O que você faz aqui?

998 Words
Como esperado, quando chegamos ao hospital, Melissa já estava completamente adormecida. Ela tinha um dom fantástico de entrar no carro e apagar na mesma hora, ainda mais quando já estava cansada. Depois que comprei o carro, quando ela estava agitada para dormir, dava uma volta no quarteirão e não demorava muito para Mel caisse no sono profundo, mas acredito que agora não é hora de lembrar disso. Cheguei na recepção com Melissa nos meus braços com um pouco de dificuldade, o peso dela estava começando a dificultar. — Olá, boa noite. Me ligaram a pouco tempo. Alguém chegou na emergência, pelo que entendi foi um acidente de carro. Me disseram que o meu número era o último chamado no celular do paciente, mas não me deram mais informações. Poderia descobrir para mim? — Me aproximei da recepção com cuidado, falei baixinho com medo de Melissa acabar acordasse. Se era difícil com ela no braço, se ela tivesse acordada seria mil vezes ainda mais difícil. — Vou dar uma olhada nas últimas entradas ... — A recepcionista se virou para o computador olhando com atenção algo na tela. — Na verdade, há três pessoas que chegaram envolvidas em um acidente. Não tenho certeza qual está relacionada com a senhora. Poderia ir até a enfermagem da emergência, eles vão te orientar melhor. Aqui diz que o contato com a família dos três pacientes partiu da central de enfermagem, não da recepção. Só conseguirá respostas por lá. — Pode me adiantar se trata de mulheres ou homens, a idade, não sei. Qualquer informação que seja? Assim saberia dizer o que estava procurando. Não me falaram nada sobre quem tinha dado entrada. — Queria ao menos preparar um pouco o meu coração para o que iria encontrar. A escassez de informação sobre os pacientes me dava impressão que algo sério havia acontecido. E isso apertava meu coração. — Bem, não sei qual dos envolvidos está ligado à senhora, mas aqui diz que são duas mulheres e um homem que deram entrada juntos, todos estavam envolvidos no mesmo acidente de carro, parece ser dois jovens e uma mulher com mais idade. Não há nomes e a informação não está disponível sobre nenhum deles. Só posso dizer isso. Me desculpa. O resto está como informação restrita. Não tenho acesso. Apenas a chefe da enfermagem. — A recepcionista não fez uma cara muito boa, tenho certeza que havia lido algo na ficha que deixou ela assim. Algo r**m tinha acontecido. Não tinha mais nenhuma dúvida. — Siga a linha vermelha e vai chegar até o posto responsável. — Obrigada! — as minhas pernas sentiam a tensão que percorria o meu corpo. Caminhei pelo corredor que a recepcionista havia me indicado. Melissa começava a pesar ainda mais nos meus braços. Quanto mais eu me aproximava do lugar, mais difícil era de caminhar e sentia Mel pesando ainda mais no meus braços. Acredito que os meus pensamentos começava a fazer mais peso do que eu imaginar ser possível. Me senti m*l antes mesmo de saber quem havia sido ferido ou como. Quando parei na frente da enfermaria, já sentia o meu coração saindo pela boca. — Olá, me ligaram agora a pouco. Disseram que alguém que foi recebido por vocês tinha o meu número nos últimos contatos no celular, mas não souberam me dizer na recepção nenhuma informação e também não foi me dito nada em ligação. — Dei um sorriso sem graça, tentando ser educada, mas não estava nenhum pouco no clima de educação. Queria apenas respostas. — Ah! Certo. Fui eu que liguei para senhora. Deixa eu pegar a ficha aqui. — A Enfermeira procurou no meio de várias prancheta por uma em específico, antes de voltar a se aproximar de mim. — Aqui está. É o paciente do leito 12. Pode ir lá. Irei chamar um médico para explicar toda a situação. Ele não deve demorar. A senhora pode ir na frente. O médico responsável pelo paciente não deve demorar. Se quiser deixar a criança com uma das técnicas de enfermagem enquanto resolve tudo isso. Posso indicar uma delas para auxiliar. — Está tudo bem. Ficarei com ela. O sono dela é tão pesado que nem se eu correr para um lado e para outro em um show de rock não vai despertar. Ainda mais quando ela está tão cansada como hoje. Pode deixar comigo. Não tem problema em ficar com ela. Mesmo assim, obrigada pela sugestão. Vou ver quem é a pessoa misteriosa que me espera. — Sendo sincera, a ideia de deixar a minha filha com uma pessoa totalmente desconhecida não me agradava tanto, sei que não é o ideal levar ela comigo, ainda mais sem ter certeza da situação que irei encontrar, mas me sentia mais segura com ela nos meus braços. — Certo. Se prefere assim. Logo o médico deve encontrar com você e tirar todas suas dúvidas. — A enfermeira disse antes de sair porta a fora em passos apressados. Concordei acenando com a cabeça, fui em direção do leito que a enfermeira havia comentado. Para ser sincera, nos últimos anos, hospital se tornou um lugar que por si só já me deixava ansiosa. Ao me aproximar do leito, que estava rodeado por uma cortina, podia ouvir as batidas do meu coração. Parecia que a qualquer momento poderia errar a batida. Respirei fundo segurando a cortina antes de abrir. — Por favor, Deus. Que não seja nada demais. Que todos que amo estejam bem. Que nada do que eu estou imaginando tenha acontecido. Tu sabe mais do que eu das minhas lutas. Por favor. Te peço. — Sussurrei antes de abrir a cortina com o coração na mão. Quase caí quando pude enxergar o que estava por trás da cortina. Me surpreendi com quem estava naquela maca. Era totalmente inesperada aquela situação. Haviam várias perguntas que eu queria fazer, mas o choque foi tão grande que apenas consegui fazer uma só — Meu Deus! O que você faz aqui?
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