Uma noiva

1318 Words
Rocco DeLuca Saí rapidamente, pegando o carro e dirigindo em direção à boate onde Enrico Casanova estava me esperando. Ele sempre foi um homem imprevisível e perigoso, e eu precisava estar preparado para qualquer coisa vindo dessa conversa. Os meus homens estavam estrategicamente posicionados, prontos para qualquer sinal de problema. Entrei na boate passando por Vittorio e lhe dando um sinal para que ele permanecesse na porta a postos, e lá estava Enrico, sentado confortavelmente no meu escritório, um sorriso astuto nos lábios. — Rocco, que prazer vê-lo — disse ele, se levantando e estendendo a mão na minha direção;. — Gostaria de dizer o mesmo para você — falei com mau humor, apertando a sua mão com desgosto. Ele sorriu desdenhosamente. — Qual foi, Roc?! Pensei que fossemos amigos. — ele colocou uma mão no peito mantendo uma pose dramática, — Assim você fere meus sentimentos. Revirei os olhos, caminhando até a minha mesa. — Nem nos seus melhores sonhos, Casanova. Ele riu, um som baixo e cheio de escárnio, antes de se sentar novamente. Enrico Casanova sempre teve um talento para me irritar, e hoje não seria diferente. Ele se acomodou novamente, cruzando as pernas com uma confiança irritante. Enrico era perigoso, e eu sabia que precisava ser cuidadoso. — Sente-se, vamos conversar como homens civilizados. — Enrico indicou a cadeira em frente a ele. Me sentei de frente para ele, mantendo os meus olhos fixos nos dele. Não confiava nele nem por um segundo. — Você fez um belo estrago no casamento hoje. Luigi Cavaglieri teve um fim prematuro. — começou Enrico, servindo-se de um copo de uísque. — Uma pena, não é? Mas devo dizer, você fez um favor ao mundo, Rocco. — Ele suspirou e abotoou um dos botões de seu paletó, — Você facilitou as coisas para muitos de nós. — Não fiz isso para facilitar a sua vida. — Eu retruquei, encarando-o. — E não estou aqui para discutir moralidade, Enrico. — Cruzei os braços na frente do corpo mantendo a minha voz firme — O que você quer? Enrico tomou um gole do seu uísque, os seus olhos nunca deixando os meus. — Eu sei disso, querido Roc, mas Luigi me devia uma quantia considerável antes de morrer. Ele não cumpriu o nosso acordo, e agora essa dívida passou para você, meu amigo. Isso me deixou alerta. — Que tipo de dívida estamos falando? — O tipo que envolve dinheiro, claro. — Isso não é problema meu, Enrico. — Eu disse, servindo um copo de uísque para mim . — Ah, mas é sim. — Ele respondeu, inclinando-se para frente. — Você matou Luigi. Você tomou sua noiva, uma certa jovem chamada Caterina Gallo. — Ele sorriu, como um predador diante da sua presa. — E é exatamente sobre ela que quero falar. Ele inclinou-se para frente, o seu sorriso se tornando mais sinico enquanto ele acendia um charuto — A garota de Luigi, é claro. — A menção a Caterina me fez apertar o copo com força. Ele bafoou a fumaça no ar. — Eu fui ao casamento porque ele havia prometido que a noite de nupcias dele, seria minha. Eu quero ela para mim. Ou então, teremos que negociar outros termos. Caterina era minha. Eu a queria mais do que qualquer coisa, e a ideia de entregá-la a Enrico me enoja. Ter livrado o mundo de um merda como Luigi me deu uma sensação de alívio e ao mesmo tempo pensar que ele estava dando uma criatura tão pura quanto Caterina como um pagamento para qualquer um me fez trincar a mandíbula. Respirei fundo, controlando a minha raiva. — A garota não está à venda. — Eu salientei erguendo uma sobrancelha para ele, tentando controlar o meu tom irritado. O que p***a ele estava pensando? A proposta me irritou profundamente. Caterina significava mais para mim do que eu gostaria de admitir, mas não podia demonstrar isso para Casanova. Ele