quando ouvi meu nome ser chamado pelo mesmo. — Srta. Di Lua, será que pode me acompanhar até a minha sala? — Engoli em seco, levantei ajeitando a saia e o segui até a sua sala. A decoração de sua sala era em tons escuros, com luzes amarelas e as janelas estavam todas fechadas. Meu corpo ficou trêmulo, minhas mãos começaram a suar e o por alguns segundos eu pensei que ali seria despedida, ele poderia fazer isso bastava querer. — O que deseja Sr.? — Ele sorriu como se eu fosse uma piada, puxando a cadeira e me estendendo a mão para que sentasse. — Quando me disse que estava trabalhando não fazia ideia que fosse aqui. Está gostando? — Sim, muito! Quem não gosta de ter um emprego dos dias de hoje, não é mesmo? — Que bom, espero que continue com esse pensamento após o passar do tempo. Tenho alguns compromissos hoje ainda, então a chamei para que a gente fosse agora até o hospital. O que me diz? — Não tenho pressa, Ramon. Não quero que pensem besteira só porque você conhece meu pai. Não quero que falem que estou aqui só por isso, quero que reconheçam meu mérito e que saibam que eu sou capaz de estar aqui. Não pega bem a funcionária estar saindo mais cedo com seu patrão. — Do que tem medo, Judy? Por que sempre coloca o que as pessoas pensam acima do que você pensa? — Eu não sei, Ramon. Mas peço licença, preciso voltar ao trabalho e qualquer coisa a gente se fala depois. Tenha uma não tarde. — Sair de lá a ponto de cair nos corredores. Não fazia ideia do quanto aquele homem mexia comigo, e agora isso estava vindo à tona.
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