Nosso segredinho

1186 Words
Heitor me conhecia tão bem, que só precisei olhar para ele, sem dizer absolutamente nada, para que soubesse a resposta negativa para proposta dele, que eu estava pensando em dar, mas como um homem prevenido, ele também tinha seu argumento na manga. E antes que eu pudesse falar, Heitor começou a falar. — Foi um dia estressante e cansativo. Um pouco de vinho não vai fazer m*l. Eu sei que não gosta de fazer isso por causa da Mel, mas tu também é gente, precisa relaxar de vez enquando. Ninguém pode viver apenas para trabalhar e ter responsabilidades não. Vamos lá, uma taça. Se tu continuar nessa tensão toda, não vai conseguir resolver absolutamente nada que precisa. No máximo, vai conseguir adoecer. Estresse também faz m*l ao corpo, tu sabe. — Heitor insistiu, me oferecendo a taça cheia de vinho. Para ser sincera, eu evitava beber mesmo depois dos dezoito anos ou quando parei de amamentar, tinha a sensação que a qualquer momento poderia acontecer algo com a Mel. A bebida poderia atrapalhar a minha decisão lógica ou a reação que eu teria. Não lembro nem quando foi a última vez que consegui me divertir. Tinha escolhido viver para minha filha, até esqueci que também sou um ser vivo. — Se acontecer algo, estarei aqui. Te ajudo. Vamos lá. É só um pouco de vinho. Vai acabar doente com todo o estresse circulando no seu corpo. Você não está sozinha. Se algo acontecer. Tomarei responsabilidade. — Heitor insistiu. Gargalhei. Ele não tinha mesmo ideia da tensão que eu sentia diariamente por conta da saúde da Mel, já estava acostumada com aquilo, me sentia bem mais ansiosa quando pensava na ideia de beber, mas acho que ele quer mesmo companhia. Naquele momento, assim como eu, estava sentindo um turbilhão de preocupações. — Pode prepara algo para petiscar enquanto eu vou ver a minha menina. Não posso deixar ela dormir sem dar um beijo de boa noite nela. Tem uns queijos e calabresas na geladeira. Beber de estômago vazio não vai acabar bem. Volto já. — Concordei beijando o rosto de Heitor. — Não vou demorar lá. Tenta não chamar atenção de Letícia, se ela souber, vai falar por dias e não vai deixar a gente em paz sobre isso. Sabe como sua irmã é. — Sim, senhora. Você manda e eu obedeço. — Heitor levantou colocando o vinho e as taças no criado mudo e saiu porta fora em direção da cozinha. Entrei no quarto da Mel, estava dormindo abraçada com o urso preferido dela. Foi o primeiro presente de aniversário que recebeu, não fui nem eu que dei, Heitor havia dado a ela. E desde esse dia, a menina não dorme sem esse bichinho. — Boa noite, minha princesa. Mamãe espera que você tenha bons sonhos. — Beijei a testa da minha filha com carinho. Ajeitei o lençol, cobrindo ela novamente. Por fim, fechei a janela, liguei o abajur e o ar. O quarto dela era o único cômodo da casa que tinha ar-condicionado. Por conta da sua doença respiratória, ela não se dava bem com ventiladores e nem podia ficar com calor. Fechei a porta do quarto, deixando apenas uma a******a para caso de Mel acordasse. Ela às vezes acordava para ir ao banheiro e terminava indo para o meu quarto. Aproveitei que Heitor estava preparando os petiscos e tomei um banho quente e relaxante, para relaxar toda tensão que senti durante todo dia. Quando voltei ao quarto, Heitor já estava sentado na cama assistindo televisão comendo um pouco de queijo com o vinho. — Parece bem confortável. — Brinquei fechando a porta. Ao menos por enquanto, prefiro que ninguém acabe entrando e descobrindo que o cafajeste da casa está na minha cama. Explicar a situação seria impossível. Mel ficaria confusa, Letícia falaria por séculos e não tenho ideia do que Marieta acharia. Me alertou várias vezes para ficar longe do seu neto. Tinha medo que eu acabasse me apegando e ferindo o meu coração. — Você estava querendo assistir esse filme, não é? Já conseguiu assistir? — Heitor apontou para o filme que estava pausado, eu já havia assistido, tinha alguns dias, mas não faria m*l assistir novamente, não é? — Não. Ainda não assisti. — Respondi sentando na cama ao lado dele. Era uma mentira boba, mas ele tinha até mesmo escolhido o filme, como eu poderia rejeitar? — Mentirosa. Acha mesmo que me engana? Toma o vinho. Vou colocar outro filme. — Heitor me passou a taça de vinho, mudando o filme. — Vou colocar um de terror, para você se assustar e se jogar nos meus braços. — Você está cheio de planos hoje. Parece até um adolescente paquerando a princesa da escola. — Brinquei petiscando um pouco de queijo da tábua de frios que Heitor havia arrumado perfeitamente. — Sempre. Sabe que eu tenho os melhores planos. E não é a princesa da escola, mas vamos dizer que é a minha querida melhor amiga. Merece um pouco mais de esforço, não é? Se tu soubesse como é difícil conseguir um tempo com ela. Super requisitada a mulher. Não posso decepcionar agora que me arrumou tempo.— Heitor gargalhou. Para evitar confusão com as paqueras dele e com a nossa família, usamos essa desculpa de melhores amigos, não que realmente tenhamos algo sério, mas evitamos questionamentos sobre o assunto— Falando sério agora, você não estava com saudade do seu n**o, minha loira abusada? — Não é meu n**o. No máximo, é da Mel. Ou pensa que sou uma das bestinhas das mulheres que acreditam em tudo que você fala? Sabe que não caio nessa, não é? — Olhei nos olhos de Heitor. Aqueles mesmos olhos que sempre acabam me deixando completamente nua sem dificuldades. — Deixa de ser boba. Você é diferente. Não se comparece com as outras. É uma competição desleal, quando você sabe que é sempre a vencedora entre elas. Sabe que é diferente entre nós dois. Vem cá. Você não estava com saudade, mas eu estava. — Heitor me puxou para seu colo, passou a mão no meu pescoço, aproximando as nossas bocas. O toque de Heitor aqueceu o meu corpo completamente, parecia que estava queimando por dentro nos lugares que me tocava. Podia fingir que não, mas sentia a falta do seu toque. Apenas com o seu beijo, a minha mente ficou em branco. Quando nos afastamos, eu já estava ofegante. — Ofegante assim, depois de um beijo, fica difícil de acreditar que não estava com saudade do n**o aqui, mas é teimosa demais para admitir, não é? — Heitor era definitivamente o caminho para o pecado. — Só falo na presença dos meus advogados. — Brinquei colocando minha mão em seu peito, deitando ele na cama. — Agora que tal você apagar o incêndio que começou com aquele beijo? Ou prefere continuar conversando? — A minha loira é mesmo muito s****a, não se preocupe, da sua boca agora só vai sair bons gemidos. — Heitor me jogou para baixo dele, deixando seu corpo por cima do meu, enquando sua mão passeava em meu corpo lentamente.
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