usaria qualquer fraqueza contra mim. — Caterina não está disponível. Ela já está pagando algo. — Eu confirmei, me recostando na cadeira, — Mas estou aberto a discutir outros termos. O que você tem em mente? Enrico sorriu, visivelmente satisfeito por ter me provocado. — Eu sabia que você veria as coisas do meu jeito. Vamos falar de negócios, então. Luigi deixou uma dívida considerável. Se você não quer entregar Caterina, terá que me compensar de outra forma. Preciso de uma garantia de que não sairei perdendo nesta história. — E o que exatamente você quer em troca? — Eu perguntei mantendo uma expressão em branco. — Dinheiro, é claro. — Enrico respondeu, dando uma tragada no charuto. Impregnando o meu escritório com a fumaça pungente. — Eu quero uma quantia que cubra a dívida de Luigi e um pouco mais pelo transtorno no casamento. Eu ergui as sobrancelhas para a ousadia desse cretino. Ele pensa que está discutindo com quem? —Não me olhe assim, Roc. Eu perdi muitos homens naquela igreja e não tive a recompensa que fui buscar. — ele disse colocando o charuto sob a mesa, — Quero ver o valor em espécie ou um equivalente em bens, algo que prove que você é um homem de palavra. — Isso é fácil. Algo mais? — Eu perguntei — E uma noiva. — Uma noiva? — Questionei sem entender onde ele queria chegar. — Claro. — ele respondeu como se fosse óbvio. — Você tirou o prazer de f***r uma b****a virgem de mim. Então eu quero uma noiva também. — Eu vou pensar sobre o assunto — eu respondi colocando meu copo vazio na mesa. Enrico riu novamente, me olhando com diversão. — Pense rápido, Rocco. Eu não tenho todo o tempo do mundo, e nem você. Luigi pode estar morto, mas suas dívidas vivem mais que nunca. Me levantei, terminando a conversa. — Vou entrar em contato quando tiver uma decisão. — Eu indiquei a saída com um dedo, — Se me der licença eu tenho outros assuntos para lidar agora. Eu o observei sair com aquele sorriso astuto nunca deixando seu rosto. Ele era um problema a ser resolvido, mas isso teria que esperar. Vittorio entrou na sala logo em seguida, fechando a porta atrás de si. — O que ele queria? — perguntou Vittorio olhando para a porta e depois para mim. — Caterina. — eu respondi, me sentando novamente, alisando minhas têmporas. — Casanova queria Caterina como uma compensação pelo que Luigi lhe devia. — Filho da p**a. — Vittorio rosnou, apertando os punhos. — Ele sabe que isso não vai acontecer. — Ele sabe que ela tem valor para mim, porque eu a levei embora e é exatamente por isso que fez a proposta. — eu falei, tentando manter a calma. — Casanova quer me testar, me provocar. Vittorio se aproximou, se sentando na cadeira que Enrico havia ocupado. — Então, qual é o plano? Vai entregar a garota? Eu encarei Vitorio incrédulo enquanto ele levantava as mãos em rendição. — As vezes duvido que somos parentes. — Eu respondi revirando os olhos para a sua pergunta estúpida. — Precisamos encontrar uma maneira de pagar essa dívida sem envolver a garota. — A parte do dinheiro não é problema. — Vittorio coçou o queixo, pensativo. — Podemos liquidar alguns ativos antigos, talvez mover alguns fundos. Não será rápido, mas temos dinheiro o suficiente. Assenti, refletindo sobre as opções. — Quero um relatório completo de todos os nossos ativos e fundos disponíveis. Precisamos resolver isso rapidamente. Ele também quer uma noiva. — Uma noiva? — Vittorio perguntou. — Sim. — eu respondi jogando minha cabeça para trás. — Oferecer uma noiva significa que vamos unir nossas familias. — Ele me lembrou. — Eu sei. Vittorio riu, — Ela deve valer mesmo a pena. Eu não respondi, mas ela era importante para mim. E eu vou fazer tudo que puder para protegê-la.
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