A protegida do Wolf

Em Tóquio, a cidade que nunca dorme, Yuri Kobayashi, CEO de uma das maiores empresas de tecnologia do Japão, a Hitachi, se preparava para uma reunião junto com o seu sócio Kenji Yoshida. A pauta principal, era o acordo bilionário com a empresa Russa, Novatek que possuía tecnologia de ponta para o sistema de produção de gás natural. Esse acordo bilionário, beneficiaria ambas as partes e geraria empregos a diversas famílias. Na verdade, era apenas a formalização do acordo, tendo em vista que Takashi, advogado e amigo de Yuri, já tinha resolvido quase tudo, numa visita recente à Rússia. Kenji, não gostava do advogado. O achava “intrometido” demais, mas Yuri confiava sua vida a Takashi, e se o moreno dissesse que era um bom acordo, era de fato um bom acordo. Yuri Kobayashi, tinha construído um império através de seus esforços. Nunca foi ambicioso, e nunca aceitou nada que pudesse denegrir a sua imagem como homem e como ser humano. Era acionista majoritário da empresa, e isso lhe conferia à presidência, cargo almejado há anos, pelo seu sócio e amigo Kenji Yoshida. Diferente de Yuri, Kenji era ambicioso e estava sempre envolvido em transações ilegais. Por ser astuto e manipulador, suas transações eram sempre bem orquestradas e ocultadas. Pois se descoberto, poderia pôr a perder tudo o que já possuía, incluindo a vice-presidência. Mais, para se manter onde estava, Kenji era capaz de vender a sua alma ao próprio d***o, e estava disposto a tudo para chegar até o topo, até mesmo trair o amigo. Yuri Kobayashi era um bom homem, bem casado e pai de duas filhas, Hinata e Saori Kobayashi. Sua filha mais velha, Hinata, morava na América há cinco anos, tinha ido terminar o colegial e quando concluísse os estudos, retornaria ao Japão. Yuri era um bom patrão, e todos os seus funcionários trabalhavam com satisfação na sua empresa. Seu grande império era respeitado não apenas no Japão mas no mundo inteiro. Tinha vários parceiros comerciais, nos Estados Unidos, China e Itália. Esse acordo com a empresa russa, ampliaria ainda mais a aliança internacional existente, e isso renderia bilhões. No seu escritório, que se localizava bem no centro de Tóquio, Yuri aguardava a visita de um grande amigo. Seu advogado e braço direito Takashi Tanaka. ✲ ✲ ✲ Tokyo, Omotesando Empresas Hitachi Sala da presidência [ 10:35 a.m] — Senhor Yuri, o senhor Takashi Tanaka acabou de chegar. — disse Meilin, sua secretária. — Obrigado, Meilin, pode mandar ele entrar. — respondeu Yuri desligando o telefone. A porta da grande sala é aberta e por ela entra Takashi. O moreno acabava de retornar da Rússia e tinha vindo pessoalmente dar as boas notícias ao amigo, sobre o acordo com a Novatek. — Ora, ora que bom rever você meu grande amigo. — disse Yuri se levantando e indo ao encontro do amigo, o abraçando. — Yuri meu caro, satisfação revê-lo. Mas… onde está o Kenji, afinal, as informações que trago, também são do seus interesse, e como vice presidente, ele deveria estar presente. — alfinetou Takashi. — Bem, meu caro amigo. Na verdade, eu acabei dispensando o Kenji, pois preciso conversar com você, sobre algumas suspeitas minhas. — Takashi fitou o amigo curioso. — Mas antes, me diga como foi na Rússia. — Bem, como falei por telefone, o acordo é vantajoso para ambas as partes. Conseguiremos gerar empregos, e manteremos os empregados em seus devidos lugares. Sem contar, que financeiramente falando, o nosso retorno será bastante rentável e significativo. A Novatec é uma empresa inovadora que trabalha com energia sustentável, e isso é o futuro. — falou Takashi empolgado ao amigo, que sorriu satisfeito. — Bom, muito bom. Não poderia ter mandado outra pessoa para liderar essa aliança.— respondeu Yuri sorrindo. E a Yumi, gostou do passeio? — Se gostou. Mandou agradecer pessoalmente a você pelo presente. — respondeu sorrindo. — O Satoshi deve ser um homem feito, não é mesmo? — Sim. Está terminando a faculdade de direito, mas como você sabe, sempre desejou entrar para as forças especiais. Resolveu fazer o teste e acabou de entrar. Você sabe, ele sempre teve o QI acima da média e gosta do ramo investigativo. Conversei com o Junko e ele no mesmo instante aceitou o meu garoto. Ele fez o teste e foi aprovado em primeiro lugar. — disse o homem orgulhoso. — Nossa, quem diria. Acho que ele será um excelente agente especial. E treinando com o Junko, não tenho dúvida disso. — Yuri sorri nostálgico. — Nossa, quanto tempo que não vejo nosso amigo. Espero que ele tenha colocado um pouco de juízo naquela cabeça. — Juízo e Junko, não combinam na mesma frase meu amigo. Mas, pelo o que soube, ele continua pervertido e s*******o. — disse Yuri se levantando e indo até o bar. — Aceita? — Claro. Yuri continuou enchendo os copos, se aproximou de Takashi e lhe entregou sua bebida. — Obrigado. Yuri retornou a sua cadeira e sorriu nostálgico. Relembrando os bons tempos. Os três amigos, eram inseparáveis, desde pequenos. Por muitos anos, fizeram planos de se mudarem para a América e tentarem a vida por lá. Mas, cada um fez escolhas distintas na vida. Junko escolheu uma área bem diferente da dos amigos, mas os laços, nunca foram rompidos. Takashi se acomodou melhor na cadeira e olhou para o amigo, que parecia disperso. — Agora me diga, o que de fato aconteceu meu amigo. O semblante de Yuri mudou. A expressão leve e serena deu lugar a um semblante tenso e preocupado. O homem suspirou fundo, e começou: — Te chamei aqui porque percebi alguns desvios do caixa da empresa. Não apenas isso, mas teve uma noite, que esqueci o meu notebook e vim pessoalmente à empresa buscar. Quando cheguei aqui, pude ver os funcionários do Kenji trabalhando de madrugada. Quando eu os abordei, eles desconversaram. Você sabe, que eu não confio em Kenji. Sei que ele é um homem sem escrúpulos e tenho certeza que esta envolvido com algo ilegal. Mas, não tenho como provar. Não quero o nome da empresa que tanto lutei para erguer manchado por um homem sem principios. — disse Yuri enfurecido se levantando da mesa e agora caminhando de um lado para o outro. — O que pretende fazer meu amigo? — perguntou Takashi. — Não posso me pronunciar sem provas. Os outros sócios não acreditariam. Por mais que muitos, não gostem do Kenji. — E que deseja, meu amigo? — Quero que me ajude a descobrir com que ele está envolvido, e com quem. Sei que posso estar pedindo demais a você, pois se Kenji estiver envolvido com pessoas perigosas, isso pode colocar sua vida em risco e eu… — Eu te ajudarei meu amigo. — disse Takashi sorrindo para o amigo. — Nunca gostei desse cara. Vou adorar desmascarar ele para os outros acionistas, e colocar ele no seu devido lugar. Está na hora de todos conhecerem a verdadeira face de Kenji Yoshida. – disse sorrindo. De fato, Yuri tinha razão em seguir os seus instintos. Kenji estava envolvido com tráfico humano, drogas, p*******a cibernética e sequestro. A lista era ainda mais extensa. A sua parte na empresa, ou seja, as suas ações, foram compradas por um grande cartel internacional do crime, comandado por Hayao Shinkai. Um homem inescrupuloso, que estava ligado diretamente a Yakuza. Os planos de Kenji, iam muito além. Ele queria unificar as ações e assumir de vez o controle da Hitachi. O homem desejava conseguir isso, propondo casamento entre o seu filho mais velho,Tatsuo Yoshida com a filha mais velha de Yuri, Hinata Kobayashi. Dessa maneira, as ações passariam para seu filho, e assim ele poderia assumir o controle total da Hitachi. Mas Yuri, nunca permitiria tal união. Ele sabia que Tatsuo era um jovem sádico e c***l, e nunca permitiria que ele se aproximasse de sua menina. — Senhor Yuri, o senhor Kenji deseja falar com o senhor. — disse Meilin. — Só um minuto, senhorita Meilin. Yuri se levantou da cadeira e se aproximou de Takashi, se despedindo do amigo. — Não se preocupe meu amigo, descobrirei todo poder envolvendo Kenji. — disse Takashi sorrindo ao amigo. O moreno de olhos azuis, quase perolados, retornou a sua cadeira, e pegou novamente o telefone e disse: — Pode passar a ligação Meilin, obrigado. — respondeu Yuri. —Yuri Kobayashi — respondeu com firmeza na voz. —Yuri, meu amigo. Takashi esteve por aí? Quais foram as novidades? — perguntou Kenji curioso. — Tudo saiu conforme planejado. O acordo foi benéfico, para ambas as partes. — disse sorrindo. — Fico feliz em saber disso. Telefonei para sua casa, pelo horário, pensei que não estivesse mais por aí. Mas a Hiromi me informou, que ainda não havia chegado. Meu amigo, não pode trabalhar dessa maneira. — Você bem sabe que eu chego cedo, mas nunca tenho hora para sair. Não consigo mudar os meus hábitos, já estou velho demais. — sorriu. — Mas diga, era apenas sobre isso que queria perguntar? — Também, mas na verdade, gostaria de fazer um convite. — Um convite? — perguntou levantando a sobrancelha em confusão. — Tenho uma proposta para você. Algo que seria bom para o futuro da empresa. — Proposta? —indagou Yuri confuso. — Meu caro amigo, vamos conversar num jantar. O que acha de amanhã às 20:00 horas, no Narisawa. Yuri pensou por um momento. Mas, o que poderia acontecer de m*l, num jantar? — Tudo bem. Amanhã, às 20:00 horas, no Narisawa. — Até amanhã, meu amigo. O telefone foi desligado. Yuri ainda sentado na sua cadeira, estava pensativo. Que proposta seria essa, que Kenji tinha, que seria vantajosa para o futuro da empresa? Suspirou fundo, e achou melhor não pensar nisso, pelo menos por hora. Se levantou, pegou sua pasta e saiu de sua sala, uma boa noite de sono, e o abraço caloroso de sua família, iriam tirar essa angústia que sentia dentro do peito. Será que algo muito r**m estava prestes a acontecer?