Já faz uma semana que eu estou aqui e nada mudou, cheguei da escola e fui tomar o meu banho como todos os dias.
Preciso arrumar alguma coisa pra mim fazer, estou enlouquecendo com tanta coisa na minha cabeça, escutei um barulho na porta do banheiro e quando fui ver era o meu pai.
Aquilo me deixou totalmente assustada e envergonhada, com certeza não é uma coisa comum de alguém se fazer.
Coloquei a minha roupa correndo e me tranquei dentro do quarto.
Parece que esse mundo vai me devorar a qualquer momento, eu não consigo mais, isso não é pra mim.
Pulei a janela e fui andando pro alto do morro, preciso me distrair e não pensar em algo antes que eu me afogue nos meus próprios pensamentos.
Mariana: Ta perdida por aqui colega? – Levei um susto saindo dos meus pensamentos.
Alice: Me ajuda, eu não agüento mais. – Comecei a chorar na frente de uma estranha como a muito tempo eu não fazia antes.
Mariana: Vem comigo, tenho algo perfeito pra você. – Não estava em nenhuma condição de dizer que não queria ou negar qualquer coisa.
Apenas segui atrás dela sem conseguir pensar em nada, eu só queria acabar com isso tudo de uma vez.
Chegamos em uma espécie de casa abandonada que fez eu ficar envergonhada com alguns caras que estavam lá.
Ela entrou cumprimentando a todos na maior i********e e eu permaneci no mesmo lugar aonde eu estava.
Mariana: Você vai entrar na maior onda da sua vida garota. – Olhei pra ela sem entender e ela me estendeu um cigarro de m*****a me fazendo ficar apavorada com aquela situação. – Não morde não vai, uma vez só não mata ninguém.
Por impulso e pura falta de qualquer senso eu peguei e coloquei aquilo na boca sem fazer a mínima idéia do que estava fazendo.
Comecei a tocir igual uma desesperada e todos olharam pra mim como se fosse a maior piada daquele lugar.
Mariana: Calma que eu te ensino. – Começou a me guiar dizendo o que eu deveria fazer.
Com o tempo fui pegando o jeito e começando a ficar fora de mim, nunca havia sentido aquilo antes.
Era algo que ia muito além do que eu poderia imaginar, senti meu corpo todo relaxar e todos os meus problemas desaparecerem da minha mente em um piscar de olhos.
Não conseguia descrever, apenas sentir.
Quando acabamos ela me ajudou a voltar pra casa e ir correndo pro banheiro tomar um banho gelado pra tirar tudo isso do meu corpo.
Eu não deveria ter feito isso.
Desci as escadas de casa indo procurar algo pra comer e levei um susto ao ver meu padrinho encostado na bancada.
Russo: Eu vi você chegando mais cedo, não quero saber de você usando essas paradas ta ligada. – Falou serio e eu ignorei. – Estou falando com você c*****o.
Alice: Você não tem moral nenhuma pra falar comigo, não sabe o que eu passo nesse inferno. – Bati a porta do armário e subi pro meu quarto correndo.
Eu não agüento mais, não condigo, a Alice de 1 mês atrás nunca faria uma coisa dessas.
Estou me perdendo de mim mesma e não tenho o mínimo de controle sobre isso.
Não vejo o homem que eu chamo de pai desde de manhã e o que aconteceu ainda está rondando a minha cabeça.
Não consigo ter um minuto de paz pra agir sem ter medo de qualquer conseqüência.