Capítulo 12 — Entre pai e filho

1029 Words
Andrew Antes da hora marcada eu resolvi ir até a casa da Judy, já eram quase sete da noite e ela já deveria estar em casa. Queria pedir desculpas pela minha ausência, certas vezes fui um i****a ao deixá-la sozinha e agora, mais que nunca era hora de tentar reparar as coisas erradas que já fiz no passado. Ela é solteira e eu também, não quero nada sério, apenas a conhecer melhor. Cheguei em frente a casa e procurei hoje então usei o interfone: — Judy? Sou eu, Andrew. Eu sei que ainda está cedo e talvez possamos conversar um pouco enquanto não dá a hora que marcamos de sair, espero que não esteja tão com mágoas de mim. — Judy ainda não chegou, Andrew. Ela foi ao hospital ver o pai e ainda não chegou. Que história é essa de que vão sair hoje à noite? A Mel já chegou? — Para minha decepção foi Ulisses quem atendeu. — Chegou a pouco tempo. Achei que Judy já estava em casa! Ela vai demorar a chegar? — Deixei as flores quase caírem no chão e resolvi que voltaria depois já que ela havia esquecido do nosso compromisso. — Não sei, sinto muito. Quando ela vai ver o Lúcio, geralmente passa algum tempo com ele. Mas por que não ligou no celular dela? — É que eu queria fazer uma surpresa pra ela, mas acho que não vai dar certo. Acho que já fracassei demais com ela, Ulisses. Vou deixar as flores aqui na porta e depois você as pega, por favor! Sair antes que ele respondesse e quando estava ligando o carro para sair vi o carro do meu pai se aproximando e logo atrás dele o carro da Judy. Aguardei até que os dois saíssem do carro e pude ver a i********e que eles dois estavam tendo. Como eu não notei isso? Era óbvio o tempo todo que eles dois estavam se encontrando e eu era o único i****a que não estava sabendo de nada. Liguei o carro e passei em frente a casa de Judy antes de ir embora, quando os dois me viram me chamaram, mas continuei meu caminho e me senti um i****a por ter criado expectativa. Comprei até flores, que droga. Judy Meu pai estava dormindo então não quis acordá-lo. O médico disse que ele tinha tomado alguns remédios e não acordaria mais hoje, me senti culpada por não ter vindo na hora do almoço. Estava triste comigo mesma e há muito tempo eu não me sentia tão pra baixo. Deixei um recado no celular de Andrew antes que o meu desligasse, avisando que não iria dar pra gente sair todos juntos hoje, porque não estava em um bom dia, mas ao chegar em casa vi que ele estava com o carro estacionado do outro lado da rua e já estava dentro do mesmo. Ramon pediu para me acompanhar até em casa e eu não sei o porquê, mas aceitei. Mas, quem visse de outro ângulo não iria pensar que Ramon estava apenas me fazendo companhia, até porque isso era no mínimo estranho. — Olha, acho que você tem um admirador rolando você. — Ramon sorriu como se aquilo fosse uma coisa boa. Como se o rapaz não fosse seu filho. — Qual o problema se eu tiver um? Acha que não mereço, é isso? — Sem perceber falei de uma forma grosseira e ele calou-se na hora. Ao abrir a porta me deparei com Ulisses fazendo o jantar e o cheiro estava divino, como sempre digo e repito: o que seria de minha vida sem ele ao meu lado? — Já que está aqui janta com a gente, Ramon. — Ulisses incumprimenta e ele continua ao lado de fora, olhando para o nada. — Não pensa demais ou… — Eu não quero mais incomodar vocês, estou indo e amanhã a gente se ver, Srta. Di Lua. — Ramon me deu as costas e foi embora. Estava cansada demais para pedir a ele que ficasse, foi até melhor ele ter ido, assim terei mais tempo para pensar no dia louco que foi hoje. Após o banho, Ulisses me esperava com um prato de risoto de frango acompanhado de um copo de coca. Nós dividimos os mesmos gostos, pensamentos e neurônios, em quase, absolutamente tudo. — Uli, você acha que eu fui grossa com ele? — Suspirei e fixei meus olhos na TV, onde estava passando um filme com a atriz Julia Roberts. — Com o pai ou com o filho? — Ele tinha uma expressão de riso em seu rosto, esperando apenas que eu o olhasse para sorrir. — Eu não acho nada, Judy. Ramon e você não tem nada, e você não foi ignorante em momento algum. Quanto ao Andrew, você já deixou bem claro pra ele que não o quer. Você avisou a ele que havia desmarcado de sair? Porque ele veio aqui dizendo que ligou em seu celular e você não atendeu. — Eu deixei um recado em seu celular avisando que não iria mais, não sei se chegou a ser enviado porque meu celular descarregou. Mas, eu não quero ser grossa com ele apenas porque não quero nada relacionado a sentimentos, mas gosto da sua amizade e era uma coisa que eu não queria jamais perder. — Deixei meu corpo relaxar no sofá enquanto Ulisses me entregava um buquê de flores amarelas e nela havia também um cartão. — Isso foi o que você recebeu mais cedo. — Ulisses estava feliz , diferente de mim que odeio flores, acho que seja uma coisa muito inútil para se apresentar alguém. Porque, elas murcham e se quer dar algo que seja duradouro, penso eu que uma jóia, bijuteria mesmo, seria mais bacana que esse lance de dar flores. Abrir o bilhete em letras douradas e dentro estava a inconfundível caligrafia de Ramon: "Adorei o jantar de ontem! Peço desculpas se fui invasivo demais em alguns momentos ou se a desrespeitei. Mas, queria dizer que se me der oportunidade de uma noite daquelas mais uma vez, não garanto que meus instintos irão se comportar como realmente demonstraram ser". Com amor, Ramon. ❤️
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD