Cárcere privado (Morro)

Conhecendo Robinho

Robinho narrando

E aí, firmeza? Sou o Robinho , mas meu nome mesmo é Robson da Cruz. Mano , eu sou aquele tipo de cara que não passa batido .Moreno claro, cabelos pretos, olhos azuis, com um corpo forte de tanto malhar. E as tatuagens, ah, as tatuagens, é que curto mesmo. É tipo minha marca registrada, mano.Aqui no morro, eu que mando. Meu pai bateu as botas quando eu tinha 17 anos, aí tive que assumir a bronca. Hoje tô com 25. Já tava ligado que isso ia rolar, meu pai vivia na mira da polícia e o morro tava sempre pegando fogo. O velho enfrentou muito cu azul antes de cair. Desde os 15, ele já me preparava pra eu assumir o lugar dele. No dia que ele morreu, eu tava em Minas resolvendo umas tretas pra ele. Minha mãe já era, morreu no parto da minha irmã mais nova. Fui criado pelo meu pai e pela minha avó, que também já foi. Minha única irmã , a Mirela , está estudando fora do país. Aqui eu tenho tudo: mais de 20 casas no morro, uma casa na praia, 3 carros de luxo e 2 motos. Dinheiro não me falta, compro o que eu quiser. Mulher também não falta, mas compromisso ou assumir algum ? Tô fora. Me apaixonei uma vez e a mina me deu o pé. Depois disso, passei a evitar me envolver com alguém . Sou um cara justo, mas se alguém tenta me passar a perna, não penso duas vezes pra agir e mando ir cortar lenha pro capeta mesmo . Confio mesmo só no Lambari , meu braço direito, que cresceu comigo e sempre esteve do meu lado.

Acordei às 7 horas como sempre, m*l durmo. Fui dormir às 3 da manhã. Levantei, paguei uma ducha , vesti uma bermuda, uma camiseta da Adidas, um tênis e mandei um Malbec, porque bandido também tem que andar cheiroso. Fui resolver umas tretas na boca, tem que botar pressão, se não o pessoal não rende. Tive que mandar pra vala dois hoje que estavam me devendo droga e meus vapores já tinham dado tempo pra pagar, mas os caras estavam tirando com a minha cara. Um bando de noiado do c*****o . À tarde, chamei o Lambari no rádio e logo ele entrou na minha sala .

–E aí, Lambari, bora no shopping comprar uns pano novo? Amanhã tem baile e eu quero tá na beca, bonitão, tá ligado? –Eu digo fazendo um toque com ele .

– Bora, irmão. Tem uma loja lá que só tem vendedora gata . Tô doido pra colar lá –Ele diz e eu concordo .

– Cê não presta mesmo, hein. Não tava de rolo com a Michelle? –Eu pergunto porque a mina não sai da cola dela .

– Cê é doido, Robinho . Aquela ali é só pra curtir. Já rodou no morro inteiro. Jamais vou assumir como minha fiel uma p*****a daquela .

Saímos do morro e fomos no meu carro blindado com a minha tropa atrás pra fazer a nossa segurança. Por mais que eu pague os cu azul, tô ligado que tô cheio de inimigos. Chegamos no shopping, todo mundo já olha torto, mas ninguém tem coragem de encarar.

–Lambari , fica de olho, qualquer coisa me avisa.

– Pode deixar, chefe. Aqui é só passar o rodo.

Chegamos na loja e eu vejo a Cris, uma mina lá do meu morro, irmã de um vapor que trabalha pra mim. Ela vem nos atender, mas no caixa, vejo uma loira de olhos claros. A mina é toda gata, me deixou desnorteado, mano.

Comecei a escolher algumas roupas . A loirinha que mexeu comigo ainda tava lá, mas parecia evitar cruzar meu olhar. Peguei umas peças e fui pro provador, mas não conseguia tirar ela da cabeça.

Escolhemos tudo o que queríamos. Eu comprei até o que não provei só pra ir logo pro caixa. Cheguei lá e fiquei encarando a mina, que ficava vermelha e evitava me olhar. Tentei tirar o número de celular dela e ela me recusou, acredita, irmão? Nenhuma mina nunca me deu um fora e essa patricinha tá pensando que é quem? Eu vou mostrar pra ela que eu sou o Robinho e tenho tudo o que eu quero.

Saímos da loja e voltamos pro carro. No caminho de volta pro morro, parei pra pensar no que tava rolando. Era estranho como aquela mina tinha mexido comigo. Filha da p**a me paga .

– E aí, Robinho, ficou baqueado com a loirinha, hein? Lambari diz zuando comigo e eu n**o com a cabeça .

– Sei lá, mano. Tem algo nela que me intriga e a filha da p**a ainda me deu um esporro . Tu sabe que eu sempre tenho tudo oque eu quero –Eu digo e ele concorda ficando em silêncio.

Voltamos pro morro e o dia seguiu como de costume. Mas aquela mina não saiu da minha cabeça. Voltamos pro morro e o dia desenrolou como sempre. Mas aquela mina não saiu da minha mente, tá ligado? Fiquei pensando nela o tempo todo, imaginando se a gente ia se trombar de novo. O bagulho tava sinistro, parecia que eu tava vidrado.

Já chamei um hacker que trabalha pra mim e mandei ele se virar e puxar a ficha dela pra mim. Não tô nem aí, preciso saber até a cor da calcinha dela.

Continua....

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