Gabi narrando:
Olá, meu nome é Gabrieli, mas todos me chamam de Gabi. Sou morena clara, com cabelos lisos na altura da cintura, olhos castanhos claros , baixinha e tenho um corpo bem bonito. Sou a melhor amiga da Malu, nós moramos e trabalhamos juntas. Tenho 20 anos e sou vendedora em uma loja de roupas de marca no shopping, onde a Malu é gerente. Não tenho namorado, gosto de ficar com pessoas sem me apegar. Não nasci para me amarrar a ninguém. Sempre dou conselhos para a Malu, mas ela é muito tímida. Acreditem se quiserem, ela ainda é virgem.
Hoje levantei cedo e fui para a loja trabalhar. Na hora do almoço, fui almoçar com a Malu.
Fomos até a área de alimentação do shopping mesmo e comemos em um restaurante de comida mineira; eu adoro, meus pais eram de Minas e eu nasci e me criei lá. Vim para o Rio de Janeiro há dois anos depois que a minha mãe morreu de AVC. O meu pai ficou lá com o meu irmão mais velho , quando eu posso eu vou até lá , visitar os dois .
Servimos os nossos pratos e nós sentamos. Aproveitei a oportunidade para convidar a Malu para ir comigo hoje ao baile em uma favela, mas é claro que ela não pode saber. Ela morre de medo de bandidos, e eu já gosto. Parece que quanto mais bandidos, mais gostoso eles são.
–Poderíamos sair hoje à noite, né? –Eu digo, e ela me encara.
–Ir para onde? –Ela pergunta, e eu sorrio para ela enquanto ela me encara.
–Para uma festa. A Cris me chamou e disse que é um lugar bem animado. Vamos, Malu, você estava precisando se distrair e esquecer o traste do seu ex - eu digo, e ela suspira.
–Tá bom, vamos então.
Ela não queria ir no começo, mas eu a convenci. Ela nem imagina que vai ser no morro, em uma favela. Meu Deus, quero ver a cara dela. Se eu falasse para ela onde seria, ela não iria. Estou doida para conhecer esse bailão.
A Cris sempre me convidava, mas eu nunca tive coragem de ir. Estou falando pelo w******p com um cara que veio na loja e mora lá. Nossa, eu preciso muito ver ele e hoje vai ser o dia. Faz uns três dias que a Cris me contou que mora no morro. É claro que eu não liguei, para mim tanto faz onde ela mora, não vai fazer diferença na pessoa que ela é. Ainda não contei para a Malu, mas vou ter que falar, porque ela vai vê-la lá no baile. Eu sei que a minha amiga vai ficar meio grilada, porque ela tem pavor de bandidos, mas nem todos que moram no morro são bandidos. Tem muitas pessoas de bem que moram lá também, eu sei disso, e sei que ela vai entender.
Voltamos para o trabalho, e estava cheio na parte da tarde, muita gente comprando roupas para sair no final de semana. Eu não via a hora de ficar de noite para ir balançar a minha raba naquele baile que promete.
O cara com quem estou conversando tem uma cara de bandido, mas é gato demais, e eu não me importo com isso. Não quero ninguém para casar mesmo, só quero curtir o momento e boa.
Eu sei que pode parecer loucura, mas há algo intrigante naquele jeito descolado dele, naquele sorriso malandro que me faz sentir viva. Talvez seja a adrenalina de se envolver com alguém que vive no limite, alguém que não segue as regras comuns. Eu só quero aproveitar a noite, sem pensar no amanhã, sem me preocupar com o que virá depois. Afinal, a vida é curta demais para não se permitir ser um pouco selvagem de vez em quando.
Então, enquanto eu trabalhava, trocamos mensagens animadas pelo celular, combinando os detalhes para nos encontrarmos no baile. Eu estou ansiosa e se ele fizer comigo tudo oque disse que vai fazer , eu vou ao céu . Eu sei que pode ser arriscado me envolver com alguém que tem um ar de perigo, mas às vezes é exatamente isso que me atrai. Eu não quero pensar nas consequências, só quero viver o momento intensamente, sem arrependimentos. E hoje à noite, é exatamente isso que farei.
Quando chegou às oito da noite, fechamos a loja e eu voltei de moto com a Malu para casa, doida para me arrumar logo. A energia pulsava em mim, uma mistura de ansiedade e excitação pelo que estava por vir. m*l podia esperar para vestir minha melhor roupa, uma bem babado , caprichar na maquiagem e me preparar para uma noite cheia de aventura e diversão.
Chegamos em casa e corremos para nos arrumar. Enquanto escolhia o look perfeito, meu telefone não parava de vibrar com mensagens dele. Malu estava se arrumando no quarto ao lado, e eu podia ouvi-la suspirar de vez em quando, provavelmente pensando no que a esperava naquela festa. Mas hoje era noite de deixar as preocupações de lado e se jogar na diversão. Eu estava pronta para isso.
– Vamos, já estou pronta – ela diz entrando no meu quarto.
– Nossa, tá uma gata, hein – eu digo, tentando tomar coragem para falar. – Então, amiga, eu preciso te contar uma coisa – eu digo, e ela ergue a sobrancelha. – A Cris mora em uma favela – eu digo, e ela me olha surpresa.
– Ai, Gabi, eu não ligo onde ela mora, eu sei que lá também tem muita gente de bem. Isso não faz diferença pra mim, mas por que está falando disso agora? – ela pergunta desconfiada.
– Porque vamos em um baile lá, no morro onde ela mora – eu finalmente revelo.
– Eu não vou, você está ficando louca – ela responde, visivelmente alarmada.
– Malu, por favor, confia em mim. Vai ser divertido, eu prometo. E eu estarei lá contigo o tempo todo, não vamos correr nenhum perigo – eu tento acalmar ela , segurando suas mãos.
Ela parece hesitar por um momento, mas finalmente cede.
– Tudo bem, Gabi. Mas se eu me sentir desconfortável ou em perigo, nós vamos embora imediatamente, está bem?
– Claro, Malu. Eu prometo –eu digo, aliviada por tê-la convencido. Estávamos prontas para uma noite que prometia ser inesquecível.
Continua .....