Primeira tentativa

1004 Words
Quando olhei para trás, os meus olhos achavam que estavam vendo coisas, talvez algo como um pesadelos acordada mas não tenho aquela sorte. Na minha frente, aproximando lentamente de mim, estava Joseph Werneck. Com aquele sorrisinho dele irritante. A última pessoa que eu iria querer encontrar hoje era com esse homem. Ele passava uma energia bastante sinistra, todo meu corpo queria se afastar dele o mais rápido possível. Como toda desgraça é pouca, o homem além de me irritar com sua presença, ainda decidiu que seria uma ótima ideia bloquear meu caminho, ficando na minha frente, impedindo que saísse do lugar. — Estou atrasada. Se me der licença. Tenho uma reunião importante agora. Não posso perder mais um minuto aqui. Espero que compreenda. — Não precisa arrumar problema com esse tipo de gente. Já tinha o suficiente. Melhor que faço é ficar bem longe de pessoas desse jeito. Preferi arrumar uma desculpa e apenas sair pela tangente, sem chamar atenção. — Reunião? Aqui nesse hospital? Isso é bom. Agora você não poderá mais fugir de mim como antes, não é? Acho que hoje é mesmo meu dia de sorte. Finalmente consegui a oportunidade que eu tanto precisava para fazer com que caia na minha rede. — Ouvi por alto Joseph falando, mas não entendi direito, achei melhor ignorar, apenas continuei andando em direção ao elevador. Quanto mais rápido saísse dali, menor seria a chance de acabar envolvida com aquele homem. Pensar nele me dava uma sensação h******l. m*l sabia eu que ia era tarde demais, aquele homem estava aprontando sem eu ter sequer notado. Uma parte de mim, pensou que ele iria me perseguir, tinha muito perfil de homem s*******o que não sabia lidar com a rejeição, um dos piores tipos, mas por sorte, eu estava errada. Cheguei no andar da clínica do médico especialista que eu buscava. Me apresentei para a recepcionista, que logo me explicou que não poderia encontrar com o médico, como eu havia imaginado que seria. Tive que apresentar tudo para a atendente, que me fazia perguntas estavam em um questionário em suas mãos. Ela apenas reproduzia o conteúdo, marcando a alternativa que se adequava a minha resposta. — Pronto. É isso. Entregarei para o médico todas as informações. Se a sua filha for selecionada para se transformar em uma das nossas pacientes, faremos contato nos próximos dez dias. — A atendente explicou recolhendo os documentos que eu havia deixado com ela. — Espera! Tudo isso? Como eu expliquei, estamos em uma situação de emergência. A médica que internou a minha filha disse que a cirurgia deveria ser de urgência. Não podemos esperar todo esse tempo. Não há uma forma de solicitar um pedido de emergência, não sei. A minha criança tem apenas quatro anos. Viveu maior parte da vida em um hospital. Precisa urgente de uma cirurgia, até lá está sendo mantida em uma UTI. A médica sugeriu o médico daqui, por isso vim tentar. Não há como esperar tanto tempo. A minha filha pode não sobreviver. — Sentia o nó na garganta. Queria manter a minha sanidade, mas minha vontade mesmo era de invadir todas as portas, procurar o médico e levar ele à forca para o hospital onde Mel estava. — Como disse, pessoas de todo o Brasil, assim como você, buscam o doutor para tratar os seus filhos. Não é apenas a senhora que está batalhando para cuidar de uma criança. Não podemos apenas furar fila, quando há milhares de casos para serem avaliados na frente do seu. Ou pensa que sua filha é mais especial do que a filha de outras pessoas? A mesma dor que sente, as outras também sentem. Então, desculpa dizer isso, mas terá que esperar. Indico que busque outra alternativa, já que nem sequer se sabe se será aceita. — A atendente só podia está querendo apanhar. Que tipo de pessoa fala coisas assim para uma mãe. — Não quis dizer que queria ser privilegiada ou nada do tipo, como você sugeriu. Apenas tenho uma filha doente, quero fazer o máximo para que ela fique bem. Agora me diga como você saberia que a minha filha estava em uma situação difícil se eu não soubesse? Pode não contar para você, mas não podia deixar de tentar. E sabe de uma coisa, deveria atender melhor as pessoas com mais sensibilidade. Já se colocou no meu lugar? De ver uma criança sofrendo e não poder fazer nada? — Eu queria dizer muito mais coisas, mas não ia me ajudar em nada ter a atendente como inimiga. Talvez eu ia tivesse até passado do limite. — É preciso engolir os sentimentos para poder lidar com as informações. Já imaginou se eu chorasse em cada história que eu ouvisse? Que tipo de profissional eu seria? Minha função é ser neutra e obter todas as informações. Assim fui instruída. Se me der licença, tenho outra reunião para ir agora. Entraremos em contato caso seja selecionada. — A atendente explicou levantando do sofá que estávamos sentadas e saindo sem olhar para trás. — Ah! Eu me excedi. — Apoiei minhas mãos na cabeça. Deixei meus sentimentos me levarem e agora estou encrencada. Talvez essa mulher nem entregue esses papéis para o médico analisar. — E agora? O que vou fazer? São dez dias no mínimo. Será que Anna poderia ter um plano C? Ou conseguiríamos trazer o médico que está fora do país para cá? Isso deve ser caríssimo. Também nem sei como poderia convencer ao médico a vir para cá. Ah! Acho que vou pedir conselhos para meu cafajeste favorito. Talvez ele pense em um plano para resolver essa bagunça. Sem escolha do que poderia fazer, voltei para o hospital que estava a Mel. Tive a sensação estranha de estar sendo seguida, mas só pode ser estresse, porque não fazia nenhum sentido para mim ter alguém me seguindo, mas eu estava enganada. Não demorei muito para descobrir quem e por qual razão estavam me vigiando. Muito menos o plano por trás de todo seu plano.
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