Capítulo20

1029 Words
✲ ✲ ✲ Tokyo, Omotesando Empresas Hitachi — Então com a morte de Yuri e suas filhas, eu me torno o acionista majoritário da Hitachi. — Falava Kenji em reunião. Toshiko encarou o homem se levantando e dizendo: — Não Kenji. — O homem encarou o mais velho furioso e confuso. Percebendo a hesitação do conselho, Kenji resolveu perguntar: — Posso saber o que não concorda, meu caro Toshiko. — perguntou com tom ácido na voz. Takashi, que estava na mesa ao lado dos demais acionistas e representava o corpo de advogados da empresa, apenas sorriu. — Yuri tem um sobrinho do seu falecido irmão. — Kenji arregalou os olhos surpreso com essa revelação. — ele é um parente de primeiro grau, então tem direitos pela Hitachi. — completou Toshiko. — Mas isso não… — Posso confirmar que a informação fornecida por Toshiko, é veridica. — Takashi se levantou portando nas mãos uns documentos que confirmavam a veracidade da informação. — Esses são registros de transferências bancárias de Yuri, para o sobrinho. Hiroshi Kobayashi, apenas não quis assumir a empresa do tio, por motivos pessoais. — completou Takashi com um sorriso nos lábios. — Então, legalmente ele se tornaria o novo presidente da Hitachi. — respondeu Koji Fujimura, o terceiro na hierarquia. Kenji apertou os punhos, contendo o ódio. Como não pode, se lembrar de Hiroshi… Estava tudo tão próximo, afinal já tinham se passado 7 meses do ocorrido, Hayao Shinkai estava no seu pé cobrando pelo serviço. A Yakuza, exigia que os acordos, antes no papel, fossem colocados em prática. Kenji não podia, por enquanto, movimentar o dinheiro do caixa da empresa, porque ainda não tinha acesso às contas da empresa. Fingiu um sorriso, mas por dentro estava furioso. — Faremos assim, falava Isao. — Por enquanto que não localizamos o tal do Hiroshi, Kenji assume a Hitachi. — disse o mais velho tentando convencer os demais acionistas. — Não podemos mais esperar para conduzir a empresa. Takashi encarou o homem furioso. Os demais acionistas acabaram concordando com Isao. O que ninguém sabia, era que Isao também estava envolvido com Kenji. Kenji precisava se livrar do Hiroshi, e não poderia demorar muito. Precisava pensar num plano e arquitetar meticulosamente. Estava ficando sem tempo. ✲ ✲ ✲ Na América...  Nikolas estava apenas ouvindo o que Kento e Junko falavam sobre a investigação. Mas na verdade, os seus pensamentos estavam longe. Porque será que a Hinata agiu estranha com ele pela manhã? — Kenji assumiu temporariamente a Hitachi. — disse Junko seriamente. — Pelo menos até o sobrinho do Yuri assumir, o tal do Hiroshi. Então, temos que nos preocupar em protegê-lo também. — completou Junko. — Dessa vez, não poderemos falhar Kento. --- O que sabemos sobre ele? --- perguntou Kento curioso. --- Segundo Satoshi, ele mora no Brasil. --- disse Junko enquanto bebericava o seu drink. --- Temos que enviar nossos agentes, para trazer ele para cá em segurança. — Acho melhor nem falarmos para a Hinata sobre isso, senão ela ficará apreensiva e temerosa, quanto ao primo. — disse Kento. — Segundo Satoshi, não ocorreu ainda a movimentação do capital da empresa. Acho que no fundo, ele deve desconfiar que está sendo monitorado. — respondeu Junko. — Mas não sabemos até quando, Hayao Shinkai e a Yakuza, aguentarão esperar. Sabemos que o Oyabun não é um homem paciente. — completou Kento. — Fiquei sabendo que um carregamento de drogas vindo da Colômbia, foi interceptado pelos agentes da Organização de Tóquio. O Oyabun deve estar furioso. — respondeu Junko sorrindo. O mais velho encarou Nikolas que até o momento, não tinha dito nada e parecia disperso. Elevou a sobrancelha em confusão e resolveu perguntar: — Ei, moleque? O que aconteceu com você que está no mundo da lua? — perguntou Junko encarando Nikolas nos olhos. O loiro encarou o padrinho de volta e perguntou: — Perguntou alguma coisa velho? — Que bicho te mordeu? Nunca te vi tão calado. Algo me diz que esse bicho é o bicho mulher. — disse Kento sorrindo ladino. — Deixa de falar asneiras Kento, nesse ramo eu estou muito bem e obrigado. — Nikolas cruzou os braços irritado e se levantou da cadeira, indo até o bar e colocando uma dose de tequila para ele. Junko encarou o afilhado atentamente. Sabia que a morena estava mexendo com ele, nunca tinha visto uma mulher mexer com Nikolas, como ela. Sorriu ladino, e resolveu tirar a prova agora mesmo: — Ah… então você já caiu nos encantos da Kobayashi… mas cá entre nós, ela é uma verdadeira princesa. Perfeita em todos os sentidos. Nikolas, que estava com o copo na mão, o quebrou imediatamente. E encarou o padrinho furioso e esbravejou: — Deixa de ser um filha da p**a pervertido, Junko. A Hinata é filha do seu amigo, tenha ao menos respeito por isso! — falou com os olhos vermelhos de raiva. Junko sorriu ladino e resolveu provocar ainda mais: — Eu era amigo sim, mas sei apreciar uma bela mulher… Kento apenas analisava seu pupilo, de forma curiosa. Nunca tinha visto Nikolas se incomodar tanto com um comentário sobre uma mulher antes. Nikolas partiu para cima de Junko e segurou na gola de sua camisa e olhando nos seus olhos disse: — Retire o que disse, agora mesmo seu filho da p**a! A Hinata não é esse tipo de mulher. Junko encarou o afilhado e disse: — Você está apaixonado por ela. Não tenho mais dúvidas. — disse o mais velho com convicção. Nikolas arregalou os olhos e soltou o padrinho, se afastando abruptamente. Deu as costas para os dois e perguntou: — Vocês ainda vão precisar de mim? Junko desviou o olhar para Kento e sorriu. Kento resolveu responder: — Pode ir, Nikolas. O loiro pegou a jaqueta a vestindo e saiu da sala, mas antes, ouviu novamente a voz do padrinho e parou: — Melhor admitir logo que está apaixonado pela garota. Não fuja disso! Abriu a maçaneta da porta e saiu deixando o mais velho sem respostas. Junko encarou Kento e disse: — Tem alguma dúvida? Kento sorriu de volta e concordou com a cabeça.
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