Malu narrando
Olá, meu nome é Maria Luiza, mas todos me chamam de Malu. Sou loira dos olhos claros , cabelos lisos na altura da cintura, um corpo bem bonito porque eu sempre me cuidei .Tenho 19 anos e moro com uma amiga no centro do Rio de Janeiro, onde dividimos um apartamento.
Fui criada pelos meus pais, que morreram em um acidente quando eu tinha 16 anos, deixando-me sozinha na vida. A única amiga que tenho é a Gabi, que mora comigo. Trabalho em uma loja onde sou gerente há três anos. A dona da loja era muito amiga da minha mãe e me contratou logo após a morte dos meus pais. Tenho uma casa que era dos meus pais, mas não consigo morar lá. É muito triste ficar lá sem eles, tudo me faz lembrar deles. Então, eu a alugo e o dinheiro me ajuda nas despesas. Terminei o ensino médio no ano passado e estou pensando em fazer uma faculdade, mas ainda não me decidi.
Mais um dia começa como de costume. Às 7 horas, levanto, realizo minha higiene matinal, tomo banho, lavo o cabelo e escovo os dentes. Em seguida, visto minha calça jeans, a camiseta do uniforme do trabalho e um par de tênis branco. Antes de sair, aplico perfume e faço uma maquiagem leve. Pego minha moto e me encaminho para o trabalho, onde inicio às 8 horas. Geralmente, Gabi sempre vai comigo , mas hoje ela não está , provavelmente passou a noite fora. Ao chegar, cumprimento todos, percebendo que Gabi já estava lá , usando a mesma roupa do dia anterior, indicando que não teve tempo de passar em casa. Somos três no trabalho: eu, Gabi e a Cris.
Hoje o dia foi corrido, vendemos bastante e não tive nem tempo de almoçar. Como ganhamos comissão, me esforço bastante, pois estou guardando dinheiro para comprar um carro. Sou gerente, mas ajudo no atendimento também, faço de tudo aqui. Se a zeladora não vier, eu ajudo a limpar também. Eu não ligo para essas coisas. Por volta das 18 horas, dois rapazes chegaram para comprar roupas. Deixei as meninas atender eles , um era moreno, com os cabelos descoloridos, bonitinho e cheio de tatuagens. O outro era lindo, de olhos claros, também com tatuagens. Fiquei até sem graça de tanto que ele me olhava. Vi ele conversando com a Cris então ela o conhecia. Depois passaram no caixa para pagar, e eu estava no caixa.
– Boa tarde...
– Boa tarde, gatinha –Ele diz e eu fico sem graça na hora. Eu dei um sorriso tímido para ele.
–Vai pagar no cartão ou dinheiro ? –Eu pergunto e ele me encara .
–Só uso dinheiro –Ele diz com uma voz rouca .
– Sua compra deu 3.500 reais –Eu digo olhando pra ele e ele me pagou tudo em dinheiro.
–Obrigado – Agradeci – Você ganhou dez cupons para concorrer a uma viagem . Ele me olhou nos olhos e disse.
–O único prêmio que eu queria é o seu número –Ele diz me olhando firme nos meus olhos e o meu rosto queima na hora . Fiquei em choque e olhando nos olhos dele, respondi .
–Me desculpa , mas eu não dou meu número para estranhos. – Ele fechou a cara na hora, pegou suas sacolas e foi embora. Fiquei aliviada, quase tendo um treco. Depois que eles saíram, percebi que a Cris ficou meio estranha.
–O que foi Cris ? –Eu pergunto , olhando pra ela .
–Só fiquei surpresa . Onde moramos as mulheres se jogam pra ele . Ele ficou bolado porque recusou ele .
–Eu heim –Eu sigo pensando no que ela me falou . Não dei muita bola e voltei a fazer meu trabalho. Fechamos às 20:00 horas, e eu e a Cris fomos para casa.
– Amiga do céu, o que foi aquilo? Aquele homem lindo quase te secou com os olhos. Por que não deu seu número para ele? Se fosse eu, teria passado na hora – Gabi pergunta.
– Imagino mesmo, você não perde tempo. Você acha que vou dar meu número para um desconhecido? Sem falar que ele tinha cara de bandido, mas sei lá, tem algo nele que me desconcerta.
– Sei. Vou pedir um lanche para a gente – diz Gabi.
– Boa ideia, estou exausta hoje – digo, indo para o meu quarto tomar um banho.
Enquanto a água quente caía sobre mim, eu não conseguia parar de pensar naquele estranho. Havia algo em seus olhos que me deixava inquieta, como se ele escondesse um segredo. Após o banho, vesti um pijama confortável e voltei para a sala, onde Gabi já tinha colocado a mesa com o lanche.
– Nossa, que rapidez! – exclamei.
– Achei melhor pedir uma pizza, já que estamos precisando de uma noite de conforto – respondeu Gabi com um sorriso.
– Perfeito. Vamos aproveitar e colocar aquele filme que queríamos ver – sugeri.
Sentamos no sofá, comemos e conversamos sobre nossos dias. A presença de Gabi sempre conseguia me acalmar, e logo, aquele estranho já não parecia tão perturbador.
Continua.....