37. Heitor um imã de mulheres

1040 Words
— Amanhã vamos visitar Marieta, depois pegamos Melissa na escola junto e conversamos com ela sobre isso. Certo? — No fim, eu não posso transferir os meus medos, proveniente da vida que eu vivi para minha filha. Devo proteger ela do que surge na sua vida, que possa vir a machucar, mas não do que aconteceu na minha quando nem sequer ela existia. — Sério? — Heitor me puxou da cama para seus braços. — Vou te dar um banho para comemorar. Não vou te deixar dormir toda suja. E você já está com cara de sono. — Você tá com mais cara de quem vai me sujar mais. — Brinquei passando meus braços pelo pescoço dele. — Sim, mas não quer dizer que eu não vá limpar depois. Vou fazer pacote completo. Estou cheio de energia. — Heitor disse enquanto passavamos pela porta do banheiro. Devo admitir que a noite foi bem mais longa do que eu imaginei. Não esperava ter tanta energia depois de uma noite inteira sem dormir, mas encontrei energia de alguma forma. Logo que terminamos com o banho, passamos para a cama até adormecer completamente. Quando acordei, já estava de manhã, olhei para meu lado preocupada. Tinha que expulsar Heitor do quarto antes que Mel viesse me chamar, mas para minha surpresa, Heitor já havia ido embora. Normalmente, eu sempre tenho que expulsar ele de alguma forma pela manhã, escondendo no banheiro, jogando pela janela ou até dentro do guarda-roupa. Tudo para evitar que ele seja pego, mas naquela manhã, ele havia levantado antes. Não vou mentir que senti um incomodo, não era um sentimento agradável, mas deve ser só besteira da minha cabeça, mas ao menos, ele levou o vinho e os queijos. O quarto não é está tão caótico como antes. Levarei da cama bocejando, procurando o meu celular. Achei ele debaixo da cama. Faço nem ideia da razão. Quando olhei a hora no visor, me desesperei. Já eram dez horas da manhã. As aulas de Mel começam as 7h30. Sai do quarto desesperada, entrando no quarto da Mel, mas acabei encontrando uma cama arrumada com um bilhete. " Você parecia precisar descansar até mais tarde. Vou levar Mel na escola, vou visitar a minha avó no hospital e descobrir como está indo tudo e passo para te pegar para ter aquela conversa com Mel. Sim, estou com o seu carro. Vamos almoçar fora. Já escolhi o restaurante Pode alimentar a minha irmã com miojo. Até mais tarde. beijos, do melhor pai do mundo (sim, sou eu) " — Definitivamente, ele deve ter acordado com mais energia do que eu. De todo jeito, se ter um pai for assim, acredito que deveria ter aceitado a mais tempo a proposta de Heitor. Não me lembro quando foi a última vez que dormi tanto. — Pensei alto enquanto guardava o bilhete. Passei no quarto de Letícia, ela estava dormindo, talvez os remédios para dor estejam fazendo isso, mas para o caso dela ter fome, preparei um sanduíche e deixei no seu quarto com um bilhete, assim ela poderia comer assim que despertasse. Com tudo isso feito, tomei um banho e troquei de roupa, coloquei um vestido florido e soltinho. Ainda sentia o meu corpo cansado, depois de ontem a noite. Acredito que exageramos, na verdade, Heitor sempre faz isso. Recebi a mensagem de Heitor dizendo que estava me esperando lá embaixo. Fechei todo apartamento e desci. Encontrei ele do lado de fora do carro, em frente ao prédio, de alguma forma estava arrodeado de mulher. Será que elas vem no cheiro? — Já chegou? E aí, conseguiu o remédio para sífilis? — Brinquei me aproximando do grupo. — O seu? Óbvio. Está dentro do carro. — Heitor abriu o sorriso com a minha brincadeira. — Meninas, tenho que ir. Penhorei o meu belo corpinho para essa senhorita, preciso obedecer, foi um prazer conhecer todas vocês. Heitor acenou para as meninas, antes de abrir a porta do carro para mim. Adorava uma cena dramática. Entrei no carro, no banco de passageiro, enquanto ele foi para o de motorista, dando partida no carro e saindo de perto das moças que olhavam triste ele partir. — Você parece que tem mel, onde encosta aparece mulher. — Brinquei vendo as meninas ficarem para trás. — Com ciúmes, dona Caroline? — Heitor tinha aquele sorriso que acelerava o meu coração estampado no rosto. Ele sabia jogar baixo. — Se você acha. Cada um se ilude como quer, né? Aliás, onde vamos mesmo? — Perguntei quando estávamos chegando perto da escola da Mel. — Achei um restaurante de massa com espaço Kids. Tem até aquele negócio de escalar. Mel vai amar. — Heitor disse animado. — E como está Marieta? — Não havia dito nada sobre ela. — Nenhuma novidade. Fizeram a transferência, estão fazendo vários exames, os médicos disseram que ela está indo bem, mas vão continuar investigando para descobrir porque nãoAcredito que ainda. Só nos resta esperar. — Heitor não manteve o sorriso. Quando chegamos na escola, Heitor desceu para pegar Mel no portão, pude ouvir o grito dela do carro. Em questão de segundos estava nos braços dele, o abraçando forte. — Acho que foi uma boa escolha aceitar a proposta. Será que foram pai e filha em outra vida? — Pensei alto vendo eles se aproximarem. — Mamãe! Mamãe! — Mel fugiu dos braços do pai que tentava colocar ela na cadeirinha e me abraçou. — Como foi a aula, meu amor? — Olhei a trança no cabelo dela. Com toda certeza havia sido feita por Heitor ou minha filha tinha brigado com um guaxinim. — Espera, Mel. Deixa eu te colocar na cadeirinha. — Heitor teve dificuldades de controlar Mel, eu só conseguia rir. — Para onde estamos indo? Papai disse que tem uma surpresa muito legal para mim. Você sabe o que é, mamãe? — Mel me perguntou quando Heitor conseguiu prender ela na cadeirinha. — Vou deixar que ele te conte quando chegar no restaurante, mas algo me diz que você vai gostar demais. — No fundo, eu queria contar e dar esse presente para ela, mas achei que seria mais justo Heitor falar, já que sem a insistência dele, eu não teria aceitado.
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